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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Cinememória: "Encurralado" foi lançado há 50 anos. O primeiro filme de Steven Spielberg é puro terror sobre rodas. Reveja uma cena inesquecível


A espetacular cena final do duelo na estrada

Dennis Weaver (David Mann) é o vendedor que vira caça em uma estrada da Califórnia.


Do caminhoneiro que aterroriza o motorista do carro só aparecem as mãos.

por José Esmeraldo Gonçalves 

Quem assistiu às elaboradas e caríssimas produções de Steven Spielberg ao longo da sua brilhante carreira pode não reconhecer nesse filme de estreia do diretor o estilo que o consagrou. 

Filmado em 16 dias, em 1971, com verba de poucos zeros, "Encurralado" ("Duel" no original) é um road movie que foi feito para a TV. Sem muitas pretensões, uma pequena distribuidora resolveu lançá-lo nos cinemas da Austrália. Ao constatar a receptividade do público naquele país, a Universal Studios repensou o marketing e distribuiu o filme nos cinemas dos Estados Unidos. Como telefilme, "Encurralado" tinha apenas 70 minutos. Antes de levá-lo ao circuito, os produtores chamaram Spielberg e equipe de volta à mesa de edição para adicionarem mais 20 minutos de cenas da caça que o gigantesco caminhão-tanque Mack  empreende ao pequeno Plymouth vermelho. O longa assim anabolizado eletrizou plateias. 

"Encurralado" é inspirado em uma situação real vivida pelo roteirista Richard Matheson. Na trama, o motorista do carro, um pacato vendedor, faz duas ultrapassagens sobre um caminhão em uma estrada do deserto da Califórnia. O caminhoneiro, que ao longo do filme se revela um psicopata, vê a manobra como uma provocação e passa a perseguir o Plymouth. A partir daí, é suspense sobre rodas até o fim espetacular (que é a cena inesquecível que destacamos nessa série de memórias do cinema que temos publicado no blog). 

O protagonista é o ator Dennis Weaver. O caminhoneiro, cujo rosto não aparece no filme, apenas as mãos, é interpretado por Carey Loftin (foto ao lado), um dos mais famosos dublês de Hollywood.

Mas, para muitos críticos, os verdadeiros astros do duelo na estrada são os ""cowboys" Plymouth e Mack.

 REVEJA A CENA FINAL DE "ENCURRALADO" AQUI

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Cinememória - Fato ou fake - A cena que levantou dúvidas. Rolou ou não rolou?


O que é lenda, o que é fato? Os dois conceitos se misturam em uma cena de sexo do filme "Inverno de Sangue em Veneza" ("Dont't Look Now"), de 1973. Mutos espectadores saíam das salas de cinema com a impressão de que tinham acabado de ver sexo real, tal a intensidade da atuação de Donald Sutherland e Julie Christie. Os atores desmentiram essa versão em dezenas de entrevistas. Mas ele admitiu inicialmente que algo houve. A cena polêmica, gravada em um hotel de Veneza, foi dirigida por Nicolas Roeg. A filmagem deveria durar menos de 10 minutos. Durou meia hora. A cena, no filme, leva pouco mais de quatro minutos. No início, com Sutherland e Christie nus na cama, Roeg não parava de dar instruções. Praticamente coreografava todos os movimentos. No quarto, apenas o câmera, o diretor e o casal. Em certo momento, Julie Christie desandou a rir das ordens de Roeg, que levavam a um verdadeiro contorcionismo sexual. O ator também caiu na gargalhada. O clima se descontraiu, o diretor parou de falar e o embate se tornou espontâneo. Diga-se que Donald Sutherland e Christie eram amigos, costumavam virar a noite nos bares de Nova York nos loucos anos 1970. A lenda do sexo real não nasceu por acaso: em uma entrevista após a estréia do filme, o diretor insinuou que a transa rolou e que ele e o câmera acabaram o trabalho, dispensaram o tradicional "corta'" e deixaram os dois na cama. Depois, Roeg alegou que apenas "promovia" o filme. Sutherland assustou-se com a repercussão de um entrevista sua a um tabloide e passou a negar o fato.

VEJA A CENA POLÊMICA, AQUI

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Cinememória - Lembra disso? Isolamento foi a causa do terror no filme O Iluminado



Continuando a série de Cinememória, de cenas inesquecíveis, chegou a vez de "O Iluminado", de 1980, com Jack Nicholson, terror psicológico baseado no livro homônimo de Stephen King filmado há 40 anos.

O filme de Stanley Kubrick tem cenas incríveis. Destacamos aquela em que Shelley Duvall, atriz maravilhosa, se dá conta da loucura do marido pelo que ele escreveu do seu “romance”. É quando ela percebe que ele está completamente perdido.

Em tempo de quarentena, registre-se que o personagem de Nicholson (Jack Torrence) é contratado  como vigia de um hotel em uma remota cidade do Colorado e começa a demonstrar problemas mentais causados pelo... isolamento. Torna-se encrenca e a cada dia mais agressivo.
Boa quarentena para você.
VEJA A CENA AQUI

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Cinememória: a cena do filme que os Beatles odiaram

Ferris Bueller (Mattew Broderick) canta Twist and Shout  nas ruas de Chicago. 

O filme é de 1986. Uma comédia para adolescentes, apenas. Despretensiosa, típica das produções lançadas para animar as tardes do verão americano.

"Ferris Bueller Day Off" (no Brasil "Curtindo a Vida Adoidado") tem uma sequência musical marcante. Matthew Broderick, o Ferris, em dia de gazeteiro, invade um desfile comemorativo e interpreta Twist and Shout.

Pode não ter sido a mais brilhante performance da canção. Afinal os Beatles arrebataram estádios cantando o clássico que ordenava o "shake it baby now". E, atenção, o música não é do quarteto de Liverpool. É de Phil Medley e Bert Russell, em estilo rock e soul nos anos 60. E originalmente foi gravada em 1961.

Na época do lançamento do filme, foi noticiado que os Beatles odiaram porque foram adicionados instrumentos de sopro ao naipe musical, mas a cena do filme de Matthew Brodrick, um competente ator de musicais que interpretou na Broadway e no cinema o Leo Bloom do antológico The Producers, é talvez a mais explosiva performance da canção. A sequência foi gravada em uma manhã, nas ruas de Chicago, onde o diretor John Hughes espalhou suas centenas de figurantes. O ritmo era tão empolgante que cidadãos que estavam a caminho do trabalho entraram na dança. E Hughes utilizou as imagens reais de quem não resistiu ao rock. (José Esmeraldo Gonçalves)
SE DUVIDA, VEJA AQUI

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Cinememória - "Indians!" : a la Jack Nicholson, uma receita para a quarentena...


Pesquisas apontam que aumentou o consumo de bebidas em casa durante a quarentena. Em parte, o fechamento de bares e restaurantes incentivou o reforço das adegas e prateleiras caseiras. Em parte, a ansiedade e o tédio ajudaram a encher os copos.
O fato é que tem muita gente se sentindo como o advogado George Hanson, o personagem de Jack Nicholson que se incorpora à dupla Billy e Wyatt, vividos por Dennis Hooper e Peter Fonda. Ele é o bebum do grupo. Sempre que virava um shot falava "indians" entredentes enquanto o álcool queimava na garganta. Foneticamente correto, ele pronuncia "injuns".
O que se diz é que a famosa fala foi um "caco" do ator. Nessa cena, ele dedica "a primeira do dia", uma farta dose do uísque Jim Bean, ao "velho D.H. Lawrence".
O escritor defendia que os Estados Unidos deviam se reconectar à identidade perdida,  à cultura indígena, à terra e seus espíritos, como o continente aborígene que foi um dia.
Tudo a ver com a busca dos cavaleiros das Harley Davidson que zoaram no filme Easy Rider.
Então é isso: "indians!" para todos nós em interminável quarentena. (José Esmeraldo Gonçalves)

VEJA A CENA DE JACK NICHOLSON AQUI