por O.V.Pochê
Não é por nada, não. Apenas prestação de serviço público. A seleção brasileira deixa uma Copa, pela segunda vez seguida, em modo vexame. Com todo respeito à luta dos jogadores, à qualidade individual, ao empenho de Tite, o fato puro e simples é que não rolou. O time se classificou com dificuldades e dançou na hora do vamos ver. Em 2018, a seleção despenca na classificação geral em relação à já desastrada Copa de 2014.
Acontece. O que preocupa é a frequência com que está acontecendo. .
Na Copa de 1990 (o Brasil foi eliminado pela Argentina nas Oitavas de Final) o então técnico Sebastião Lazzaroni ficou famoso pelo linguajar enfeitado. Falava em "galgar parâmetros", "interação sinérgica" e chamava jogo de "evento". Não deu certo.
Quase 30 anos depois, Tite também floreia o palavreado e passa um lustrador no vocabulário. O estilo é diferente, lembra palestras de auto-ajuda e ou os entediantes seminários de motivação empresarial. Tite gosta de falar coisas como "plenitude mental, técnica e física", "treinabilidade", "empatabilidade", "estilo de jogo apoiado", "transformacional", "alto rendimento", "metodologia de treinamento". Faz pausas dramáticas na entrevistas coletivas. É didático quando explica ao repórter: "pergunta tática, resposta tática". E busca motivação em obras do gênero. Os atacantes belgas não deram bola pra isso.
Por isso, relembro aqui os nomes de alguns livros que Tite usou para "inspirar" a seleção que, no fim das contas, desabou foi no inspirado futebol do adversário.
Fica por sua conta e risco deixar tais obras na sua mesinha de cabeceira. Sem entrar no mérito. Apenas, para registrar que a biblioteca do treinador não foi pé-quente.
* "Liderança" - de Alex Ferguson e Michael Moritz
* "Ainda estou aqui" - de Marcelo Rubens Paiva
* "Liderar com o Coração" - do ex-jogador de basquete Mike Krzyzewski
* "Caminhos Escolhidos" - de Abílio Diniz
* "Maktub" - de Paulo Coelho
* "Nunca deixe de tentar" - de Michael Jordan
* "Os 11 poderes do líder – O futebol como escola de vida" - do ex-jogador argentino Jorge Valdano,
* "Qual é a tua obra" - de Mario Sergio Cortella
* "Viver em paz para morrer em paz" - de Mário Sergio Cortella
* "Jogando para vencer" - de John Wood
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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5 comentários:
Ao que parece, todos os técnicos da Seleção, até então, tem seus defeitos – o que é natural por ser humanos – nesta ultima Copa tivemos como técnico o gaucho Tite, ex técnico de times gaúchos e por último do Corinthians, levando esse clube a vitórias, dando–lhe o respaldo para ser escolhido pela CBF o técnico da Seleção Brasileira para esta Copa. A imprensa esportiva acolheu este novo nome com alegria e muita esperança na sua administração técnica da seleção. Até aí tudo bem. Em 1970, João Saladanha, jornalista e colunista de futebol no Jornal do Brasil – que tinha tido uma passagem como técnico de futebol do Botafogo – foi escolhido para ser o técnico da Seleção. João Saldanha aceitou a missão e à noite numa entrevista, recitou a relação dis jogadores que seriam convocados, dos titulares e dos reservas. E foi com esse time escolhido por ele que o Brasil se tornou tricampeão na Copa de 1970, no México. Sem críticas, desde os seus primeiros movimentos na Seleção, cada convocação, Time formava um time de futebol diferente. Convocou jogadores que sabidamente não seriam efetivados e continuou assim até a última convocação e chegamos ao ponto de nunca sabermos de cor o time titular. Às vésperas da copa, confesso que ainda não tinha na ponta língua os titulares do time brasileiro. Bem, começamos a Copa com um duro empate e seguimos com dificuldades nos jogos seguintes mas conseguimos classificação para as oitavas. Para não continuar me extendendo, o jogo contra a Bélgica me revelou que o time brasileiro entrou em campo sem uma tática definida ao passo que os belgas jogaram sabendo todos os jogadores como deveriam jogar e se posicionar em campo contra os brasileiros. Os nossos jogadores jogaram muito, meio embolados mas jogaram muito bem e em diversos ataques a bola se recusava a entrar no gol adversário. Até que , num ataque belga,veio o gol contra, por uma falta de sorte a bola desviada, dentro da nossa área, pelo zagueiro Kompany, bateu no ombro de Fernandinho e deslocando o goleiro e 1X0 para os belgas. Para o segundo tempo sentimos que alguns jogadores estavam sem preparo físico, notadamente Marcelo, num lance de ataque belga, o atacante num drible passou por Marcelo e disparou em direção ao gol e o que vimos foi um Marcelo sem pernas para correr atrás do adversário. Para mim, aquela cena foi patética, ver o bravo Marcelo tentando correr para alcançar o atacante belga. Ele não tinha condições físicas para jogar. E era exatamente em cima do espaço que Marcelo deixava nas suas arrancadas em ataques que o técnico belga colocou o centroavante Lakaku ocupando o espaço vazio.. Isso não é uma crítica, até porque não sou crítico de futebol, é apenas uma observação pessoal de como vi o trabalho do técnico nesta Seleção. Mas, futebol é uma caixa de surpresas e nesta Copa os "bicho–papões do futebol foram eliminados alguns na eliminatória. Alemanha, Argentina e outros poderosos do futebol.
Para a torcida o que interessa e o título. Trabalho perfeito é ganhar a taça. Tite e os jogadores fracassaram. Nada contra ninguém, só a realidade. Deu em nada.
Tite fez um bom trabalho. Deixou pra errar na Rússia ao insistir em Jesus e Willian e escalar Marcelo sem condições como mostrou já no primeiro tempo. Demorou a mexer. ao não variar esquema de jogo. O Brasil ficou tonto diante da Bélgica. Faltou informação sobre esse time. Um amistoso contra os belgas a caminho da Russia teria sido instrutivo mais do que os livros.
Tem que assumir que na classificação ficamos ruins bem pior do que em 2014 com sete a um e tudo.
Ano que vem tem Copa América no Brasil. Desde já, vos digo: o Brasil não é favorito. Ainda mais com esse boato de que Neymar vai deixar a seleção.
Se Tite vai continuar na seleção ou não, não sei, mas que ele precisa melhorar o nível de leitura isso é certo
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