sábado, 13 de julho de 2019

Festival de Veneza 2019 vai exibir "Extase", com Hedy Lamarr, o filme que mostrou primeiro nu frontal da história do cinema.






Hedy Lamarr em cenas e no cartaz de Êxtase. 

por Jean-Paul Lagarride 

O Festival de Veneza 2019 exibirá na abertura oficial, no dia 27 de agosto, o que teria sido primeiro nu frontal da história do cinema. A cena é do filme "Êxtase, de 1934, dirigido por Gustav Machatý, e que foi agora restaurado em modo digital 4K.

A protagonista é Hedy Lamarr, que também interpreta o primeiro ato sexual da tela.

"Extase" foi censurado, na época, há 85 anos, em vários países e ainda sofreu um inesperado percalço: o marido da atriz,  Firtz Mandi, tentou desesperadamente comprar todas as cópias disponíveis.

A reestreia do filme de Hedy Lamarr em Veneza tem um significado especial.  "Extâse" foi premiado em 1934, na mostra da cidade italiana, onde ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Na trama, Eva (Hedy Lamarr) se casa com um homem mais velho, rigoroso e adepto da ordem acima de tudo - o que no Brasil de hoje costuma se chamar de "homem de bem" -, que não demonstra muito entusiasmo na cama, o que a leva aos braços de um jovem.

No mais, você pode ver a trama completa e a histórica cena AQUI 

Por trás do glamour de estrela, a inteligência: Hedy Lamarr inventou 
a telefonia o celular e o Wi-Fi. 

A atriz austríaca foi muito além das telas. Em 1940 ela desenvolveu um sistema  cujos parâmetros levaram aos atuais telefones celulares e à transmissão de dados por Wi-Fi. Inicialmente, seria um aparelho para confundir radares nazistas. 
Por incrível que pareça, a inspiração veio através da música. O compositor George Antheil tocava piano e Lamarr se divertia repetindo as notas em escala diferente. A partir do diálogo musical, a atriz percebeu que duas pessoas poderiam conversar entre si em frequências diferentes desde que o fizessem ao mesmo tempo. Eles se dedicaram a por em prática um sistema de rádio experimental e, dois anos depois, obtiveram a patente do invento. Só no começo dos anos 1960, o Departamento de Estado mandou construir os primeiros dispositivos. O trabalho de Lamarr foi reconhecido apenas em 1997 (Anthiel não viveu para ver o sucesso do invento), quando ela foi premiada e homenageada pelo governo americano.
Apesar disso, Hedy Lammar teve problemas financeiros e chegou a ser presa duas vezes por roubar pão e remédios. Só não morreu na mais total miséria porque ganhou de uma empresa americana um processo por uso indevido de imagem. 
Hedy Lamar faleceu em 2000, aos 85 anos, quando celulares e Wi-Fi se espalhavam pelo mundo. 

2 comentários:

Wellington disse...

Interessante o post. Mas é mais correto dizer que é o primeiro filme comercial com nu frontal. Já havia pequenos filmes pornôs exibidos em salas especiais clandestinas.

Hermano disse...

Os primeiros pornôs eram cartões postais de nudez filmados, não seriam mesmo filmes.