Já o voto do júri do concurso foi para a capa da revista Nova Escola. Obviamente, o voto popular impressionou-se com a sensualidade da funkeira em si e não com a capa normalzinha gráfica e conceitualmente. Vamos combinar que também na arte a Playboy já viveu dias melhores. Confira você mesmo, nas reproduções,. Já a Nova Escola, com uma capa graficamente bem resolvida, teve a seu favor a força do tema focalizado. Saiu-se bem e optou por não ousar. Foi cautelosa e não apelou ao tratar um tema polêmico e suficientemente quente.
No mais, não se pode dizer que foi um ano brilhante para revistas que vivem uma crise dupla: a do momento da economia e a da identidade perdida diante do avanço dos meios digitais. Com queda de circulação, qualidade editorial em curto-circuito, redações desfalcadas, sobrecarregadas, com menos gente e acúmulo de funções, e ainda com veículos abrindo mão de profissionais experientes, o clima é de sobrevivência e não de criatividade.
Talvez desanimados com a crise do setor e assolados por essa onda de demissões, os designers ficaram no feijão-com-arroz.
Aliás, vários dos editores e artistas concorrentes estão entre os profissionais que perderam o emprego. Não dá para culpá-los pela falta de pique. Muitos criaram as capas com, literalmente, um passaralho pousado ao lado. O que, convenhamos, não é exatamente um estímulo.
Uma curiosidade: entre as finalistas não havia nenhuma das revistas que levaram para as bancas sucessivas capas de "escândalo".
Não há o que comemorar. O dado mais triste para o setor é mesmo a estatística que fecha o ano com centenas de jornalista demitidos. Incluindo jornais, o número ultrapassa 4 mil demissões nos últimos dois anos e meio.
Um tema que não rendeu capa.
Um comentário:
Um classe angustiada é a dos jornalistas hoje, os empregos se vão
Postar um comentário