segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Fake News em eleição - Em 1989, a mídia relacionou o sequestro de Abílio Diniz ao PT. E só desmentiu após as eleições. O Globo, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo mentiram para favorecer Collor de Mello


São Paulo – A cobertura da mídia sobre o sequestro do empresário Abílio Diniz, executivo do grupo Pão de Açúcar, em 1989, foi decisiva para o resultado do segundo turno das eleições, em que concorriam Fernando Collor de Mello (PRN) e Luís Inácio Lula da Silva (PT). A conclusão é da professora de comunicação Diana Paula de Souza que realizou a pesquisa “Jornalismo e narrativa: uma análise discursiva da construção de personagens jornalísticos no sequestro de Abíolio Diniz e suas repercussões políticas”.

Jornais da época suscitavam envolvimento do PT na ação, usando fontes da polícia. Após a vitória de Collor, as acusações foram desmentidas. O estudo analisou os jornais O Globo, Jornal do Brasil (JB) e Folha de S. Paulo, de 17 a 20 de dezembro de 1989.

O sequestro de Diniz aconteceu em 11 de dezembro de 1989, por integrantes do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), mas só foi revelado após a libertação do executivo, no dia 16 de dezembro, véspera do segundo turno da primeira eleição direta no Brasil, pós-ditadura.

Segundo a pesquisadora, no dia 17 de dezembro começaram os “relatos jornalísticos sobre material de propaganda política do PT que teria sido encontrado junto com os sequestradores”. E logo no início das investigações “percebe-se um esforço dos veículos para estabelecer uma conexão entre o sequestro e o então candidato à Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva”, como no trecho de O Globo do dia 18 de dezembro. “Tuma assegurou que os terroristas integram duas organizações de extrema esquerda no Chile – Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) e Organização de Resistência Armada (Ora) e que em poder dos que foram presos foi apreendido material de propaganda política do PT”.


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Um comentário:

Anônimo disse...

“Da tropa de choque do Collor de Mello (que tinha ‘aquilo roxo’), Roberto Jefferson teve papel de destaque contra a armação que derrubou Lula no 2º turno de 1989. Da tropa de choque de Bolsonoro (o autodenominado ‘imbrochável’), tentou outra armação (literal) agora, mas o tiro, ou melhor, os tiros saíram pela culatra. O que não impediu que recebesse tratamento VIP com direito a negociação de 14 horas – prova ostensiva da intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal. Como fica agora o adesista Sérgio Moro, que só entra em roubada?”



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