segunda-feira, 16 de setembro de 2024

No ringue da TV Cultura, "debate" entre Datena e Marçal acaba em cadeirada. No próximo encontro candidatos serão acomodados em almofadas

Centenas de memes pipocaram nas redes sociais. Uma acima,
umas reprodução de um das gozações.


A onda de atentados eleitorais contra lideres ou candidatos da extrema direita são, é claro, condenáveis, mas ainda bem que até aqui têm mostrado uma certa falta de habilidade dos supostos atacantes. No primeiro atentado contra Donald Trump o atirador foi morto e o magnata felizmente foi atingido apenas por estilhaços na orelha. Não perdeu a vida e deve ter ganhado votos. A segunda tentativa foi ainda mais improvisada: o suposto atacante usava um arma de choque elétrico. Foi detido. A polícia não revelou a motivação. Em outro caso, o garoto que mirou em Trump com um fuzil de guerra, coisa fácil de adquirir nos Estados Unidos, foi morto e levou para o túmulo a sua motivação não esclarecida até hoje. No novo "quase" atentado contra Trump agora em um campo de golfe na Flórida o suposto atacante foi preso. Deverá ser mais fácil identificar seus motivos. Já há evidências colhidas em redes sociais de que ele seria um militante a favor da causa das Ucrânia. O sujeito teria se envolvida em tentativa de recurtamento de mercenários afegãos para lutar contra os russos. Provavelmente, esse aí temia mudança da política estadonidense em relação ao apoio incondicional à Ucrâina a partir de uma eventual vitória de Trump. 

No Brasil, tivemos o famoso e tosco ataque a Bolsonaro em Juiz de Fora que impulsionou de vez o rumo à vitória do então candidato de extrema direita brasileira. 

Na mais recente campanha para governador de São Paulo, o também candidato da exttrema direita, Tarcísio de Freitas visitava a favela de Paraisópolis quando ocorreu um tiroteio entre policiais e supostos atacantes. Um suspeito morreu. Inicialmente, Freitas classificou o fato como atentado. Posteriormente afirmou que teria sido intimidação do crime organizado. Essa motivação também não foi comprovada. Restou a fatura política a favor - intencional ou não - na boca da urna do candidato afinal vitorioso. 

A atual corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo também acaba de gerar um fato capaz de produzir dividendos eleitorais para um candidato da extrema direita. Durante debate televisionado (TV Cultura), o apresentador José Luiz Datena, que também postula o cargo  de prefeito, agrediu a cadeirada Paulo Marçal, um influencer e coach que costuma promover agitação e agressões verbais durante debates. Dizem os opositores que Datena teria caído em uma provocação - foi chamado de "Jack", gíria que presos usam para apelidar estupradores - entre as inúmeras que Marçal já fez aos demais candidatos. Gerar uma reação com potencial eleitorial que o colocasse como vítima teria sido o objetivo do agressivo candidato da extrema direita. Marçal logo produziu imagens na maca e no leito do hospital imeadiatamente postadas nas redes sociais e viralizadas na internet. Se houve ganho eleitoral para Marçal, as pesquisas dirão nos próximos dias. E que ninguém se surpreenda se Datena colher votos. Se Jânio tinha vassoura como símbolo, o apresentador pode adotar a cadeira como logotipo da sua intenção de botar ordem na bagunça da cidade. 

       

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Fake news analógica abre novo mercado de trabalho - Candidatos contratam força-tarefa para espalhar mentiras em aglomerações populares. Em Pernambuco tem vaga para claque de subcelebridade. Irmãs de Deolane Bezerra são suspeitas de montar grupo de apoiadores remunerados em portas de presídios

Imagem reproduzida do Globo

Comentário deste blog - A extrema direita brasileira precisa de um psiquiatra. Talvez não apenas um, mas uma junta dos melhores de Viena. A torrente de asneiras e fake news que os candidatos ligados ao bolsonarismo lançam no horário eletoral e nas redes sociais é astronômica. Agora, no Rio, o fascismo inventou o corpo a corpo da mentira. Funciona assim: políticos contratam indivíduos que se infiltram em aglomerações populares, tipo pontos de ônibus, uma fila qualquer, desde que seja extensa, lanchonetes lotadas na hora do almoço, trens, metrô etc. São uma espécie de entregadores de fake news. Eles puxam papo sobre política e despejam versões falsas com o objetivo de atingir opositores. Isso já costuma acontecer em igrejas e nas redes sociais, mas a novidade revelada pelo Globo é que a pessoa que parece autêntica, como se fosse um eleitor indginado, é contratada, recebe um jabaculê para disseminar os mentiras. a favor do contratante. 


Imagem reproduzida do Metropóles

Curiosamente, essa fórmula, a de falsos apoiadores, foi usada em um caso badalado atualmente no noticiário policial. A justiça pernambucana revelou que familiares de Deolane Bezerra, suspeita de lavagem de dinheiro e outros crimes ligados a sites de apostas, contrataram uma claque para aplaudir    a subcelebridade durante a movimentação em frente a delegacias e presídios. Segundo a denúncia, a "solidariedade" valia 300 reais. Caso o desemprego diminua em Pernambuco quando apurado o mês de setembro de 2024, já se sabe: foi a criação de vagas impulsionada pela família da Deolane.           

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Biden viajou na maionese e posou com boné de Trump. A gafe ganhou espaço na mídia e prejudicou a repercussão da vitória de Kamala em debate que deixou Trump tonto


por Flávio Sépia 

A democrata Kamala Harris deu um mata-leão em um aparvalhado Donald Trump durante o debate presidencial. A repercussão na mídia espelhou a superioridade de Kamala. Os democratas comemoraram. 

Tudo perfeito se não fosse o descompasso de Joe Biden. No dia seguinte, ele visitou um quartel de bombeiros e um trumpista se aproveitou do chip desgastado do presidente e lhe entregou um boné da campanha de Trump. Biden provavelmente sem ter ideia do que do o boné representava posou para fotos com o dito cujo. Trump adorou. As redes sociais se dividiram entre críticas a Biden, dos apoiadores de Kamala  evidentemente, e gozações dos republicanos. Se o partido Democrata não quiser levar outra rasteira dessas terá que monitorar Biden. O homem é um perigo.

A Casa Branca teve que agir rápido e costurou às pressas uma versão que não se sustenta em pé. Alegou que Biden estava "defendendo o bipartidarismo". Então, tá 



segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O Globo de hoje publica matéria sobre o primeiro voo de asa delta realizado no Rio de Janeiro. Foi há 50 anos. A propósito da data, reveja post do Panis sobre um outro e improvável voador: Doval, o craque que brilhou no Flamengo. Em 1975, ele tentou aprender a voar...

 

Rio, 1975. Doval tenta decolar em asa delta.. Em matéria na...

...Fatos & Fotos, eu e o fotógrafo Hugo de Góes registramos o treino do gringo do Flamengo. 

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em julho de 1974, há 45 anos, o francês Stephan Segonzac decolou da Pedra Bonita para o primeiro voo de asa delta no Brasil. Dias depois, assombrou a cidade ao pular do Corcovado e pousar no Jockey Club.

No ano seguinte o carioca Luís Cláudio já fazia os primeiros voos e se tornava instrutor para dezenas de interessados no novo esporte.

Na época, o atacante Doval era ídolo no Flamengo e o argentino mais carioca que os hermanos já mandaram para o Rio. Fora do campo, ele praticava surfe, fazia aulas de pilotagem no autódromo e treinava tiro no stand do clube. Não demorou a se interessar pelas asas que via aterrissar na Praia do Pepino.

Em agosto de 1975, a Fatos & Fotos me mandou cobrir as primeiras aulas do gringo com o instrutor pioneiro, o Luís Cláudio. As lições iniciais aconteciam em Jacarepaguá, aproveitando o declive de um pequeno morro. Doval logo provou que era muito melhor em fazer a bola voar do que ele mesmo sair do chão.

Depois de algumas tentativas, o instrutor assinalou a dedicação do aluno, mas não deixou de ironizar: "Ele já conseguiu passar quase três minutos sem encostar o pé no chão".

Doval foi três vezes campeão carioca, duas pelo Flamengo e uma pelo Fluminense. Morreu em 1991, aos 47 anos, vítima de infarto. Três dias antes, ele viu o Fla jogar pela última vez, em Buenos Aires, contra o Estudiantes de La Plata pela Supercopa Libertadores. O rubro-negro perdeu (2X0). Ele chegou a visitar a delegação do Flamengo no hotel que hospedava os brasileiros.

Trump sugere que em caso de derrota eleitoral terá sido vítima de fraude. O candidato já condenado pela justiça não apresenta provas da acusação. Com isso, sinaliza que não aceitará a eventual vitória de Kamala Harris

 


Matéria do Washington Post, hoje, destaca manobra eleitoral de Donald Trump: antecipar suspeita sobre o resultado da votação estadunidenses, mas apenas no caso de perder. Se ganhar, "jura" botar na cadeia oponentes que tenham tentado impedir sua vitória. A estratégia do magnata indica que ele não aceitará o resuiltado da eleição em caso de vitória da democrata Kamala Harris annuciada 
Trump já fez essa acusação antes mas nunca apresentou  apresentou provas ou evidências de fraude eleitoral. 

sábado, 7 de setembro de 2024

ABI e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro apresentam o documentário "Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazônia" no próximo dia 12/9, quinta-feira, às 18h.



por Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (*)

ABI e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro apresentam o documentário "Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazôniaa", que companha o repórter Daniel Camargo e os fotógrafos João Laet e Tom Phillips cobrindo as buscas pelo seu amigo, o jornalista Dom Phillips, assassinado na Amazônia em junho de 2022. A experiência muda sua visão sobre os conflitos na região.

Após o assassinato do jornalista Dom Phillips, no Amazonas, seu parceiro de reportagem, Daniel Camargos, da Repórter Brasil, embarca em uma jornada reflexiva sobre o papel dos jornalistas que cobrem os conflitos por recursos naturais na maior floresta do mundo. Ao descobrir o modo violento como seu amigo foi morto, ele se pergunta: vale a pena seguir neste ofício e terminar como Dom?

A resposta vem em outras coberturas pela Amazônia, quando Daniel conhece os Guajajara, no Maranhão. Eles se organizam para enfrentar os invasores que derrubam árvores dentro da sua terra. Os guerreiros Guajajara acumulam perdas de amigos e parceiros, com 50 mortes nos últimos 20 anos. Para eles, não há outro nome para o que vivem: é uma guerra.

Daniel segue para o Pará, viajando longas distâncias para chegar às aldeias munduruku mais distantes das cidades. Ali, no meio da floresta que deveria estar saudável, crianças caem com dor nas pernas, idosos perdem a visão e bebês nascem com problemas neurológicos incapacitantes – consequências da contaminação por mercúrio usado nos garimpos. Apesar do horror, as comunidades se recusam a sair e seguem denunciando os invasores.

A resiliência dos povos indígenas ajuda Daniel a aceitar a perda de seu amigo e muda o modo como o repórter enxerga o seu papel na cobertura das muitas guerras em curso na Amazônia.

O filme ganhou o 40º Prêmio Direitos Humanos De Jornalismo, concedido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) e Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul em 2023. O documentário também foi indicado ao Prêmio Gabo 2024, o mais prestigiado do jornalismo latino-americano.

O documentário “Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazônia” faz parte do projeto Bruno e Dom, quando mais de 50 jornalistas de 10 países se uniram para continuar o trabalho do repórter Dom Phillips, assassinado ao lado do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, em junho de 2022. O projeto foi coordenado pela Forbidden Stories.

Após a exibição do documentário teremos uma roda de conversa com o Daniel Camargos, jornalista autor do doc, e os fotógrafos João Laet (que trabalhou com Dom Phillips) e Tom Phillips.

Quando: 12/9/2024 – quinta-feira - 18h

Onde: sede da ABI – Rua Araújo Porto Alegre, 71 - 7° andar

Entrada franca a partir das 17h

(*) De material de divulgação enviado pelo SJPMRJ 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Sabia disso? Os parceiros das estrelas das revistas masculinas tinham ciúmes de papel colorido


por José Esmeraldo Gonçalves

A internet é também um equipamento de mergulho no passado. Não são poucos os canais - principalmente de podcasts - que fazem a arqueologia das celebridades. Se o fazem é porque os leitores pedem. As redes sociais repercutem nesse momento uma entrevista de Myrian Rios, modelo, atriz, ativista religiosa e ex-mulher de Roberto Carlos ao podcast Inteligência Ltda. Em um trecho do depoimento, ela fala da decisão de posar nua para a revista EleEla. Myrian alega que se arrependeu do trabalho e que aceitou o convite da revista "para pagar as contas". "Não foi confortável fazer, ainda mais com 17 anos", ela acrescentou.

Parece haver alguma inconsistência em datas. A então modelo e atriz posou pelo menos duas vezes para a EleEla, em fevereiro e julho de 1978, fotografada pelo renomado Indalécio Wanderley. Até aqui, a única menor de idade que posou nua para revistas masculinas de uma grande editora era Luciana Vendramini, que foi capa da Playboy, da Editora Abril, em 1977, fotografada por JR.Duran, aos 17 anos.

Remanescentes da antiga redação da extinta EleEla, da Bloch, não confirmam a informação de que Myrian fez as fotos com menos de 18 anos. Vamos a alguns marcos da carreira de Myrian Rios. Ela estava no elenco da novelas da Globo "Escava Isaura", que foi ao ar en 1976-1977. E "Pecado Rasgado" (1978). Foi a notoriedade que as novelas lhe deram que despertou o interesse dos editores da EleEla. Segundo uma informação da Wikipedia até agora não desmentida, Myrian Rios nasceu em 10 de novembro de 1958, em Belo Horizonte, segundo declarou à Manchete em matéria assinada por Ronaldo Bôscoli em 1979. Teria, portanto, quando posou para a ElaEla, 20 anos incompletos.

Outra informação que pede maior clareza é a alegação de que Roberto Carlos teria conprado todas os exemplares da EleEla nas bancas e teria adquirido diretamente dos arquivos da Bloch todos os cromos que registravam os ensaios de Myrian Rios. Aí há, talvez, um lapso de memória. A relacionamento de Myruan Rios e Roberto Carlos teria começado já nos anos 1980. Até 1979, Roberto Carlos estava casado com Cleonice Rossi e certamente as edições citadas da EleEla nem mais estavam em bancas.

Mas há um fato curioso que sustenta parte dessa versão. Manchete, Fatos & Fotos e Amiga acompanharam desde o começo dos anos 1960 a trajetória de Roberto Carlos. Era um personagem essencial. Através de repórteres, fotógrafos e editores, ele desenvolveu uma inegável aproximação com as revistas da editora que foi uma das maiores do país. Em especial, tinha contato com Salomão Schwartzman, diretor da Bloch na sucursal de São Paulo. O que circulou, na época, nas redações da Bloch, na rua do Russell: Roberto Carlos teria pedido a Salomão que intermediasse uma solicitação a Pedro Jack Kapeller, superintendente da Bloch, no sentido de lhe entregar todos os cromos dos ensaios da atriz para EleEla guardados noa arquivos fotográficos da editora. Myrian, no podcast, diz que Roberto comprou tais fotos. Até poderia ser. Outra versão, contudo, circulava nos corredores do Russell. As imagens teriam sido cedidas amigavelmente em nome do bom relacionamento da editora com o cantor. Mas isso só aconteceu no começo dos anos 1980. Coincidência ou não, Salomão entregou muitas reportagens exclusivas com Roberto e Myrian nos anos seguintes. Manchete estampou em capas a primeira foto do casal, além de cobrir o esperado e midiático casamento. Vamos combinar que a cessão gratuíta de fotos faz mais sentido, até porque os valores não seriam expressivos para uma empresa do porte da Bloch, na época. Além de ser mais inteligente privilegiar o relacionamento com os personagens.

Uma "negociação" parecida teria ocorrido entre a Bloch e outro casal famoso. Xuxa também posou para a ElaEla. Pelé, a quem ela namorou nos anos 1980, teria agido para resgatar arquivadas nas estantes então analógicas da Bolch. Os implacáveis corredores do Russell também contavam que Pelé teve a aprovação do mesmo superintendente para driblas a posteriadade e não deixar provas públicas da sensualidade da Xuxa para a EleEla. É possível. É. Mas será que Pelé também resgatou as fotos da Xuxa para a Playboy, da Abril? Se resgatou, EleEla e Playboy, hoje extintas, levaram a verdade para o "túmulo" gráfico das revistas masculinas.

De qualquer forma, pedidos desse tipo parecem uma prova de machismo ancestral dos envolvidos.Se ocorreram, são casos lamentáveis de ciúmes de papel colorido. Ter posado para revistas masculinas só dizia respeito às modelos assim livremente contratadas. Nas décadas de 1970 e 1980 o Brasil era uma ditadura, mas não uma teocracia como Irã e Arábia Saudita.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Filme "The Apprentice", sobre Donald Trump, será lançado nos Estados Unidos antes das eleições presidenciais. Produção tem até magnata estuprando Ivana Trump

O ator Sebastian Stan e o gestual de Trump. Foto  Briacliff/Divulgação

 
Jeremy Strong é o advogado Roy Cohn. Foto Briacliff /Divulgação

A atriz Maria Bakalova vive Ilana Trump. Foto Briacliff/Divulgação


No cartaz do filme The Apprentice, Trump como "rei" de um império imobiliário.


por Clara S. Britto
“The Apprentice,”, o filme lançado no recente Festival de Cannes, estreará nos Estados Unidos antes das eleições presidenciais. Advogados de Donald Trump tentaram desesperadamente proibir o lançamento em circuito comercial. Trump afirma que a produção é difamatória. The Apprentice dramatiza a trajetória profissional e pessoal do magnata desde suas controvertidas incursões no mercado imobiliário à conturbada vida pessoal no período 1970-1980. 

Segundo a NBC News, a distribuidora independente Briacliff pretende lançar o filme no dia 11 de outubro. O ator Sebastian Stan interpreta Trump e Jeremy Strong faz o papel do seu advogado e mentor Roy Cohn. A atriz Maria Bakalova vive Ivana Trump. A direção é do diamarquês-iraniano Ali Abbasi. 

Uma das cenas mais polêmicas do filme mostra Trump estuprando sua primeira mulher, Ivana Trump. O fato foi revelado em depoimento no processo de divórcio, em 1990. Posteriormente ela suavizou acusação, disse que não estava falando "literalmente", mas se sentiu "violada" por Trump. "The Apprentice" foi escrito pelo jornalista Gabriel Sherman, da Vanity Fair, que cobre Trump e seu entorno há mais de dez anos.  

Leia na Revista Fórum: Parlamento Europeu poderá banir o X de Elon Musk caso ele não respeite as leis locais


 https://revistaforum.com.br/global/2024/9/1/rede-tambem-corre-risco-de-ser-banida-na-europa-164834.html

domingo, 1 de setembro de 2024

Na capa da IstoÉ: dias de fogo

 

O dia em que o movimento Black Rio invadiu a Manchete

 


Fotos Antonio Rudge/Manchete

por Ed Sá

"Black Rio! Black Power!" estreia dia 5 de setembro nos cinemas. O documentário visita  um fenômeno musical e de comportamento no Rio de Janeiro dos anos 1970. O movimento Black Rio, assim denominado pela jornalista Lena Frias, começou em Caxias, na Baixada Fluminense e ganhou a cidade que então só estimulava "modas" de elite. Jovem Guarda, Bossa Nova, Tropicalismo, Rock Br tinham carimbo da classe média. Levou anos para que o funk se um impusesse furando a bolha social. A luta cultural e política, mas, no tempo do Black Rio,  poucos percebiam a extensão do protesto contra o racismo embutido nos bailes soul dos jovens da periferia naqueles trágicos dias da ditadura militar. 

Uma sinalização essencial do Black Rio: os negros se orgulhavam da raça e mostravam a cara para assumir a luta contra o racismo no Brasil que, infelizmente, é batalha diária até hoje.

Por volta de 1975, as redações da Rua do Russell testemunharam de perto um dos efeitos do movimento black. Simbólico, mas efeito. A Bloch contratou um contínuo - eram chamados internamente de "siris", certamente porque passavam o dia inteiro andando para frente e para trás nos corredores da editora. Eles faziam o importante tráfego interno de fotos do laboratório para a redação, conduziam lay outs para a fotcomposição, levavam ordens de serviço para a fotografia e para o transporte, traziam correspondências e jornais. Em geral não usavam uniformes, vestiam-se, digamos, com sobriedade possível. Um dia, aparece um contínuo repaginado, ganhou o óbvio apelido de "Black". Era o próprio: calças boca de sino, óculos, sapatos plataforma. Não se sabe se foi selecionado usando esse figurino contestador. Provavelmente, não, mas talvez tenha sido um pioneiro na periferia dos ambientes do jornalismo conservador brasileiro. O documentário não o cita, claro, não era artista nem compositor. Passou, como todos nós. 

Por volta de 1975, o repórter Tarlis Batista e o fotógrafo Antonio Rudge realizaram uma pauta sobre o Black Rio. Não acredito que os repórteres da Manchete frequentassem Caxias. Aposto que o Black Rio não veio à Manchete, foi o "Black" que invadiu reuniões de pauta da revista que o Adolpho Bloch vigiava de perto. 

O documentário Black Rio, dirigido por Emílio Domigos e produzido por Letícia Monte, revisita essa época. 

A equipe do documentário usou muitas fontes de pesquisa, uma delas na mídia da época. Uma dificuldade, contudo, se apresentou: os registros na mídia tradicional eram quase sempre críticos e negativos. Nenhuma surpresa.         


Na capa da Carta Capital: a inseminação da desgraça.

 


A tecnologia está plugada na extrema direita? Tempo instável para a democracia e para a liberdade



Título da matéria do Charlie Hebdo. Reprodução

por Pedro Juan Bettencourt 

A jornalista Lorraine Redaud, do semanário francês Charlie Hebdo (https://charliehebdo.fr/), analisou recentemente a influência crescente da ideologia a partir do Silicon Valley. Redaud recorda que os gênios tecnológicos inicialmente apoiaram o Partido Democrata. "Atualmente buscam a utopia dos neo-reacionários", diz ela.

Peter Thiel, um dos fundadores do PayPal, investe no  Seasteading Institute, uma organização não governamental fundada por Patri Friedman ( não por acaso autor da frase "a liberdade e a democracia são incompatíveis"). Neto do Nobel de Economia Milton Friedman (este, guru incondicional de elementos da extrema direita como Paulo Guedes e Javier Milei), o baby Friedman planeja instalar "cidades" em plataformas em alto mar com o objetivo declarado de operar fora do alcance da soberania dos Estados. A longo prazo, ele sonha com uma sociedade "tecnofeudal". 

A ideia de criar ilhas fora da lei não é nova. Em 1961, o irlandês Roanan O'Rahilly, agente de jovens artistas, desembarcou no furacão pop de Londres, mas não conseguiu furar o cerco das gravadoras que impediam a produção e divulgação de músicas de quem não pertencesse aos seus quadros. O'Rahilly optou por criar sua própria rádio. Para isso comprou um velho navio holandês e, com a ajuda de um estaleiro que pertencia ao seu pai, reformou o barco, instalou equipamentos e passou a transmitir gravações dos seus músicos e cantores. A rádio-pirata "viralizou", como se diria hoje, atraiu grande audiência e também navios da Marinha britânica. Acossado, o produtor simplesmente levatou âncora e estabeleceu sua rádio em águas internacionais.

O Brasil está distante de São Francisco e seus templos tecnológicos mas não dos seus tentáculos. Que o diga Elon Musk, o magnata radical da direita que desafia as leis brasileiras com o apoio dos bolsonaristas, parte da mídia, células neonazistas e bolsões do fanatismo religioso.