segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Editar + manipular x tucanar. Como a mídia conjuga esses verbos

Reprodução Facebook

por Chico Bicudo
LULA E FHC - QUANDO UNS SÃO MAIS IGUAIS QUE OUTROS
Não tenho procuração para defender A ou B e penso que crimes de qualquer natureza ou 'tamanho' devam ser todos investigados, independentemente do cargo ou status do suspeito, respeitados todos os trâmites e procedimentos determinados pelo Estado de Direito. Mas vamos lá, um minutinho de atenção para um modesto e simples exercício de análise de discurso. Observem as duas matérias abaixo, publicadas hoje pelo 'Estadão'. Estão na mesma página. A notícia sobre o ex-presidente Lula recebe destaque, está no alto, embora as doações já fossem conhecidas. O título sugere que foi Lula, pessoa física, quem recebeu o dinheiro, e não o Instituto Lula, o que faz muita diferença. A empresa é nomeada - Odebrecht. E quem faz a afirmação tem nome também, é a Polícia Federal, estratégia discursiva que pretende garantir legitimidade à afirmação. Argumento de autoridade. Passemos agora à segunda notícia, que vem abaixo, com menos destaque, embora essa fosse, jornalisticamente, a novidade - pela primeira vez, foram identificados repasses para o Instituto FHC. Notem também que, enquanto lá 'Lula recebeu...', aqui a 'empreiteira doou...'. Faz toda a diferença. Ações atribuídas a sujeitos diferentes. Além disso, a empreiteira não tem nome, é genericamente chamada de 'empresa'. O destinatário da grana é o Instituto FHC, não o ex-presidente FHC. E quem chancela a denúncia é um 'laudo', e não mais a PF. Generalidades, de novo. Pergunto - esse tratamento narrativo absurdamente diferenciado e seletivo é casual? Mera coincidência?

por Tico Santa Cruz
Ambos recebem MAS...
Tudo é uma questão de como se é dada a notícia… 
E vai ter gente vindo aqui dizendo que eu defendo o Governo e não uma maneira mais honesta de conduzir os fatos….
3…2…1… Valendo


Reprodução Facebook

Um comentário:

Norões disse...

Houve também um caso de desmentido sobre envolvimento de pessoas em propinas da Lava Jato, identificação erada de um mulher que aprece em um vídeo e que foi execrada nos jornais. Imprensa que faz política partidária comete essas distorções.