sábado, 22 de outubro de 2022

Idoso, eu? Enfie a bengala naquele lugar! - Rio de Janeiro poderá substituir logotipo que deprecia idosos

O novo logo para identificar idosos. 


O símbolo do velhinho prejudicado, de bengala
e com dor nas costas, é depreciativo.

por Ed Sá 

A imagem que representa idosos portando uma bengala e com a mão nas costas cuidando da dor da coluna deverá ser trocada nos serviços públicos do Rio de Janeiro. Há muito o logotipo é tido como preconceituoso e ofensivo tanto para os portadores de deficiência quanto aos velhinhos que ainda batem um bolão. 

A Câmara de Vereadores aprovou em primeira votação projeto do vereador Alexandre Isquierdo (DEM) que propõe nova figura para identificar espaços reservados para a turma de mais de 60 anos. O novo desenho elimina a bengala e mostra um idoso mais em forma. O projeto se justifica pois os brasileiros estão vivendo mais e não necessariamente a bengala é item tão generalizado quanto o design imaginou. 

Se a medida for aprovada em segunda votação e sancionada pelo prefeito, o Rio de Janeiro poderá ser pioneiro na correção do símbolo do idoso. Muitos países usam o logo do velhinho de bengala e cheio de dor.

Alerta em transporte público


Cartaz da ONU

E, quem sabe, o Rio agradeceria também se outros logos fossem adicionados ao visual da cidade. Por exemplo,  locais perigosos deveriam ter logotipos mostrando  assaltantes armados; certos prédios publicos e empresas desonestas receberiam símbolos alertando sobre corrupção, a Avenida Atlântica sinalizaria graficamente a presença de ladrões de celulares e a comunicação visual do metrô e dos trens avisaria às mulheres sobre a presença de tarados.     

Um comentário:

J.A.Barros disse...

O velho no brasil é estigmatizado. Estou Velho com 91 primaverinhas e sinto o preconceito contra minha idade, que se reflete no meu aspecto físico, na bengala em que me apoio, enfim, tô ferrado. Todos, me veem como cinzas, enterrado numa Caixa de Papelão, para ser como pó, voltado ao pó, mas prefiro o mar. Foi nele, muito jovem, que aprendi a nadar, a gostar da vida e do sol e da areia fina em que pisava. Foi no mar, nas suas ondas, que levei o maior caldo, que quase me levou para junto de Netuno, mas aprendi a furar as enormes ondas que se agigantavam diante de mim. Foi diante do mar, que encontrei o primeiro amor da minha vida e no mar nos amamos. Devo muito ao mar e porque não voltar a ele?