por Eli Halfoun
O autor Silvio de Abreu deixou claro em muitas de suas entrevistas que “Passione” seria uma novela policial, ou seja, com assassinatos e, portanto, suspeitos para intrigar e mobilizar o público. O que não é nenhuma novidade em novelas, desde o “quem matou Odete Roitman" tomou conta da curiosidade popular e em conseqüência do noticiário da chamada imprensa de variedades, em 1988, na novela “Vale Tudo”, de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. No caso de “Passione”, a trama policial saiu da novela e ganhou o noticiário com várias especulações sabiamente alimentadas pelo autor. Primeiro, insinuou que o assassinado da vez poderia ser Saulo (ótimo trabalho de Werner Schunneman); depois, a imprensa especulou o assassinato de Fred (Reinaldo Gianechinni) e, agora, é dado como certo o assassinato de Diana (Carolina Dickman) que se vier mesmo a ser confirmado revela que o casal romântico que seria formado com Gerson (Marcelo Anthony) não teve junto ao público a química que se esperava e a solução é tentar formar outros casais tanto para Gerson quanto para Mauro (Rodrigo Lombardi). Esse poderá ser mais um mistério na base do “com quem será com quem será que o Gérson (ou o Mauro) vai casar”. Silvio de Abreu incentiva a especulação em torno do assassinato de Diana, mas não dá muitas dicas sobre quem é o assassino e deixa claro que serão muitos os suspeitos (personagens não faltam) e o público terá de esperar até o fim pela revelação (até lá agüente-se as especulações e os joguinhos de adivinhação que as revistas costumam fazer). A outra dica policial de Abreu é a de que a morte de Gouvêa (Mauro Mendonça) no início da novela não foi natural como se pensa, mas também um crime. De assassinato em assassinato, “Passione” espera encher o papo de audiência e embora a fórmula do “quem matou” seja antiga e repetitiva mostra uma vez mais que ela sempre funciona. Em cinemas, teatro e televisão é mesmo assim: nada acontece uma única vez.
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