sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Gutemberg vai tomar lexotan...

por JJcomunic
A crise das publicações impressas tem sido objeto de debates e de preocupação no meio jornalístico. Uma matéria assinada por Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa, fundamenta esse fenômeno.
Diz Castilho, que "quando se analisa os dados reais percebe-se que a situação é muito mais grave do que imaginamos e que a busca por novos modelos de negócios é ainda mais urgente do que se previa".
E continua o autor do artigo: "Quando você descobre que a Folha de S.Paulo, considerada um dos três mais influentes jornais do país, vendeu em média 21.849 exemplares diários em bancas em todo o território nacional entre janeiro e setembro de 2009, é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Em outubro de 1996, a venda avulsa de uma edição dominical da Folha chegava a 489 mil exemplares. Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC) a Folha é o vigésimo quarto jornal em venda avulsa na lista dos 97 jornais auditados pelo instituto, atrás do Estado de S.Paulo, em 19o lugar e O Globo, em 15o lugar. Somados os três mais influentes jornais brasileiros têm uma venda avulsa de quase 96 mil exemplares diários, o que corresponde a magros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.São números muito pequenos comparados ao prestígio dos três jornalões, responsáveis por boa parte da agenda pública nacional. Globo, Folha e Estado compensam sua baixa venda avulsa com um considerável número de assinantes, o que configura a seguinte situação: os três jornais dependem mais do que nunca das classes A e B, que são maioria absoluta entre os assinantes, já que a população de menor renda é a principal cliente nas compras avulsas em bancas. (...) O atual perfil da imprensa brasileira mostra que os três grandes jornais nacionais agarram-se à classe média para manter assinantes e influenciar na agenda política do país, mesmo com tiragens reduzidíssimas, correspondentes a menos de 5% da média da venda avulsa nacional."

Leia a matéria completa no link A crise das publicações impressas

Deu no jornal...



por Omelete

...vazou o silicone da cantora Amy Winehouse, que havia turbinado os seios... Após derramar a meleca e murchar a peitola, a inglesa foi internada (em um hospital, não em uma borracharia). Que o acidente sirva de alerta para as melancias, abóboras, moranguinhas que se preparam para desfilar no Sambódromo. Ou a passarela terá que ser revestida por tapete anti-derrapante. Diz o jornal que a encrenca Amy tem feito várias cirurgias porque está preocupada com a aparência. E não é que ela tem razão!

Pra não esquecer (do baú do paniscumovum)


por Gonça
Para colar na parede das salas de aula das faculdades de Comunicação: era assim que algumas páginas da revista EleEla voltavam de Brasília nos tempos da ditadura. O alvo do carimbo, um arrogante VETADO (dá para imaginar o prazer quase sádico com que o censor socava a página antes de se gabar do feito ajoelhado sobre os coturnos poderosos de então) não eram apenas os ensaios fotográficos mas reportagens de comportamento e entrevistas consideradas "subversivas".

Os pernas-de-pau do gol mil de Pelé

por Eli Halfoun
Nos últimos dias a televisão e os jornais têm dedicado um bom espaço para relembrar o milésimo gol de Pelé, mas ninguém lembrou que na época um Pelé em prantos pediu para que se tirassem os meninos das ruas, do abandono, da subvida. O então jovem Pelé foi chamado de demagogo, de aproveitador de uma situação esportiva para fazer um “discurso social”. Hoje ao mesmo tempo em que reverenciamos o histórico gol mil de Pelé é ainda possível perceber que ele estava coberto de razão: quatro décadas depois o Brasil tem 1,8 milhões de crianças entre 15 e 17 anos fora das salas de aula e quase todas envolvidas com o crime. Não as teria se a palavras choramingadas por tivessem pelo menos sido ouvidas. Assim mais do que um fato esportivo o milésimo gol de Pelé poderia ter sido um gol de vida. Foi o abandono para o qual Pelé chamou atenção que colocou nas cadeias do Brasil mais de 22.700 presos, hoje com idades variando entre 40 e 60 anos, ou seja, os que na época eram as crianças para as quais Pelé pedia apoio e atenção. Meninos de ruas se espalham aos montes por todas as esquinas do Brasil, muitos usando a camisa 10 (nem sabem direito o que é) que Pelé transformou em símbolo de competência dentro de campo, mas que as autoridades - aquelas que adoram e adoram aparecer ao lado de Pelé – não conseguiram transformar em símbolo de nada, provando uma vez mais que não passam de uns pernas-de-pau.

Se João Saldanha tivesse um blog...

# "A imprensa, mesmo dita liberal (um liberal séc XVIII) está submetida sempre a interesses até de sobrevivência. Quando você vai escrever, na véspera de Natal, um artigo sobre Papai Noel, você tem que perguntar: contra ou a favor?"
# Lembro uma vez que o presidente Geisel, que nunca foi a um campo de futebol, perguntou ao Heleno Nunes: - "Como é que vai o futebol, Heleno? E o Heleno respondeu: "- Pois é, presidente, temos jogos quase todos os dias; só não temos nas segundas e sextas-feiras". E ele, então, perguntou: "-Mas por que não às segundas e sextas?" É a "Maria Antonieta" do esporte."
#Esses milicos entraram e inventaram concentrações, caderninhos etc. Existe até um que virou treinador de goleiro e escreveu três livros sobre isso e nunca chutou uma bola." (De João Saldanha na coletânea Esporte e Poder - Org. Gilda Korf Dieguez - Editora Vozes)

Se Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) tivesse um blog...

# "A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o delegado de costumes (inclusive costumes femininos) declarava aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin caso aparecesse na capital mineira 'para dar espetáculos obscenos, com seus vestidos decotados e saias curtas'. Toda essa cocorocada em Minas iria influenciar um deputado estadual de lá Lourival Pereira da Silva que fez um discurso na Câmara sobre o tema "Ninguém levantará a saia da mulher mineira".
# Bucólico lembra nome de remédio antigo... duas gotas de bucólico para sua asma."
# "É como disse aquela saúva: ou o Brasil acaba com a besteira, ou a besteira acaba com o Brasil." (de O Pasquim - Antologia - Volume I - 1969-1971 - Editora Desiderata)

Se Leila Diniz tivesse um blog...

# "Se eu quisesse fazer (*), eu estava rica. Em São Paulo, o que liga pro hotel é industrial, fazendeiro, etc. pra dizer: então vamos jantar e tal. A gente tem de dizer: companheiro, o caso não é esse, não é bem assim etc. Eu fico danada. Um dia disse pra um cara: meu amigo, se você por acaso me encontrasse, fosse ao cinema, fosse jantar, eu podia até dar para você, mas assim não. O cara naquela de vamos e tal, aí fica chato paca, não é? O cara está querendo pagar uma (*), deve ser um (*) de cama."
# "Eu deixei de ser professora por covardia porque eu tinha de brigar muito com os pais, e com os dieretores do colégio. (...) Na minha sala, eu aboli a mesa da professora, não existia, minha mesa era igual à deles, minhas coisas eram guardadas como a deles, eu mexia nas coisas deles tanto quanto eles mexiam nas minhas, não tinha problema. A gente trocava lanche, eu levava coca-cola e eles gostavam mais do que leite e a gente trocava, eu fazia a maior zona. As mães, porém, não gostavam."
# "Quebro a cara toda hora. Mas só me arrependo das coisas que não fiz. Das coisas que fiz, não me arrependo nada. Só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problemas e neurose. Já amei muita gente, já corneei essa gente e elas já entenderam e não teve problema nenhum. Somos todos uma grande família."
# "Censuram filmes e não censuram programas em que as pessoas, pra casar, são vendidas como alface, ou são esculhambadas como se fossem cocô, como acontece nos programas do Flávio Cavalcanti. Aí, digo que é burrice minha porque não quero achar que as pessoas sejam tão (*) assim."
# "Na minha caminha dorme algumas noites, mais nada. Nada de estabilidade"
# "No fundo, sou uma mulher meiga, adoro amar, não quero brigar nunca, e queria mesmo é fazer amor sem parar. Eu adoraria isso. Mas enquanto não posso, não vou me acomodar a uma série de coisas (*) que pra mim não significam nada." (de O Pasquim - Antologia - Volume I - 1969-1971 (Editora Desiderata)

A nova sinfonia da Cidade Maravilhosa

por Eli Halfoun
O Rio de Janeiro de encantos mil continua sendo o coração do Brasil, mas a trilha sonora mudou: O som de trompetes e taróis em ritmo alegre de marcha foram substituídos pelo som de tiros – uma sinfonia que nos assusta. Não vamos nos acostumar, embora 70% dos cariocas admitam ouvir tiros de vez em quando, enquanto 30% da população garantam ouvir o barulho de tiros sempre.
Esse é o resultado de pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ. O estudo traçou um novo mapa da cidade conforme a intensidade do barulho de tiros e destacou que “a existência ou proximidade de favelas são fatores que acendem o sinal vermelho”.
Culpam as favelas, mas não é bem assim: o som da violência não é provocado pela maioria de trabalhadores que habita as favelas. É quase sempre resultado das invasões policiais com seus “caveirões” e armas nos morros ou favelas do asfalto. O estudo revela que “o aumento de freqüência de barulho de tiros e proximidade com locais dominados por traficantes armados levam a interpretar errado o barulho”.
O milhão e meio de moradores das 513 comunidades faveladas listadas pelo IBG até o ano 2000 é de trabalhadores. Por falta de opções de moradia a cada mês surgiu, nos últimos dez anos, uma nova favela com 50 casas. Em 1991 havia 384 favelas no Município do Rio de Janeiro. Em 2000 o número aumentou em 30,2%. No Estado do Rio o número de áreas carentes subiu de 661 para 811 (acréscimo de 22,7%).
A partir desse mapa do som da violência é preciso fazer um outro tipo de barulho para orientar políticas públicas já que a pesquisa reflete a sensação de insegurança dos cariocas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Claudia Jackson ou Michael Leitte


A Globo gravou ontem em São Paulo o "Show da Virada", que vai ao ar no dia 31 de dezembro. Trinta e oito aritstas irão animar a passagem do ano. Entre eles, Claudia Leitte, que fará uma imitação de Michael Jackson. (Fotos/Divulgação TV Globo)

Lua Nova: o filme arrasa-quarteirão da temporada

"Lua Nova", que estreia nesta 6ª feira (20) em 602 salas em todo o Brasil, promete lotar os cinemas. Mesmo que você não curta "Crepúsculoi" já deve ter ouvido falar que a série é um espantoso fenômeno. Os livros de Stephenie Meyers enfeitiçam exércitos de adolescentes.
O filme começa a ser exibido à meia-noite de amanhã. Já foram vendidos, antecipadamente, mais de 100 mil ingressos. "Lua Nova" dirigido por Chris Weitz, é mistura romantismo com lobisomens. Dizem que é uma droga. Não importa. É o hit do verão que se anuncia. Duvida? Confira, a partir de amanhã, nas filas de um cinema perto de você.

Lula, o bom filho do cinema


Foto: Divulgação

Por Eli Halfoun
Antes mesmo de ser visto pelo personagem principal, o filme Lula, o filho do Brasil, trilha um incontestável caminho de sucesso: vai virar minissérie, além, é claro, de DVD com venda garantida: será disponibilizado ao público por R$ 10, o que sem dúvida dificultará a venda de DVDs piratas. Lula, o filme, será exibido em 432 salas cinematográficas em todo o país. A primeira dama, Marisa, já viu o filme no Festival de Cinema de Brasília, mas o presidente, ou melhor, o personagem principal, só o assistirá no próximo dia 28 nos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo. A produção do filme consumiu R$ 12 milhões de reais sem o apoio financeiro da Lei Rounet, mas com a participação de vários empresários que não se importaram em botar a mão no bolso para ficar bem na fita. Como não poderia deixar de acontecer Lula, o filho do Brasil, virou tema de blogs nos quais é aplaudido e criticado, além de inspirar piadas. O jornalista Tutty Vasques, por exemplo, diz que o DEM liberou sua bancada para assistir o filme, só que com uma grande ressalva: quem chorar alto no cinema, será expulso do partido.
O filme sobre Lula está provando todo tipo de reação, inclusive a de inveja: agora é o senador José Sarney que quer botar a cara na tela (quando é preciso ele não dá as caras). O presidente do Senado quer ver sua cara no cinema, mas, como sempre, às nossas custas: a ideia é usar a TV Senado, que ele comanda, para fazer documentários sobre os grandes estadistas brasileiros entre os quais sem modéstia ele se inclui. Sarney também pensa em resgatar um velho documentário (dirigido por Fernando Barbosa Lina) que teve alguns trechos exibidos há dois meses em um canal do Paraná. Agora Sarney quer mais (sempre quer): o plano é exibir o documentário por todo o país em redes de televisão educativa. Que assim deixarão de ser educativas.

Dinheiro na mão é vendaval

Por Eli Halfoun
Não dá pra negar: a única coisa garantida na vida, além da morte, é emprego público e não é à-toa que todo mundo quer um não só por causa da moleza que costuma ser, mas também e principalmente porque paga muito bem, não atrasa salários e não manda ninguém embora, como acontece frequentemente nas empresas privadas. Só para ter uma idéia: de janeiro a setembro desse ano os salários dos funcionários federais (na União a boca é ainda melhor) incluindo ativos, inativos, pensionistas, diretos, indiretos intergovernamentais para mais de 2,2 milhões de brasileiros consumiram R$ 118 bilhões. Recente levantamento mostra que a média salarial entre todos os poderes é, hoje, de R$ 6.75 mensais. Os funcionários mais bem pagos são do judiciário, com média mensal de R$ 19,1. Em seguida estão os servidores do Legislativo, com média mensal de R$ 12,7 mil enquanto a média salarial do funcionário do Executivo é de R$ 5,4 mil (civil) e R$ 3,8 mil (militar). Sabe quem paga tudo isso?

Um jogo de xadrez que não dá cadeia

Por Eli Halfoun
Acredite se quiser: se Lula pudesse concorrer à Presidência da República ganharia com facilidade. Quem faz essa constatação é o sociólogo e marqueteiro Antonio Lavareda, que acumula enorme experiência com pesquisas e bastidores de campanhas eleitorais. Lavareda revela ainda que “tem cidades com menos de 20 mil eleitores no Nordeste, aonde a aprovação de Lula chega a 98% Para quem quer conhecer os bastidores das campanhas políticas, Antonio Lavareda lança no próximo 26 um livro considerado imperdível. É “Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais” no qual revela episódios de seu trabalho, especialmente para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2010. O presente também merece análise de Lavareda que, entre outras coisas, diz: 1) não há espaço para novos nomes na próxima eleição presidencial;
2) uma chapa pura tucana formada por Serra e Aécio seria imbatível;
3) Marina Silva levará boa parte da militância petista e
4) a chapa Dilma-Ciro (ele como vice) não daria certo “porque o deputado se comportaria como candidato a presidente e não a vice”.
Política é mesmo um jogo de xadrez e nós, eleitores, somos as peças mais usadas e depois jogadas em um canto qualquer.

O apagão, o governo e a oposição


Nota do Paniscumovum - Na cobertura da imprensa sobre o recente apagão, predominou o foco político, a ótica marcadamente eleitoral. Este blog abordou o assunto através de vários posts e comentários de leigos no assunto, naturalmente, onde, e aí se justifica, o ângulo foi igualmente político. Por isso, agradecemos e publicamos a seguir dois artigos do engenheiro José Antonio Feijó de Melo. Sai o curto-circuito político e entra uma análise técnica. Está aí o que faltou dizer.


Eng. José Antonio Feijó de Melo
Recife,16 de Novembro de 2009

Curioso o nosso País, onde importantes acontecimentos dos quais se poderiam retirar conclusões e ensinamentos valiosos tornam-se apenas campo de disputa entre “os a favor e os contra”, no mais puro estilo de debate “perde-ganha”, onde na verdade todos acabam perdendo.
O saudoso Noel Rosa já cantava que “O samba, a prontidão e outras bossas são nossas coisas, são coisas nossas”. Pois é, esta é uma das “outras bossas” tão caracteristicamente autênticas da nossa cultura, o arraigado maniqueísmo.
No Brasil, tudo tem de se ajustar a esta regra. “Ou se é a favor ou se é do contra”, não importando o verdadeiro mérito da questão que estiver em jogo.
Como não poderia deixar de ser, este maniqueísmo encontra o seu mais fértil campo de reprodução nas relações entre governo e oposição, sejam eles quais forem, em qualquer época que for, qualquer que seja o tema em discussão. Se o governo propõe, a oposição é contra. Se a oposição propõe, o governo é contra. Em geral, em nenhum momento, oposição ou governo admitem que o outro lado pode estar propondo, ou realizando, algo positivo para o País, que seja para o benefício de todos e que assim devesse merecer apoio, até mesmo contribuição para o seu aperfeiçoamento. Não, a regra é ser contra e tentar desmontar o que o outro lado pretende fazer. É claro que esta atitude está espalhada por toda sociedade: imprensa, organizações sociais, empresariado, enfim todos, até os cidadãos individualmente.
O apagão ocorrido no último dia 10 constitui um exemplo perfeito desta “nossa bossa” maniqueísta. Com efeito, de imediato a grande imprensa procurou definir o culpado e logo postulou que este é o governo. Então, os líderes da oposição seguiram na mesma linha, atribuindo ao governo todas as responsabilidades pelo ocorrido, inclusive procurando tirar vantagem eleitoral com a tentativa de “fulanizar” tais responsabilidades.
E como sempre acontece nesses casos, logo surgiram técnicos e pseudo-técnicos que, por meio de declarações à imprensa partiram para condenar os supostos responsáveis pelo setor elétrico, naturalmente o governo, afirmando que o apagão ocorreu por falta de investimentos e/ou pela falta de modernização das instalações, com a introdução de sistemas informatizados, entre outras propostas sem fundamento.
Até mesmo o governo assumiu posição precipitada através do Sr. Ministro das Minas e Energia que, parecendo querer se colocar na defensiva, resolveu diagnosticar como causa do apagão a queda de um raio. Uma coisa que de fato ele não podia saber, mesmo porque não lhe cabia saber, pois o governo não tem responsabilidade direta sobre a operação do sistema elétrico brasileiro e nem dispõe de informações em tempo real sobre o assunto. Isto sem se falar na complexidade técnica intrínseca que envolve o caso.
Portanto, pode parecer incrível, mas ninguém, nem os políticos, nem a imprensa, aí incluídos os chamados formadores de opinião, nem as organizações sociais, nem os técnicos que opinaram e, por absurdo que possa parecer, nem mesmo o próprio governo resolveu parar um instante para pensar um pouco sobre a verdadeira realidade da ocorrência e, assim, poderem contribuir para a apuração do que de fato aconteceu. Não, todos preferiram seguir a “velha bossa” muito nossa do mais puro maniqueísmo.
De parte do governo, a atitude correta, sim, seria mesmo vir a público rapidamente, mas não para dizer o que disse o Sr. Ministro Edison Lobão. O que o governo deveria dizer seria mais ou menos o seguinte: “que considerava a ocorrência de suma gravidade e que estava exigindo do Operador Nacional do Sistema – ONS uma rápida e detalhada investigação técnica para o completo esclarecimento dos fatos”. Naturalmente, o resultado da investigação indicaria as providências a serem eventualmente adotadas.
E por que o ONS? Porque é o ONS quem comanda o sistema interligado nacional (SIN) e detém todas as informações em tempo real de como o sistema esta operando e de tudo que acontece, inclusive com os respectivos registros. Este comando se faz automaticamente a partir do Centro Nacional localizado em Brasília e de quatro Centros Regionais situados em Florianópolis, Rio de Janeiro, Brasília e Recife
Normalmente a operação de todo o SIN é prévia e integralmente programada pelo ONS, tudo operando automaticamente de forma computadorizada, com o mínimo de interferência humana. Na hipótese de necessidade, são os operadores do ONS que tomam as decisões do que deve ou não ser feito. Os operadores das usinas, linhas e subestações das empresas proprietárias dessas instalações obedecem às ordens do ONS e não têm autonomia para intervir nas condições de operação de qualquer dispositivo do sistema sem a prévia e expressa autorização dos centros operacionais do ONS, salvo em condições especiais de emergência.
Os complexos sistemas de comando, controle e, em especial, de proteção de todas as instalações do SIN (usinas, linhas, subestações e seus diversos dispositivos componentes) são previamente ajustados segundo cálculos realizados pelo próprio ONS de acordo com as características dos equipamentos e do sistema nas suas diferentes configurações.
Portanto, é o ONS quem pode saber o que de fato ocorreu e quem tem de prestar informações ao governo e à sociedade. O seu Diretor-Geral, Dr. Hermes Chipp, deveria ter sido o primeiro a falar oficialmente para o público sobre as possíveis causas do apagão e não o Sr. Ministro Edison Lobão. Mas, estranhamente, o Dr. H. Chipp não apareceu e o outro Diretor do ONS, Dr. Luiz Barata, quando apareceu não parecia estar na condição de quem na verdade representava a entidade responsável pela operação do sistema elétrico nacional.
A desastrada intervenção do Sr. Ministro, acabou puxando para o governo e para o poder público em geral uma responsabilidade que de fato não lhes cabe. O ONS é uma organização privada, da qual fazem parte todas as empresas e entidades que atuam institucionalmente no setor elétrico nacional, privadas e estatais, onde as empresas privadas são absoluta maioria. O ONS é custeado por um dos encargos específicos cobrados nas tarifas a todos os consumidores e os seus dirigentes não são designados pelo governo, mas escolhidos pelos seus próprios integrantes.
Em sendo assim, a oposição e a imprensa erraram grosseiramente ao atribuir responsabilidade ao governo. No caso, ao governo, em nome do poder concedente, cabe de fato cobrar responsabilidades do ONS e, eventualmente, dos agentes (empresas) que venham a ser envolvidos com alguma participação no episódio.
Também erraram aqueles que se apressaram em afirmar que o problema fora causado pela falta de investimentos, particularmente para a modernização das instalações com a introdução de computação etc. Bobagem pura de quem não conhece o setor elétrico. O sistema interligado nacional opera com a tecnologia mais avançada do mundo e está sempre sendo atualizado. Os recursos de informática são empregados em larga escala, desde quando nem se falava em Internet. A informatização do sistema começou ainda nos anos 70 do século passado e foi efetivamente implantada nos anos 80, com a entrada em operação do chamado Sistema de Controle Supervisório que, somente para salientar o seu grau de sofisticação tecnológica para a época, um colega engenheiro costumava designá-lo como “Sistema de Controle Supervisionário”. E de lá para cá tudo avançou ainda mais, sempre incorporando os novos recursos tecnológicos mais modernos. Para se ter uma melhor idéia, os sistemas não são apenas informatizados, mas, além disso, possuem computadores redundantes, onde se um falhar o outro que está ao seu lado, supervisionando, automaticamente assume as suas funções. A propósito dispensam-se maiores comentários.
Do mesmo modo, não se pode falar na falta de investimento. As instalações existentes e os seus sistemas de comando, controle e proteção estão de acordo com as necessidades atuais e para os próximos anos, enquanto a expansão para atender ao crescimento do consumo está programada.
Aí, erraram mais uma vez a oposição, a imprensa e os técnicos, que seguindo o tradicional maniqueísmo de culpar o governo, o acusaram pela falta de investimentos no setor. Se realmente estivesse faltando investimento, a culpa não poderia ser atribuída simplesmente ao governo, mas sim também ao setor privado. Esqueceram que no modelo vigente no setor elétrico brasileiro, não cabe ao governo fazer investimentos na implantação de novas instalações. Ao contrário, o governo não pode fazer tais investimentos por vontade própria. Todas as novas instalações, sejam usinas, linhas ou subestações, têm que ser implantadas mediante processo licitatório em que os investidores privados assumem a obrigação de construir e explorá-las comercialmente. As empresas estatais também podem participar das licitações, mas até agora somente têm podido fazê-lo em sociedade com empresas privadas e obrigatoriamente em posição minoritária.
Ao governo, de fato, através da EPE, cabe apenas a responsabilidade pelo planejamento indicativo da expansão do sistema, para que se possam promover as correspondentes licitações. E isto tem sido feito.
Para concluir, cabem ainda alguns comentários específicos sobre o apagão em si mesmo. Conforme já foi mencionado, o ONS tem condições de levantar toda a sequência de eventos que levou ao apagão, pois o sistema dispõe de todos os registros, tornando possível saber com precisão como tudo ocorreu.
Porém, apenas a título de especulação, é fora de dúvida que alguma coisa anormal aconteceu em algum ponto do sistema, tudo indica em Itaberá, que desencadeou todo o ocorrido. Como nenhum equipamento, ao final, mostrou-se danificado, é lícito supor que este acontecimento foi de pequena monta. Assim, embora seja possível, não é o mais provável que a primeira atuação de algum dispositivo de proteção tenha ordenado o desligamento simultâneo das três linhas de 750 kV de corrente alternada Itaipu-Itaberá, mas apenas de uma das linhas. E então, a partir daí, alguma coisa não funcionou adequadamente, desligando também as outras duas linhas. O Operador pode saber exatamente como isto aconteceu, se as atuações da proteção foram corretas ou indevidas e se alguma falha existiu, humana ou de instrumentos.
Do mesmo modo, precisa-se verificar se as duas linhas de +/- 600 kV em corrente contínua Itaipu-Ibiuna também foram desligadas simultaneamente com as linhas de 750 kV acima citadas, ou não. Na verdade, isto não é provável, pois em principio não haveria razão específica para tal. Elas devem ter sido desligadas com algum retardo em relação às três outras e é preciso verificar como e por que isto ocorreu. Com certeza, os registros do ONS mostrarão as razões.
Além de tudo, tanto as linhas de 750 kV como as de 600 kV possuem dispositivos de religamento automático rápido. Ao que tudo indica esses dispositivos não atuaram. Por quê? O fato é que com o desligamento das cinco linhas, provocando o que se chama uma rejeição de carga enorme, a usina de Itaipu ficou completamente isolada do sistema brasileiro, apenas com a pequena carga do Paraguai. Nestas condições, teve de ser totalmente paralisada. Porem, a recomposição de Itaipu não deve ter demorado mais do que 30 minutos, razão por que a carga do Paraguai pôde ser religada com certa rapidez. Enquanto isto, o sistema brasileiro, muito mais complexo, enfrentava outros problemas.
Por outro lado, algo também não funcionou como devia no “esquema de alívio de carga”, que deveria promover o rápido e seletivo desligamento de cargas de menor relevância para compensar a falta de geração decorrente da saída total de Itaipu. Sabe-se que em outras ocasiões este esquema funcionou a contento, mas desta vez, embora algumas cargas tenham sido desligadas no Nordeste, no Sul e em alguns outros pontos, ao que parece não foram em volume nem em rapidez suficientes, de modo que o sistema acabou perdendo outras usinas, como as nucleares de Angra dos Reis. Em outras palavras, os limites de estabilidade foram ultrapassados, resultando no colapso total das áreas de maior carga do sistema interligado.
Mas, em tudo isto uma coisa parece certa. O problema foi estritamente de natureza técnica e o governo, não explicitamente por sua atuação, nada teve a ver com este apagão. Se houve alguma falha, e estou inclinado a crer que houve, ou foi um erro humano na operação, ou foi o mau funcionamento ocasional de algum dispositivo do sofisticado sistema de proteção.
E para que não se diga que este trabalho não constitui uma ação independente, e que teria por finalidade apenas defender o governo, aqui vai o registro de que o autor discorda profundamente da opção que este governo adotou para o modelo do setor, mantendo a filosofia mercantil implantada no governo anterior, a qual, em pouco mais de dez anos, fez as tarifas brasileiras pularem do grupo das mais baixas do mundo, para o lado das mais altas, superiores até a valores cobrados em países ricos do chamado G-7, além de adotar critérios operacionais que conduzem à permanente ameaça de crise na hipótese de que o regime anual de chuvas nas principais bacias não seja favorável. (Na foto, ou antifoto, Ipanema às escuras)

Ainda Apagão -2 - Pronunciamento do ONS não satisfaz

Eng. José Antonio Feijó de Melo
Recife, 16 de Novembro de 2009

Enquanto certos setores continuam tentando culpar o governo pelo apagão do último dia 10, o Operador Nacional do Sistema (ONS), entidade privada que comanda o funcionamento do sistema elétrico brasileiro, tergiversa. O pronunciamento oficial do seu Diretor-Geral, Dr. Hermes Chipp, ontem à noite, foi decepcionante. Em termos técnicos, as razões por ele apresentadas não são suficientes para explicar o apagão.
Assim, em princípio, admita-se que, como afirmou o Dr. Chipp, as três linhas de 750 kV em corrente alternada que partem de Itaipu em direção a São Paulo, seja lá por que motivo, foram submetidas a curtos-circuitos quase que simultaneamente, em pontos próximos à subestação de Itaberá e, em conseqüência, tenham sido desligadas automaticamente..
Ora, em condições normais, estes desligamentos não seriam capazes de provocar o apagão, porque deveriam desligar apenas as três linhas no trecho Ivaiporã-Itaberá. Isto é, as três linhas continuariam a operar normalmente no trecho Itaipu-Ivaiporã e, a partir daí, continuariam conectadas ao subsistema Sul, em 500 kV, que por sinal também interliga-se através de outro ponto com o subsistema Sudeste, igualmente em 500 kV, conforme foi comentado em Análise do ILUMINA divulgada ontem.
Nestas circunstâncias, o sistema elétrico interligado certamente sofreria o que nós técnicos chamamos de “um pequeno balanço”, mas deveria permanecer operando de forma estável. Talvez em Itaipu, na metade brasileira da usina que é conectada às linhas de 750 kV e opera em 60 c/s, houvesse necessidade da atuação automática da proteção rápida para reduzir um pouco o total da geração. Enquanto isto, em princípio, a metade Paraguaia da usina de Itaipu, que opera em 50 c/s, e envia a maior parte da sua energia para o Brasil através das duas linhas de +/- 600 kV em corrente contínua, nem sequer deveria sentir qualquer reflexo da ocorrência de Itaberá.
Entretanto, as coisas não aconteceram assim. Primeiro, as linhas de 750 kV foram desconectadas também no trecho Itaipu-Ivaiporã (por quê?) e isto, ao que tudo indica, configura-se numa operação indevida, que teria resultado na “rejeição de carga” total para a metade brasileira de Itaipu, obrigando a sua completa paralisação. Este desligamento das três linhas Itaipu-Ivaiporã não pode ser explicado como uma conseqüência direta e natural dos “curtos-circuitos próximos a Itaberá”.
Por outro lado, as duas linhas de +/- 600 kV em corrente contínua também foram desligadas automaticamente na sua totalidade, ou seja, entre Itaipu e Ibiuna, provocando a “rejeição da carga” total do sistema brasileiro para a metade Paraguaia de Itaipu e, assim, acarretando também a necessidade da sua paralisação (para evitar o disparo das máquinas, como no lado brasileiro) e, em conseqüência, provocando o apagão também no Paraguai.
Se a ocorrência dos curtos-circuitos em Itaberá não é capaz de justificar a abertura do trecho Itaipu-Ivaiporâ das linhas de 750 kV, muito menos poderá justificar a abertura das linhas de corrente contínua de +/- 600 kV e, consequentemente, também não poderá justificar o apagão.
Muita coisa, portanto, resta sem a devida explicação. O ONS deve satisfação ao povo brasileiro e as autoridades têm de cobrar os esclarecimentos devidos. O sistema elétrico brasileiro é robusto e, embora não possa ser 100% imune, dispõe de estrutura para suportar as perturbações naturais sem sofrer as conseqüências que sofreu na noite do último dia 10. Algo não funcionou como devia e deve ser tecnicamente apurado em sua total profundidade.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Contra as mensagens SMS não solicitadas... aquelas que enchem o saco

por JJcomunic
O Ministério Público Federal, de São Paulo, acaba de divulgar nota recomendando que as operadoras de telefonia parem de encaminhar mensagens SMS não solicitadas ao celular dos consumidores. Boa medida. Para o MPF-SP, a prática viola o direito à privacidade do cliente. O procurador da República Márcio Schusterschitz da Silva pede que Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) proiba a atividade.

Datas, décadas e imagens

por Gonça
Praga comemorou, nessa semana, o 20º aniversário da Revolução de Veludo, movimento que levou ao fim do comunismo na República Tcheca. Uma multidão em festa ocupou a Praça Venceslau. Entre 16 de novembro a 29 de dezembro de 1989, uma série de manifestações populares encurralou o governo comunista. Com a queda de outros dirigentes do Leste Europeu e o aumento dos protestos, o Partido Comunista da Tchecoslováquia anunciou no dia 18 de novembro que iniciaria o desmonte do Estado de partido único. Para os tchecos, era o começo de uma nova era. A Praça Venceslau tornava-se o cenário da vitória da Revolução de Veludo, assim como, 41 anos antes, recebera os estudantes da Primavera de Praga. Foi no mesmo local, em janeiro de 1969, há quatro décadas, que o estudante Jan Palach se imolou em protesto contra a ocupação da Tchecoslováquia pelas tropas que reprimiam a Primavera. Menos de dois meses depois da morte de Palach, o estudante Jan Zajíc também se sacrificou. Um santuário extra-oficial marca o gesto heróico dos dois estudantes, que a história recompensou.




Na sequência, a partir do alto, Jussara Razzé, do paniscumovum, e o jardim em homenagem a Jan Palach e Jan Zajic, na Praça Venceslau, que foi o palco principal das manifestações populares durante a Primavera de Praga e a Revolução de Veludo (Fotos Gonça/outubro de 2009). Sob ponto de vista oposto, a mesma praça, a multidão e os tanques naquele sombrio 1969 (Foto/Reprodução).  

Computador pode ser um arma perigosa

por Eli Halfoun
Vamos dar um “enter”, fazer um “download” e reconhecer que hoje é quase impossível viver sem utilizar a informática. Não há dúvida de que nos próximos anos o computador será ferramenta obrigatória para todos.
A informática é a maior revolução da era moderna, mais até do que foi a impressão em 1495 com a descoberta de Gutemberg. A informática permite a maior velocidade de comunicação do mundo: com a Internet hoje é perfeitamente possível enviar uma carta para um milhão de pessoas e percorrer milhões de páginas simultaneamente através de programas de buscas. Isso sem falar na possibilidade de vender livros para um público potencial de mais de cem países.
Também é preciso reconhecer que a informática virou uma poderosa arma em mãos inescrupulosas: através do computador estão invadindo nossas vidas, contas bancárias e nos enchendo de vírus, como se já não bastassem os que andam soltos no ar. Nem é preciso ter computador doméstico para ser um “marginal eletrônico”: estão aí as lan houses (casas de computadores em rede) que permitem o uso e abuso. Permitiam: vigora (mas será que funciona no Rio a lei 5.132 que obriga as lan houses a manterem um cadastro de usuários e a arquivar informações referentes a data, hora, identificação do usuário e terminal do computador.
Mesmo quem é contra qualquer tipo de repressão, certamente reconhece que nesse caso (bastam os celulares nos presídios) a fiscalização é o remédio mais eficaz para evitar que usuários mal intencionados façam estragos em vidas honestas de quem usa o computador como uma insubstituível ferramenta de trabalho. Nesse aspecto o Brasil foi o país que registrou o maior aumento no uso de computadores entre 2002 e 2007 com aumento de usuários de 22% para 44%. Hoje temos 60 milhões de computadores em uso e ocupamos a décima posição entre os países com maior número de computadores.
O fácil acesso a informática faz com que especialistas alertem para cuidados fundamentais como o de não abrir a guarda disponibilizando dados pessoais e endereços eletrônicos a três por dois, não permitir que empresas ou usuários invadam a sua intimidade. É preciso aprender a gerenciar a visibilidade de seus dados e evitar um nocivo rastreamento de “mãos bandidas”. O computador serve para facilitar nossas vidas. Não para ser uma nova e moderna maneira de nos roubar. Em matéria de falcatruas já chega (como chega!) as que nos ameaçam diariamente por todos os lados. Computador não é arma.

Polêmica nos quadrinhos

por JJcomunic
A revista Tina, criada por Maurício de Souza, está no foco de uma polêmica. Os quadrinhos da Turma da Mônica sempre abriram espaço para minorias. Portadores de necessidades visuais especiais, de Síndrome e Down, cadeirantes, já foram representados nas historinhas do Maurício. Dessa vez , um personagem supostamente gay provoca discussões. Tina traz em seu 6º número a história O Triângulo da Confusão. Nela, Caio, amigo de Tina, sugere que é comprometido com um outro rapaz, causando espanto na turma. Segundo o próprio Mauricio de Sousa, em seu twitter, a revista é voltada para o público “adulto jovem” e a história deve ser lida e interpretada pelos leitores. O criador da Tina diz ainda que “na TV, no cinema, nas revistas das bancas, há a separação por faixa de idade. Por que não haveria na nossa vasta galeria de publicações? Mas uma coisa vai se manter em todas as nossas produções: o respeito pelo ser humano. Pela pessoa. E a elegância no trato de qualquer tema”.

Cinza e fumaça no ventilador

por Eli Halfoun
Vão jogar cinza no ventilador, mas de qualquer maneira está valendo a lei (5.517/09) que proíbe o fumo em espaços de uso coletivo, ou seja, bares, restaurantes, shoppings, cinemas, etc.etc.. Se a lei for levada ao pé da letra fica proibido fumar até na rua porque, afinal, as ruas são de uso coletivo. Nada contra, embora ainda seja fumante, contra uma lei que seria desnecessária se os fumantes tivessem o mínimo de educação e respeito, o que dá na mesma, e não fumassem nos locais em que a fumaça realmente incomoda quem está por perto mesmo que seja um fumante inveterado. O problema dessa lei e que estão passando a responsabilidade maior de fiscalização aos proprietários dos locais em que fazer fumaça não pode mais: os donos de bares e restaurantes é que terão de comprar uma “briga” com os clientes para evitar que fumem e burlem a lei. O fumante pode ser convidado a apagar o cigarro, o que, se aceitar, fará com resistência ou retirar-se do local e se não fizer sujeitará o dono do estabelecimento a uma multa maior. Nesse aspecto outra questão se impõe: como avaliar a grandeza dos “danos”? Quem estará preparado para esse tipo de avaliação? A lei pode até minimizar o problema e expor menos o não fumante aos malefícios de “fumar por tabela”, mas a questão de só será realmente resolvida com uma campanha que ensine o fumante onde e quando pode acender seu cigarrinho sem enfumaçar e prejudicar o ambiente. Essa é ao que tudo indica mais uma lei que se perderá na fumaça porque os próprios estabelecimentos, que não querem perder clientela, darão um jeitinho para que na base do escondidinho o fumante dê as suas pitadas. A Vigilância Sanitária promete colocar fiscais em ação para que a lei seja realmente cumprida. Será que todos os fiscais serão não fumante? Se assim não for o bicho pega. E fuma.

Queimando dinheiro no corpo

por Eli Halfoun
Vivemos mesmo no país do “jeitinho”. Agora que o bronzeamento artificial está proibido (muitas clínicas de estética não estão cumprindo a nova lei e outras recorrem à justiça em busca de liminares) é hora de procurar ofertas alternativas para, como se diz popularmente, “pegar uma corzinha”, o que se consegue melhor com o sol natural, mas sem exageos. O fato é que sem o sol artificial das máquinas que provocam câncer de pele, as clínicas de estética passaram a oferecer cremes e sprays para disfarçar. O resultado é que os cremes e sprays importados tiveram rapidamente um aumento de 30%nos preços ( o comércio, sempre ganancioso, não perde tempo porque preciso “aproveitar a ocasião). Uma nova alternativa desembarca breve no Brasil: é um gel que, dizem, mas não provam, garante cor intensa por 24 horas e que depois da primeira aplicação dura até três dias. É só pra quem pode e gosta de jogar dinheiro fora: cada aplicação deverá custar US$ 130 dólares. Tem quem pague mesmo sabendo que o sol é de graça. E muito melhor.

Êta país paradoxal. É o Brasil

por Eli Halfoun
O Brasil é um país estranho e, em conseqüência, paradoxal. Primeiro vem o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, e anuncia todo orgulhoso que "o Brasil é o único país do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) a gerar mais de 1 milhão de empregos e que o próximo ano o país vai chegar ao saldo acumulado de 2 milhões de vagas". Convenhamos: não é nada perto do ainda enorme desemprego com que convivemos. Em seguida, chega a informação de que o Brasil melhorou (melhorou?) cinco pontos em um ranking mundial que analisa o nível de corrupção entre 180 países. Segundo a organização Transparência Internacional o Brasil deixou a 80ª posição e agora está na 75ª colocação, o que, como diria o Bóris Casoy é uma vergonha. Para a vergonha ser ainda maior está na mesmo posição de Colômbia, Peru e Suriname e atrás do Chile, Uruguai e Costa Rica.  Apesar da "melhora" em nível mundial o Brasil continua entre as nações com nível de ocorrência de corrupção (roubalheira é a palavra exata) considerado alto. O índice é calculado com base em pesquisas feitas por instituições de renome, que ouviram especialistas e empresários, convidados a dar sua opinião sobre a percepção que têm da corrupção existente entre funcionários públicos e políticos em seus países. Deve ter sido difícil, muito difícil, achar por aqui alguém que pudesse opinar sem rabo preso sobre isso. Afinal, ainda somos um país de poucos empregos e muitos corruptos.

Fama curta e pretensão longa

por Eli Halfoun
Até porque sabem que a fama não durará mais do que os chamados 15 minutos, as celebridades instantâneas não perdem tempo. É o caso da estudante Geisy Arruda que se fez famosa por causa do imbecil machismo de alunos da Uniban e de um vestido cafoninha, cafoninha. Agora ela, que já faturou bons cachês para participar de programas de televisão (Superpop e Casseta e Planeta, que pagou R$ 10 mil) tratou logo de cercar-se de  assessores, como se no caso dela isso realmente fosse necessário. Não é só: tratou de colocar 70 cm de megahair e quando a convidam para reportagens especiais exige cabeleireiro e maquiador. Está também fazendo um severo regime para não expor seus excessos (e bota excessos nisso) se aceitar posar nua para a revista Playboy, que certamente usará os milagrosos recursos do photoshop que tem sido uma verdadeira mãe para as modelos eventuais da revista. Geisy já tem duas assessoras: uma em Diadema, onde ainda mora, e outra em São Paulo (capital) para agendar seus compromissos e "falar com a imprensa". Bem que podia arranjar também uma assessora de moda, não para indicar vestidos mais longos, mas sim de bom gosto, ou seja, ao contrário do vermelhinho que provocou toda essa enorme e inútil confusão.

Direto no calo de Caetano

por Eli Halfoun
A inteligente e sutil resposta que o presidente Lula deu às agressões verbais de Caetano Veloso dizendo que depois da leitura da entrevista foi para casa e ouvir um CD de Chico Buarque saiu da boca de Lula, mas da cabeça do teólogo e filósofo Gilberto Carvalho, que é o assessor mais ouvido por Lula: sabia que a agora revelada preferência por Chico atingiria em cheio o "calo" de Cae, entusiasmado admirador das músicas, dos livros, do comportamento, do físico e até dos olhos verdes de Chico. A exagerada declaração de Caetano (ele pode, sim, dizer o que bem entender, mas com educação) foi feita dois dias depois de Lula atendido a um pedido de Dona Canô, mãe de Caetano, para que ajudasse a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro da Purificação (onde Caetano nasceu e onde vive Dona Cano) que estava quase fechando. Lula ajudou mesmo depois de Caetano ter falado demais. Dona Cano tentou falar com Lula por telefone para desculpar-se pelo filho, mas não conseguiu. Agora Lula enviará um cartão para Dona Canô. O cartão está sendo providenciado pelo mesmo Gilberto Carvalho. Enquanto isso o presidente Lula continua ouvindo Chico Buarque, o que não deixa de ser uma demonstração de bom gosto e inteligência.

É fotonovela mas pode chamar de webserie

por Gonça
As fotonovelas, assim como as novelas da Rádio Nacional, já foram moda e mania no Brasil. A Itália era a grande produtora desses quadrinhos fotográficos românticos. Grande Hotel e Capricho eram disputadas nas bancas de todo o pais. Mas foi a revista Sétimo Céu, da Bloch, que também fazia enorme sucesso nesse segmento, a primeira a produzir fotonovelas nacionais. Nos anos 70, muitos atores de novelas da Globo estavam no elenco da Central Bloch de Fotonovelas. E autores também. Até a Manchete Esportiva, à sua maneira, entrou nessa área e publicou aí por volta de 1959  uma fotonovela sobre a vida do Pelé. Curioso é que o "elenco" era formado pelo próprio jogador e sua família. Sem saber, a Bloch inovou e criou, então, uma espécie de reality show gráfico. Na garimpagem em sebos para as ilustrações do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Editora Desiderata), a jornalista e ex-funcionária da Manchete Jussara Razzé, uma das autoras do livro e responsável pela pesquisa de imagens e reproduções utilizadas na coletânea, descobriu um raro exemplar com essa histórica fotonovela.
Por que estou recordando tudo isso?
É que acaba de entrar no ar a primeira webserie brasileira. O "novela" "O Legado", uma criação da revista Contigo!, está no ar. Serão duas temporadas, de seis capítulos cada. A webserie também envolverá celebridades em seus capítulos."O Legado" é veiculada no hotsite do projeto e em redes sociais como Orkut, Twitter, Myspace e YouTube. (Foto: Reprodução da edição especial da Manchete Esportiva com fotonovela sobre a vida de Pelé)

Palmas para Botino. De pé

por Eli Halfoun
O Ministério da Saúde voltou a veicular na televisão anúncios alertando para a importância de continuar prevenindo-se para não ser mais uma vítima do HIV. Parece que como o assunto já não ocupa tanto espaço na mídia acabou fazendo as pessoas esquecerem a fundamental necessidade de prevenção para o que contribuiu também o coquetel que aumenta muito a sobrevida (mas não cura) de quem está contaminado. Quem contraiu o vírus - e esse parece ser o problema maior – tem vergonha de assumir que está doente. Foi essa vergonha que o ator Rodolfo Botino jogou para o alto e veio a público assumir que nos últimos 20 anos convive com o vírus HIV. Mais do que livrar-se de um segredo que certamente o incomoda muito Botino está agora prestando um grande serviço não só porque virou referência de que mesmo com a Aids a vida continua, mas também porque como figura pública que é está usando a experiência pessoal para orientar: além de responder muitos e-mails diários com pedidos de orientação que lhe são enviados tem dedicado boa parte de tempo fazendo palestras, em todo o Brasil, sobre o assunto do qual está bastante infirmado porque leu muito. Não são orientações médicas (médico ele não é, mas até indica um se necessário for). A corajosa atitude de Rodolfo Botino é uma lição: ninguém precisa ter vergonha da doença simplesmente porque é uma doença estão aí e todos nós podemos ser vítimas de uma. Para que isso não aconteça o remédio ideal e que funciona mesmo é a prevenção. Agora Botino está usando um mal para fazer o bem e certamente ajudará muito aos que ainda envergonhados já contraíram o vírus e aos que precisam de alertas diários para não se deixarem contaminar. Botino continua exercendo – e bem – a sua profissão de ator com o espetáculo Risoto, que escreveu em parceria com o ator Luiz Salem e a atriz Stella Miranda e sonha (nunca é proibido sonhar) em voltar a fazer novelas. O principal é que sem carregar mais a cruz da vergonha está mostrando que a perspectiva de morte (todos nós morreremos) pode ser também a melhor perspectiva de vida.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Será que é ele?



A reportagem de Monica Bergamo sobre o filho de FHC com a jornalista Miriam Dutra, publicada na Folha de São Paulo, edição de domingo, continua rendendo. O blog Do Lado de Lá (http://maureliomello.blogspot.com/) publica o que afirma ser a única foto disponível do adolescente Tomas Dutra. Está aí a reprodução de uma foto postada no Facebook.

Maria Paula na Revista Joyce Pascowitch


A edição de novembro da Revista Joyce Pascowitch vem com a atriz Maria Paula na capa. A humorista do Casseta & Planeta, Urgente! conta que um dos papéis que ela mais gosta de fazer no programa são as paródias das novelas: “Sou privilegiada, posso dizer que sou a única atriz que nos últimos 15 anos fez todas as novelas das 8”, brinca. A matéria é da jornalista Camila Garcia. "Quero viver 130 anos, saudável e sarada. Se puder me aposentar no programa vou ficar muito feliz”, diz Maria Paula (Divulgação/Foto de André Passos/Revista Joyce Pascowitch)

A grande lição dos professores

por Eli Halfoun
Em recente novela uma professora enfrentava todo tipo de dificuldades para fazer funcionar uma escola de periferia. A falta de condições de trabalho não impedia a professora da ficção de exercer sua vocação de ensinar e de manter a escola funcionando mesmo que precariamente. Nossas escolas de verdade estão caindo aos pedaços, os professores enfrentam dificuldades (baixos salários, precárias condições de trabalho, ameaças e muitas vezes até a falta de alguns trocados para locomoção) para manter as salas de aula funcionando e fazer simplesmente o essencial: ensinar.
É no esforço pessoal de cada um de nossos professores que está o ensinamento maior de vida: o da dedicação e entusiasmo. Levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira mostra que o déficit de professores nos níveis fundamental e médio da educação básica ultrapassa 250 mil professores. Faltam professores, faltam escolas, mas não faltam alunos: nos últimos anos aumentaram 53% as matrículas no ensino médio. O estudo mostra ainda que consideradas as matrículas iniciais no Ensino Médio percebe-se a necessidade de Cursos Superiores na Baixada Fluminense.
O trabalho de professores de todos os níveis deve ser reconhecido diariamente, mas não tem sido assim. No recente Dia do Professor a data mal foi lembrada. O Dia do Professor surgiu em 15 de outubro de 1827 através do Decreto Imperial de D. Pedro I, determinando que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem sua escolas de primeiras letras”, com descentralização do ensino e as matérias básicas para os alunos. Somente em 1947 aconteceu a primeira comemoração até a data ser oficializada pelo Decreto Federal 52.682 de 14 de outubro de 1963. para “enaltecer a função do mestre na sociedade moderna”.
Agora não houve festa. Não há motivos para comemorar. Talvez a festa maior aconteça quando os governos reconhecerem a importância do professor com melhor remuneração e condições básicas de trabalho. Cada vez mais sacrificados os professores continuam aí para ensinar. Os governos é que precisam aprender.
A revista Receitas da Palmirinha chega às bancas com 34 páginas de sugestões para uma ceia de fim de ano. Aí vai uma dica de uma delas para as leitoras do paniscumovum.

PERNIL COM FRUTAS
Ingredientes 200ml de vinho branco 10 dentes de alho 2 folhas de louro 1 ramo de alecrim Sal e pimenta (a gosto) 1 pernil de 2kg 50g de margarina
Molho
200ml de suco de maracujá 2 colheres (sopa) de mostarda 2 colheres (sopa) de catchup ½ xícara (chá) de mel 200g de castanha do pará triturada 1 xícara (chá) cereja em calda 1 lata de pêssego em calda 1 lata de figo em calda 1 lata de abacaxi em calda
Modo de Fazer
Ingredientes
Molho para o Tempero
No liquidificador coloque o vinho, o alho, o louro, o alecrim, o sal e a pimenta. Bata para agrega-los. Reserve. Em um refratário, coloque o pernil e faça furos sobre ele com auxílio de uma faca. A seguir, regue com o tempero reservado. Deixe no molho do tempero por aproximadamente 2 horas. Coloque em uma assadeira retangular forrada com papel alumínio. Regue com o tempero do refratário. Espalhe a margarina (opcional). Cubra a assadeira com papel alumínio. Leve ao forno preaquecido (180ºC) por 2 horas A seguir, retire o papel alumínio e deixe dourar (aproximadamente 30 minutos). Retire do forno e regue com o molho. Polvilhe castanha do pará triturada. Decore com abacaxi, pêssegos, figos e cerejas.
Molho
Em uma panela, coloque o suco de maracujá, a mostarda e o catchup. Mexa cada ingrediente adicionado. Cozinhe até levantar fervura. A seguir, acrescente o mel e cozinhe por mais alguns minutos. Desligue.
(Foto Sidney Tuma/Divulgação)

Torcida apoia pontos corridos no Brasileirão

A APPM (empresa de Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado) fez uma pesquisa com 1.000 paulistanos para saber se elas concordam com o sistema de pontos corridos do Brasileirão. O resultado mostrou que 44% dos entrevistados preferem que o torneio seja mesmo por pontos corridos contra 19% que afirmaram preferir partidas eliminatórias - o famoso Mata-Mata usado no campeonato até 2003. Dos entrevistados, 55% concordam que o campeonato por pontos corridos é melhor porque premia os times mais regulares e mantém a emoção do torcedor até o final.

Mais um no grande palco de Brasília

por Eli Halfoun
O cantor e apresentador Netinho, aquele que fala e canta quase chorando (deve ser por pena do público) terá de licenciar-se do programa Show da Gente que apresenta no SBT e que esperou tanto para conseguir. O próprio Netinho fez questão de indicar seu provável substituto que deverá ser o cantor Bello. Netinho e Bello têm em comum o fato de terem sido personagens das páginas policiais: o primeiro preso por ter batido na ex-mulher e o segundo quando foi para a cadeia sob acusação de envolvimento com o tráfico de drogas (ninguém provou nada, mas não e pode negar que CD desse esquisito pagode que anda por aí é mesmo uma droga). Bello entra em capo sabendo que terá de deixar o jogo quando Netinho voltar, se voltar. O afastamento de Netinho nada tem a ver com doença, viagem ou qualquer problema artístico. É um afastamento obrigatório já que será candidato ao Senado e no período eleitoral candidato só pode aparecer nos programas gratuitos do Tribunal Regional Eleitoral. A direção do SBT acredita que Bello será bem aceito pelo público e fará um bom trabalho em sua primeira experiência como apresentador. Isso não é nada: terrível mesmo é a possibilidade de ter que aturar Netinho como senador.Só tem uma vantagem: pelo menos lá ele não vai cantar.

Cony vai contar tudo

Carlos Heitor Cony, um dos autores do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou, assinou contrato com a editora Levy para publicar seu livro de memórias. Título: Eu aos Pedaços. O lançamento está previsto para o ano que vem.

Marcas que não saem da cabeça


por Gonça
Conheça as marcas vencedoras do Prêmio Folha Top of Mind 2009. Trata-se de um reconhecimento à marca mais lembrada do ano pelo consumidor brasileiro. O Top of Mind, principal prêmio de brand awareness (consciência de marca), é realizado pelo Instituto Datafolha com base em mais de 5 mil entrevistas, entre homens e mulheres, com idade igual ou superior a 16 anos, de todos os níveis sociais e escolaridades.
As marcas Brastemp e Kibon foram chamadas ao palco pelos apresentadores Fernanda Lima e Dan Stulbach (foto/divulgação) como vencedoras das categorias Top Classe A e Top Popular, as mais lembradas pelos consumidores de maior poder aquisitivo e os da classe C – a classe social que mais cresce e influência o consumo atualmente no Brasil.
A marca Skol foi a que mais se destacou no último ano, levando o prêmio Top Performance. Já a estatueta da marca mais lembrada pelos consumidores quando questionados sobre preservação do meio ambiente foi para a Ypê. A Pirelli foi eleita a marca que os homens mais se lembram (Top Masculino). As inéditas categorias regionais premiaram Doriana na região sul, Casas Bahia na sudeste, Primor na região nordeste e Mabel recebendo pelas regiões norte e centro-oeste. No total, foram premiadas 52 categorias. Abaixo, a relação dos ganhadores Top do Top.
Top do Top OMO
Top do Top COCA-COLA
Top do Top NIKE
Top Performance SKOL
Top Feminino SEDA
Top Masculino PIRELLI
Top Classe A BRASTEMP
Top Popular KIBON
Top Meio Ambiente YPÊ
Top Família ARNOs
Top Região Sudeste CASAS BAHIA
Top Região Sul DORIANA
Top Região Nordeste PRIMOR (BUNGE)
Top Região Norte/Centro Oeste MABEL (BISCOITO)

Uma Fazenda (que não é ministério) sob suspeita?

por Eli Halfoun
Qualquer programa de televisão que distribua migalha ou milhões em prêmios está sempre em suspeição: o telespectador acredita que é tudo armado e combinado, exatamente como acontece na política. No final tudo fica (também como na política) sem qualquer prova e o povo esquece. Agora as suspeitas recaem sobre a recém estreada segunda edição (precisava mesmo de mais uma?) do reality A Fazenda, na Rede Record,onde, aliás, tudo o que cai na rede é peixe.Durante toda a primeira exibição da primeira edição do programa todo mundo “sabia” que o ator Dado Dolabela seria, como foi, o vencedor.Agora nessa segunda edição de A Fazenda suspeita-se que a vencedora será a atriz Karina Bacchi que só teria aceitado participar do programa com essa condição. Isso significa dizer que os outros concorrentes, entre os quais o nadador Fernando (Xuxa) Scherer, a juíza de futebol Ana Paula Oliveira, o cantor Mauricio Manieri e as atrizes Cacau Melo e Sheila, também Maello só estariam ali para fazer figuração e funcionariam como ”escadas” e ainda por cima recebendo cachês com valores bem diferentes. E provavelmente descontando “casa e comida”. (Fotos Edu Chaves/Divulgação Rede Record)


Pernas para que te quero?

por Eli Halfoun
Estava na cara que assim como aconteceu com tantas outras celebridades, a visita de Madonna ao Brasil viraria motivo de piada, que, aliás, foram muitas e nem era preciso porque a própria cantora e seu fiel escudeiro se encarregaram de nos fazer rir, mesmo quando, digamos, agiam a sério. O que se conta agora é que no jantar que teve, no Rio, com o empresário Eike Batista, a certa altura Madonna entrou em uma conversa em torno de sua apresentação no Rio e contou que quase levou um tombo no palco por causa da chuva. Para provar que não estava inventando tratou logo de matar a copa e mostrar o pau (não exatamente isso até porque Jesus Luz não estava por perto): levantou o vestido e mostrou uma marca na perna, ainda resultado do quase acidente. Há quem diga que acidente mesmo foi ela ter levantado o vestido, mas deu resultado: logo depois Eike Batista fez uma doação de US$ 7 milhões para as obras de Madonna. Suspeita-se que ele abriu o cofrinho para que ela abaixasse logo o vesitdo. Tem lógica. Ai Jesus.

Pisando no tapete


por Eli Halfoun
Quando aceitou o convite da revista Playboy para tirar a roupa, a escritora e apresentadora Fernanda Young sabia que sua nudez estaria exposta a chuvas e trovoadas. Agora Fernanda está encharcada de críticas. O humorista e repórter Danilo Gentili, do programa CQC (Bandeirantes), tem usado o twitter para brincar com o corpo de Fernanda. Primeiro ele escreveu que “a nudez de Fernanda Young é como ela disse: intelectual. É quase um teste de QI. Você é inteligente? Então não compre a revista”. Com a publicação nas bancas, Gentili voltou a atacar: “Vi a Playboy da Fernanda Young. Ela é reta e cheia de desenhos. Só não digo que é o tapete de Aladim porque o tapete faz o cara subir”. Fernanda ainda não respondeu, mas tudo indica que vem chumbo grosso por ai.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Geisy é do Casseta


A garota do minivestido vermelho estará amanhã, terça-feira, em rede nacional. Geisy aparece no Casseta e Planeta como a 'loura da Uniburka", uma universiade onde todas as alunas usam burka. 15 minutos de fama? Não importa, deixem a loura brilhar e matar de inveja os caretas da Uniban. (Foto: Divulgação/TV Globo)

Violência no trânsito: é hora de frear pra pensar

por Eli Halfoun
Criada em 1950 a indústria automobilística brasileira nos orgulha, mas nem tanto: a violência no trânsito causa problemas graves. O custo anual de acidentes de trânsito no país é, segundo estudo da Associação Nacional de Transportes Públicos, de R$ 28 bilhões de reais, conseqüência de 35 mil mortes, 100 mil pessoas com deficiências temporárias e 400 mil feridos. Haja lei seca. É hora de frear para pensar e desacelerar a brutal estatística de vítimas que o trânsito provoca: estudos mostram que no Brasil são três mil as vítimas fatais provocadas mensalmente pelos acidentes, ou seja, um número quatro vezes maior ao de países desenvolvidos e a mesma quantidade de vítimas do atentado de 11 de setembro as torres gêmeas nos Estados Unidos. Estudos comprovam que os acidentes de trânsito são conseqüências diretas da nossa distorcida visão sobre o assunto: nunca nos damos conta que os acidentes de trânsito agravam a falta de vagas nos hospitais públicos, onde de cada dez leitos nos Centros de Terapia Intensiva dois são ocupados por vítimas do trânsito.
Sem atenção e educação, a tendência é a violência no trânsito aumentar: anualmente 1,7 milhões de pessoas obtêm a Carteira Nacional de Habilitação (grande parte de jovens entre 18 e 24 anos), um milhão de motoristas renovam suas habilitações. No Rio 41% dos acidentes são causados por excesso de velocidade. É o estado com maior índice, seguido de São Paulo e Brasília com, respectivamente, 28% e 21%.
Dados do Corpo de Bombeiros mostram que cerca de 30% das pessoas que batem de carro possuem hálito etílico, o que acontece também com 24% dos atropelados.
O Brasil tem registros de 40 milhões de veículos (27 milhões circulando) Anualmente cerca de 9 milhões de automóveis trocam de proprietários e 3 milhões de novos veículos (um milhão de motocicletas) entram no mercado movimentando 100 bilhões de reais. Não é preciso dirigir para ser vítima: os atropelamentos são responsáveis por 36% das mortes nas estradas brasileiras. Vamos pisar no freio: nenhuma vida pode ser interrompida em alta velocidade.

Pararam as máquinas



Chega às livrarias essa semana o livro A rotativa parou! - Os últimos dias da Última Hora de Samuel Wainer (Editora Civilização Brasileira), do jornalista Benício Medeiros, que foi repórter e crítico literário da revista Veja, redator da  Istoé, editor do Jornal da Globo, editorialista do Jornal do Brasil e editor da revista Manchete. Com depoimentos, pesquisas, fotos e material da memória, Benício relata situações dramáticas e também cômicas vividas na reta final do histórico jornal. Um trecho:
A paciência da redação ia-se esgotando. E decidiu-se por uma paralisação, no horário do fechamento, em sinal de protesto contra uma situação que se revelava insustentável. Coisa inédita em quase vinte anos de contínua atividade: a redação da UH, nesse dia, parou por um interminável minuto. Samuel trabalhava normalmente no seu aquário, subindo e descendo os seus óculos como sempre, quando percebeu uma estranha calmaria. Levantou-se e viu a cena chocante. Estavam todos de pé, num silêncio lutuoso, pois nada, na verdade, precisava ser dito. Samuel parecia não acreditar no que via, disfarçava, não sabia onde pôr as mãos, o que dizer ou fazer. Me deu pena ver o seu olhar atônito, por trás do vidro do aquário. Não era o olhar do patrão nem do jornalista, mas o olhar de um homem comum diante da própria ruína, diante do fim da sua grande aventura.”