terça-feira, 6 de setembro de 2016

Colunista diz que "o dever das pessoas de bem é boicotar Aquarius". E a produção do filme põe a frase no cartaz de divulgação do longa-metragem


por Niko Bolontrin

"Aquarius" é a nova bola do Fla X Flu político nacional.

Elogiado em Cannes, o filme acaba de estrear no Brasil.

Colunistas da grande mídia ainda incomodados pelo fato de o elenco do filme ter feito um protesto "Fora Temer! na França, ato que denunciou o golpe e repercutiu no mundo inteiro, plantaram notinhas onde mal escondiam a satisfação em anunciar um suposto fracasso de público na semana de estreia.

Como a verdade sempre aparece na tela, distribuidores divulgam que "Aquarius" é a segunda melhor estréia de um filme brasileiro em 2016, depois da produção da Igreja Universal "Os dez mandamentos".

Não é um blockbuster, nem um tipo de filme arrasa-quarteirão, mas o longa estrelado por Sonia Braga e já premiado em festivais na Polônia, Austrália e Holanda, também não é o "desastre" sonhado pelas colunas dos barões da mídia. Fato reconhecido pela maioria dos críticos de cinema que escrevem nos mesmos jornais.

Alvo de medidas do governo - como a de uma classificação censória -, além da ofensiva dos colunistas, "Aquarius" incluiu no cartaz promocional do filme uma jogada de marketing inédita no ramo. Entre as tradicionais frases elogiosas está lá uma declaração de um desses colunistas na qual ele recomenda que "o dever das pessoas de bem é boicotar Aquarius".

Tirar partido da frase equivale a um "drible-da-vaca" que o marketing do filme dá nas figuras que  correram pra vestir a camisa do time de Temer.

Já vou comprar meu ingresso. Mas vou deixar minha carteira em casa. Vai que eu encontro "pessoas de bem" na fila. Um risco.

2 comentários:

Terê disse...

Boicote cultural é fascismo seja de esquerda ou de direita.

J.A.Barros disse...

A melhor crítica a um filme seja ele nacional ou estrangeiro é implacavelmente a sua audiência, O resto é frescura de pretensos críticos "famosos "de cinema.