Barreiras contra ondas em Copacabana. Precaução normal para proteger a Arena. Mas o tsunami previsto por "especialistas" ainda não veio. |
Fotos BQVManchete |
por Omelete
"Especialistas" passaram meses vaticinando na mídia o caos olímpico.
Ontem, ao entrar na Arena de Copacabana, o público passava por um paredão de areia para impedir o avanço do mar. Boa providência, claro. Mas até aqui (batam na madeira), os "especialistas" que anunciaram tsunamis que varreriam do mapa o espaço do vôlei de praia, devem estar buscando avidamente mapas meteorológicos para ver se uma ondinha pelo menos confirma suas "previsões" encomendadas.
Se fosse se basear nos "especialistas" os construtores da Arena teriam erguido um muro de 20 metros de altura, algo maior do que o Trump quer fazer no México.
E esse foi apenas um dos "alertas" dos profetas.
Há poucos dias, a propósito de um Rio 2016 superando expectativas, um colunista lembrou que a mídia estrangeira detonava os Jogos cariocas e agora estar revendo suas opiniões. Talvez o corporativismo e a necessidade de defender o pão de cada dia tenham falado mais alto ao ouvido do jornalista. Ele esqueceu de dizer que foi a mídia nacional, principalmente, que passou anos criticando a Rio 2016. Os correspondentes apenas passaram a retuitar e a potencializar os tais conteúdos. Na maioria das vezes, sem aprofundar uma apuração.
Obviamente, o componente político pré-golpe determinava essa ofensiva contra a Rio 2016, ampliando os problemas que existiam e criando outros quase inimagináveis.
Um jornal chegou a contratar um estudo com "especialistas" em biologia profunda, para provar que a Baia da Guanabara era uma poça assassina já que incubava pelo menos um vírus mortal.
Barcos dos competidores, diziam outros, se chocariam com carcaças de automóveis, privadas, banheiras e cofres abandonados por políticos e empresários de fino trato antes de diligências da PF
Outro profetizou que neste agosto estaríamos andando nas ruas com burcas higiênicas para nos proteger das nuvens de mosquitos.
Um jornal de SP fez uma visita à piscina olímpica e destacou na primeira página o que considerou relevante: a arena era muito abafada e calorenta. Diante disso, me pergunto porque os nadadores estão usam agasalhos quando não estão na água? Só o jornal que sente estranhos calores pode explicar isso.
A mídia propagou durante semanas uma "matéria investigativa" sobre uma doença que acometeria cavalos em Deodoro, local das provas de hipismo. A tal ziquizira, dizia o jornal, dizimaria os cavalos que aqui ousassem vir para competir.
Uma autoridade quis interditar o metrô da Barra sob a alegação de que o período de testes era muito curto.
Outro "especialista" dizia que faltariam vagas em hotéis para os visitantes e o Rio teria que contratar uma frota de navios para hospedar a turma que ficaria sem teto hoteleiro. A esquadra de navios-hotéis não foi necessária e ainda não vi nenhum turista dormindo sob marquises. A não ser um argentino desprovido de grana. Talvez os "especialistas" em hotéis ouvidos pela mídia não tenham sido informados sobre algo como AirBnb e o aluguel informal de apês oferecidos por milhares de cariocas.
O Rio tem tantos problemas, aí incluída a violência presente nesses dias de Jogos como no nosso dia a dia, que nem precisava construir tantas modalidades de caos.
Apesar disso, a Rio 2016 com seus defeitos vai sobreviver ao Rio e o Rio com seus problemas vai sobreviver à Rio 2016.
Um comentário:
Na minha opinião o Rio 2016 não ficou em nada a dever as outras sedes Olímpicas apresentando, na sua abertura beleza e grandiosidade. Só uma Olimpiada se tornou excepcional foi a de Moscou com o urso Micha.
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