sexta-feira, 3 de setembro de 2010

400 dias sob censura: é a triste marca que o Estadão alcança amanhã

por Eli Halfoun
O jornal O Estado de São Paulo continua proibido judicialmente de veicular qualquer notícia sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga atividades empresariais de Fernando Sarney. Mesmo sendo uma decisão judicial, esse cerceamento à liberdade de imprensa não deixa de ser uma censura em um país que se diz democrático e, portanto, com imprensa livre. Nada impede que esse tipo de mordaça judicial venha a ser imposta a outros veículos de comunicação, como já o foim, o que restabelece, de certa forma, a censura, jogando no lixo uma luta heróica pela retomada da democracia.. O Estadão cumpre a ordem judicial mas não se cala. Em recente edição publicou o texto “Estado está sob censura há 397 dias”, aqui reproduzido na íntegra: “Desde o dia 29 de janeiro, o Estado aguarda uma definição judicial sobre o processo que o impede de divulgar informações sobre a Operação Boi Barrica, pela qual a Polícia Federal investiga a atuação do empresário Fernando Sarney. A pedido do empresário, que é filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o jornal foi proibido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal em 31 de julho do ano passado de noticiar fatos relativos à operação da Polícia Federal.
No dia 18 de dezembro, Fernando Sarney entrou com um pedido de desistência da ação contra o Estado. Mas o jornal não aceitou o arquivamento do caso. No dia 29 de janeiro, o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentou ao TJ do Distrito Federal manifestação em que sustenta a preferência do jornal pelo prosseguimento da ação, a fim de que seu mérito seja julgado”.

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