segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Franceses protestam contra o bárbaro assassinato do professor Samuel Paty. Liberdade de expressão acima de tudo...

Manifestação na Place de la République., Paris Foto: Reprodução TV France 2

Os franceses foram às ruas homenagear Samuel Paty. O professor foi degolado por um fanático religioso. O motivo do ato bárbaro: durante uma aula em que falava sobre liberdade de expressão, ele exibiu caricaturas de Maomé. Era uma referência ao mesmo motivo pelos quais terroristas islâmicos, incentivados por líderes religiosos radicais, assassinaram dezenas de pessoas na redação do jornal Charlie Hebdo e em atentados em vários locais de Paris. 

O Brasil parece distante dessa problemática. Mas nem tanto, guardada, por enquanto, as proporções, o alvo, a liberdade de expressão, é o mesmo. Por motivos religiosos, terroristas atacaram a bomba a sede da produtora Porta dos Fundos. Por fanatismo, evangélicos intolerantes ameaçam e depredam com frequência terreiros de candomblé e umbanda. Por não tolerar a liberdade de expressão, uma associação católica processa o mesmo grupo de humoristas e pede uma grana preta na Justiça, alegando que ironizaram a bíblia. E pastores da igreja Universal deflagram centenas de processos contra o escritor J.P. Cuenca. 

O professor francês foi assassinado por levar aos seus alunos um pilar constitucional da França: a liberdade de expressão, o mesmo direito que está gravado na Constituição brasileira. Direito que ora juízes, ora radicais e ora terroristas assumidos tentam torpedear na frágil democracia brasileira. Aqui, a maré da intolerância sobe sem obstáculos. Na França, o povo protesta contra o assassinato de Paty e o governo anuncia providências: a expulsão do país de religiosos radicais que incitam seguidores a usarem o livro "sagrado", sem dispensar facas, fuzis e bombas. O presidente Emmanuel Macron, que pretende expandir uma frente de combate ao terrorismo, recebeu a família do professor e lideranças islâmicas que se opõem aos radicais. 

Parodiando a frase do poeta inglês John Donne imortalizada por Ernest Hemingway no livro "Por quem os sinos dobram": não pergunte por quem os franceses protestam. Eles protestam por ti.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Vai visitar Pompeia? Um alerta: roubar pedaços de azulejos, cacos de ânforas e lascas de cerâmica dá azar.

O trabalho paciente dos arquélogos é permanente em Pompeia. Cada lasca de azulejo ou cerâmica levada como souvenir pode ser uma peça do quebra-cabeças que a cidade ainda esconde. Foto: J.E.Gonçalves 

Percorrer as ruas de Pompeia é, ao mesmo tempo, conhecer o urbanismo romano e ver os sinais de uma catástrofe que matou milhares de habitantes e deixou um dramático testamento do modo de vida da população. 
Foto: J.E.Gonçalves


Um simpático pé sujo em plena Pompeia. A mais recente descoberta do pesquisadores indica que a cidade praticava um tipo de reciclagem. Ânforas quebradas em uma sexta-feira mais quente, a Veneri Dies, não por acaso em homenagem à deusa Vênus, isso mesmo, a do amor, que sextava na época como até  hoje, viravam matéria prima. Foto: Jussara Razzé

 
Parte da mansão de um privilegiado. Talvez de um comerciante ou de um funcionário comissionado de Roma. 
Foto; J.E.Gonçalves 


Uma das vias da cidade. Seria a Dias Ferreira de Pompeia? Foto de J.E.Gonçalves

A Arena de Pompeia. Não foi obra dos turistas larápios, mas observe que o lado esquerdo da arquibancada perdeu todos
os degraus. Foto de J.E.Gonçalves


por José Esmeraldo Gonçalves

O jornal La Reppublica publicou há poucos dias uma curiosa reportagem sobre um pacote enviado ao Parque Arqueológico de Pompeia, no sul da Itália. Dentro da caixa que cruzou o Atlântico, pedaços de mosaicos, parte de uma ânfora e algumas peças incompletas de cerâmica. O material correspondia a objetos roubados anos atrás. Os dois canadenses que remeteram o pacote anexaram cartas onde explicaram que eram jovens ao roubar as peças. Na época, queriam apenas ter raras lembranças da visita a um local histórico. Só que o souvenir, segundo eles, fez suas vindas entrarem em uma maré de azar de doenças e perdas financeiras. Por terem sido recolhidas em um local onde milhares de pessoas enfrentaram sofrimento e morte, as peças carregavam muita energia negativa, na visão dos canadenses azarados. As populações de Pompeia e Herculano foram soterradas por uma erupção do Vesúvio de proporções catastróficas, em 79 dC.

Os arqueólogos agradeceram e adorariam que muitos outros turistas seguissem o exemplo dos canadenses arrependidos, que pediram perdão às autoridades, "aos deuses romanos", e devolveram a muamba. 

Qualquer lasca de pedra de Pompeia conta uma história. Também há poucos dias The Guardian ouviu pesquisadores italianos que encontraram evidências de locais que reciclavam material. Pompeia tinha até seus catadores. A descoberta de uma espécie de aterro sanitário fora das fortificações da cidade reforçou essa tese ambiental de reutilização de material. 

À parte a experiência única de caminhar sobre um passado remotíssimo, percorrer as ruas de Pompeia é encontrar em vários sítios grupos de pesquisadores de universidades de vários países em permanentes escavações. Para eles, muito além dos que os turistas podem ver - e, de preferência, não roubar - as ruínas e o subsolo ainda escondem muitas respostas. 

Vice-lider de Bolsonaro deposita dinheiro no "pix" do BB, o Banco do Brioco




As redes sociais se divertem com a inusitada criatividade do senador que tentou esconder dinheiro no rabicó. 
Reproduções Twitter

por O. V. Pochê 

O senador Chico Rodrigues (DEM) deu uma rosca na internet ontem e quase fez explodir os trend topics. Primeiramente, ele fez o Brasil rir em um momento de tristezas. Ninguém lhe tira esse mérito. 

A corrupção da dobradinha empresários+políticos já registrou dinheiro na cueca, montanhas de malas de dinheiro em apartamento, mochilas cheias de propina e gaveteiros lotados de maços de notas. 

Agora, dinheiro nas nádegas e no "pix" do fioto é novidade. Alvo de uma operação da PF que apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia, o senador tinha em casa cerca de 100 mil reais. Quando a Dona Justa chegou na casa do indivíduo, ele fez uma rápida transferência de 30 mil reais para uma conta improvisada entre nádegas. Chico atochou na região o montante na esperança de escapar com um troco após a vistoria dos agentes. Segundo a revista Crusoé, que deu esse furo (nada a ver com o equivalente senatorial), o dinheiro teria saído carimbado de matéria fecal. Chico Rodrigues é vice-líder do governo no Senado, é parceirão de Bolsonaro (o elemento presidente já afirmou que tem praticamente uma "união estável" com o das nádegas), a ponto de ter dado uma boquinha remunerada a um parente dos Bozorocas. 

Não será surpresa se for revelado que ao saber que os bota-preta tocavam o interfone e pouco antes de apressadamente depositar a grana nas nádegas flácidas, o senador tenha recebido uma mensagem muito clara: "Sua excelência, vai dar merda". Deu.

Os brasileiros pedem encarecidamente ao Banco Central para não devolver as referidas cédulas à circulação.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Essa foto incomodou anormais moralistas e religiosos. Galera, tira o atraso!

O decote de Sanna Marin, Primeira-Ministra da Finlândia irritou pessoas sexualmente doentes e que precisam de ajuda. Foto: Reprodução Instagram.

Ninguém duvida que os tempos são chatos, medíocres, repulsivos, fascistas e tristes. E não é apenas por conta da Covid-19. Milícias religiosas, conservadoras, xiitas, ideológicas e corruptas enchem sacos e ovários dos demais cidadãos e cidadãs. Há pouco, o alvo foi a garota de biquíni no Leblon. 

Dessa vez, a vítima das redes inquisitoriais estava bem mais longe: foi a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, Os anormais que não podem ver uma mulher sensual dispararam críticas sexistas incomodados pelo blazer aberto da política. Toda a reação doentia veio por causa de uma foto publicada no Instagram da revista de moda Trendi onde ela aparece, em casa, vestindo um blazer levemente decotado. Os e as sexualmente problemáticos (as) entraram em parafuso mental. Ficaram louquinhos (as). O decote da Marin levou internautas mais cedo ao inferno, outros viram a foto e sentiram vontade imensa de se auto chicotearem em punição extrema ao som de orações. Alguns sonharam que se afogavam no Jordão. Outros, de volta à Idade Média, padeciam sobre espinhos para alcançar a redenção. 

Esse pessoal ficou irritado com a foto da Sanna Marin. 

Para a maioria, talvez, uma simples chance de realização sexual talvez acalmasse ânimos.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Paparazzo: um livro que nasceu do isolamento resgata momentos das estrelas de Hollywood trabalhando nas ruas de Nova York

O ator Jack Black chega à NBC para participar do Late Show, de David Letterman. Como teria de vestir o figurino fornecido pela produção, chegou pedalando, de cuecas. Mais prático. Foto de Larry Schwartzwald/Divulgação 

2000: em intervalo de filmagem, Hally Barry posa para os fãs. Foto de Larry Schwartzwald/Divulgação 

Sob o olhar do público contido por policiais, Sylvester Stallone, Robert De Niro e Ray Liotta chegam ao set para uma cena no filme "A cidade dos tiras" (Cop Land), em 1996.

Nova York é um set aberto para filmagens. Nos anos 1990, o fotógrafo Larry Schwartzwald percorria as ruas da cidade registrando flagrantes de estrelas de cinema trabalhando nas ruas. 

Todo esse material foi reunido para um livro "Streets of Gold", a ser lançado em 2022. Durante a pandemia, Schwartzwald revirou caixas e gavetas de negativos redescobriu um portfolio valioso. Além de ajudar a vencer o tédio em plena pandemia, a busca despertou a memória de bons momentos curtidos há mais de vinte anos. E, de quebra, mostra que a técnica paparazzo pode produzir bons documentos.

 "Valeu a pena passear pelos parques e ruas de Manhattan e documentar os ícones do entretenimento", diz ele. Larry Schwartzwald é fotógrafo do New York Post e, na verdade, as ruas da Big Apple são seu campo de trabalho. 

domingo, 11 de outubro de 2020

Leila Cravo (1953-2020): o mistério que se foi...



Em 12 de novembro de 1975, há quase 45 anos, a atriz, modelo e apresentadora Leila Cravo foi ao Motel Vip's, no Rio, um programa comum a muitos cariocas. Naquela madrugada, ela foi encontrada nua, gravemente ferida, largada no asfalto da Avenida Niemeyer. Em apuração apressada, jornais e revistas embarcaram nas primeiras versões levantadas pela polícia: aos 24 anos, ela havia tentado o suicídio, depois de um fim de namoro, ou, simplesmente, caíra da sacada de uma das suítes. Quase uma no depois, a investigação não chegou a conclusiva provada. O namorado que acompanhou Leila ao Vip's, um empresário, afirmou que pagou a conta, saiu e a deixou no motel. O casal havia terminado o namoro. Funcionários confirmaram que o namorada de fato tinha se retirado mais cedo.  


Com base no relato de uma pessoa que teria testemunhado Leila Cravo se jogar do Vip's Motel, Manchete chegou a endossar a tese da suposta tentativa de suicídio demonstrada em gráfico, mas ao final do inquérito, nem a polícia não conseguiu evidências dessa versão.

Pouco depois da publicação das primeiras reportagens sobre o caso, alguns indícios começaram a escapar. A ditadura militar que encobria o Brasil não era um bloco coeso, como se sabe. Havia dissidências e um desses grupos, provavelmente para expor um antagonista, teria feito chegar a alguns jornalistas a suspeita de que duas figuras do alto escalão do governo teriam estuprado e espancado a atriz e em seguida refeito a cena do crime para fundamentar versões que não os incriminasse. 

Leila, que na época figurava nas capas das revistas Amiga, Fatos & Fotos, Manchete, O Cruzeiro e Status, dizia que não lembrava do que aconteceu, jamais sustentou qualquer versão, e o caso tornou-se um mistério que aos poucos foi esquecido. 

Leila Cravo, que morava na Urca, morreu de infecção generalizada no dia 5 de agosto, aos 66 anos, no Miguel Couto, o mesmo hospital para onde foi levada naquela madrugada de 1975, e onde a mídia fez plantão dias seguidos. Dessa vez, Leila não foi notícia imediata: sua morte só chegou à imprensa em  2 de outubro, quase dois meses depois.

A única matéria mais completa sobre a morte de Leila foi publicada no UOL pelo jornalista Paulo Sampaio, neste 9 de outubro. O mesmo profissional havia entrevistado a atriz para a revisa JP, em 2015. Dessa vez, ele conversou com Thatiana Cravo, 42, filha de Leila, que traçou um amplo retrato da vida e dos desencontros da mãe e apontou a versão que correu na época sobre os "altos funcionários" envolvidos no caso.

Aparentemente, Leila Cravo levou seu maior mistério.

LEIA A MATÉRIA DE PAULO SAMPAIO AQUI

Os arquivos de Washington que denunciam as atrocidades da ditadura brasileira. E o que Joe Biden tem a ver com isso

 Já há alguns anos, vencem no Estados Unidos os prazos legais para liberação de documentos que comprovam assassinatos, sequestros e torturas praticados durante a ditadura no Brasil. Os últimos que foram entregues ao governo brasileiros cobrem o período de 1967 e 1977. 

Quem trouxe o HD com 43 documentos foi o atual candidato a presidente dos EUA, Joe Biden. Por determinação de Barack Obama, os relatórios foram entregues à Comissão da Verdade, durante o governo Dilma Rousseff, ela mesma vítima de torturas. Os documentos denunciam execuções sumárias de adversários do regime ordenada por Ernesto Geisel, entre outros crimes dos gorilas de plantão no Planalto. 

Nos Estados Unidos  ainda existem documentos secretos sobre o terrorismo de Estado que a ditadura pôs em ação, inclusive o episódio das bombas do Riocentro. Embora muitos deles com prazos vencidos, dificilmente serão liberados em futuro próximo. Ocorre que os serviços secretos americanos só liberam documentos sobre fatos apurados por seus agentes no exterior se houver uma solicitação oficial do pais interessado.  No momento, o governo brasileiro, novamente militarizado, pede reforço no suprimento de fraldas só de pensar nessa possibilidade. Que, um dia, será realidade.

Matéria da revista Start Magazine detalha o episódios. Leia a reportagem completa AQUI

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Para você que usa a máscara no queixo e no pescoço...




A ideia é que máscara proteja as vias de entrada do vírus da Covid-19. O nariz e a boca, a propósito. Mas um grande número de brasileiros, incentivados pelas autoridades-antas de Brasília, circula com a  máscara abaixo do nariz ou no pescoço. Pensando nesses indivíduos anormais, o Correio da Bahia bancou a campanha "Não existe razão para estar fora do lugar. Use sua máscara corretamente". São peças publicitárias provocadoras que mostram o ridículo da situação: pessoas que pensam que o nariz é no queixo e a boca no gogó. 
Os anúncios, que foram criados pela Propeg e veiculados nas edições impressa e digital do Correio da Bahia, repercutiram no exterior. O site Ads of the World apontou a campanha como um dos destaques do mês de setembro. 



 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Capa da Time: Casa Covid, Salão Viral

Da série Capas Inacreditáveis: Cristo Júnior na Placar

No tempo em que a IstoÉ ainda achava que a virgindade era uma flor e FHC não era neoliberal...

Já viu esses vilões por aí? Campanha internacional é dirigida a investidores e empresas que compram produtos do Brasil

 




Catherine Spaak, a estrela volta. Da quarentena para as telas...




Catherine Spaak contracena com Antonio Folletto. 

por Ed Sá 

Depois de uma longa ausência, Catherine Spaak, 75, volta ao cinema. E ganha da crítica o adjetivo "maravilhosa". Para quem não liga o nome à pessoa, ela foi a mais explosiva "lolita" da Cinecittá nas décadas de 1960/1970. No filme, La Vancanza (O Feriado),  interpreta um idosa vítima de Alzheimer que torna-se amiga de um jovem. As filmagens aconteceram no ano passado. 

Catherine Spaak em 1966. Não parece, mas o sucesso e as capas de revistas 
escondiam uma depressão que atormentava a estrela. 

A atriz, que está em quarentena desde fevereiro deste ano, conta à revista Panorama que se "encantou" com o papel. "Em 2019, recusei outras propostas, mas fiquei feliz com essa personagem, apesar de ter sido cansativo interpretá-la". E falou sobre sua rotina traquila, hoje, sozinha, após quatro casamentos. "Não estou solitária. É um modo de vida. Meus cães me dão boa noite, deito-me para ler um livro até o sono chegar. Para mim, é o Nirvana. Passei a vida atrás de um príncipe encantado e agora descobri que sou o meu próprio "príncipe encantado".

Time Out diz que São Paulo tem o 19° bairro mais "descolado" do mundo. Falta só o turista corajoso...

 A revista Time Out apontou os 40 bairros mais decolados do mundo. O Brasil está mais ou menos na lista. Neste ano, entra o "Centro de São Paulo", assim, sem maiores considerações ou localizações. 

A entrada de turistas estrangeiros no Brasil voltou a cair em 2020. Covid 19, crimes ambientais contínuos, imagem em baixa no exterior, identificação do país com regimes de ultra direita, violência, milícias e gangues, desprezo à cultura com falta de verbas para preservação de monumentos, bens tombados e museus, aumento da pobreza extrema e desigualdade não são exatamente valores que os turistas querem ver nas férias. E olha que o Brasil está em liquidação, tão desvalorizado está o real para quem vem com dólar ou euro para gastar aqui.  

1. Esquerra de l’Eixample, Barcelona; 2. Centro de Los Angeles; 3. Sham Shui Po, Hong Kong; 4. Bedford-Stuyvesant, Nova York; 5. Yarraville, Melbourne; 6. Wedding, Berlím; 7. Shaanxi Bei Lu / Kangding Lu, Shanghai; 8. Dennistoun, Glasgow; 9. Haut-Marais, París; 10. Marrickville, Sidney; 11. Verdun, Montreal; 12. Kalamaja, Tallin; 13. Hannam-dong, Seul; 14. Bonfim, Porto; 15. Ghosttown, Oakland; 16. Chula-Samyan, Bangkok; 17. Alvalade, Lisboa; 18. Noord, Amsterdam; 19. Centro de São Paulo; 20. Holešovice, Praga; 21. Lavapiés, Madrid; 22. Opebi, Lagos; 23. Narvarte, Cidade do México; 24. Uptown, Chicago; 25. Little Five Points, Atlanta; 26. Wynwood, Miami; 27. Phibsboro, Dublín; 28. Nørrebro, Copenhague; 29. Bugis, Singapura; 30. Gongguan, Taipé; 31. Soho, Londres; 32. Binh Tanh, Cidade Ho Chi Minh; 33. Melville, Johannesburgo; 34. Kabutocho, Tóquio; 35. Porta Venezia, Milão; 36. Taman Paramount, Kuala Lumpur; 37. Allston, Boston; 38. Bandra West, Mumbai; 39. Arnavutköy, Istambul; 40. Banjar Nagi, Ubud.


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Fórmula 1 quer destruir floresta carioca

Muita cara de pau. CEO da Fórmula 1 faz lobby junto ao governador do Rio de Janeiro para construção de um autódromo que destruirá a última reserva da Mata Atlântica em área plana da cidade. E insinua o que parece uma "chantagem" barata. Diz na carta que está tudo certo para trazer um GP para o Rio, só falta passar a motosserra na floresta. Pra variar, a jogada nebulosa tem o apoio público de Bolsonaro.

"Parceiro, já mandei tua parte em Pix"

 por O. V. Pochê

Milhões de brasileiros fizeram o cadastro do Pix. É a nova onda nacional. A maioria não entende bem como o treco funciona, mas acredita que vai facilitar transações. Não sabe quem controla o sistema, nem a galera está ciente se há proteção de dados pessoais ou não.

O que se sabe é o seguinte, o Pix vai facilitar todas as transações. Lembra dos vídeos que flagraram as operações de "rachadinha", aqueles crimes de corrupção que estão no forno para virar pizza?  Lembra da trabalheira que o Queiroz e asseclas tinham ao fazer centenas de depósitos nas máquinas ou na boca do caixa para disfarçar a dinheirama desviada? Pois é. O Pix, se existisse naquela época, facilitaria a mão de obra do Queiroz e assemelhados. Essa turma também deve ter corrido para se cadastrar.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Cinememória - Fato ou fake - A cena que levantou dúvidas. Rolou ou não rolou?


O que é lenda, o que é fato? Os dois conceitos se misturam em uma cena de sexo do filme "Inverno de Sangue em Veneza" ("Dont't Look Now"), de 1973. Mutos espectadores saíam das salas de cinema com a impressão de que tinham acabado de ver sexo real, tal a intensidade da atuação de Donald Sutherland e Julie Christie. Os atores desmentiram essa versão em dezenas de entrevistas. Mas ele admitiu inicialmente que algo houve. A cena polêmica, gravada em um hotel de Veneza, foi dirigida por Nicolas Roeg. A filmagem deveria durar menos de 10 minutos. Durou meia hora. A cena, no filme, leva pouco mais de quatro minutos. No início, com Sutherland e Christie nus na cama, Roeg não parava de dar instruções. Praticamente coreografava todos os movimentos. No quarto, apenas o câmera, o diretor e o casal. Em certo momento, Julie Christie desandou a rir das ordens de Roeg, que levavam a um verdadeiro contorcionismo sexual. O ator também caiu na gargalhada. O clima se descontraiu, o diretor parou de falar e o embate se tornou espontâneo. Diga-se que Donald Sutherland e Christie eram amigos, costumavam virar a noite nos bares de Nova York nos loucos anos 1970. A lenda do sexo real não nasceu por acaso: em uma entrevista após a estréia do filme, o diretor insinuou que a transa rolou e que ele e o câmera acabaram o trabalho, dispensaram o tradicional "corta'" e deixaram os dois na cama. Depois, Roeg alegou que apenas "promovia" o filme. Sutherland assustou-se com a repercussão de um entrevista sua a um tabloide e passou a negar o fato.

VEJA A CENA POLÊMICA, AQUI

domingo, 4 de outubro de 2020

A reportagem que foi escrita e nunca publicada...

 


por José Esmeraldo Gonçalves

Não sei se os jornais ainda fazem textos prévio, biográficos, de personalidades de idade avançada ou eventualmente hospitalizadas. Quem inventou isso, quando o digital não existia, imaginou aliviar a correria de fechamentos caso uma celebridade deixasse esse mundo a uma hora ou menos do prazo final de gráfica. Hoje, em segundos, o Google dá a ficha de qualquer um, talvez nem seja mais necessário deixar um arquivo pronto e revisado para uma eventualidade dramática.   

Já passei por um sufoco desses. Trabalhava no Segundo Caderno do Globo, quando editado por Humberto Vasconcelos, edição da terça-feira já fechando, e a Rede Globo noticia no dia 17 de agosto de 1987, pouco depois de 20h30, a morte de Carlos Drummond de Andrade. Parte da redação já estava liberada. Em minutos, todos os repórteres restantes, incluindo reforço do pessoal do esporte, estavam colhendo depoimentos de amigos do grande poeta e vários intelectuais, por telefone, enquanto um redator acessava no sistema o tal funéreo salvador. Sim, O Globo já estava informatizado, ainda não com os práticos PCs, mas com um complicado mainframe que comandava centenas de terminais. Funéreo era o nome que a redação dava à bio que já estava feita e que foi jogada na página dupla diagramada às pressas. Deu tudo certo. O Globo registrou à altura a morte de Drummond. 



Hoje, ao ler na primeira página do Segundo Caderno um belo texto do antropólogo Hermano Vianna, irmão do cantor e compositor Herbert Vianna, me senti transportado da quarentena direto para o verão de 2001. Trabalhava na revista Caras, onde os verões eram, de resto, sempre tempos de páginas agitadas e festivas. No dia 4 de fevereiro de 2001, há quase 20 anos, tivemos que virar a chave: Herbert Vianna sofreu um acidente aéreo em Mangaratiba (RJ). O cantor estava acompanhado da mulher, Lucy, que não sobreviveu. Ele ficou gravemente ferido. A tragédia entristecia o Brasil e as primeiras notícias sobre o estado de Herbert Vianna eram inquietantes, enquanto milhares de fãs torciam pela sua recuperação. Havia esperança, mas não otimismo entre os que se aglomeravam em frente ao Copa D'Or, onde ele estava internado e acabaria passando quase dois meses de luta. 

A equipe da Caras, na sucursal do Rio, foi orientada a preparar um caderno especial sobre a vida e trajetória de Herbert Vianna. Boa parte daquela redação, a ala jovem, crescera ao som do Paralamas. Sei que o jornalista pode ser visto por muitos como "frio", tantas são as tragédias que passam pelo seu caminho, mas fui testemunha do respeito com que foi feito o caderno especial. 

Aquelas foram 32 páginas sofridas, escritas, editadas, diagramadas e, felizmente, nunca publicadas. 

Na imagem acima, reproduções desse caderno que ficou no passado e só agora vem a público.   

E Herbert Vianna seguiu em frente, como registra o Segundo Caderno.