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domingo, 1 de setembro de 2024

A tecnologia está plugada na extrema direita? Tempo instável para a democracia e para a liberdade



Título da matéria do Charlie Hebdo. Reprodução

por Pedro Juan Bettencourt 

A jornalista Lorraine Redaud, do semanário francês Charlie Hebdo (https://charliehebdo.fr/), analisou recentemente a influência crescente da ideologia a partir do Silicon Valley. Redaud recorda que os gênios tecnológicos inicialmente apoiaram o Partido Democrata. "Atualmente buscam a utopia dos neo-reacionários", diz ela.

Peter Thiel, um dos fundadores do PayPal, investe no  Seasteading Institute, uma organização não governamental fundada por Patri Friedman ( não por acaso autor da frase "a liberdade e a democracia são incompatíveis"). Neto do Nobel de Economia Milton Friedman (este, guru incondicional de elementos da extrema direita como Paulo Guedes e Javier Milei), o baby Friedman planeja instalar "cidades" em plataformas em alto mar com o objetivo declarado de operar fora do alcance da soberania dos Estados. A longo prazo, ele sonha com uma sociedade "tecnofeudal". 

A ideia de criar ilhas fora da lei não é nova. Em 1961, o irlandês Roanan O'Rahilly, agente de jovens artistas, desembarcou no furacão pop de Londres, mas não conseguiu furar o cerco das gravadoras que impediam a produção e divulgação de músicas de quem não pertencesse aos seus quadros. O'Rahilly optou por criar sua própria rádio. Para isso comprou um velho navio holandês e, com a ajuda de um estaleiro que pertencia ao seu pai, reformou o barco, instalou equipamentos e passou a transmitir gravações dos seus músicos e cantores. A rádio-pirata "viralizou", como se diria hoje, atraiu grande audiência e também navios da Marinha britânica. Acossado, o produtor simplesmente levatou âncora e estabeleceu sua rádio em águas internacionais.

O Brasil está distante de São Francisco e seus templos tecnológicos mas não dos seus tentáculos. Que o diga Elon Musk, o magnata radical da direita que desafia as leis brasileiras com o apoio dos bolsonaristas, parte da mídia, células neonazistas e bolsões do fanatismo religioso.     

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Elon Musk, a controvertida " Pessoa do Ano 2021" da Revista Time



A Time costuma justificar sua escolha de Pessoa do Ano como aquela figura que se destaca para o bem e para o mal. Hitler já foi Pessoa do Ano, como se sabe. Mas ao longo da trajetória da premiação há, teoricamente, personalidades mais amigáveis do que detestáveis, mais reconhecidas por iniciativas por positivas do que por ruínas morais e éticas. Mais..., mas nem sempre.

O empresário e lobista bilionário, Elon Musk foi escolhido Pessoa do Ano de 2021 pelos editores da Time .A revista justifica a escolha com missão espacial privada Inspiration 4, da SpaceX. Musk também é dono da Tesla, fabricante de carros elétricos e ativo especulador em bitcoins.  

Há mais sombra do que luz na nova Pessoa do Ano. Musk é declarado negativista, da Covid-19 é contra a vacinação, já disse que ele e seus filhos não se vacinariam, foi um dos videntes que apontou abril de 2020 como data do fim da pandemia. Faz constantes declarações irônicas sobre a Covid. Diante da repercussão das suas opiniões, prometeu doar 400 mil aparelhos de ventilação para hospitais americanos. Cumpriu em parte a promessa, mas  passada a onda de críticas na web esqueceu o assunto. Um seguidor, certa vez, fez a Musk uma pergunta incômoda. Queria saber se o governo dos Estados Unidos havia organizado um golpe na Bolívia de olho nas vastas reservas de lítio, mineral usado em baterias elétricas, o componentes fundamental dos carros Tesla. Musk respondeu: “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”. Em seguida, apagou a fala das suas redes sociais pressionado por investidores da Tesla, que o consideram "imaturo".
A mais recente investida de Elon Musk é no Brasil, com potencial de polêmica. O lobista se aproximou do ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Sílvio Santos, com quem se reuniu em Austin, no Texas, há certa de um mês, demonstrando interesse em utilizar uma das suas empresas, a Starlink, de rede de satélites, para fornecer internet em áreas remotas do país. Segundo a Folha de São Paulo, o lobby de Musk teria "constrangido a Anatel", agência brasileira responsável pelo setor.