quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Filme "Aquarius" passa a fazer parte do catálogo mundial do Netflix

Com uma trajetória de reconhecimento em festivais internacionais, o filme "Aquarius" acaba de entrar na programação do portal de streaming Netflix. Isso significa que alcançará uma audiência de milhões de espectadores em todo o mundo.

Muito além do que talvez esperassem obscuros críticos convocados para indicar o filme brasileiro que concorre à indicação para disputar o Oscar na categoria filme estrangeiro. Não que essa indicação ou a participação na festa de Hollywood seja um indicador de valor cultural supremo e incontestável. O próprio "Aquarius" já acumula boas críticas no meios cinematográficos de vários países mesmo sem chegar a Hollywood e foi convidado pelko Canadá para participar do Festival de Cinema de Toronto.

Desde que a equipe de "Aquarius" fez uma protesto em Cannes contra o golpe que levou Temer ao poder, o filme entrou no foco de uma batalha política.
Colunistas apressaram-se em alardear um suposto fracasso do filme nas bilheterias, que números oficiais favoráveis desmentiram em seguida.

O governo ensaiou uma espécie de retaliação ao tentar restringir a audiência através da um "classificação etária" rigorosa, em um tipo de censura que o STF condena. O tal juri que apontaria o representante brasileiro ao Oscar foi contestado porque um dos jurados criticou publicamente o protesto em Cannes, assumindo a defesa do governo, o que poderia contaminar o seu voto.

Ao confirmar a inclusão de "Aquarius" no seu catálogo internacional, o vice-presidente de Marketing do Netflix Vinicius Losacco, declarou que não foi levado em conta o teor político do filme. "Nós só queremos contar histórias que interessam para o Brasil e que possam ter significado para nossos usuários.”

Em tempo: o filme "Pequeno Segredo", indicado pelo juri governamental, ainda não foi exibido em salas comerciais, uma exigência para poder concorrer ao Oscar. Deverá ser providenciada com urgência pelo menos uma exibição de um dia que seja para "legalizá-lo" às normas da premiação.

Como pouca gente viu "Pequeno Segredo", as matérias que repercutiram a escolha não entraram no mérito da qualidade do longa que agradou ao Ministério da Cultura de Temer. Mas o crítico Alcino Leite Neto, da Folha de São Paulo, foi demolidor. Em sua avaliação, sob o título "Clichê, 'Pequeno Segredo' é um dos piores filmes brasileiros recentes", ele diz que "a narrativa é piegas, as imagens são piegas, a banda sonora é piegas, a direção é de uma platitude sem fim".
"Um oceano de clichês", resumiu.



2 comentários:

J.A.Barros disse...

O melhor julgador de um filme é o seu público. Se o filme é bom ele terá salas cheias, e ao que me parece esse filme " Aquarius "está tendo salas cheias quando em exibições, sendo assim não há mais o que discutir. O filme poderia sim ser inscrito como filme estrangeiro no Oscar a ser concorrido no ano que vem. Quem melhor julga um filme é o seu espectador. Se ele enche as salas de exibição é o sinal de que é um bom filme. Na minha opinião quem deveria indicar filme para concorrer ao Oscar deveria ser o seu público e não pretensos críticos de cinema que irão julgar a escolha do filme por padrões de amizade e curriola de produtores e diretores de cinema.

Téo disse...

Até um filme entrou como peça da atual briga política no Brasil. Um jornalista tido como conceituado, desses que sairam do armário de democrata e vestiram o uniforme de golpista escreveu no jornal que o elenco do filme protestou em Cannes apenas como jogada de marketing para fazer o filme aparecer. Protestaram como brasileiros que merecem respeito seja qual for a posição deles. Como acusar de jogada de marketing?. Tem provas senhor jornalista ou apenas "convicção"?