quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Dilma Rousseff e o Congresso "vendem" no "Black Friday" parte da segurança da Olimpíada 2016

por Flávio Sépia 
O governo brasileiro está vendendo tudo. E com desconto. "Fazemos qualquer negócio" e o mote para injetar alguns trocados no caixa da União. A mais recente mercadoria a chegar ao balcão de negócios é a da segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Dilma sancionou lei aprovada pelo Congresso que dispensa exigência de visto para estrangeiros durante quatro meses, de julho a setembro do ano que vem. Os autores do projeto são os deputados Alexa Manente, do PPS, de São Paulo, e Carlos Eduardo Cadoca, do PCdoB, de Pernambuco. 
A aprovação no Congresso foi do tipo simbólica. Aquele jeitão de "votação" em que um sujeito engravatado fala para outros idem que estão espalhados pelo plenário, às vezes sem nem prestar atenção: "se concordarem fiquem como estão", "aprovado"... e o engravatado vai em frente lendo outros projetos. 
O vacilo legislativo deve atender ao interesse de empresários da área turística que defendem um liberou geral que leve mais alguns dólares para suas contas. 
Diz-se que a área militar do governo foi contra, queria que Dilma vetasse o tal projeto. Mas a presidente, do alto do seu conhecimento em matéria de segurança internacional, entendeu que a liberação do visto não afeta a paz dos Jogos. 
Uma aposta complicada diante de um evento que trará delegações e chefes de Estado de vários países que estão na mira do Estado Islâmico. 
Especialistas contestam a medida e dizem que o país, para atender empresários, abre mão de uma importante etapa de controle de entrada de estrangeiros. A lei dos deputados significa, também e na prática, um abre as pernas diplomático. O Ministério das Relações Exteriores defende a regra da reciprocidade, ou seja, visto exigido para país que exige visto. Também não foi ouvido. Como a lei é autorizativa, espera-se que o Ministério das Relações Exteriores e da Justiça  estudem melhor o tema e não editem a portaria que vai oficializar a porteira aberta.
Curiosamente, o Congresso aprovou essa lei dos sem-visto mas tem segurado a Lei Antiterrorismo, que enquadra os crimes do gênero e é considerada importantíssima para dar respaldo às ações de prevenção durante as Olimpíadas. 
O Brasil não tipifica em lei os crimes de terrorismo. Duvida? Pois saiba que se o elemento fundamentalista detonar uma bomba por aqui vai ser enquadrado, no máximo, por homicídio doloso, cumprirá um sexto da pena, se for condenado, e logo vai passear com o cinto-bomba. Pode até ser enquadrado apenas por "porte de arma", pagar fiança e seguir a vida. Se for menor de idade, será "inimputável" e voltará às ruas pronto para retomar o ofício.   
Dispensar vistos durante a Rio 2016 e não aprovar, até agora, a lei antiterror são contribuições do Brasil ao mundo após a ação assassina dos terroristas islâmico em Paris. 

Grazi na GQ...

Grazi Massafera foi escolhida a Mulher do Ano pela edição brasileira da revista GQ. Veja o vídeo, clique AQUI

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Calendário Campari 2016 vem com Kate Hudson...



por Clara S. Britto
A atriz Kate Hudson, 36, e tema do Calendário Campari 2016. É a 17° versão da peça promocional que sempre captura estrelas de Hollywood para a folhinha. Em anos anteriores, Jessica Alba, Eva Grenn e Penelope Cruz ilustraram o calendário. O ensaio foi fotografado por Michelangelo di Battista e Kate veste Versace e calça Louboutins.

Uma cápsula salva-vidas contra desastres aéreos... E não é invenção do professor Pardal...


por Omelete
O engenheiro aeronáutico Vladimir Tatarenko desenvolveu um projeto que, se realizado, pode salvar vidas na aviação civil. A ideia é transformar o interior dos jatos em uma grande cápsula de salvamento. Em caso de problema em vôo, bastaria apertar um botão, a cápsula seria ejetada pela traseira do avião, com a cabine de passageiros inteira. Paraquedas e retrofoguetes tornariam suave a queda. Em caso de lançamento ao mar, flutuadores infláveis seriam acionados. O próprio inventor acredita que seu projeto será mais viável em aviões pequenos ou de porte médio. Um vídeo no You Tube mostra como seria a cápsula salva-vidas que, por ser ejetada pela traseira das aeronaves, só poderia funcionar em aviões de cauda alta, o que não é o caso, por exemplo, dos Boeing e Airbus.
VEJA COMO FUNCIONARIA A CÁPSULA, CLIQUE AQUI 


Como fazer dinheiro sem cansar a beleza...

Reprodução

por Omelete
Modelo, empresária (tem uma linha de roupas, incluindo moda praia, e se prepara para explorar sua marca em outros produtos), uma das angels da Victoria Secret,  e até com uma participação especial em uma filme do 007 (Cassino Royale), a brasileira Alessandra Ambrosio está na capa da revista Maxim. O ensaio foi feito pelo fotógrafo Gilles Bensimon.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Armazenar o vento: Tecnologias para serem levadas a sério

(do Site Inovação Tecnológica)
Embora um discurso infeliz possa transformar qualquer coisa em motivo de piada, o armazenamento de energia eólica - assim como o armazenamento de energia solar - é um assunto que está sendo levado a sério por engenheiros e cientistas de todo o mundo.
Não sendo possível armazenar ou dosar o vento ou a luz do Sol - ainda que o ar líquido não seja nenhum absurdo -, é possível armazenar a energia gerada por eles, para que essa energia possa ser usada mais tarde ou em um fluxo constante.
LEIA MAIS NO SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, CLIQUE AQUI

Fotomemória: no tempo em que inauguração de cabine policial merecia solenidade com direito a discurso...

Foto/Arquivo Pessoal/Santos
A foto é dos arquivos do Santos, segurança gente boa que trabalhou na Manchete durante anos. Mostra um flash curioso nos jardins em frente às redações do Russell. Houve uma época em que cabines policiais foram implantadas em vários bairros, no Rio. Na maioria, eram equipamentos doados à PM por empresários e até associações de moradores. O prédio da Manchete, como se sabe, ficava de frente para o Aterro. Era frequente, como até hoje, pivetes assaltarem pedestres e correrem para os jardins do Parque. Perto dessa cabine havia dois pontos de ônibus muito utilizados por funcionários, outros estacionavam seus carros nas proximidades. Não foram poucas as vítimas de assaltos na região. Daí, a cabine foi festejada. Na foto, a inauguração solene, com a presença de Adolpho Bloch e comandantes da PM. À direita, Murilo Mello Filho confere o texto que oficializava a entrega da cabine com as devidas palavras de agradecimento. Um breve instante do passado. A cabine, o tempo levou e já não se encontra no local. mas ficou a foto-memória.

Editora Escala "terceiriza" seis revistas e demite as respectivas redações

Segundo o Portal Imprensa, a Editora Escala anunciou nesta segunda-feira (23/11) a "terceirização" de seis títulos — Dieta Já, Meu Pet, Casa & Construção, Decora Baby e Construir Mais por Menos. Com a medida, foram demitidos todos os jornalistas e demais profissionais das redações. Ainda segundo o site, a Escala não deu maiores explicações aos funcionários.

As melhores capas de 2015, segundo a ANER, em um ano em que o personagem principal das revistas foi um ser invisível: ele, o passaralho...

A moribunda edição brasileira da  Playboy, que deixa de circular em dezembro, ganhou, na categoria popular, o Concurso de Capas da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner). O povão gostou de ver a funkeira Tati Zaqui como estrela nua.
Já o voto do júri do concurso foi para a capa da revista Nova Escola. Obviamente, o voto popular impressionou-se com a sensualidade da funkeira em si e não com a capa normalzinha gráfica e conceitualmente. Vamos combinar que também na arte a Playboy já viveu dias melhores. Confira você mesmo, nas reproduções,. Já a Nova Escola, com uma capa graficamente bem resolvida, teve a seu favor a força do tema focalizado. Saiu-se bem e optou por não ousar. Foi cautelosa e não apelou ao tratar um tema polêmico e suficientemente quente.
No mais, não se pode dizer que foi um ano brilhante para revistas que vivem uma crise dupla: a do momento da economia e a da identidade perdida diante do avanço dos meios digitais. Com queda de circulação, qualidade editorial em curto-circuito, redações desfalcadas, sobrecarregadas, com menos gente e acúmulo de funções, e ainda com veículos abrindo mão de profissionais experientes, o clima é de sobrevivência e não de criatividade.
Talvez desanimados com a crise do setor e assolados por essa onda de demissões, os designers ficaram no feijão-com-arroz.
Aliás, vários dos editores e artistas concorrentes estão entre os profissionais que perderam o emprego. Não dá para culpá-los pela falta de pique. Muitos criaram as capas com, literalmente, um passaralho pousado ao lado. O que, convenhamos, não é exatamente um estímulo.
Uma curiosidade: entre as finalistas não havia nenhuma das revistas que levaram para as bancas sucessivas capas de "escândalo".
Não há o que comemorar. O dado mais triste para o setor é mesmo a estatística que fecha o ano com centenas de jornalista demitidos. Incluindo jornais, o número ultrapassa 4 mil demissões nos últimos dois anos e meio.
Um tema que não rendeu capa.
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Direito de Resposta-2

por Luís Nassif (do GGN) 
Dizem os porta-vozes da mídia que a implementação da Lei de Direito de Resposta inviabilizará a liberdade de imprensa.
Seria o mesmo que a indústria automobilística afirmar que a obrigatoriedade do air bag e do extintor de incêndio inviabilizariam a produção de veículos. Ou os fabricantes de geladeiras sustentarem que a obrigatoriedade de certificados de eficiência energética inviabilizaria a produção de geladeiras. Ou ainda os laboratórios farmacêuticos exigirem o fim dos certificados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a comercialização de remédios.
Houve a mesma grita quando o Código de Defesa do Consumidor foi implementado no Brasil. Era o país antigo, de economia fechada e sem direitos do consumidor, reagindo contra os ventos da modernidade. Alegava-se que cuidados adicionais encareceriam os produtos a ponto de afastar os consumidores; os custos seriam excessivos etc.
O que ocorreu de lá para cá foi o aumento gradativo da qualidade dos produtos, empurrados pelas exigências do consumidor, devidamente amparadas por lei.
É assim que as modernas economias de mercado se aprimoram. Criam condições de defesa do consumidor - impedindo concentração de poderes e dando armas de defesa. Estes passam a recorrer aos novos instrumentos. Como consequência, as empresas se adaptam às novas exigências, tornando-se melhores.
O pior produto: a informação
Hoje em dia o produto de consumo de pior qualidade do mercado são as notícias dos grandes veículos. Se houvesse uma Lei de Defesa do Consumidor de notícias, em vez de vítimas de ataques pleiteando direito de resposta, haveria milhares de leitores reclamando contra manchetes e capas vendendo conteúdos que não se confirmam. Seria um recall permanente.
A Lei de Direito de Resposta não impõe multas, não inviabiliza financeiramente os veículos. Apenas os obriga a serem criteriosos na divulgação dos fatos e cautelosos nos ataques a pessoas. Ou seja, obriga-os a fazer jornalismo sério. A punição consiste em publicar a versão do atingido.
Os resultados já podem ser avaliados nas últimas semanas. Reduziu-se drasticamente o esgoto vindo dos jornais, a adjetivação sem sentido, os ataques não-fundamentados. Os editores provavelmente estão exigindo dos repórteres mais dados para confirmar informações delicadas; provavelmente matérias críticas voltam a ser submetidas ao Departamento Jurídico.
É esse cuidado – básico em qualquer jornalismo sério – que, em seu libelo contra a lei, Mirian Leitão taxa de “autocensura”. Sua opinião é a mesma do vendedor, que critica a área de qualidade  por exigir aprimoramentos no produto final, visando resguardar a empresa de processos propostos por órgãos de defesa do consumidor. Seu negócio é vender qualquer coisa.
Construção da lei 
De qualquer forma, há um longo caminho na formação da jurisprudência. E ela será formada a partir de decisões de centenas de juízes de primeira instância. Posteriormente, caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal) definir normas e limites, mas a partir da análise concreta de sentenças proferidas.
A jurisprudência se forma na análise de casos. E o Judiciário, a partir de agora, deverá se aprofundar nas características da notícia jornalística.
No início, os julgamentos deverão se concentrar nas ofensas diretas e mentiras divulgadas.
Mas há diversas maneiras de contar uma mentira meramente não contando a verdade toda. Uma delas é a escandalização de fatos irrelevantes. Exemplo maior é o “escândalo” com a compra de tapioca com cartão corporativo. Contou-se rigorosamente a “verdade”: Orlando Silva comprou uma tapioca com um cartão corporativo. A partir daí montou-se uma campanha de difamação que deixou para a opinião pública a imagem de um servidor público desonesto.
Ou seja, a manipulação das ênfases é uma das formas mais empregadas de crime de imprensa.
Outro golpe frequente é somar valores recebidos em longos períodos e divulgar como se fosse um grande escândalo.
Outro atentado à boa informação é a combinação com a fonte – em geral ligada às investigações. A fonte “desconfia” de determinado fato e transmite a desconfiança ao repórter. O jornal publica a “desconfiança”, mesmo que não tenha nenhuma evidência maior a respeito. E como a Constituição garante o sigilo de fonte, fica-se nesse papai-mamãe que estupra a objetividade jornalística.
Esse estratagema tem sido utilizado abundantemente nas grandes investigações policiais.
Os méritos da regulação
Nem se pense que esse céu de brigadeiro da notícia nos últimos dias permanecerá por muito tempo. Não se recupera a qualidade jornalística em um piscar de olhos. O esgoto jornalístico é um vício, assim como o exercício da pornografia ou o uso do crack. Mas, ao contrário dos programas de redução de danos das pessoas físicas, no caso das jurídicas o único caminho de desintoxicação é a regulação.
No final dos anos 90, diversos artigos que escrevi na Folha sobre o bom e o mau jornalismo foram encaminhados aos editores por donos de empresas das mais diversas – do Ruy Mesquita no Estadão ao Roberto Civita da Abril. Por trás desses cuidados, pairava um projeto de lei visando enquadrar a mídia. Foi só o projeto de lei ser abandonado para a mídia brasileira ingressar na era da infâmia.
Sugere-se aos Ministros do STF - que em breve apreciarão a matéria - que pesquisem a reação dos grupos de mídia contra a mera indicaçãoeu  etária para os programas, lá pelos idos de 2003. A Globo colocou na linha de frente diversos colunistas bradando que seria o fim da liberdade de expressão.
Cada tentativa de regulação, por mais tímida que seja, provoca gritos, invocando princípios constitucionais de liberdade de expressão que não se aplicam de maneira restrita à imprensa. É sempre a falsa ameaça de que regular significará comprometer a liberdade de expressão, valendo-se, para tanto, do parco conhecimento do Judiciário em relação ao ofício da imprensa.
Com essa limitação ao seu poder de difamar, manipular ou mentir, certamente restará aos grupos de mídia se restringir ao seu ofício nobre: informar e argumentar de forma civilizada.
Se praticarem corretamente essa “autocensura” é até possível que os grandes veículos nacionais consigam atingir níveis de qualidade similares aos dos grandes veículos das economias modernas.
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Direito de Resposta-1

O Direito de Resposta e as Nove Leis de Mirian Leitão
por Luis Nassif
A jornalista que quase provocou uma crise política porque um internauta colocou em sua biografia, na Wikipedia, que ela tinha errado algumas projeções econômicas, considera mera quirera o juiz “parar o que está fazendo”, para restabelecer a imagem da vítima do ataque de imprensa. Em seminário sobre imprensa, neste final de semana em Tiradentes, Mirian acalmou os jovens estudantes quanto ao receio de não terem liberdade para praticar jornalismo nos grandes jornais:
- Em trinta anos no Globo, jamais tive uma opinião minha censurada.
Os jovens jornalistas arregalaram os olhos; os veteranos, sorriram e trocaram olhares divertidos. Só jamais teve uma matéria censurada quem jamais ousou arrostar os limites impostos pelo jornal.
Em recente almoço com João Roberto Marinho, um integrante do governo ouviu dele a seguinte declaração, a respeito de um tema polêmico:
- Vou falar para a Mirian escrever sobre esse tema.
É evidente que Mirian fala por ela, mas sempre em temas acordados aberta ou tacitamente com a casa. E também é a voz dos Marinhos, talvez a voz mais qualificada, dentre os jornalistas das Organizações Globo, mas, ainda assim, uma voz da casa.
E não se pense depreciativamente. Mirian conseguiu uma imagem forte que faz com que os Marinhos recorram a ela para temas de seu interesse que, na boca da própria Globo, se tornariam suspeitos.
Essa circunstância confere à jornalista inúmeros benefícios: visibilidade, influência, prestígio, um enorme mercado de palestras.
Mirian é uma legítima beneficiária desse pacto com o grupo. Mas se recusa a admitir a contrapartida oferecida - endosso total às teses de interesse do grupo - para deixar a impressão que conquistou o direito de ter opinião própria graças exclusivamente à sua competência e prestígio junto ao público. Tão amplo e irrestrito é seu endosso ao grupo que tomou o lugar dos editoriais de O Globo para atacar a Lei que instituiu o direito de resposta com uma gana maior que os próprios editoriais.
Resposta aos abusos
Essa Lei é a primeira reação à falta de limites da mídia, especialmente depois que liquidaram com a Lei da Imprensa através do Ministro Ayres Britto – que, mais tarde, tornou-se lobista da mídia.
Draconiana ou não, a lei responde aos abusos que ocorreram na mídia nos últimos anos, em parte devido ao fato dos decanos da imprensa, os colunistas com condições de fazer o contraponto, jamais terem tido a coragem de se insurgir contra abusos que desmoralizavam a própria profissão.
Houve raríssimas exceções nas intervenções pontuais de um Jânio de Freitas, um Boechat, nos contrapontos do Juca Kfoury. Os que, como Mirian, deveriam atuar como figuras referenciais jamais ousaram para não colocar em risco uma situação profissional cômoda.
Agora, se tem essa situação.
Jornalista da Folha, Vera Guimarães resgata princípios de direitos individuais ao alcance de quem se propõe a estudar com isenção o tema. Faz a autocrítica e critica os veículos que “vivem de apontar os defeitos e o monopólio da grande imprensa”
Diz ela:
 (...) Jornalistas erram como qualquer outro profissional, com a diferença de que seus erros, além de públicos, são magnificados na exata proporção da visibilidade dada à notícia. É essa equação que torna um erro em manchete muito mais grave.
(...)  Os meios de comunicação estão de cheios de erros e figuras menores que não merecem o mesmo cuidado.
O cenário é tanto pior quanto menor, mais distante, partidarizado ou regionalizado for o veículo. Parece não ter caído a ficha de que a correção não é uma liberalidade eventual nem pode variar de forma e tamanho ao sabor da ocasião; ela é contrapartida indissociável da responsabilidade (e do privilégio) de quem é pago para informar.
Sem essa consciência, é difícil defender sem reservas a autorregulação da mídia, ideal acalentado pelas entidades do setor. Seria apostar numa boa vontade que a maior parte de profissionais e meios não tem demonstrado, inclusive (ou principalmente) veículos que vivem de apontar os defeitos e o "monopólio da grande imprensa".
A falta dessa consciência só leva água ao moinho dos que querem enquadrar a liberdade de informação –e a nova lei do direito de resposta traz itens exemplares dessas tentativas.
A coragem da autocrítica confere-lhe legitimidade para a crítica correta inclusive contra os que emulam os vícios da mídia que se pretende combater.
A estratégia da Globo com o Direito de Resposta
Já  artigo de Mirian insere-se em uma estratégia óbvia das Organizações Globo.
Para não legislar em causa própria, recolhem as armas e mandam à arena seus colunistas – como se representassem uma opinião pública impessoal, extra-Globo-, servindo de reforço para tentativas de sensibilizar o STF (Supremo Tribunal Federal) a partir do trabalho de Gilmar Mendes e de Ayres Britto.
O resultado foi um artigo onde Mirian vale-se de todo o estoque de sofismas que marcou o a atuação da mídia nesses tempos de caça às bruxas: desde invocar ameaças bolivarianas até inverter a força dos oponentes.
Trata-se de um Manual de Como Sofismar, segundo Mirian Leitão.
Vamos extrair algumas lições de como sofismar em defesa de uma causa pouco defensável.
Primeira Lei de Mirian – em qualquer tema envolvendo prerrogativas da imprensa, a probabilidade de surgir um argumento que equipare a regulação à ditadura militar aproxima-se de 1 (100%).
É uma variante offline da Lei de Godwin, que reza o seguinte:
À medida em que cresce uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou o nazismo aproxima-se de 1 (100%).
Poderia ser chamada de a Primeira Lei de Mirian:
 (...) A norma sancionada pela presidente Dilma faz a Lei de Imprensa do governo militar parecer democrática. Ela estabelece ritos sumários, dá prazos fatais aos juízes, estabelece que o “ofendido" pode exigir reparação no mesmo espaço e na edição seguinte do jornal, noticiário de rádio e televisão.

Segunda Lei de Mirian -  chame uma ideia defensável por um nome diferente visando conferir-lhe um significado diverso, de forma a confundir o oponente.
Também é conhecida como “manipulação semântica” e consiste, segundo Schopenhauer, em “chamar as coisas por um nome que já contenha o juízo de valor que queremos que seja aceito”.
Na prática, a Segunda Lei de Mirian tem esse tipo de utilização:
Existe a notícia errada que deve, claro, ser corrigida. Mas o texto fala que “ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação gratuito e proporcional ao agravo”. O governo e o Congresso chamam isso de regulamentação, mas a lei foi feita para intimidar jornalista e trazer de volta a autocensura.
Na Inglaterra, aqui mesmo, nos idos dos anos 90, os próprios jornais apresentavam a auto-regulação como alternativa a uma regulação externa. Jamais se auto-regularam. Mirian inova e trata a auto-regulação como autocensura.
O que ela banaliza – alguém se sentir ofendido – é a caracterização penal de injúria, crime previsto no Código Penal.
Terceira Lei de Mirian – se uma Lei tem implicações sociais, procure minimizar os resultados e maximizar os custos.
Há um excelente estudo de caso nas análises do Globo sobre políticas sociais.
Mirian aplica os princípios na Lei.
Considera “espantosamente autoritários” o prazo para o juiz decidir e a aplicação da multa diária em caso da publicação não conceder direito de resposta.
A jornalista que quase provocou uma crise política porque um internauta colocou em sua biografia, na Wikipedia, que ela tinha errado algumas projeções econômicas, considera mera quirera o juiz “parar o que está fazendo”, para restabelecer a imagem da vítima do ataque de imprensa.
Reparar a reputação de alguém que foi alvo de uma tentativa de assassinato de reputação é tarefa menor? Que história é essa? A gravidade do crime de imprensa é diretamente proporcional ao tempo que demorou para se corrigir o ataque.
Diz ela:
Há trechos da lei espantosamente autoritários. Estabelece prazo exíguo para o juiz decidir, e autoridade para que ele aplique multa diária ao órgão de imprensa, mesmo que a pessoa atingida pela matéria não tenha pedido. “Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 horas mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação para que em igual prazo apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu e no prazo de três dias ofereça contestação”. Ou seja, o juiz tem que parar o que estiver fazendo para, em 24 horas, mandar citar o órgão de imprensa, que tem apenas 24 horas para se defender e três dias para contestar. Em menos de uma semana, esse rito que a lei chama de “especial” tem que ser cumprido.
Quarta Lei de Mirian – apresente situações hipotéticas falsas para desqualificar as consequências da iniciativa que se pretende combater.
A lei fala em “ofendido" e “agravo” sem estabelecer o que seja isso. Ela torna a opinião um crime, e quem a emite, um réu. Recentemente um deputado me ligou pedindo “reparação”. Eu argumentei que ele teria que pedir reparação também aos seus colegas que fizeram, no plenário, as mesmas críticas que eu fiz no meu artigo. Era sobre a lei da repatriação que abre possibilidade de entrada de dinheiro no exterior proveniente de diversos crimes. Na vigência da lei 13.188 o que teria acontecido? Eu teria que publicar que o projeto não diz o que o projeto diz, porque o “ofendido" poderia considerar o meu texto um “agravo”?
Mirian recorreu a um dos princípios de Schopenhauer: o falso silogismo.
Consiste no seguinte:
·      O deputado ligou para pedir uma correção de erro que Mirian disse não ter cometido.
·      Se basta se sentir “ofendido” para requerer, todo mundo irá requerer o direito de resposta.
·      Se a Lei estivesse em vigor, ela teria que publicar a resposta.
Sabe porque o mediador da Lei se chama juiz? É porque ele arbitra os casos. A seu juízo define o que é ofensa e o que é agravo. Isso ocorre desde que, alguns séculos atrás, definiram o formato do Judiciário nas democracias.
O caso apresentado nada tem a ver com a Lei, porque, para não atrapalhar o argumento, Mirian esqueceu de incluir a figura do juiz para arbitrar se o deputado tem ou não razão.
Quinta Lei de Mirian – o estratagema de alternativa excludente.
Consiste em contrapor a determinada questão, um conjunto de questões legítimas, como se fossem alternativas a ela. Embora nada tenham de excludentes.
Esta legislatura está atormentando o país. Aprova com rapidez leis que ameaçam a estabilidade fiscal e deixa paradas propostas para reorganização das contas públicas. Usa a tramitação de projetos de aumentos de gastos, a tal pauta-bomba, como forma de atacar o governo, e não é o governo que está ameaçando, mas sim o país como um todo. Há uma série de iniciativas polêmicas que avançam como o Código de Mineração, que dá mais poderes aos mineradores contra a lei ambiental; a proposta de dar ao Congresso o poder de definir a demarcação de terras indígenas, a que libera o uso de armas e cerceia o direito das mulheres.
Sexta Lei de Mirian – o estratagema da desqualificação institucional.
Este é mais manjado porque frequentemente utilizado como argumento econômico.
No caso, Mirian se vale do álibi Eduardo Cunha para desqualificar a lei.
Até pouco tempo atrás Eduardo Cunha era blindado pelo grupo para quem Mirian trabalha. Enquanto serviu, foi usado. E o que isso tem a ver com a Lei de Direito de Resposta? Nada.
Seria o mesmo que afirmar: enquanto os Marinho não esclarecerem sua participação na compra de direitos esportivos da CBF, tudo o que a Mirian escrever sobre economia deve ser colocado sob suspeita.
Se fosse apenas uma legislatura conservadora já seria uma infelicidade. Mas ela é pior que isso, porque as duas casas são comandadas por pessoas que estão sob grave suspeição. O pior caso é o do presidente da Câmara que dá explicações bizarras para justificar o dinheiro em contas na Suíça que afirmara não ter.
Sétima Lei de Mirian – utilize algum personagem fraco do setor que você pretende defender, para não parecer que está do lado dos fortes.
É recurso muito utilizado para justificar juros altos – não pode baixar senão vai prejudicar o pobre do pequeno poupador.
No seu artigo, Mirian sofisma para espantar a ideia de que a Lei do Direito de Resposta garante o fraco (o cidadão) contra o forte (a imprensa).
Este Congresso, assim constituído, aprova uma lei que ameaça os jornalistas. O maior risco é dos veículos menores, ou repórteres independentes que não tenham uma estrutura jurídica grande e rápida.
As maiores ações contra veículos menores partem da própria imprensa. Das sete ações que respondo, cinco são de jornalistas bancados pela estrutura jurídico das empresas nas quais trabalham, Abril e Globo. A sexta é de um Ministro, Gilmar Mendes, aliado da Globo. E a última é de Eduardo Cunha.
Quanto à Lei, o máximo que poderá ocorrer com veículos maiores e menores será publicar a reposta do atingido.
Oitava Lei de Mirian – use as crenças do seu oponente contra ele.
É uma livre adaptação de um dos princípios de Schopenhauer.
Use as crenças do seu oponente contra ele. Se o seu oponente se recusa a aceitar as suas premissas, use as próprias premissas dele em seu favor. Por exemplo, se o seu oponente é membro de uma organização ou seita religiosa a que você não pertence, você pode empregar as opiniões declaradas desse grupo contra o oponente.
Como Mirian aplica a Oitava Lei de Mirian:
Dilma diz com frequência que prefere uma imprensa crítica a uma imprensa silenciada, mas acaba de, com atos, desdizer o que diz. Não é a primeira vez que ela fala algo e faz o oposto. Agora, a presidente está sendo coerente com leis de inspiração bolivariana que vicejam em países como Venezuela, Equador e Argentina. O que nos resta é confiar que o Supremo Tribunal Federal, que revogou a Lei de Imprensa do governo militar, derrube mais esse atentado à liberdade de imprensa.
Nona Lei de Mirian – taxe a ideia a ser combatida como bolivariana, mesmo que ela seja inspirada nas democracias europeias.
TEXTO PUBLICADO NO SITE GGN, CLIQUE AQUI








domingo, 22 de novembro de 2015

ONU condena mortes de dois comunicadores no Brasil e pede mais proteção para profissionais da mídia

Foto: ONU/Sylvain Liechti

Escritório de direitos humanos da ONU para a América do Sul (ACNUDH) condenou em nota as mortes a tiros do radialista comunitário Israel Gonçalves Silva, em Pernambuco, e do jornalista e blogueiro Ítalo Eduardo Diniz Barros, no Maranhão. “Nos últimos anos, o Brasil vem aparecendo entre os países mais inseguros da região e do mundo para o trabalho dos comunicadores sociais”, disse o representante da ONU.
“Condenamos as mortes dos dois comunicadores e chamamos as autoridades a investigar e sancionar os responsáveis por esses crimes, para que fatos como esses não fiquem impunes”, afirmou o representante para América do Sul do ACNUDH, Amerigo Incalcaterra.
Juntamente com o manifesto de solidariedade com as famílias das vítimas, Incalcaterra expressou que a violência, intimidação e represálias fazem parte do dia a dia de muitos comunicadores sociais no país por conta de seu trabalho. Ele pediu às autoridades para adotar medidas efetivas para protegê-los.
“Nos últimos anos, o Brasil vem aparecendo entre os países mais inseguros da região e do mundo para o trabalho dos comunicadores sociais”, disse o representante regional. “O Estado deve adotar medidas urgentes para proteger a vida e a integridade física desses profissionais e reverter esse triste quadro”, expressou.
Incalcaterra pediu também para implementar a recomendação feita pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Brasil sobre a criação de um Observatório da Violência contra Comunicadores.
O representante relembrou que, em resposta a essa recomendação, o Escritório do ACNUDH na América do Sul produziu um projeto para estabelecer um órgão de pesquisa, proteção e prevenção da violência contra comunicadores e defensores de direitos humanos no país, apresentado a autoridades do governo brasileiro em 2013.
“Reiteramos a disposição do ACNUDH para cooperar com o Estado, com vistas a proteger os direitos dos comunicadores e defensores de direitos humanos no país”, disse Incalcaterra.
Fonte: ONU Brasil

sábado, 21 de novembro de 2015

O roteiro dos motéis do Rio de Janeiro, em 1952, segundo crônica de Antônio Maria publicada na Manchete

Desde os primeiros números, a Manchete caracterizou-se por oferecer aos leitores o texto observador de bons cronistas. Antônio Maria foi um deles. Na crônica abaixo - da seção Pernoite - ele faz o Roteiro da Niemeyer, rumo a São Conrado, Barra, Estrada das Canôas, então quase desertos, mas com os primeiros motéis a atrair amantes. Um retrato, quase uma fotografia, de uma época.


por Antônio Maria (*)
"Você começa a viagem no Hotel Leblon e vai indo pelo asfalto velho, cansado de tantos Circuitos da Gávea, de tantos automóveis em viagens de amor. Do lado direito, a pedra e à esquerda, o mar. Contam-se histórias de dezenas de suicídios e o caso mais comentado é aquele da moça inglesa, que caiu no mar, com automóvel e tudo, sem que alguém jamais soubesse do seu corpo ou mesmo pudesse garantir se foi suicídio ou desastre.
Uma ladeira brusca e, lá embaixo, o Colonial, lugar onde gente séria não vai, nome que senhora bem casada não ousa dizer. A faixa de asfalto é estreita e os carros que vêm em sentido oposto correm muito e não baixam os faróis. Cada curva é um susto e um risco de vida; e são dezenas de curvas fechadas, espremidas, que o guiador tem que fazer colado em sua direita, com o coração na mão, embora. de vez em quando, ponha a mão no coração da namorada.
Depois, a baixada, onde surgem, aos potes, os bares abandonados. com um garçon bem triste debruçado em cada balcão. A gente morre de pena do dono daquele lugar sem fregueses, às moscas, dia e noite. Mesas vazias, prateleiras empoeiradas e o garçon sonolento atrás do balcão, só para constar. No fundo, há um quintal enorme, cheio de automóveis e vinte ou trinta quartos, servindo a núpcias permanentes. Mesmo no auge da luta contra o amor ilegal e ambulante nunca mexeram com aqueles hotéis de fachadas comoventes. São os únicos lugares onde, sem o luxo de várias espécies de matrimônio, pode-se amar sem castigo.
E a estrada segue. Um clube de golf (jôgo de chatice histórica, disputado por quem tem boa pronúncia de inglês. Consiste em dar-se uma traulitada numa bola e sair-se, com uma porção de gente atrás, procurando onde a bola cai. Quem achar, ganha um prêmio, que varia entre jóias, relógios, bijuterias, etc...). Depois do clube, que ocupa um terreno enorme e inútil, uma igreja (e seria absurdo pensar que aquilo não seja uma igreja, uma vez que a tôrre, o sino, as portas ogivais e a cal externa são de igreja) e, defronte, mais um bar sem freguesia, porém com um terreno muito grande, no fundo, que o proprietário aproveitou para fazer pequenos apartamentos mobiliados e servir a quem esteja cansado ou quiser tirar uma pestana. Defronte, um vendedor de milho verde, assado e cozido, caldo de cana, jaca e bananas. À direita, começa a ladeira das Canôas, subida difícil, que matou um corredor francês e onde a maioria dos automóveis bate pino que é uma coisa louca.
Namorada recente é sempre convidada para ver a ponte suspensa - projetada, se não estamos enganados, por uma engenheira. Perto da ponte, param os automóveis, descem os namorados, debruçam-se na grade de ferro e dizem coisas assim: "que beleza! -  e dizer-se isto é obra do homem - as belezas naturais do Rio são incomparáveis - se eu fosse rico, faria uma casa aqui - quem olha muito pra baixo sente vertigem das alturas - você tem coragem de jogar-se daqui? - e se viesse um malfeitor? - dizem que o Drault tem uma casa lindíssima aqui perto - aquela luzinha, lá longe, é um navio - ihhhhhhhhh, eu devo estar toda despenteada e sem um pingo de baton"!
Subindo mais um pouco, acontece uma boite, a cujo proprietário a dupla Fernando Lobo e Paulinho Soledade ainda não vendeu nenhum show. Depois, o caminho segue, faz voltas de cobra e chega, subindo sempre, ao alto da Bôa Vista, lugar quieto, de longa história, a ser contada noutra oportunidade.
Você desce as Canôas e continúa, asfalto fora, em direção ao Joá, bar e restaurante de três andares, com vitrola daquelas automáticas, de bôlhas d'água, servindo tangos e boleros a pares tristes. Bebe-se whisky, cognac ou cerveja e o cheiro de fritura é muito forte, principalmente no térreo. O Joá fecha à meia-noite e não adianta a freguesia pedir para ficar mais um pouco. Desce-se, em seguida, outra ladeira cheia de curvas terríveis e surgem quatro hotéis discretíssimos. dos quais ninguém poderá pensar o menor deslize ou arranhão à moral cristã. Aí surge a ponte dos pescadores e são visto homens e mulheres de short, tomando barquinhos, ajeitando caniços, negociando camarões vivos, falando em robaletes. corvinas, bagres e lances de tarrafa. Ao lado, dois taboleiros com ostras e carangueijos. um vendedor de cachaça e outro de jaca-mole. É distinto perguntar, antes da cada ostra: 'estão frescas"? Nunca faltam duas ou três pessoas, que, sem boas ou más intenções, descrevem alguns envenenamentos provocados por esse molusco, acéfalo e hermafrodita, que vive encerrada numa concha bivalve. O vendedor não tolera a conversa e, para inocentar seu produto, conta o caso de uma moça que se curou de uma úlcera duodenal comendo três ostras por dia, em seu taboleiro.
Depois da ponte, há dois caminhos. O da direita leva ao Corsário, uma boite à base de tango argentino. O da esquerda conduz ao Dina Bar, com o mar de ondas malcriadas bem defronte. Aos sábados e domingos de tarde registram-se alguns afogamentos. Êsse restaurante, há uns tempos, foi famosos pelos seus camarões fritos. seus peixes cozidos, suas lagostas genuinamente pernambucanas e seus whisky de dose farta. Depois, construíram-se algumas dependências no quintal e os aluguéis dêsses aposentos começaram a render mais que a cozinha. Resultado: os camarões, os peixes e as lagostas não são mais aquêles.
Aí termina o roteiro Niemeyer. Há poucos lugares do mundo onde a semente do amor tenha proliferado tanto. Que Deus o conserve e abençôe os seus visitantes."

(*) Na reprodução do texto foi mantida a grafia da época

Abril fecha mais três revistas e demite jornalistas

por Clara S. Britto
A Abril sangra em praça pública, parodiando a famosa e cruel chamada de capa sobre Cazuza ("Cazuza, uma vítima da Aids agoniza em praça pública"), onde a Veja se incomodava com o fato de o cantor continuar fazendo shows apesar de sofrer os efeitos visíveis e perturbadores (para o hedonismo jornalístico dos autores da chamada e da matéria) da doença. Nessa semana, a editora anunciou o fechamento da Playboy, Men’s Health e Women’s Health. Mais jornalistas forma demitidos. A Abil já se desfez de cerca de 20 títulos, entre os que repassou para a Editora Caras ou incorporou a outros títulos e as revistas que encerrou definitivamente ou manteve no ar em versões digitais. A árvore, símbolo da Abril desde os tempos de Victor e Roberto Civita, perde - agora com os herdeiros -, suas folhas outonais.

Os tempos em que eu bebia o melhor vinho branco do mundo

Reprodução
Por ROBERTO MUGGIATI

Três prazeres entrelaçados: vinho, voo e música. Nos quatro verões consecutivos em que eu cobri para a revista Manchete o Festival de Jazz de Montreux – de 1985 a 1988 – a festa começava já na Sala VIP da Swissair no aeroporto do Galeão, Rio, código GIG (Galeão Ilha do Governador), tudo a ver com música – “gig” de “trabalho”, e Antônio Carlos Jobim, o nome do Aeroporto. Uma ironia póstuma, porque, numa de suas melhores frases de efeito, Tom dissera nos anos 60 que a saída para a música brasileira era o Aeroporto do Galeão.
Reprodução
Pois bem, Jobim ainda vivo – e em 1985 a Noite Brasileira de Montreux reuniu ele e João Gilberto, numa queda-de-braço sangrenta e memorável – viajámos eu e minha mulher, Lena: texto e fotos. Aflito, eu chegava horas antes do voo. Mas valia a pena. A espera, na Sala VIP da Swissair, era inesquecível. Ali degustei o meu primeiro “melhor vinho branco desconhecido do mundo.”
Pouca gente sabe que os vinhedos de Lavaux, nas encostas fronteiras ao lago Léman – olhando para os Alpes do outro lado do espelho d’água – foram tombados como patrimônio mundial pela Unesco. Lavaux, que foi matéria de capa do último suplemento “Paladar” do Estadão, fica bem próxima a Montreux. Ali, durante o festival de jazz, eu privilegiava os vinhos locais, saborosos e inencontráveis em qualquer outro lugar deste vasto mundo.
Minha amiga curitibana, pianista de jazz, Marília Giller, morou uns tempos em Montreux e afeiçoou-se a um certo Pinot Noir de Bex. (Acessei agora na internet, faz 14º em Bex, com pancadas leves de chuva.) Quando fui visitar Marília pela primeira vez em Curitiba, virei mundos e fundos para presenteá-la com esse tinto suíço – recorri até ao setor de importação de La Maison de Suisse, de Riô, nada feito. Tive de me contentar com um Pinot Noir argentino.
Leio agora em O Estado de S. Paulo: “Para a Unesco, a região de Lavaux tem vinhos de caráter único, além de cultura e cenários peculiares. A colheita na região de língua francesa da Suíça é ainda manual. E, mesmo hoje, os produtores fazem pausas durante o dia para, merecidamente, beber seu próprio vinho. Nenhuma máquina é autorizada a entrar nos vinhedos. A produção também repete praticamente as mesmas técnicas usadas por monges beneditinos desde o século  11. Não existe irrigação artificial e o uso de produtos químicos é limitado ao mínimo.”
Não por acaso, homens inteligentes e sensíveis como Charles Chaplin e Vladimir Nabokov escolheram viver seus últimos anos na região.  Brindemos então ao blanc das uvas Chasselas, tchin, tchin – Saúde!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Marianne e Mariana: rimas sem solução - The horror! The horror! (Joseph Conrad, "O Coração das Trevas"


Marianne no quadro de Delacroix/Reprodução

Marianne. Reprodução

Mariana (MG): o drama. Foto de Ricardo Moraes/Reuters/Reprodução Facebook
Drummond/Reprodução Internet
Por ROBERTO MUGGIATI

O rosto dela você encontra por toda parte: nas moedas francesas do euro, em selos do correio, em timbres de documentos do governo, em carimbos públicos, em bustos nos parques e nas praças, em telas nos melhores museus, nos vestíbulos das Prefeituras e dos Tribunais de Justiça. Marianne é o símbolo nacional da República Francesa
Uma escultura de bronze de Marianne, O triunfo da República, pousada sobre seu pedestal, vigia a Place de la Nation, em Paris. É a praça que o Boulevard Voltaire – via eleita das grandes manifestações democráticas na capital francesa – liga à Place de la République; as duas praças e o boulevard: o epicentro dos sangrentos atentados do Treze de Novembro.
Poucas obras expressaram melhor a crueldade do homem contra o homem do que o romance de Joseph Conrad, "O coração das trevas" (1902). As últimas palavras do protagonista – o mea culpa do colonialista predador – ecoam até hoje: “The horror! The horror!” Não fosse o ranzinza Ezra Pound, T.S. Eliot teria usado a frase como epígrafe do seu poema The Waste Land/A terra desolada (1922), que aceitaria melhor hoje a tradução mais pontual de A terra devastada. 
Marianne, Mariana, a Terra devastada, são desastres que se atropelam num planeta que parece ter perdido o prumo. À denominação poética de Vale do Rio Doce opõe-se toda a carga de destruição – obra do descaso do homem pelo homem – provocada pela morte anunciada do vasto ecossistema atingido por um dos maiores desastres ambientais de todos os tempos. E tinha de ser logo aqui? Pior é que tinha, por estarmos nas mãos de uma administração – de múltiplas administrações – feitas de politicagem e corrupção, enfim de rejeitos humanos (ou seriam desumanos?)
Fiquei a pensar o que nosso poeta maior de Minas, o doce Carlos Drummond de Andrade, pensaria amargamente desse castigo ao seu solo querido. E não é que ele previu tudo? Poucos anos antes de sua morte, em 1984, Drummond publicou o poema que parece ser o retrato do desastre que destruiu o Rio, antes Doce.

LIRA ITABIRANA
I

O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.

II

Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

III

A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

IV

Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

Arrematando, faço um arremedo do final de outro poema famoso seu:

Mundo, vasto mundo,
Dessa vez fomos fundo. . .

20 de novembro de 1995: o primeiro Zumbi a gente nunca esquece

Por ROBERTO MUGGIATI
Era uma segunda-feira chuvosa quando se respeitou, pela primeira vez, no Rio de Janeiro o feriado do Zumbi, ou seja, o Dia da Consciência Negra. Adolpho Bloch tinha morrido na madrugada de domingo, 19, Dia da Bandeira. Foi velado no saguão do primeiro prédio da Manchete, na Rua do Russell, 804, debaixo da frondosa escultura de galhos brancos de Frans Krajcberg. Foi o próprio Adolpho quem criou aquele ritual, em setembro de 1976, para homenagear o ex-presidente Juscelino Kubitschek, morto num nebuloso acidente de carro na Via Dutra. JK, ao lado do corpo do seu motorista Geraldo, ficou exposto à visitação pública na Manchete até o final da tarde, quando seu corpo seguiu para a cerimônia do enterro em Brasília.
O velório do ex-Presidente foi disputado a tapa entre o Presidente de Bloch Editores e a diretora do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Niomar Muniz Sodré. Com o apoio de Carlos Lacerda, Adolpho levou os despojos. Depois, só o jornalista David Nasser – que em seus últimos anos escrevia para a Manchete – em 1980, e Justino Martins, diretor da revista, em 1983, mereceram aquela distinção. A série encerrou com o próprio Adolpho, em 1995.
Era um feriado polêmico – não lembro se municipal, ou estadual – e havia incerteza sobre se seria ou não respeitado. Uma chuva torrencial votou a favor do feriado e fomos numa caravana de vários carros e ônibus até o cemitério judaico de Vila Rosali para a despedida de Adolpho.
Estes vinte anos passaram muito rápido, a mídia e o mundo mudaram muito, e nosso grande Adolpho foi poupado de muita coisa ruim que está acontecendo por aí. Zumbi veio para ficar, mas, fiel ao bordão inspirado na publicidade, eu posso afirmar: o primeiro Zumbi a gente nunca esquece.

domingo, 15 de novembro de 2015

Paris em choque, a dor na capa...









Ronda Rousey perde cinturão para Holly Holm. A musa do UFC foi a nocaute nesta madrugada...

O golpe decisivo. Foto UFC

Desde o início da luta, Holly Holm demonstrou superioridade. Foto UFC

A comemoração de Holm com direito a...


...salto mortal no octógono. Fotos UFC

Ronda é atendida e...

...não esconde a decepção. Fotos UFC
A musa do UFC, Ronda Rousey, foi nocauteada na madrugada deste domingo, na Austrália, pela também americana Holly Holm. Um chute espetacular derrubou Ronda, que perdeu o cinturão da categoria peso Galo do UFC e passou a segundo lugar no ranking agora liderado por Holm.. 

Globo News em "reestruturação" demite Sidney Rezende. O passaralho pousou um dia depois de o jornalista escrever no seu blog um texto criticando a "igrejinha" política da mídia

por Sidney Rezende (do blog SRZD/Sidney Rezende, link abaixo)
Em todos os lugares que compareço para realizar minhas palestras, eu sou questionado: "Por que vocês da imprensa só dão 'notícia ruim'?"
O questionamento por si só, tantas vezes repetido, e em lugares tão diferentes no território nacional, já deveria ser motivo de profunda reflexão por nossa categoria. Não serve a resposta padrão de que "é o que temos para hoje". Não é verdade. Há cinismo no jornalismo, também. Embora achemos que isto só exista na profissão dos outros.
Os médicos se acham deuses. Nós temos certeza!
Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo.
O "ministro" Delfim Netto, um dos mais bem humorados frasistas do Brasil, disse há poucas semanas que todos estamos tão focados em sermos "líquidos" que acabaremos "morrendo afogados". Ele está certo.
Outro dia, Delfim estava com o braço na tipoia e eu perguntei: "o que houve?". Ele respondeu: "está cada vez mais difícil defender o governo".
Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o real e não sobre o que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem suas neuroses loucas e querem nos enlouquecer também.
O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. Para nós, jornalistas, não nos cabe juízo de valor do que seria o certo no cumprimento do dever.
Se pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por jornalistas e "soluções" que quando adotadas deram errado daria para construir um monumento maior do que as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é pouco. Erramos muito.
Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a "má vontade" e o "ódio" como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na "igrejinha", ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.
Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: "será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?". Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.
É hora de mudar. O povo já percebeu que esta "nossa vibe" é só nossa e das forças que ganham dinheiro e querem mais poder no Brasil. Não temos compromisso com o governo anterior, com este e nem com o próximo. Temos responsabilidade diante da nação.
Nós devemos defender princípios permanentes e não transitórios.
Para não perder viagem: por que a gente não dá também notícias boas?

PARA ACESSAR O BLOG DO SIDNEY REZENDE, CLIQUE AQUI

Estudante e movimentos sociais fazem manifestação em Brasília contra o golpe, pela defesa da democracia e pela saída de Cunha

Foto José Cruz/Agência Brasil

Foto Marcelo Casal/agência Brasil

Foto Marcelo Casal/Agência Brasil
Foto Marcelo Casal/Agência Brasil

O fundamentalismo já pode ser visto na esquina. A intolerância também. Mas, nesse caso, nada é tão ruim que não possa ficar pior...


A Constituição até aqui laica determina quais os representantes de cargos públicos e entidades civis que podem representar coletivamente junto ao STF.  Pessoas físicas, determina a Carta, podem recorrer a Justiça. Mas a Constituinte quis ordenar a questão de ações diretas de inconstitucionalidade junto ao Supremo. Claro, não se imagina que qualquer entidade, das milhões que o Brasil tem, de torcidas organizadas a associações de moradores a grupos do Whatsapp e Facebook (que hoje organizam informalmente até "confederações"), possam entupir o STF de ações coletivas ou supostamente coletivas de inconstitucionalidade ou ações declaratórias de constitucionalidade. Mas se algumas entidades pretendem mudar o propósito dos Constituinte nessa questão, pelo princípio da igualdade perante a lei, todas as demais organizações desde que formalizadas devem ter direito ao mesmo e legítimo acesso ao STF. Simples. No caso das questões religiosas e com o avanço da intolerância estimulada por certos líderes, o buraco é mais embaixo e diz respeito à liberdade. O fundamentalismo já opera bancadas no Congresso e, no jogo político e da tal "governabilidade" obtém êxitos graças à submissão do Executivo a qualquer preço a troco de voto no plenário da Câmara. Os governos, de FHC a Lula e Dilma, trocaram muitas vezes a "governabilidade" pelo atraso, preconceito e fundamentalismo religioso. Alguns dessas leis ou interpretações foram contestadas no próprio STF. Daí, o objetivo do atual projeto é claramente alcançar essa instância suprema. Nos últimos meses, por baixo da crise política, essas forças promovem uma silenciosa "revolução" fundamentalista com notórias agressões às liberdades individuais. O desfecho desse processo - e muito países dão o exemplo - costuma ser o radicalismo, a divisão da sociedade, o ódio, a opressão de minorias, a não aceitação das diferenças e, em suma, a violência. E não se trata de uma mera previsão: o Brasil já registra episódios de violência religiosa amplamente noticiados.
Em declaração ao Globo, o ministro Luis Barroso esclarece: "O Estado é laico. Portanto, decisão judicial não pode ser fundada em dogma religioso".

sábado, 14 de novembro de 2015

Paris sob ataque, líderes sem ação...

Foto: Elizabeth Koechlin Bertrand/ Fotos Públicas

Foto: Elizabeth Koechlin Bertrand/ Fotos Públicas

Foto: Elizabeth Koechlin Bertrand/ Fotos Públicas

Foto: Elizabeth Koechlin Bertrand/ Fotos Públicas
por Flávio Sépia
Paris amanheceu assim. Quase vazia. Como a consciência dos fanáticos religiosos que assassinaram centenas de pessoas, ontem. Terroristas islâmicos assumiram o crime. Se já é difícil um diálogo com quem imagina que paraísos estão do outro lado da morte, imagina tentar qualquer tipo de acordo com quem acha que 20 mil virgens o esperam acima das nuvens. A posição do Ocidente e de alguns dos seus aliados em relação ao chamado Estado Islâmico parece perigosamente dúbia. O EI é abastecido regularmente com armas e vende petróleo obtido das áreas ocupadas no mercado internacional. Esse petróleo é sua principal fonte de renda e nada foi feito até aqui para cortar o fluxo que financia a matança. A França promete guerra. Os próximos dias serão decisivos. Se, em nome das vítimas, países como os Estados Unidos, Inglaterra, França e Rússia, para citar alguns, coordenassem suas ações contra o EI, o mundo sairia ganhando com essa reedição dos Aliados e as próximas tragédias poderiam ser evitadas. Mas talvez os bombardeios aéreos sejam insuficientes. Mal comparando, o EI está pedindo uma espécie de mega UPP mundial: cerco e ocupação. O resto, infelizmente, é um trágico jogo de cena e de interesses.  

Exterminador de colégios: Estudantes dão exemplo de resistência e protestam contra a política "educacional" do tucano Geraldo Alkmin, em São Paulo, que quer fechar mais de 100 escolas públicas

Foto Rovena Rosa/Agência Brasil
Foto Rovena Rosa/Agência Brasil

Foto Rovena Rosa/Agência Brasil

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Confira a programação da Segunda Semana de Filmes Russos, no Espaço Itaú de Cinema, no Rio de Janeiro

Dia 13.11 (sexta-feira) 
19h30 – Longa Metragem
"MEU QUERIDO HANS"
Direção: Aleksander Mindadze – Rússia – 2015 – 110 min. – 2015 – 16 anos
Gênero: Drama
Elenco: Jacob Diehl, Birgit Minichmayr, Mark Waschke, Marc Hosemann, Rosa Kairullina, Andrius Dariala, Yevgueny Sarmont, Angelina Rimatchevskaya, Anna Skidanova, Svetlana Kosolapova
Sinopse: Excepcionalmente pessoal e cheia de emoção, é a história do engenheiro russo Piotr e seu colega alemão, Hans, que veio à União Soviética para se unir à equipe russa numa fábrica de vidros. Juntos, tentam introduzir a tecnologia alemã e o mecanismo parece funcionar perfeitamente. Mas nesse mecanismo existe um elo frágil – o próprio Hans. Fabricando um vidro, Hans comete um erro fatal, provocando uma forte explosão e muitas vítimas. O serviço especial soviético abre inquérito. O seu companheiro Piotr, a única testemunha do acidente, passa a representar perigo. Mas ninguém imagina que a dependência do alemão do seu colega russo vai além…


Dia 14.11 (sábado) 
19h30
Curta-Metragem
"GALOPE APOTEOSE"
Direção: Nikolai Burlak – Rússia – 2015 – 23 min. – 2015 – 12 anos
Gênero: Drama
Elenco: Sergey Vartchuk, Galina Bokashevskaya, Valery Yaremenko, Iya Ninidze, Maksim Kolosov, Aliona Bikkulova, Yevgeny Aksenov e outros.
Sinopse: Astro no passado e atualmente esquecido por todos, um ator recebe convite inesperado para participar de um festival de cinema. Ele não sonha com os louros da fama. O seu maior desejo é apenas ouvir o seu último “Bravo!”. Uma história tocante com um delicado toque de humor.
Longa-Metragem
"OS IRMÃOS TCHÉKHOV" 
Direção: Mikhail Ugarov – Rússia – 2014 – 90 min. – 2015 – 16 anos
Gênero: Drama
Elenco: Egor Koreshkov, Artem Grigoriev, Aleksander Molochnikov, Aleksandra Rebenok, Yana Irtenieva, Serguey Grekov, Roman Sinitsin, Tatiana Tchepelevich. Sinopse: O filme permite acompanhar de perto um dia da família do famoso médico, dramaturgo e escritor russo Anton Tchekhov. Tudo acontece em pleno verão em sua casa de campo em meados dos anos 80 do século XIX. O jovem Anton, de 26 anos, enfrenta muitas dificuldades, tentando sustentar uma família grande e infeliz: um pai falido, uma mãe doente e vários irmãos. Enquanto passa todo o seu tempo escrevendo pequenas histórias cômicas para jornais populares, o futuro gênio da literatura russa acaba descobrindo o seu talento. Ao seu lado, os irmãos mais velhos – Nicolai, um artista plástico promissor, mas que acaba não criando a sua obra-prima, e Aleksander, um tremendo invejoso, que andou desperdiçando o seu talento de escritor.

 Dia 15.11 (domingo) 
19h30 – Longa-Metragem
"MAMÃE QUERIDA!" 
Direção: Yaroslav Tchevazhevsky – Rússia – 2014 – 90 min. – 2015 – 12 anos
Gênero: Drama
Elenco: Dmitry Averin, Nina Loschinina, Kseniya Rappoport, Marina Golub, Igor Yatsko,  Yuri Kolokolnikov, Artur Vakha, Marina Rokina, Albert Afonin, Yuri Simonov.
Sinopse: Se você tem 22 anos e vive seguindo as regrinhas da mamãe, está mais do que  na hora de dar um basta. Mas isso nem passa pela cabeça de Slavik, até que ele encontra o amor da sua vida — a Zhenya. Hora de fazer a difícil escolha, e, se depender da sua mãe, a liberdade vai lhe custar bem caro. Enfim, como crescer e se tornar um homem de verdade?! Chega a vez dos amigos do peito, que com sua experiência e incrível senso de humor ajudarão o jovem a sair dessa.

 Dia 16.11 (segunda-feira) 
19h30 – Longa-Metragem
"NÚMERO 1" 
Direção: Kirill Belevith – Rússia – 2015 – 105 min. – 2015 – 12 anos
Gênero: Drama
Elenco: Andrey Merzlikin, Ylia Korobko, Anna Prus, Arina Borisova, Aleksander Vershinin, Mikhail Evlanov, Mikael Dzhanibekian, Serguey Gabrielian, Dobrynia Belevitch-Obolensky, Iakub Zdruikovsky
Sinopse: Agosto de 1944. O Exército Soviético invade o leste da Polônia. A subdivisão do Tenente Yegorov recebe uma missão importante: proteger a ponte que em breve será atravessada pelas tropas soviéticas. Chegando ao local indicado, uma surpresa as espera – um mosteiro em ruínas, abrigando um grupo de órfãos surdos e sua professora, Eva. Tendo perdido a fé, Eva encontra nessas crianças a única razão para viver. O Tenente Yegorov enfrenta um dilema. Cumprindo sua missão, ele colocará em perigo a vida dos pequenos poloneses…

 Dia 17.11 (terça-feira) 
"BATALHA DE SEVASTOPOL" 
Direção: Serguey Mokrisky – Rússia – 2015 – 118 min. – 2015 – 12 anos
Gênero: Drama
Elenco: Yulia Peresild, Yevgeny Tsyganov,  Oleg Vasilkov, Nikita Tarasov, Joan Blekem,  Polina Pakhmova, Vladimir Lilitsky, Anatoly Kot, Natella Abeleva-Taganova, Valery Grishko.
Sinopse: Um amor sob interminável fogo inimigo, a amizade com Eleanor Roosevelt, o discurso decisivo na conferência que determinou o resultado da Segunda Guerra Mundial, a vontade de viver e o medo de perder a pessoa amada. Será que uma mulher frágil será capaz de enfrentar tamanho desafio? Esta é a história real de Lyudmila Pavlichenko – a lendária franco-atiradora soviética. Os soldados iam à luta fazendo menção ao nome dela, enquanto os inimigos lhe declararam verdadeira caça. No campo de batalha ela presenciou mortes e sofrimento, mas sua prova mais difícil foi o amor, que a guerra ameaçava tirar dela a qualquer momento…

Fonte: Sputnik Brasil


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Na capa do Meia Hora, Maitê Proença. Atriz prometeu tirar a roupa caso o Botafogo voltasse para a elite do futebol brasileiro...

O Botafogo já garantiu a volta para a Série A. Falta Maitê Proença, botafoguense, pagar a promessa de ficar nua para comemorar o feito do alvinegro. Em uma das edições do programa "Extraordinários",do SporTV, ela declarou: "Fico pelada, peladíssima. Vou vir só com uma coleira escrito Botafogo". Maitê diz apenas que fará um surpresa aos torcedores no dia 28 de novembro.