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Reprodução/Conexão Jornalismo |
Desde o fim do regime militar, o Brasil elegeu em voto direto apenas quatro presidentes: Fernando Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma Rousseff. Destes, dois foram cassados.
Tancredo, o que foi sem nunca ter sido, e Sarney, o ex-funcionário da ditadura que herdou o cargo, obviamente não contam já que foram apenas escalados por um "colégio eleitoral" concebido e controlado pelos militares.
Itamar, o vice que assumiu após a queda de Collor, e Temer, o vice de Dilma, chegaram ao Planalto sem voto, como todos os presidentes oriundos do PMDB.
São muitos os atalhos e pouca a democracia nesse vai-e-vem de interesses e poderes.
No livro "1964 - A conquista do Estado - Ação Política, Poder e Golpe de Classe", de René Armad Dreifuss, ficaram registrados para a história os nomes dos publicitários, jornalistas, editores que, dentro da estrutura de organização do golpe que derrubou Jango, participaram do Grupo de Opinião Pública e do Grupo de Publicações/Editorial que deu sustentação midiática à conspiração.
Um poder influente e com visíveis digitais nas tramas da República é a grande mídia.
Esteve presente na campanha que levou Getúlio Vargas ao suicídio e esteve firme ao lado do golpe militar e da implantação e continuidade da ditadura. Quando os militares já se prepraravam para voltar aos quarteis, tentou minimizar as Diretas-Já e, quando o movimento tomou as ruas, buscou "salvar os anéis" aliando-se às forças políticas e militares que derrotaram a Emenda Dante de Oliveira, a que restabelecia as eleições diretas para presidente.
Na sequência, exaltou o "colégio eleitoral" e, com a morte de Tancredo, ajudou a descartar a opção Ulysses Guimarães, menos confiável para os militares, e consagrou José Sarney, identificado com a ditadura que tirava o time de campo.
Ao fim do governo Sarney, fez o marketing e a manipulação para levar Collor a subir a rampa.
O golpe contra Dilma Rousseff é apenas o desfecho de uma intensa campanha iniciada no dia seguinte à eleição de Lula e acelerada, aí já sem máscaras ou limites, no dia seguinte à eleição de Dilma para o que seria seu segundo mandato.
Nas ruas, protesto contra a atuação da mídia no golpe que derrubou uma presidente eleita. Foto Daniel Isaia/Agência Brasil |
Da mesmo forma, foram "eternizados" em livros extraídos de material publicado na imprensa ou de documentos classificados os crachás dos jornalistas e barões da mídia que colaboraram com a ditadura ao longo de décadas.
No caso atual - a conspiração que levou à derrubada de uma presidente eleita - já é pública a coreografia opinativa e editorial e já são bem conhecidos os nomes dos jornalistas e veículos do novo "grupo de opinião pública". Estão na boca do povo, estão falando alto pelos botecos.
O que certamente a história vai revelar no futuro são os passos, os métodos e a subserviência das tristes figuras atuantes no novo "golpe de classe".
3 comentários:
Além de colunistas foram muitos os autores de artigos que ganharam espaço como parte da campanha golpista. A história não absolverá essa turma
Foi tão carta marcada que Tv Senado deu Dilma fora antes de acontecer a votação.
Um bando de descerebrados defendendo emprego e lambendo o saco dos patroes
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