CARTA AOS LEITORES E LEITORAS
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CARTA AOS LEITORES E LEITORAS
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Álbum de família da Veja em 1968: Muggiati à extrema esquerda, Mino ao centro. Entre os mortos ilustres, o escritor Caio Fernando de Abreu (3ª fila ao centro), que completava vinte anos naquele dia. |
Pompeu se foi em 2000, aos 61 anos; UIisses em 2011, aos 78; e Tão em 2022, aos 83. Agora foi vez de J.R. Guzzo, aos 82 anos. Mino Carta fará 92 anos em 6 de setembro; este que vos escreve espera chegar aos 88 em 6 de outubro. Ambos aguardam tranquilamente a marcha natural das coisas, pois já noticiava William Shakespeare em 1606 a existência “daquele país desconhecido de cujas fronteiras nenhum viajante jamais voltou...”
2000 - O último Réveillon da Manchete |
Primeiro de Agosto de 2000: Justiça lacra a Bloch - A edição pronta que nunca foi para as bancas |
Em Copacabana, trabalhando no réveillon para a Caras, apenas concluí: se o bug seria mesmo tão terrível, não havia o que fazer. Nada aconteceu. À meia noite verifiquei o celular e relógio estava lá, certinho. O novo milênio apareceu, o bug, não.
No Forte de Copacabana, encontrei a repórter da Manchete Aiula Eisfeld. Cobríamos o Réveilon de FHC. Seria o Baile da Ilha Fiscal se o bug tivesse derrubado a festança da elite. Como o apocalipse digital não veio, foi apenas uma noite brega. Não sabíamos, mas o que estava a caminho era o Dia B do Bug inevitável da Bloch Editores. Não sabíamos, mas aquela "festa pobre", como cantava Cazuza, seria a última registrada pela Manchete. Sete meses depois, no dia 1 de agosto, a empresa iria à falência. Manchete encerrava um ciclo de 42 anos de circulação regular (ainda seriam publicadas, nos anos seguintes, edições produzidas por uma cooperativa de ex-funcionários e revistas especiais de carnaval). Manchete saía de fininho e começava uma dramática etapa de vida para milhares de colegas. Eu havia deixado a Bloch em fevereiro de 1996 após 17 anos de trabalho em duas etapas; 11 anos na Fatos& Fotos e seis anos na Manchete.
Acompanhei à distância a luta dos ex-funcionários então levados a credores da Massa Falida da Bloch Editores. Ontem, a batalha para reaver direitos, liderada por José Carlos Jesus na Comissão de Ex-Empregados da Bloch Editores, completou 25 anos. A maioria - entre os mais de 2 mil trabalhadores que foram habilitados inicialmente, recebeu o que os advogados chamam de "indenização principal". A MFBloch ainda lhes deve parcelas de correção monetária (foram pagas apenas três cotas, apesar de parte dos credores trabalhistas terem feitos acordos com o objetivo de obter quitação total mais rápida). Um grupo de habilitados posteriormente ainda aguarda a indenização principal, segundo ex-funcionários.
O último dia da Bloch foi tão dramático, de certa forma tão cruel, quanto a longa espera por justiça. Os funcionários foram obrigados a deixar às pressas o conjunto de prédios da Rua do Russell, com poucos minutos para recolher objetos pessoais. Assim expulsos, deixaram para trás o hall de editora lacrada e caíram em tempos de incertezas.
Texto de apresentação do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou. |
A crônica de Carlos Heitor Cony publicada na Folha de São Paulo e reproduzida neste blog. |
Elvis morreu em 16 de agosto de 1977, aos 42 anos. Na maior parte da vida teve ao seu lado, dirigindo todos os seus passos profissionaias e pessoais, o coronel Tom Parker. Para muitos um vilão na sua carreira. Para outros, o empresário que criou o primeiro mega star do rock. Peter Guralnick promete desfazer mitos, remover lendas e revelar o bem e o mal que o coronel fez ao cantor e ator. Entre outras coisas, entrega que Tom Parker embolsava 50% de tudo que Elvis ganhava.
Apesar disso, o coronel de Elvis era respeitado como gestor do cantor. O empreário dos Beatles, Brian Epstein, passou alguns dias em Memphis, mal viu Elvis, mas ficou grudado em Tom Parker. Fez uma espécie de mentoria para lidar com ídolos e suas esquisitices, Coisa que Elvis tinha de sobra;
por Flávio Sépia
O ataque de Donald Trump ao Brasil é só em parte tarifário, mas a mídia quase ignora essa característica. O oligarca da Casa Branca e seus comparsas bolsonaristas colocaram na mesa elementos de negociação impossível, como a anulação do STF, o fim da investigação contra os golpistas, a anistia para os crimes de Bolsonaro e sua facção, rendição definitiva às big techs, imunidade para fake news contra regulação das redes, acesso às terras raras, privatização e o fim da gratuidade do Pix em favor das empresas de cartão de crédito e do braço de operações financeiras do Facebook, do WhatsApp e de outros gigantes da internet.
Várias dessas "reivindicações" explícitas e veladas são baseadas em falsos pretextos. Por exemplo o "acesso" a terras raras. A única empresa que explora esses minerais estratégicos no Brasil, ainda em escala pequena, tem expressiva participação acionária de fundos estadunidenses. De resto, o setor de mineração brasileiro é amplamente dominado por multinacionais.
Este é o pacote contaminado pelas pretensões golpistas do conluio da extrema direita liderada por Trump e Bolsonaro. As taxas absurdas e aleatórias, de 50,%, são apenas o quesito chantagista e mafioso da crise entre Brasil e Estados Unidos.
Quanto à ida de Lula a Washington, uma frase dita pelo presidente e, em seguida, repetida por Haddad a um grupo de repórteres, não foi devidamente explorada por comentaristas dos principais veículos. Sugere indício de preparação de uma emboscada para o presidente brasileiro em pleno Salão Oval e ressalta que o governo brasileiro quer que um eventual encontro Lula-Trump ocorra em clima respeitoso. A agressividade de Trump contra o Brasil instrumentalizada pela facção bolsonarista dá alta credibilidade a essa ameaça de emboscada. Seria algo pior do que o tratamento hostil que Trump deu ao presidente da África do Sul, é Cyril Ramaphosa. quando recebido na Casa Branca. Como naquela ocasião marcada por grosserias, Trump jogaria para a plateia da extrema direita ao receber Lula.
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Transforming Liberty: pintura vetada para não irritar Trump. Reprodução Instagram |
Contei aqui há poucos dias como só trabalhei um dia, de graça, no jornal O Globo em 1965 e depois caí nos braços dos Bloch para passar 35 anos na Manchete. Agora, por causa da minha tradução de “O grande Gatsby”, de Scott Fitzgerald, ganhei também uma página no caderno Ela, na superedição de 500 páginas comemorando os 100 anos do jornal. Veja aí
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Eu estava à toa na vida, no final de 1965, recém-casado, recém-chegado ao Rio e desempregado. Era jornalista há onze anos, mas interrompera a carreira nos dois anos de bolsa em Paris e nos três em que trabalhara na BBC de Londres.
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Rogério Marinho. O Globo/Divulgação |
Embarafustei-me na balbúrdia daquela babel, poucos minutos me bastaram, o repórter ainda não precisava fazer a famosa “apuração”. Nem depuração: a pauta banal não exigia muita criatividade. A volta à redação – aí é que a coisa pegava – envolvia toda uma logística. De um telefone fixo (indisponível no Glória) ou de um orelhão, você ligava para uma central radiofônica, dava suas coordenadas, e uma viatura do Globo vinha te buscar. Bati o texto de uma lauda e meia e deixei na mesa do chefe de reportagem, veterano pé-de-boi que tinha saído para um lanchinho. Virei as costas para a redação soturna da rua Irineu Marinho e nunca mais voltei. A redação da Frei Caneca era ainda mais sinistra, mas um mês depois eu caía nos braços dos Bloch para passar 35 anos na Manchete.
O mundo dá voltas curiosas. Cinquenta anos depois, trabalhei – dessa vez remunerado – para a filha de Rogério Marinho, Ana Luísa, casada com o saxofonista Mauro Senise, que me elegeu como redator oficial dos press releases do marido.
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Os "especialistas" devem pensar que os demais mortais são idiotas. O impasse criado pela Casa Branca não é apenas comercial. O regime Trump botou na mesa as taxas e também o arquivamento dos processos contra Bolsonaro e a extrema direita golpista. Quer desmoralizar o STF, quer as terras raras, quer liberdade para fake news. O chamada "mercado", o agro e a indústria topam ceder a Trump. Se o Brasil aceitar tudo isso, melhor transformar isso aqui em franquia do oligarca. Perguntinha: os Estados Unidos são o maior importador e consumidor de drogas do mundo. Perde de todos nessa "balança comercial". Daqui a pouco vem aí a taxa do pó.
Acredite. A guerra na Palestina chegou ao modo absurdo. O extermínio pela fome torna-se estratégia militar em complemento aos bombardeios. Trump e Netanyahu sonham em construir um elegante resort onde hoje estão as ruínas de Gaza. Turistas irão lá? Provavelmente.Turistas não visitam Chernobyl?
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Recorte de jornal carioca: Acervo pessoal de Roberto Muggiati |
Uma das páginas da edição da Manchete apreendida em 1975. |
Segundo o Procurador essas fotos não poderiam ser veiculadas em revista exposta livremente nas bancas, sem que se cometesse grave ofensa à moral e aos bons costumes, tanto mais que o texto da matéria acha-se, ineludivelmente, lançado em termos de franco e desabrido deboche, inclusive na segunda parte, feita à guisa de reportagem, sob o título “A Última Viagem de Onassis.”
A Manchete não chegou a ser apreendida: quando aordem do Procurador foi finalmente implementada, ela já havia sio recolhida e substituída nas bancas por uma nova edição. Foi o próprio Aristóteles Onassis, procurando um pretexto honroso (e menos dispendioso) para se livrar de Jackie, quem facilitou o acesso à sua ilha exclusivíssima ao paparazzo Settimio Garritano. As fotos foram publicadas em 1971 na revista de escândalos americana Screw.
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Um Ozzy de cara lavada à direita |
Lina morreu há muito tempo, Ricky recentemente, agora foi a vez de Ozzy, e a brasileira que se divorciou do americano dono da frota está pagando até hoje aquela corrida de limosine...
"Mistério na Glicério", por Roberto Muggiati. O blog Panis Cum Ovum publica o folhetim noir escrito por Roberto Muggiati, originalmente lançado no República, voz não-oficial da República Independente de Laranjeiras, editado quinzenalmente por Ricardo Linck, do Maya Café.
por Flávio Sépia
O planeta caminha alegremente para o cadafalso. Nunca se viu um condenado tão à vontade. A porção rica, claro. Os pobres já sofrem os efeitos da degradação do clima há vários anos. Seca, inundações, epidemias, fome, poluição etc, são sentidos em escala dramática nos países do Sul Global. Há outros fatores, as guerras, por exemplo, custam vidas e terras agrícolas envenenadas, projéteis não nucleares espalham restos de urânio "sujo". Tudo isso é mostrado em imagens que de tão banais quase não repercutem.
E quando o drama ecológico se mostra na Europa, mais precisamente nos recantos elegantes do Alpes, aos pés do Mont Blanc? Talvez comova um pouco mais. A capa da recente edição do Libération é mesmo chocante. Uma equipe do jornal escalou quase três mil metros para mostrar um mar de lama onde já existiram geleiras. Aliás, já há alguns anos, algumas estações de esqui são obrigadas e adicionar camadas de neve artificial em pistas naturais.
José Esmeraldo Gonçalves
A morte de José Maria Marin no último domingo, aos 93 anos, não será capaz de reabilitá-lo. Em um primeiro momento, a Agência Brasil anunciou morte do sujeito, não deixou de destacar no seu currículo uma prisão por corrupção, mas não citou a participação de Marin na campanha sórdida que o incentivou a prisão e o assassinato do jornalista Vladimir Herzog em 1975.
Vamos primeiro à ficha criminal internacional do sujeito por fraude e corrupção. Depois de presidir a CBF entre 2012 entre 2015 ele foi detido pelo FBI, na Suíça (durante uma viagem à sede da FIFA). Era acusado de lavagem de dinheiro e recebimento de propina. Extraditado para os Estados Unidos foi julgado e condenado à prisão. Em 2020 foi libertado por motivos "humanitários".
O oposto de "humanitária" foi sua participação na morte de Vladimir Herzog. Deputado Estadual pela Arena, Marin foi adepto inflamado da ditadura. Era amigo do torturador Sérgio Fleury e crítico feroz de Vlado, então editor-chefe da TV Cultura. Em discursos na Assembléia ele apelava às forças policiais a agirem contra o "comunista" Herzog. Em um dos pronunciamentos, Marin exigia uma "providência" para que a "tranquilidade voltasse a reinar" em São Paulo. Pouco mais de duas semanas após tal discurso, Vlado foi preso, torturado e assassinado.
A história conta que o jornalista foi procurado na TV Cultura e, no dia seguinte, compareceu espontaneamente à Rua Tutóia, sede da OBAN, o temido braço repressivo da ditadura em SP. Não mais saiu de lá. Sofreu bárbaras sessões de tortura, acabou morto por choques elétricos. Os policiais montaram uma farsa para simular o suicídio do jornalista, mas a verdade veio à tona. José Maria Marin seguiu impune na vida, foi governador de São Paulo de 1978 a 1983 e presidente da CBF de 2012 até 2015, quando o FBI o engaioulou pelo menos temporariamente. Na CBF seu maior feito foi afanar uma medalha do time campeão da Copa São Paulo de Futebol. Ele deveria entregar a homenagem ao jogador Matheus, do Corinthians. A cena foi flagrada pela Band. Um típico momento José Maria Marin.
P.S - Para saber mais, acesse a Pública
https://apublica.org/2013/02/qual-papel-chefao-futebol-brasileiro-assassinato-de-herzog/
“COITADA DA TORNOZELEIRA, COM TODO AQUELE CHULÉ’.
Se você navegar na internet verá que as redes sociais multiplicaram memes em torno do mocotó de Bolsonaro. Foram buscar até um antigo vídeo onde pastores oram para os tornozelos do indiciado. Parece cena do filme Alta Ansiedade, de Mel Brooks na sessão da tarde.Entre centenas de gozações, o pessoal foi buscar um vídeo antigo - e premonitório - em que pastores abençoam os tornozelos de Bolsonaro. Parece uma cena que merecia estar no fime "Alta Ansiedade", de Mel Brooks.
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Helô Pinheiro em foto da matéria da Manchete que identificou a musa inspiradora da canção Garota de Ipanema. Foto de Milan Airan. |
Eram outras paradas e outras eras.
Hoje, muitas gírias absorvidas nas praias e baladas surgem
do linguajar do tráfico. Isso mesmo. Fazer o que? Algo como “tô na pista”, “papo reto”, “brotar”,
“tá ligado” (esta importada de São Paulo)...
Mas vamos ao dicionário. Claro que usar hoje certas expressões datadas pode levar um jovem interlocutor a buscar significados no Google ou levar a questão para os avós.
De qualquer forma, faça essa viagem, entre nesse expresso da linguagem.
Amarelo Vestibular – Cor de quem se
preparava para o vestibular e não ia à praia.
Babado -geralmente uma fofoca
Babilaque – também se usava a forma
abreviada – babê – significava estar com os documentos.
Bacana – rico
Becado – roupa – estar com becado legal –
terno.
Beijar Cristina – fumar maconha.
Bicão – penetra, aquele que aparecia no
embalo sem ser convidado.
Bicicleta – óculos, luneta.
Bizu – informação importante, botar alguém
a par do que se passava.
Bode – ressaca, estar com sono, variação
bodear (dormir)
Bolacha – cartão que acompanha o chope.
Bolha – bobo, chato.
Branco escritório – cor de quem trabalha muito, vai de
casa para o escritório e vice-versa, não vê sol.
Branquinha – mulher
Cabrita - mulher- tem cabrita nova no
pedaço, mulher diferente na festinha.
Cacau – dinheiro
Cafona – dizia-se de indivíduo de extremo mau-gosto no vestir, no agir e no falar.
Camaradinha – amigo, chapa
Candonga – intriga, fofoca.
Capim – dinheiro, grana
Careta – sóbrio, que não bebeu ou usou
droga, moralista.
Cascata – mentira, conversa fantasiosa.
Chinfra – sujeito que tira onda de rico, de
bacana.
Chocar – namorar.
Chofer de fogão, cozinheira.cozinheiro.
Chongas – nada, coisa alguma, bulhufas.
Chué – esquisito, diz-se de quem está
doente.
Cobra – o bom, indivíduo competente em
alguma coisa.
Coisa – maconha ou outro “aditivo”. Você
tem coisa aí?
Corujão – sujeito que observa tudo, em
princípio, todo corujão é um chato.
Criar – namorar meninas muito jovens.
Crocodilo – aquele que age de má fé, não
tem caráter, falso, também funcionava como sinônimo de dedo-duro.
Curiboca -otário, bolha, panaca.
Dar um lance – tomar um atitude, dar um
lance na menina, dar uma cantada.
Dar uma de – agir como, dar uma de herói.
Deixar o maçarico cair – bronzear-se,
expor-se ao sol forte.
Desligado -individuo que não repara em
nada que acontece em volta, aquele que
está sob efeito de bebida.
Devagar – antônimo de quente, muito usada
na expressão, devagar quase parando.
Dica – mesmo que bizu. Dica, ainda hoje em
uso, surgiu no Pasquim. Era o tílulo resumido da seção Indica, que sugeria
filmes, espetáculos, livros etc
Doidão – sob efeito de maconha ou outro
tóxico, amalucado, viajando.
Durango Kid – sem dinheiro, duro, durango.
Embalo – festinha com muita bebida, drogas
e cabritas.
Encaracolado – de difícil entendimento,
indivíduo que não explica as coisas com clareza.
Escovão – bigode grande.
Esmeril – indivíduo que bota pra quebrar ao
volante.
Esquer- quadrado, retrógrado, que não pensa
de acordo com o grupo, a conversa está chata, esquer.
Estar a fim - topar, estar disposto a fazer alguma coisa.
Estar a perigo – estar sem dinheiro, duro,
está na pior.
Estar na de alguém – concordar com alguém,
agir como determinada pessoa, estar sob efeito de droga, estar gostando de
alguém.
Faturar – ter sucesso, usava-se
especialmente no sentido de ser bem-sucedido com mulheres.
Ficar de Bobeira – Não fazer nada
Figura – Sujeito que chama atenção.
Diferente. Estranho. Variação: figuraça.
Fossa – Estado de depressão que tanto podia ser uma angústia existencial quanto uma dor-de-corno ou de cotovelo.
Fundir a cuca –
Ir à lourura. Pirar. Ficar desnorteado com alguma explicação ou situação da
qual não entendeu coisa alguma.
Furão -Indivíduo que promete mas não
cumpre. Que marca encontro e não comparece. Diz-se do indivíduo que não paga
ingresso em teatro e show.
Galinha - Para todos os gêneros: pessoa muito volúvel
nas relações amorosas.
Invocado – Mal humorado, aborrecido,
estourado, nervoso, agressivo.
Índio – Sujeito que vem de fora, de outra
cidade.
Jogar confete – Bajular, paparicar.
Lei do cão – Barra pesada, regras rigorosas
ou autoritárias, código de comportamento punitivo.
Lenha – Dificuldade (ex. o vestibular foi
uma lenha).
Lhufas – Forma reduzida de bulhufas, nada,
nenhuma.
Ligado – Aquele que está sob efeito de
drogas, baratinado (de curtindo um barato). Variação: esperto, atento,
concentrado.
Limpeza – Boa praça, barra limpa, legal
(fulano é limpeza).
Lixo – Muito usado para classificar filmes,
livros, shows, má qualidade da droga.
Luneta – óculos.
Macaca – Mulher que pula de um namorado
para outro como muda de roupas, namoradeira.
Malandro Agulha
– Sujeito que mesmo se alguém ridicularizá-lo não perde a linha. Essa parece inspirada nos malandros antigos que usavam calça de boca estreita.
Mina – Mulher, garota
Moleza – Coisa da qual se tira proveito com
facilidade, vida mansa.
Morar na jogada – Compreender, entender,
sacar.
Morgar – dormir na mesa do bar sob efeito
de bebedeira ou droga,, sem ânimo, sem energia.
Mulha – Mulher, mina.
Muquirana – Chato, boboca, diz-se também de
sujeito ruim ao volante.
Ouriçar – Agitar, tumultuar.
Panaca – Bolha, otário.
Pano – Roupa, beca, roupa bonita.
Papo furado – cascata, mentira, situação
inverossímil.
Paradão – Vidrado, diz-se de quem bebeu
pouco e fica deprimido.
Paquerar – Ficar de olho, equivalente hoje
a azarar.
Patota – Turma, grupo de amigos unidos,
patota do bar, patota da praia etc.
Pedra Noventa – Sujeito importante ou peça rara, figura diferente, metido a original. Indivíduo legal, bom caráter, boa praça. Dizia-se também do sujeito perigoso, que carregava duas pistolas 45.
Pegar nas Coisas - fumar maconha.
Pelo – Cabelo, cabelão.
Pila – malandro
Pintar – aparecer, chegar, a mina pintou
na esquina.
Pirado – Maluco, psicopata, psíco
Pirulitar – ir embora.
Piso – sapato, sandália, calçado, chinelo,
pisante.
Pla
-Conversa, papo com a namorada, cantada.
Ponto – olhar de quem está te dando bola.
Pra Frente – Avançado, que se veste de
acordo com o último figurino.
Preju – Forma abreviada de prejuízo…
Proleta- Proletário, pobre
Quebrar a cara – sair-se mal em qualquer
tipo de tentyativa.
Sacar - ver,
perceber –
Trambique – Negócio geralmente ilícito,
golpe, levar um trambique,
Trolha – rabo-de foguete, tomar uma trolha
(tomar um preju)
Vivaldino – Malandro
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A carreata da PF lembra as motociatas do Bozoroca. Dessa vez ele está a caminho de receber um mimo: uma tornozeleira eletrônica na canela. Foto: Imagem reproduzida da Globo News |
A carreata ainda está nas ruas e nada se sabe ainda sobre a reação do demente Donald Trump, mas logo virá.
Trump é capaz de qualquer coisa. Inclusive se inspirar em um acontecimento histórico.
Em 12 de setembro de 1943, Adolf Hitler enviou um comando à Itália para resgatar o amigo Benito Mussolini aprisionado em um hotel dos Apeninos. Com a invasão dos Aliados à Sicília, a tutela da Itália pelos nazistas começava a ruir e o líder fascista havia sido deposto e preso.
Há muito a opinião pública e o STF buscavam uma resposta para uma dúvida atroz: onde diabos vai parar a dinheirama das emendas parlamentares ainda virtualmente secretas apesar da transparência que o STF exigiu? Uma operação da PF desfez o enigma nacional. A grana vai parar só no sapatinho de algumas excelências identificadas ou de fulanos das suas relações. As transferências são realizadas com sucesso através de convênios com ONGs, prefeituras, igrejas, obras em estradas e praças, shows de sertanejos e onde mais a imaginação dos pilantras levar.
A essa altura os editores já devem estar planejando um espaço/tempo fixo em jornais, portais e canais para absorver as denúncias de desvios das emendas parlamentares que pipocam em várias regiões do país. Talvez escalar correspondentes para cobrir o lamaçal das emendas. A moda do dinheiro sujo na cueca aparentemente passou. Os portadores de emendas parlamentares agora atuam só no sapatinho.
Deu Go Blues no Mundial. Os artilheiros João Paulo e Cole Palmer na Foto FIFA |
Em tópicos rápidos, um breve balanço da Copa do Mundo de Clubes.
* A FIFA acertou. O Mundial foi um sucesso.
* O principal diferencial: a qualidade do futebol exibido na maioria dos jogos de times que treinam constantement, ao contrário das equipes da Copa do Mundo de seleções que não dispõem de tempo para treinar. A Europa, aliás, leva alguma vantagem nesse quesito porque suas seleções participam de vários torneios extremamente competitivos, como Eurocopa, Liga das Nações, Eliminatórias etc.
* Um ponto positivo na arbitragem. Os árbitros em geral colocaram o VAR no seu devido lugar: ferramenta de checagem só foi acionada quando a arbitragem considerou necessária. É uma prática adotada com mais frequência na Europa. No Brasil, o VAR se acha no direito de "apitar" o jogo e interfere sem que o árbitro peça. Se o juíz é fraco tecnicamente ou não tem personalidade se transforma em mero "menino de recados" com apito.
* Uma curiosidade: jogadores brasileiros, principalmente aqueles que atuam aqui no patropi, não perdem a mania de se estender no gramado "enfeitando" faltas. Aconteceu várias vezes: o árbitro mandava seguir o jogo e a vítima da suposta falta ficava com cara de bobo e se levantava correndo para não deixar um atacante livre.
* Off futebol: a expressiva vaia a Donald Trump na final da Copa. A TV tentou esconder o que centenas de celulares registraram.
* Situação suspeita: o tal "protocolo de raios" que interrompia o jogo por tempo indeterminado. O serviço de meteorologia estadunidense sucateado por Trump não foi capaz de prever as tempestades que dizimaram o Texas. Conduto, foram rigorosas na caça aos raios que não vieram. Qualquer nuvem mais escura assustava as autoridades. Por que a suspeita? Enquanto drones mostravam pessoas andando normalmente nas ruas próximas, estádios eram esvaziados às pressas. Uma explicação aventada: com o "protocolo", os promotores dos jogos, FIFA, proprietários dos estádios, defesa civil etc, se garantem contra pagamentos de indenizações caso algum jogador ou torcedor seja fulminado por um raio. Simples assim. A interrupção das partidas desagradou os treinadores que alegaram prejuízo técnico para suas equipes. Um problema para a FIFA avaliar na Copa do Mundo de seleções em 2026 a se realizar nos Estados Unidos, México e Canadá.
* Quanto ao futebol propriamente dito aconteceu o esperado fosso entre os gigantes europeus e os demai times existe, pode ser decisivo, como foi, mas não é tão dramático. Flamengo, Botafogo, Palmeiras e Fluminense mostraram que essa distância poderá ser reduzida e a Copa do Mundo de Clubes deixa lições para os brasileiros.
* O Chelsea pode ser considerado primeiro campeão mundial de fato em um torneio realmente competitivo. Acabou o tempo em que um jogo só celebrava o "campeão" mundial, época da Taça Toyota. Depois a FIFA assumiu o torneio, acrescentou alguns jogos eliminatórios. Continuou irrelevante. Os campeões europeus não levavam a sério o negócio, era mais recreativo, mesmo assim conseguiram mais títulos. Agora temos de reconhecer que o Mundial ganhou enorme importância. Fora o título do Chelsea, os demais que guardam taças anteriores nas suas estantes são, digamos, sub campeões.
* O jogo final Chelsea 3 X 0 PSG foi bom, os franceses parecem ter sofrido um apagão, foram amassados pelo adversário. Vai ver a camisa branca deu azar. O Chelsea jogou com uniformae azul. A torcida francesa foi impedida de gritar o tradicional allez les bleus emprestado da seleção francesa. No caso, o bleu estava com o com os britânicos. Uma ironia do destino.
* Finalmente, um detalhe a aplaudir: os hinos nacionais foram eliminados da cerimônia. Quero dizer: a nota dissonante foi o encerramento com a presença de Donald Trump, a patriotada do hino americao, o exibicionismo de voo de caças. Típico deles. Trump, focalizado na tribuna, tinha cara de não estar entendendo de futebol. Parecia estar o tempo todo à espera de um touch down. No final, entrou em campo e invadiu a foto oficial como um papagaio de pirata red neck.
O Estadão publicou matéria sobre empresas privadas que lavam dinheiro para facções criminosas. No meio da lama tem posto de gasolina, empresas de construção civil, igrejas (sim, em nome de Jesus), Bitcoins, empresas ligadas ao futebol (a bola rola no crime), bets, fintechs e bancos digitais e ongs de saúde pública (muitas bancadas por "convênios" com igrejas) e por aí vai, segundo o quadro acima. Apesar disso ou por isso está parada no Congresso a votação da Lei Antimáfia. Faz sentido.
por Niko Bolontrin
A mídia brasileira ficou deslumbrada em um primeiro momento com o "protocolo" que esvaziava estádios diante da possibilidade de terríveis raios. Bom, o bombardeio elétrico não veio e até agora nenhum jogador ou torcedor do Mundial de Clubes foi fulminado. Depois, diante da reclamação de treinadores sobre possível interferência no resultado das partidas surgiram as primeiras críticas de narradores e repórteres. Foi esclarecido que o objetivo do protocolo é evitar que os promotores do jogo paguem indenizações a pessoas eventualmente atingidas por raios no ambiente dos estádios. Duas provas disso: drones mostraram pessoas andando normalmente nas ruas próximas; e os jornais americanos denunciam que a meteorologia tão elogiada pela mídia brasileira não funcionou no Texas onde a população não foi alertada para o temporal que matou dezenas de pessoas.
por Niko Bolontrin
O PSG foi chegando devagarinho na temporada 2024-2025 e faturou a Champions. Hoje, ganhou do Bayern Munique e confirmou a boa fase. A equipe francesa é candidata ao título de campeã do Mundial de Clubes da FIFA. A parada é dura. Pode não ganhar, claro, mas tem méritos para chegar lá. O PSG investiu montanhas de euros para contratar Neymar, Messi, Suarez, Mbappé e outros estrelados. O quarteto entregou pouco valor esportivo em troca. Foi suficiente para vencer campeonatos franceses, uma espécie de Série E da Europa, atrás de Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália. A conclusão inevitável é que o quarteto de craques levou um tremendo azar para o PSG. Não conquistou títulos nem nasceu grama onde ele pisaram. Dizer que quase ganha a Champions é quase bobagem. Não há taças para os "quase", só a decepção da torcida. No caso, o azar é eufemismo para a guerra de egos que tumultuava o vestiário do PSG. Como futebol é imprevisível, e aí está a graça da coisa, o time que reuniu jogadores experientes com talentos da base é o que brilha no momento. E o que aconteceu com o antigo quarteto mágico do PSG? Messi carrega o piano de um time recreativo em Miami; Neymar não sabe o que é bola há anos; Suárez cumpre com muita dignidade sua reta final de carreira; Mbappé, o mais novo dessa corriola, se destaca no Real Madrid, diga-se, mas faz parte da pior temporada do time espanhol nos últimos anos. Tentará provar em 2025-2026, que será capaz de fazer diferença no campo sem grandes conflitos no vestiário. Não brinquem com a urucubaca.
A temida polícia de caça aos imigrantes é ameaça potencial à entrada de atletas nos Estados Unidos. |
por José Esmeraldo Gonçalves
Há poucos dias uma delegação esportiva de Cuba foi impedida de entrar nos Estados Unidos. Recentemente o mesatenista brasileiro Hugo Calderano foi barrado quando estava a caminho de um torneio em Las Vegas. A razão para cancelar o visto? O passaporte do atleta indicava uma visita anterior a Cuba. Quer dizer: o fato de Calderano ter ido competir em Havana o transformou - aos olhos do U.S. Immigration and Customs Enforcement's (ICE), a "Gestapo" trumpista - em um perigoso agente capaz de espionar, talvez, as mesas de jogo, a prostituição e a circulação de drogas na movimentada The Strip. A julgar por esse tipo de restrição à entrada de atletas será preciso cautela em relação à escalação dos Estados Unidos como sede de eventos esportivos internacionais.
Ano que vem o país de Trump recebe a Copa do Mundo de Futebol, junto com México e Canadá. Jogadores e torcedores correrão o risco real de serem vetados pelos motivos mais aleatórios.
A China está fora da Copa. A Rússia também não vai em função das sanções políticas. Belarus disputará as Eliminatórias. O Brasil não é bem cotado na Casa Branca. Tem relações com China, Irã, Rússia, Palestina - quarteto que irrita Trump - e faz parte dos BRICS. Além disso, elementos da seita bolsonarista homiziados nos Estados Unidos mobilizam a ultra direita republicana para incluir o Brasil na lista de cancelamentos políticos e comerciais. É impossível prever até onde vai a escalada ditatorial de Trump, que tem golpeado uma a uma as instituições democráticas dos Estados Unidos, e saber como estará a situação em junho de 2026, mas é prudente que o treinador Carlo Ancelotti escale a seleção brasileira só depois de os jogadores passarem pelo guichê policial do aeroporto.
"Mistério na Glicério" (Terceiro capítulo - por Roberto Muggiati.O blog Panis Cum Ovum publica o folhetim noir "Mistério na Glicério", por Roberto Muggiati, originalmente lançado no República, voz não-oficial da República Independente de Laranjeiras, editado quinzenalmente por Ricardo Linck, do Maya Café.
* Nesta abertura, Muggiati homenageia a estética das páginas duplas da Manchete.
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Irineu Guimarães |
Pessoas em campo aberto podem ser atingidas por raios. Há casos fatais. Isso todo mundo sabe. O Brasil, por exemplo, está entre os campeões de incidência de raios do mundo. Estatisticamente, somos mais fulminados do que os Estados Unidos. Perguntem aos meteorologistas.
O Mundial de Clubes em estádios do território de Trump revelou ao mundo o "protocolo" que paralisa os jogos. Está em vigor desde 2012 quando uma pessoa que asistia a uma corrida da Nascar foi alvo de um raio fatal, mas ganhou visibilidade internacional no atual torneio da FIFA. No ano passado, nessa mesma época, aconteceu a Copa América, da Comenbol, com jogos em alguns dos mesmos estádios de agora, sem que a protocolo fosse acionado. Supõe-se que a FIFA não impôs condições e aceitou a restrição que interompe as partidas.
Nuvens um pouco mais escuras e carregadas de energia assustam os técnicos e logo eles emitem ordens para esvaziar arquibancadas e campos, mandando jornalistas, jogadores, pessoal de serviço e torcedores em êxodo rumo aos "porões" dos estádios. Lá a turma mofa durante 30 minutos. Se as nuvens não se mandarem, a restrição é prorrogada por mais 30, e assim sucessivamente. O jogo Benfica e Chelsea, por exemplo, parou por quase duas horas. O intervalo forçado aparentemente agradou ao time inglês que parecia fisicamente menos depauperado. O Chelsea voltou revigorado e goleou os portugueses. Ou seja, o raio que não veio pode ter interferido no placar do jogo.
Você deve se perguntar sobre um motivo à parte e não divulgado do tal "protocolo". Ao mesmo tempo em que o público era confinado, um drone que sobrevoasse as imediações dos estádios mostraria pedestres e carros circulando tranquilamente nas ruas próximas. O protocolo não está preocupado com eles, nem com os raios que eventualmente os partam. Qual a razão da coisa? Evitar que pessoas eventualmente atingidas no ambiente do jogo processem governos, seguradoras, proprietários dos estádios e promotores dos jogos, no caso a FIFA, ou espetáculos em geral. Estados Unidos é paraíso de advogados. Lá, se você é atropelado, o causídico chega antes da ambulância. Faz sentido.
Felizmente, em todas ocorrências do tipo, os raios esperados pelos gringos meteorologistas não apareceram no pedaço e nem fulminaram jogadores e torcedores.
Protocolo Brasileiro
Não temos vulcões nem furacões e os principais estádios têm cobertura parcial. No Mundial de Clubes foram vistas algumas arquibancadas inteiramente descobertas. Nosso protocolo esportivo para emergências é menos complexo. Cabe ao árbitro do jogo, diante de uma emergência, consultar autoridades para dimensionar o problema (quase sempre inundações provocadas por fortes chuvas, estaod do grmado, flata de iluminação etc) é, em seguida, paralisar a partida. Se o problema persistir, o árbitro tem o poder de encerrar a partida passado um tempo regulamentar de espera (30 minutos). A complementação do jogo será marcada para outra data. A situação é resolvida no campo esportivo em contato com serviços públicos ou privados apropriados. Sem misturar as coisas, as autoridades civis acionadas cuidam da parte que lhes cabe: a segurança das pessoas. Caso a interrupção aconteça decorridos 30 minutos ou mais do segundo tempo, será validado o placar do momento da paralisação.
O deslumbramento dos comentaristas e apresentadores brasileiros
O protocolo pegou de surpresa os jornalistas brasileiros. Os mais afeiçoados ao Tio Sam em princípio saudaram o a medida sem críticas e até, no caso de um dos narradores da Globo, certa exaltação "ridícula". Não atentaram para a Copa do Mundo de seleções, ano que vem, que terá os Estados Unidos como uma das sedes, ao lado de México e Canadá. O protocolo que pode suspender um jogo por duas horas ou mais poderá levar a Copa ao caos, caso seja acionado nas diversas partidas em território estadunidense. A sorte é que México e Canadá não têm esse protocolo restritivo e, pelo menos nas partidas que vão sediar, o caos eventualserá evitado. Melhor a FIFA levar para a Copa o Cacique Cobra Coral especializado em impedir chuvas e raios.