por José Esmeraldo Gonçalves
Hoje, às 21h30, a TV Globo transmite o último debate dentre Lula e Bolsonaro.
Há uma coisa que as eleições desse ano comprovaram: o formato dos debates tornou-se obsoleto.
Não há dúvida de que, hoje, como em todos os outros encontros do tipo, a Rede Globo se transformará na maior platafoma de fake new do mundo. A campanha de Jair Bolsonaro se baseia no máximo de fake news; no uso da máquina (orçamento secreto, auxílios e privilégios para certas categorias de apoiadores; na intimidação dos eleitores por parte de empresários e pastores bolsonarista; na compra de votos, e na violência exposta em agressões, invasões de igrafas católicas.
A própria Globo aparentemente detectou o sequestro do formato por Bolsonaro para a difusão de mentiras. Esse é o método que os bolsonaristas declaradamente importaram da campanha de Donald Trump. Além disso, atualmente existem o debate propriamente dito e a sua intensa repercussão na internet. E, nesta, as fake news geradas na TV ganham ainda mais asas.
A Globo mudou as regras do show em relação ao que foi estipulado no primeiro turno.
Os cinco blocos alternarão temas livres e temas definidos pela produção. O último bloco está reservado para as considerações finais dos candidatos. Nos blocos 1 e 3, cada candidato terá 15 minutos e deverá administrar esse tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Ns blocos 2 e 4 terão, cada um, dois subblocos de 10 minutos e os candidatos escolherão entre seis temas propostos pela produção. Ainda nesses dois blocos, cada candidato terá cinco minutos para debater e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Cada tema só poderá ser escolhido uma única vez, sem repetição.
Pode melhorar, embora pareça confuso para os candidatos. A ver.
De qualquer forma, as mudanças não parecem afetar a estratégia que Bolsonaro copia de Trump.
O que deveria ser estudado é adicionar uma equipe de especialistas em banco de dados para identificar em questão de minutos e divulgar no mesmo debate as mentiras e erros flagrados. Isso evitaria que o programa endosse e se torne cúmplice da divulgação de fake news.
Corrigir muito depois equivale a aceitar a estratégia da mentira já que os eventuais desmentidos nunca alcançarão o mesmo público nem a mesma audiência.
Alertar para fake news, no ato, é tecnicamente possível. A tecnologia 5G está aí pra dar super velocidade à internet.
Um comentário:
O Brasil deve pensar como defender a democracia das fake news. Liberdade de expressão é uma coisa, campanha mentirosa para conuistar votos é outra, milhões de reais foram despejados nas redes sociais para manipulação. O TSE agiu, mas faltam leis para a proteção da liberdade e da democracia
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