quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Modelo critica fotógrafo que transformou suas fotos polaroides em livro não autorizado

por Clara S. Britto

Mesmo em tempo de fotos digitais, muitos fotógrafos registram enquadramentos, poses, expressões e luz em polaroides, como um teste, antes dos ensaios definitivos.

Reprodução Instagram

Reprodução Instagram

Em 2012, o fotógrafo Jonathan Leder fez mais de 70 fotos com uma câmera Polaroid da modelo Emily Ratajkowski durante a produção de uma série de fotos para uma revista de arte.

Na época, chegou a usar cinco imagens da série. No ano seguinte, a hoje top model ganhou fama ao participar do ousadíssimo clipe Blurred Lines, dos cantores Robin Thicke e Pharrel Williams. O vídeo fez enorme sucesso e gerou uma polêmica do mesmo tamanho. Além das cenas de nudez, críticos viram no filminho apologia ao estupro.

Só que o fotógrafo acaba de publicar um livro com as tais fotos polaroides inéditas. Emily Ratajkowski está irada com Leder. Disse que não tinha ainda reclamado publicamente para não dar publicidade ao fotógrafo.

Mas ela considera a publicação das fotos "uma violação". "Qualquer mulher deve poder escolher quando e como quer compartilhar sua sexualidade e a imagem do seu corpo", diz ela, que não vê na nudez um problema, tanto que costuma presentear seus seguidores no Instagram como fotos bem generosas.

Emily, embora indignada, não fala em processar o fotógrafo. Até porque, na época, assinou autorização formal para a publicação do material e cedeu direitos de imagem, sem restrições, a Leder.

O nome do livro é  Emily Ratajkowski Collector's Edition.



Repórteres Sem Fronteiras lança seu site em português



A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) anuncia o lançamento da versão em português de seu site. RSF.org está atualmente disponível em seis línguas: francês, inglês, espanhol, árabe, persa e português.  
Leia o texto de apresentação.

"Essa nova versão do site ilustra o desejo da RSF em continuar a se desenvolver internacionalmente e dar mais visibilidade às suas ações de advocacy em português, sexta língua mais falada no mundo. Além disso, o site vem acompanhar a expansão da RSF, que abriu um escritório no Rio de Janeiro em 2015 com o objetivo de se aproximar dos grandes desafios entorno da liberdade de imprensa na América Latina.

“Esse novo site permite à RSF valorizar o trabalho que já vem sendo desenvolvido no Brasil, um dos países prioritários para a organização no continente”, declara Emmanuel Colombié, diretor do escritório para a América Latina da organização. A ambição é também sensibilizar um público cada vez maior para os valores que defendemos e para a luta que travamos no mundo todo pela liberdade de imprensa”.

Os leitores lusófonos poderão consultar em português os comunicados de imprensa sobre os países prioritários para a RSF e, obviamente, sobre Portugal, Brasil, Goa, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Macau. As principais publicações transversais que são produzidas ao longo do ano: barômetro, balanço e classificação anual da liberdade de imprensa, campanhas, petições, etc… já estão acessíveis no site."

CONHEÇA O SITE REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS,CLIQUE AQUI

Do Jornalistas & Cia: Maior tragédia do futebol mundial também é a pior do jornalismo do País


(do Jornalistas & Cia)

"O voo que levava a equipe da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, onde disputaria o primeiro jogo da final da Copa Sul-americana, caiu no começo da madrugada dessa terça-feira (29/11) matando 71 pessoas, entre elas 19 jogadores e 21 jornalistas. Foram apenas seis sobreviventes: três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.

O INSI (International News Safety Institute) – entidade que oferece informação, treinamento e pesquisa para jornalistas no mundo exercerem seu trabalho em segurança – considerou o acidente “uma das maiores perdas de vidas, em nossa profissão, em um único episódio”. Não se tem notícia, mesmo em situações de conflito, de que tantos jornalistas tenham sido mortos ao mesmo tempo.

Foi também a maior tragédia do futebol mundial, superando duas que se tornaram históricas, igualmente em acidentes aéreos: a que matou 18 atletas do italiano Torino, em 1949, e outra que 19 anos depois vitimou oito jogadores do inglês Manchester United.

Talvez tenha sido mesmo o acidente que mais matou jornalistas no mundo – do Brasil, com certeza, foi o pior, superando o que em junho de 1984, próximo a Macaé, no Estado do Rio, levou à morte 16 profissionais das tevês Bandeirantes, Educativa, Globo e Manchete, além de dois tripulantes. E, como bem lembrou Mônica Paula em sua página no Facebook, “o triste foi que, no dia seguinte, perdemos mais dois colegas envolvidos na cobertura desse acidente: Samuel Wainer Filho, o Samuca, da Manchete, filho do Samuel Wainer e da Danuza Leão. Na volta da cobertura, a caminhonete da emissora derrapou e colidiu com uma árvore na rodovia RJ-124, no município de Araruama, matando Samuca e o cinegrafista Felipe Ruiz”.Na delegação de imprensa que seguia no voo da Chapecoense
estavam seis profissionais da Fox Sports: o repórter Victorino Chermont, 43, na emissora há quase cinco anos; o cinegrafista Rodrigo Santana, 35, com três anos de casa; o narrador Davair Paschoalon, 51 (mais conhecido como Deva Pascovicci, que chegou à Fox em fevereiro passado); o produtor Júnior Lilacio, 58, há seis meses na empresa; e os comentaristas Paulo Julio Clement, 52, e Mario Sergio Pontes Paiva, 66, este também ex-jogador, ambos no canal desde 2012.

O comentarista Paulo Julio Clement esteve em O Globo durante dez anos, ali foi chefe de Reportagem do Esporte e manteve a coluna Panorama Esportivo por sete anos. No Sistema Globo de Rádio, foi gerente nacional de Esportes e gerente regional do escritório da CBN em Brasília. No Jornal do Brasil, foi editor de Esportes e depois editor executivo. Pela agência InPress, assessorou o jogador Ronaldo Fenômeno. Participou da criação do jornal esportivo Marca, do Grupo Ejesa, como editor executivo. Integrou as equipes de programas de debates do SporTV e, de 2012 em diante, quando o Fox Sports iniciou as atividades no Brasil, passou a comentarista do canal. Coordenou os cursos de Jornalismo Esportivo da Fundação Mudes, no Rio. Mantinha o blog Bola dividida com PJ.
O voo levava ainda três profissionais da TV Globo (os repórteres Guilherme Marques e Guilherme
Laars, e o repórter cinematográfico Ari Araújo Jr., que preparavam uma matéria especial para o Esporte Espetacular); e cinco da RBS em Santa Catarina – o repórter Giovane Klein Victoria, 28, há um ano e meio repórter da tevê em Chapecó; o técnico de externa Bruno Silva, 25, com quatro anos de casa; o cinegrafista Djalma Neto, com 35 anos de idade e 13 de emissora; o repórter André Podiacki, 26, do Diário Catarinense, há quase seis anos na empresa; e o repórter do GloboEsporte.com em SC Laion Espindula, 29, com 2,5 anos de empresa –, além de Gilberto Pace Thomaz: assessor de imprensa da Chapecoense desde julho de 2015.

Completam a relação seis jornalistas que atuavam na região de Chapecó, a maioria de emissoras
de rádio: Fernando Schardong, Edson Ebeliny, Gelson Galiotto, Douglas Dorneles, Renan Agnolin e Jacir Biavatti – os dois últimos, respectivamente, repórter e apresentador do Jornal do Meio Dia e repórter do Jornal do Meio Dia Especial, ambos da RIC TV Record, em Chapecó –, e Rafael Henzel, da Rádio Oeste Capital FM, este o único resgatado com vida. Outro profissional da região, Ivan Carlos Agnoletto, da Rádio Súper Condá, deveria ter embarcado no mesmo voo e chegou a
constar na lista dos passageiros, mas desistiu de última hora por problemas com seu documento
de identidade.

J&Cia se irmana a milhões de brasileiros no desejo de que os familiares das vítimas tenham
conforto nesse momento de sofrimento e expressa sua solidariedade aos veículos que perderam profissionais."

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(do BQVManchete) - Uma pequena correção: o jornalista Samuel Wainer Filho e o câmera Felipe Ruiz trabalhavam para a TV Globo. No acidente do Bandeirantes, em 1984, citado no texto do J&Cia a TV Manchete perdeu quatro profissionais (Jorge da Silva dos Santos, Ulisses Madruga, Luiz Carlos Viana e Luiz Carlos Sousa). 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Nos estádios de todo o mundo: Força Chape!







Em treinos, jogos, estádios e arquibancadas, o futebol presta homenagem à Chapecoense. As cenas comoventes se repetem em todos os países onde rola uma bola.
As imagens acima foram colhidas agora, no Parc des Prince, em Paris, antes do jogo ainda em andamento Paris Saint Germain X Angers.
Os times fizeram um minuto de silêncio enquanto os torcedores exibiam faixas e bandeiras solidárias. O Anger colou no uniforme o escudo da Chape.
O mundo do futebol pintou-se de verde.

FENAJ e Sindicatos homenageiam vítimas e solidarizam-se com os familiares dos atingidos pelo acidente na Colômbia

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Santa Catarina lamentam profundamente o acidente aéreo ocorrido na madrugada desta terça-feira (29/11), na Colômbia, que provocou, segundo as autoridades colombianas, a morte de 75 pessoas, entre elas 21 profissionais de imprensa brasileiros, a maioria com a atuação no Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

O avião da empresa aérea Lamia transportava a delegação do time Chapecoense, que disputaria, amanhã, a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, em Medellin.  Com 81 pessoas, a aeronave caiu a cerca de 30 quilômetros do aeroporto da cidade. Seis pessoas sobreviveram, entre elas o jornalista Rafael Valmorbida Henzel, da Rádio Oeste Capital, de Chapecó.

A tragédia vitimou fatalmente profissionais de jornalismo esportivo de jornais, emissoras de rádio e de televisão que fariam a cobertura jornalística da disputa. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Santa Catarina prestam sua homenagem póstuma a esses profissionais e expressam sua solidariedade aos familiares e amigos de todos os atingidos nesse momento de dor.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Santa Catarina

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul

29 de novembro de 2016.

Que raio de fotografia é essa? Sabia disso? A cada mês o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) escolhe a melhor fotografia de... raios

MELHOR FOTO DE OUTUBRO DE 2016. DE RONALDO MACIEL
MELHOR FOTO DE MARÇO DE 2016. DE DOUGLAS COSTA DE PAULO
VEJA MAIS FOTOS NO SITE DO INPE, CLIQUE AQUI

Jornal Nacional: emoção e aplausos na homenagem aos jornalistas


VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

O voo da Chapecoense: futebol e o jornalismo choram suas perdas

Delegação da Chapecoense e jornalistas quando aguardavam
a decolagem do Avro que os levaria a Medellín. Reprodução Twitter 
Como o futebol, o jornalismo vive um trágico momento. Além dos jogadores, técnicos e dirigentes da Chapecoense, o voo para Medellín levava colegas do Fox Sports, da TV Globo, da RBS, do Globoesporte.com, e de rádios de Santa Catarina. 

Do grupo, apenas um, Rafael Henzel, da Rádio Oeste Capital FM, sobreviveu. 

Entre as vítimas, Victorino Chermont (FOX), Lilacio Pereira Jr. (FOX), Rodrigo Santana Gonçalves (FOX), Devair Paschoalon (FOX), Paulo Julio Clement (FOX), Guilherme Marques (TV Globo), Guilherme Van der Laars (TV Globo), Ari de Araújo Jr. (TV Globo), Laion Espindola (GloboEsporte.com), Giovane Klein Victória (RBS), André Podiacki (RBS), Bruno Mauri da Silva (RBS), – Djalma Araújo Neto (RBS), Gelson Galiotto (Rádio Super Condá), Ivan Carlos Agnoletto (Rádio Super Condá), Fernando Schardong  (Rádio AM), Douglas Dorneles (Rádio Chapecó), Edson Ebeliny (Rádio AM), Jacir Biavatti (Rádio AM), Renan Agnolin (Rádio FM)

A mídia nacional e internacional relembrou ontem alguns desastres aéreos que, em várias épocas, vitimaram equipes esportivas, como o  Torino, da Itália, o Manchester United, da Inglaterra, o Lokomotiv 
(equipe russa de hóquei sobre gelo), a seleção de futebol da Zâmbia, o Alianza Lima, a equipe de rúgbi Old Christians, do Uruguai e a seleção feminina de vôlei de Porto Rico. 

Também ontem, jornalistas mais antigos não puderam deixar de lembrar uma tragédia que, em 1984, abalou todas as redações cariocas. 

Um Bandeirantes, da TAM, que voava para Campos (RJ), onde a Petrobras comemorava a extração de 500 mil barris por dia, chocou-se contra um morro pouco antes de aterrissar. Entre as 18 vítimas, estavam 14 jornalistas e técnicos da Globo, Manchete, Bandeirantes e Educativa. Quatro dos profissionais eram da TV Manchete, entre o quais o repórter Ulysses Madruga que também trabalhou na revista Fatos & Fotos.

Foi, tal como agora, um dia de tristeza e a saudade para os jornalistas.

Que todos descansem em paz.

Calendário Pirelli 2017: fotógrafo Peter Lindbergh diz que ensaios não são sobre corpos perfeitos, mas sobre sensibilidade e emoção

Nicole Kidman

Uma Thurman


Penélope Cruz


Julianne Moore

Fotos de Peter Lindbergh/Calendário Pirelli/Divulgação

O fotógrafo Peter Lindbergh e Robin Wright/Divulgação
por Clara S. Britto

A edição de 2017 do Calendário Pirelli — o “The Cal”, como é conhecido — foi lançada ontem em Paris.
O fotógrafo alemão Peter Lindbergh registrou momentos de 15 mulheres, com idades dos 27 aos 71 anos, fora das premissas e parâmetros de beleza de Hollywood.

As fotos foram feitas em estúdios e ao ar livre em Los Angeles, Berlim, Nova York, Londres e na praia de Le Touquet, na França. Em entrevista, Peter Lindbergh declarou que o conceito da série "Emocional" é “lembrar que existe uma beleza diferente, mais real e autêntica, e não manipulada pela propaganda ou outra coisa qualquer. Uma beleza que fala da individualidade, da coragem, da sensibilidade”. Foram fotografadas Nicole Kidman, Alicia Vikander, Léa Seydoux, Robin Wright,
Lupita Nyong’o, Kate Winslet, Rooney Mara, Jessica Chastain, Penelope Cruz, Zhang Ziyi, Julianne Moore, Uma Thurman, Helen Mirren, Charlotte Rampling e Anastasia Ignatova.

VEJA O VÍDEO COM O MAKING OF DOs ENSAIOS PARA O CALENDÁRIO PIRELLI 2017, CLIQUE AQUI


terça-feira, 29 de novembro de 2016

Tragédia: vôo da Chapecoense levava o time, dirigentes e jornalistas

Na Bolívia, antes de embarcar no Avro da LaMia para Medellín, na Colômbia, a delegação da Chapecoense fez a última foto. Reprodução

O sonho da Chapecoense - disputar a final da Copa Sul-Americana - acabou em tragédia. Setenta e seis pessoas morreram quando o Avro fretado pelo clube caiu ontem à noite nas proximidades de Medellín, na Colômbia. Segundo as autoridades locais, há cinco sobreviventes, entre os quais três jogadores. Havia 21 jornalistas a bordo. 

O avião da companhia Lamia era o mesmo que, há poucas semanas, trouxe ao Brasil a seleção da Argentina. Clubes de todo o mundo apresentaram condolências aos parentes da vítima, ao clube e aos seus torcedores. O Barcelona fez, hoje, um minuto de silêncio no começo do treino. O Brasil decretou luto oficial e a Commebol, órgão governante do futebol sul-americano, suspendeu todas as suas atividades.

A Chapecoense, pela primeira vez na sua história, disputaria um título continental. O jogo contra  e o Atlético Nacional estava marcado para amanhã.

Entre os jornalistas que morreram estava o repórter Victorino Chermont, que começou sua carreira na revista Amiga, em 1995. No ano seguinte, transferiu-se para a Rádio Globo-RJ onde cobriu polícia e, em seguida, futebol. Depois de passar pela Band e SporTV, era atualmente comentarista da Fox Sports.


Foto postada pelo jornalista Rafael Henzel, da Rádio Oeste Capital, um dos sobreviventes do acidente. 

Victorino Chermont, da Fox Sports, um dos jornalistas
 que morreram na tragédia do voo da Chapecoense. Em 1995, no começo da carreira, Victorino
trabalhou na revista Amiga. Foto:Reprodução Facebook

Cícero Sandroni e Fidel: o jornalista e o comandante


O Globo, hoje, na coluna do Ancelmo Gois, publica o texto e a foto que reproduzimos acima. O próprio repórter, Cícero Sandroni, conta os bastidores da cobertura da primeira visita de Fidel Castro ao Brasil, em 1959. Na época, ele trabalhava no Globo.

Sandroni, que hoje integra a Academia Brasileira de Letras, passou por vários e importantes veículos cariocas: O Cruzeiro, Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, entre outros. Após o AI5, como tantos jornalistas, sofreu perseguição política e foi impedido de atuar no jornalismo diário. Adolpho Bloch, como Roberto Marinho, recebeu nas redações vários desses profissionais visados pelos militares. Sandroni foi um deles, no caso da Bloch.

No Russell, foi redator-chefe das revistas Fatos e Fotos, Manchete e Tendência. Em 1974, ele dirigia a Tendência quando a recém-criada revista de economia ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, na categoria de Melhor Contribuição à Imprensa.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Deu no New York Times: Ficha suja internacional...



Escândalo de tráfico de influência e favorecimento em empreendimento imobiliário da Bahia ganham repercussão no mundo. Mídia internacional faz o que jornais e revistas brasileiros preferem evitar: vincular Temer diretamente à corrupção.

ONU Brasil realiza evento em Brasília pelo fim da violência contra mulheres

(do site ONU BR) 

Mulheres negras, indígenas, feministas, ativistas do movimento LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis) são as protagonistas da Tenda 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que ocorre na terça-feira (29), em Brasília.

O evento é promovido pelas Nações Unidas, no âmbito da campanha do secretário-geral “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres” e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Gratuito e aberto ao público, o encontro também é promovido pela Universidade de Brasília e pelo governo do Distrito Federal.

Entre os temas a serem debatidos, está a urgência de eliminar a violência contra as mulheres no Brasil por meio de investimento em políticas públicas e na rede de serviços especializados. Participarão das discussões gestoras e gestores públicos, assim como representantes de universidades.

O evento terá a presença de Heliana Hemetério, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais; artista popular Mestra Martinha do Coco; Jelena Djordjevic, da ONG Cfêmea (Centro de Estudos Feministas e Assessoria); e representantes da Associação Indígena de Estudantes da Universidade de Brasília.

“É preciso aportar recursos em serviços especializados e de prevenção que tenham condição de enfrentar o racismo e o alarmante dado de aumento de 56% no assassinato de mulheres negras entre 2003 e 2013”, considera Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

O coordenador residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, destaca a necessidade de dar visibilidade à violência contra as mulheres e garantir o envolvimento de diferentes setores da sociedade.

“Preconceito e discriminação têm custado vidas de mulheres no Brasil e no mundo. Políticas públicas e outras ações concretas no setor privado, nas instituições de ensino, no sistema de justiça, na sociedade civil em geral, na imprensa, na publicidade devem ir além do enfrentamento da violência contra mulheres e meninas. Devem buscar a erradicação dessa forma de violência”, declara Niky Fabiancic.

Documentos de referência

Durante o evento, a ONU Brasil lançará o Glossário dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Na Tenda dos 16 Dias, haverá uma feira das mulheres artesãs indígenas, quilombolas e produtoras locais, além de apresentações culturais com a Mestra Martinha do Coco e a banda Maria Vai Casoutras.

Tenda 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
Data: 29 de novembro de 2016 (terça-feira)
Horário: das 16h às 20h
Local: Funarte (Eixo Monumental) – Brasília/DF

Confraternização 2016: Turma da Bloch se encontra no Graça da Vila... #partiu2017





















Uma tarde de sábado festivo, de celebração e de reencontros.

O restaurante Graça da Vila, no Catete, a uma quadra do prédio da Rua do Russell, que abrigou as revistas da Bloch e onde a maioria trabalhou (a empresa ainda tinha o setor Gráfico, em Parada de Lucas e as instalações da Frei Caneca), recebeu colegas das redações das revistas, dos setores administrativos de Assinaturas, CPD, Contabilidade, Financeiro, Administração, Transportes, Segurança, Diretoria, Cerimonial e Recepção, entre outros.

Momentos de brinde à vida e de votos de um Feliz 2017.


Do Meio & Mensagem: Marlene Bregman, ex-Bloch Editores, é homenageada com Prêmio Formadores do GP

Executiva teve reconhecida sua importância no desenvolvimento da atividade no País, durante conferência anual do Grupo de Planejamento


(do Meio & Mensagem

Ela teve papel fundamental na consolidação da Leo Burnett como uma das principais agências do País, ao desenvolver o departamento de pesquisa e planejamento da companhia. Mergulhou em estudos da base da pirâmide social brasileira para entender os desafios da incorporação das pessoas que a compunham ao mercado como cidadãos e consumidores. Participou da criação do Grupo de Planejamento.
Marlene Bregman criou e dirigiu o
Departamento de Marketing da extinta Bloch
Editores Foto Facebook
Por esses e outros motivos, Marlene Bregman foi a homenageada de 2016 do Prêmios Formadores do GP, criado há cinco anos para celebrar a importância de profissionais de planejamento com participação fundamental no desenvolvimento da área e de novos talentos no Brasil.

“Acho que nasci no tempo certo. Tenho 73 anos. Pertenço a mais influente geração do último século, sou baby boomer. Foi a primeira geração que tirou o materialismo do primeiro plano e sonhou um mundo melhor. Foi a primeira geração que vai viver por mais tempo e ver tantas transformações no mundo. Nada será como antes”, afirmou Marlene, depois de listar um grande número de profissionais com os quais trabalhou junto nos mais de trinta anos de atuação como planner.

“De baby booomer a millenial essa é minha trajetória. Longa vida ao conhecimento, longa vida ao planejamento”, celebrou a atual consultora de planejamento estratégico da Leo Burnett, ao receber a homenagem das mãos do atual presidente do Grupo de Planejamento, Ken Fujioka, durante a conferência anual do GP, realizada no sábado, 26, na Escola Britânica de Artes Criativas, em São Paulo.

Marlene começou a carreira na publicidade como trainee de Pesquisa de Mídia na Carl Ally Inc. Advertising, nos Estados Unidos, após concluir Mestrado em Pesquisa de Propaganda na Syracuse University, em Nova York.

Em 1969, já de volta ao Brasil, foi contratada pela Bloch Editores, na qual criou e dirigiu o departamento de serviços de marketing. Dez anos depois, foi convidada pela Leo Burnett a desenvolver o departamento de pesquisa e planejamento da agência, que ainda começava sua história no País.

Em 1986, foi promovida a vice-presidente e passou a integrar o comitê executivo da agência. Fez parte do time internacional de profissionais que desenvolveu o projeto de reposicionamento da Leo Burnett mundial. Ganhou o Prêmio Caboré de Atendimento/Planejamento em 2005. Em 2006 foi nomeada VP de Negócios Corporativos da Leo Burnett. Três anos mais tarde, assumiu o cargo que ocupa hoje.

domingo, 27 de novembro de 2016

Roberto Muggiati escreve: 1979, com Elis, em Montreux



Por ROBERTO MUGGIATI

O sucesso do filme Elis – repetindo aquele do musical – me leva a tirar do baú, com exclusividade para o Panis, as memórias do meu encontro com a inesquecível cantora no Festival de Jazz de Montreux de 1979.

Foram dias mágicos, lembro cada momento.

Diretor da revista Manchete, fechei mais uma edição naquela segunda-feira e segui para o Aeroporto do Galeão. Ia cobrir a Noite Brasileira em Montreux a convite da WEA. No check-in, uma algazarra monumental, por conta, é claro, do Hermeto. José Neto, responsável pela logística, despachava o arsenal de percussão do irmão famoso. De um arame esticado entre dois toscos postes de madeira pendiam panelas, caçarolas, frigideiras, especialmente “afinadas” pelo maestro — como se o palco dos festivais não oferecesse os mais sofisticados apetrechos profissionais... Ensaiei uma tímida conversa com o Bruxo, foi o começo de uma bela amizade. (Oito anos depois, no álbum Só não toca quem não quer, Hermeto dedicou-me a faixa Viagem.)

Na primeira escala, em Dacar (calor senegalesco não é mera figura de retórica), bati um papo com o saxofonista Nivaldo Ornelas, gente finíssima. Sobrevoando o Mar da Cantábria, entre a França e a Espanha, conversei com a vocalista da banda, Zabelê, casada com o baterista, Nenê. Na escala de Paris, o crítico Armando Aflalo mostrou-me sua matéria sobre os 20 anos da morte de Billie Holiday. Comprei um International Herald Tribune em que o crítico Michael Zwerin exaltava o gênio de Hermeto e tocava fanfarras para sua estréia europeia. (Zwerin tocou trombone nas gravações da Tuba Band de Miles Davis, precursora do Birth of the Cool.)

Depois de uma hora de estrada, entre montanhas verdejantes salpicadas de vaquinhas brancas, cheguei ao hotel em Montreux, joguei as malas no quarto e sai correndo para o Festival. Ainda atordoado pelo voo de 20 horas, eu me vi de repente em pleno ventre da baleia, debruçado sobre o palco onde o Weather Report tocava Birdland — Wayne, Zawinul, Pastorius, o resto é História...

Como a Noite Brasileira, na sexta-feira, 20 de julho de 1979, teve os ingressos esgotados, houve um espetáculo extra, à tarde. Nos dois shows, Elis precedeu Hermeto no palco, e não o contrário, como escreveu muita gente. Tenho certeza disso porque escrevi meu relato menos de 72 horas depois na Manchete. Elis “abriu” para Hermeto sem problemas. Não tinha frescuras de diva e aquele, afinal, era um festival basicamente instrumental. Elis estreava na WEA depois de 15 anos na Polygram e sabia que Montreux era uma vitrina fabulosa. Deu o melhor de si, com uma blusa de lamê violeta que deixava os braços à mostra, saia vermelha de dançarina flamenca, e uma orquídea lilás nos cabelos, lembrando Billie Holiday. Seu grupo era bastante jazzístico: o marido, César Camargo Mariano, aos teclados; Hélio Delmiro, guitarra; Luizão Maia, baixo; Paulinho Braga, bateria; Chico Batera, percussão. André Midani, presidente da WEA, deu suas impressões daquela Noite Brasileira no livro Música, ídolos e poder: Do vinil ao download (2008). Segundo ele, Elis “suava aos montes, estava pálida e ofegante, como que carregando o mundo nas costas.” Engatinhando nos fundos do palco, Midani socorreu Elis com um copo de água, que ela “bebeu de um jato e voltou ao microfone.”
Terminado o último show de Hermeto, Elis subiu ao palco para cantar com o Bruxo ao piano. Asa Branca, Corcovado e Garota de Ipanema (confiram no YouTube) são talvez os treze minutos mais intensos na história da MPB. Elis trocou sua fantasia de vamp por um vestidinho claro com estampas florais. Segundo os catastrofistas de plantão, Hermeto tentou derrubar Elis. Nada disso: seus acordes entortados e a polirritmia delirante só valorizaram o canto de Elis, àquela altura senhora de todas as artes e engenhos vocais. Ela acariciou várias vezes a alva juba leonina de Hermeto, trocaram abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim, em comunhão física e espiritual.

Elis teria dito: “E pensar que Ella Fitzgerald pisou nesse mesmo palco há apenas uma semana! Lembrei que sou filha de uma lavadeira, fiquei transtornada, queria morrer!” (Ella também era filha de lavadeira.) Insatisfeita com seu show, Elis fez Midani jurar que nunca lançaria aquelas gravações. Eu desconhecia o turbilhão de ideias e emoções por que passava Elis quando desci com ela para um tête-à-tête no Bar des Musiciens, onde o marido César jameava com os gringos.

A convite de Mazzola, produtor da WEA, tive esta oportunidade única, uma conversa informal com Elis, tomando champanhe, ela com o mesmo vestidinho singelo imortalizado nos clips com Hermeto. Falei horas, dei-lhe uma cópia do meu livro Rock: el grito y el mito, na versão da Siglo Veintiuno, editora de Borges e Cortazar. Na época, por um saxofone tenor Selmer eu estava à beira de jogar fora 25 anos de jornalismo. Estimulado pelas borbulhas, despejei sobre Elis — interlocutora paciente — todas as minhas dúvidas existenciais. Oito anos mais moça que eu, pareceu-me de uma tranqüilidade zen, totalmente em paz com a vida. No dia seguinte, sábado, ainda encontrei Elis, num almoço na casa de Claude Nobs, organizador do Festival de Montreux. Sob o sol do verão suíço, ela conversava no jardim com Al Jarreau, havia o projeto de reunir os dois num álbum.

Domingo cedo, vi Elis pela última vez no voo de Genebra a Paris, da frente do avião ela me deu um tchauzinho. No aeroporto Charles de Gaulle, nossos caminhos se separaram, ela foi sumindo aos poucos num imenso túnel de vidro que levava ao avião para Tóquio. Elis e Hermeto seguiram para um festival no Japão, eu voltei ao Rio para contar a história de Montreux.

Dois anos e meio depois — como o Brasil inteiro — fui surpreendido pela notícia de sua morte, aos 36 anos. Vi em casa pela TV o enterro no Cemitério do Morumbi, no Rio era feriado de São Sebastião, 20 de janeiro. Elis, Elis, por que nos abandonou? — pensei, lembrando sua serena presença naquela noite em Montreux. Vida estranha: eu pensava que o suicida era eu...