por deBarros
Sempre achei que a
imparcialidade era uma tônica no comportamento profissional do jornalista. A
crítica – no seu bom sentido – e a informação era o compromisso maior do
jornalista no seu trabalho nos jornais, revistas e televisão. Deixar o público
bem informado e a crítica construtiva era o objetivo primeiro desse
profissional da comunicação. Mas, parece que me enganei, ou fui enganado por
alguns profissionais da mídia. Porque levanto essa questão aparentemente sem
nenhum motivo.? Para a Copa do Mundo de 2010, a CBF convocou para ser o técnico
da Seleção Brasileira de Futebol o ex-jogador, Campeão do Mundo em 1994, o
gaúcho Dunga. Não vai ser preciso relatar os campeonatos que esse jogador já
ganhou porque todo brasileiro já os conhece. Ora, o que aconteceu quando o nome
de Dunga foi revelado ao grande público que iria ser o técnico da Seleção. A
mídia, não toda é verdade, começou uma campanha de desmoralização desse jogador
jamais vista em toda história do futebol brasileiro, especialmente de
comentaristas de futebol de um determinado jornal carioca. Esse técnico,
iniciou a sua gestão ganhando da Argentina, e foi enfrente ganhando a Copa das
Confederações e a Copa das Américas. Perdeu a Medalha de Ouro nas Olímpiadas.
Apesar da derrota nas Olímpiadas a campanha continuou exigindo – essa é a
palavra certa – que Dunga convocasse os jogadores Neymar e Ganso. O massacre se
intensificou mais e o Brasil na Copa de 2010 foi eliminado pela Holanda. Para essa mídia Dunga foi o grande culpado
por não ter convocado o Neymar e o Ganso. Por que estou lembrando a história da Seleção
de 2010? A CBF demitiu Dunga por
telefone e nomeou o técnico de futebol Mano Menezes. Até aí tudo bem. A Seleção Brasileira não
podia ficar sem técnico. Neste ano
teríamos a Olímpiada em Londres e viria em seguida a Copa das Américas e a Copa
das Confederações e por fim a Copa do Mundo de 2014 sediada na cidade do Rio de
Janeiro. Mas, o que me deixou surpreso foi que em momento algum o técnico Mano
Menezes foi atacado, ofendido e massacrado como foi o Dunga. Apesar de até às
Olímpiadas ter sempre jogado com times inexpressivos, com vitórias não muito
convincentes, jamais foi criticado com o peso e a mordacidade de alguns
jornalistas, comentaristas de futebol. Será porque o Mano Menezes convocava o
Neymar e o Ganso? Mas, o Mano Menezes também perdeu a tão cobiçada Medalha de
Ouro da Olímpiada e com Neymar –apelidado pela torcida inglesa de “jogador
cai-cai” – jogando enquanto o Ganso era barrado
por falta de condições técnicas.
Depois da derrota nos jogos
da Olímpiada, para o México, procurei ansioso nos jornais do dia seguinte as
crônicas desses jornalistas. “Vão descer a marreta no Mano Menezes, pensei
eu”. Terrível engano estava cometendo.
Nem um parágrafo, muito menos uma linha foi impressa nas colunas desses
jornalistas. Hoje, para surpresa minha, um desses comentaristas de futebol,
chegou a conclusão de que Mano Menezes pode não estar agradando como técnico da
seleção mas a sua saída não seria a solução porque não vê no momento nenhum
técnico de futebol a altura para substituir o inatacável Mano Menezes, que
nunca soube convocar jogadores para a seleção, nunca soube armar o time, nunca
soube trocar jogadores durante os jogos e nunca soube criar táticas de jogar da
Seleção. Oscar jogava no lado errado
assim como o Hulk que joga sempre pelo lado esquerdo passou a jogar pelo lado
direito. O Lucas nunca foi aproveitado na posição que costuma jogar no São
Paulo. Quando entrava para jogar, sempre faltando10 ou 15 minutos para acabar o
jogo, era sempre no lugar do Neymar, pelo lado esquerdo.
Em futebol não se inventa
muito. Basta convocar os jogadores certos e deixa-los jogar nas posições que
sempre jogaram e se acostumaram a elas. O que tem Mano Menezes para ser
acobertado por esses comentaristas de futebol? Há alguma mais além das nuvens
que cobrem os céus da Seleção Brasileira. Essa frase se parece com o pensamento
de um poeta muito famoso reconhecido pelo mundo inteiro. Algum de vocês, que
por acaso lerem esse texto, sabem de alguma verdade oculta que possa explicar
esse favoritismo? Acho que não se criam mais jor-nalistas como antigamente.
Um comentário:
Acredito, pelo que li na época, que a campanha radical contra o Dunga foi motivada apenas pelos privilégios que ele cortou em relação a poderosos jornais e TVs. Dunga tentou controlar o tumulto que esse pessoal da mídia criava entrando a toda hora em hoteis e concentração. A partir daí, a cabeça dele ficou a prêmio. Concordo que a campanha também tirou o foco da seleção em plena copa.
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