por deBarros
Logo após a guerra da
secessão nos EUA, o país banhado a Oeste pelo oceano Pacífico e a Leste pelo
oceano Atlântico sentiu que era chegado o momento de unir esses dois Oceanos
alargando as suas fronteiras e levando a civilização território adentro. A
Estrada de Ferro seria a grande ferramenta
que efetuaria esse desejo. Com essa união as grandes industrias do Leste seriam
expandidas tendo como resultado grandes movimentações monetárias enriquecendo
seus empresários e por consequência o país.
A Union Pacific foi a
grande vencedora na corrida para atingir o Oceano Pacífico. Vencendo grandes
obstáculos atravessou rios, montanhas, vales, tempestades de neves e o frio mas
chegou ao seu objetivo. A Costa Leste
dos EUA chegava na Costa Oeste tornando transcontinental esse país. A Estrada
de Ferro fez esse trabalho.
O preço que teve de pagar
foi muito alto. Na travessia do Oeste, tribos indígenas foram sacrificadas. O
Búfalo, ou o Bisão americano, quase foi extinto. Mãos de obra, senão escravas,
de centenas de chineses morreram na construção das linhas de trem. O fim,
diriam muitos, justificava os meios. Mas o fato real é que dessa união de um
oceano ao outro nasceu uma grande nação que se impôs ao mundo vindo a se tornar
uma grande líder das nações. O trem foi o seu motivador e o seu grande
desbravador.
No Brasil, aconteceu
exatamente o contrário. Um governo, resolveu anos atrás, implantar uma
indústria automobilística no seu país, e em vez de estradas de ferro construiu
rodovias de acesso ao seu interior através do carro e do caminhão que
consumindo gran-des somas de dinheiro encareceu por demais o transporte de
mercadorias e de passageiros. Esse governo não só acabou com as linhas de ferro
existentes como o serviço de navegação de cabotagem. Será que ainda se lembram
dos pequenos navios, chamados de Itas, que navegavam do extremo norte do Pará
ao extremo sul do Brasil? Com o fim dos Itas, criaram os “Paus de Araras”.
Hoje, uma presidente do
país entendeu que alguma coisa precisava ser feita para inverter a prioridade
de transporte e através de um projeto de governo ressuscitou ou está tentando
ressuscitar o a linha de ferro: o trem.
Essa máquina fantástica que transporta por preços bem mais baixos não só
bens de produção como o homem nos seus deslocamentos através do pais levará,
com certeza, o país para ocupar o seu lugar no mundo moderno e competitivo que
vivemos. Esse projeto de governo também visa a melhoria dos portos existentes
como também a construção de novos.
A presidente entendeu que
essa virada só poderá ser feita através da iniciativa privada que junto com o
governo investirá com toda força nesse empreendimento progressista – no emprego
certo desta palavra sem cunho ideológico – cortando o país com linhas de trem
em todas as direções.
Washington Luís,
ex–presidente do Brasil dizia que “governar é construir estradas”. Na verdade
ele queria dizer que: Governar e construir meios de comunicação entre seu povo
para que ele não fique isolado em si mesmo, ou preso a uma só forma de comu-nicação.
O destino da grandes nações
é o de desbravar, de descobrir o desconhecido. Abrir novos espaços e implantar
a sua cultura.
Por que não chegarmos ao
Oceano Pacífico, através do trem, e abrirmos artérias nas encostas geladas desse
leviatã de rochas e montanhas dessa gigantesca cordilheira que nos separa dessa
magnifica massa d’água navegada no passado por aventureiros e corajosos navegadores?
Os nossos verdadeiros parceiros
comerciais estão bem ao nosso lado nas margens desse oceano. Vamos conquistá-los
porque esse é o nosso destino.
2 comentários:
Barros, muito bom o seu texto, parabéns. Quando eu jogava no juvenil do Vasco, viajei por vários Municípios do Espirito Santo e sul de Minas de trem, saindo da Leopoldina (Barão de Mauá). Viagem maravilhosa, nunca vou esquecer. Tomara que o projeto de restabelecer linhas regulares de trem siga em frente e não fique só no papel. Abraço.
Nélio, nem citei quem realmente acabou com a Estrada e Ferro no país. Nunca achei que Brasília fosse a solução administrativa para o Brasil. Falam que o EX criou uma nova classe social. Classe social não se cria em oito anos. Ele distribui dinheiro à rodo por essa Brasil afora. Em Brasília sim criou-se uma nova classe social burocrática às custas do povo brasileiro e com a extinção de transportes de massa essenciais ao desenvolvimento brasileiro. Mas, isso tudo é uma história muito longa que um dia vai ser repensada e discutida nos palcos diante do povo brasileiro.
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