sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Exposição em São Paulo reúne imagens de 60 anos da fotografia publicitária brasileira

Lançamento do Aero Wyllis. Foto de Germán Lorca


Calça US Top. Foto de Andreas Heiniger
Exposição na Casa da Imagem, em São Paulo, reúne trabalhos de 70 profissionais que nas últimas seis décadas atuaram na fotografia publicitária brasileira.
Entre eles, de várias épocas, German Lorca, Henrique Becherini, Hans Gunter Flieg, Chico Albuquerque, Otto Stupakoff, Sergio Jorge e Thomaz Scheier, ao lado de Cristiano Mascaro, Bob Wolfenson, Marcio Scavone, Orlando Azevedo, Klaus Mitteldorf, Daniel Klajmic, Marcos Magaldi, Luis Crispino, Meca, Tony Genérico e Du Ribeiro.

A curadoria é de Rubens Fernandes Junior e a mostra fica em cartaz até 2 de abril de 2017.


Time Magazine seleciona as 100 fotos mais influentes de todos os tempos


Listas são discutíveis.

Critérios nem sempre precisos, omissões, erros de avaliação e, principalmente, questão de gosto, nunca dão unanimidade aos rankings.

A Time acaba de relacionar o que chama de "As Imagens Mais Influentes de Todos Os Tempos". Obviamente, com foco na metade Norte do mundo.

A revista pediu ajuda a historiadores, editores, repórteres e fotógrafos.

O melhor é que as fotos consideradas relevantes estão reunidas em um livro: "100 Photographs: The Most Influential Images of All Tim", à venda no site da Time. Cada foto vem com a sua respectiva história.
Veja algumas, abaixo.


Muhammad Ali nocauteia Sonny Liston. Foto de Neil Leifer

Black Power na Olimpíada do México.
Foto de John Dominis

A célebre imagem de Che Guevara segundo Alberto Korda. 

Estudante X Tanques. Foto de Jeff Widener
Selfie no Oscar. Foto de Bradley Cooper

VEJA AS 100 FOTOS NO SITE DA REVISTA TIME. 
CLIQUE AQUI

Madrugada de terrir: barraco no Souza Aguiar

Garotinho, aparentemente sedado, é conduzido para a ambulância.

De repente, acorda e parte para um "UFC"
que bombou nas redes sociais 

por O.V. Pochê

Vamos combinar que a Internet nunca se divertiu tanto em uma noite/madrugada chuvosa.

Eis que o preso número 2, o ex-governador do RJ, Sérgio Cabral, dominava o noticiário com um desfile de jóias, lanchas, anéis, sapatos, relógios e até cachorro-quente supostamente bancados por empresas. Subornos, segundo a papelada da investigação, apelidados de "oxigênio".

Só dava Cabral na mídia. O preso número 1, o também ex-governador Garotinho, já perdia evidência.

"Não contavam com a minha astúcia", diria um Chapolin Colorado campista.

Garotinho só não tinha perdido as primeiras páginas, ainda, porque pouco depois de ser preso teria passado mal e ido parar no Hospital Municipal Souza Aguiar.

Lá, segundo denúncias de funcionários indignados, estaria recebendo privilegiadas atenções (não esqueçam que o homem estava em alta e foi um dos pilares da vitória do futuro prefeito Marcelo Crivella).

Já havia até articulação para prorrogar a internação do político acusado pela MP e PF de fraude eleitoral ao distribuir milhares de cheques-cidadão em troca de voto.

Para acabar com a protelação, a Justiça ordenou a transferência imediata de Garotinho para um presídio onde também receberia atendimento médico e seria submetido a exames para avaliar a alegada e surpreendente degradação de seu estado de saúde logo após a prisão.

Mas isso aí cabe ao juiz do caso e à PF.

Já os vídeos, de domínio público, são tão burlescos que muita gente duvidou se eram reais ou produtos de uma incrível dramaturgia política. Se for teatro - o que seria uma espécie de marketing de vitimologia-, cancelem as inscrições para o Oscar e apresentem na categoria "Melhor Filme Estrangeiro" a sequência gravada no Souza Aguiar.

Desespero, violência, drama, paixões descontroladas, humor negro: estão lá os ingredientes de uma produção arrasa-quarteirão. Um momento imperdível é quando Garotinho vem na maca, aparentemente sedado, e desperta para a briga com tanta determinação e energia que vários enfermeiros e policiais tentam conter o homem. A credibilidade arranahada e a desconfiança atalvez tivessem origem, na visão dos internautas, em um precedente: em 2006, Garotinho fez uma dramática greve de fome contra a mídia que, segundo ele, estava desconstruindo sua imagem

Uma série de vídeos está bombando no You Tube. Se você entrar no site e digitar "Garotinho esperneia" será levado a mais de uma dezena desses filminhos que já contam milhares de acessos.

VEJA UM DESSES VÍDEOS, CLIQUE AQUI


Da mesma maneira, memes com a voz do povo borbulham na web. Veja algumas reproduções:








ATUALIZAÇÃO EM 18/11: DA MESMA MANEIRA QUE COMEMOROU E IRONIZOU A PRISÃO DE GAROTINHO E SÉRGIO CABRAL, QUE FEZ GIRAR VÍDEOS E PRODUZIU MEMES, AS REDES SOCIAIS REGISTRAM CONDENAÇÃO AO TRATAMENTO ESPETACULOSO DADO AOS REFERIDOS EPISÓDIOS. NÃO SE COMBATE A CORRUPÇÃO DESRESPEITANDO PESSOAS E DIREITOS, OPINAM INTERNAUTAS. ONTEM, O TSE DETERMINOU A TRANSFERÊNCIA DO EX-GOVERNADOR GAROTINHO PARA UM HOSPITAL

ATUALIZAÇÃO EM 21/11: O EX-GOVERNADOR GAROTINHO FOI SUBMETIDO A UM CATETERISMO NO DOMINGO, 20/11, NO HOSPITAL QUINTA D'OR, NO RIO. SEGUNDO A ASSESSORIA DO HOSPITAL, ELE TEVE DIAGNOSTICADA UMA OBSTRUÇÃO NA CORONÁRIA DIREITA E RECEBEU O IMPLANTE DE UM STENT.

Neymar não dá entrevistas (está em "greve") e Globo leva pra estúdio versão do jogador em computação gráfica.

"Neymar" vai à Globo: em versão
de computação gráfica. Reprodução
por Ed Sá

O blog do Maurício Stycer mostrou que "Neymar" foi "entrevistado" pela Globo, no intervalo do Brasil X Peru.

Só que o "Neymar" que aparecia no vídeo era virtual, um boneco que lembrava um desses dos games da Fifa. A computação gráfica foi a maneira que a Globo encontrou para ilustrar uma matéria sobre o jogador. Neymar não dá entrevista à mídia brasileira desde a final da Rio 2016, quando a seleção ganhou a medalha de ouro. Criticado desde a Copa de 2014, com Felipão, passando pela fase de Dunga, o craque parece ter acumulado mágoas.

Mauricio Stycer lembra que na Copa América Centenário (que Neymar não jogou) assim que a seleção brasileira foi desclassificada na primeira fase o jogador postou uma mensagem nas redes sociais dirigida aos jogadores. O alvo por trás do comentário não podia ser mais certeiro.“Agora, vai aparecer um monte de babaca pra falar merda, foda-se. Faz parte, futebol é isso. Sou brasileiro e tô fechado com vocês.''

Na Rio 2016, a seleção empatou os dois primeiros jogos (África do Sul e Iraque). Foi o que bastou para Neymar ser novamente criticado. Ao fim do jogo contra o Iraque, ele saiu de campo sem dar  entrevista. Nem ele, nem ninguém do time. Esse tipo de atitude, Dunga que o diga, costuma despertar iras midiáticas. Galvão disse no ar que o que o jogador fizera foi "feio", não foi "ético", nem "correto".

Na era Tite, Neymar ainda não deu entrevistas.

Não é um movimento coletivo como o da seleção argentina (que acaba de romper com a mídia local por ter um jornalista divulgado que houve consumo de maconha na concentração, o que o único jogador citado diz que é mentira), mas a "greve" de Neymar está incomodando a Globo.

Resta saber até onde a corda vai ser esticada.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Tropa da direita invade congresso - Manifestante sem noção surta ao ver painel em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa. Ela achou que era a versão comunista da bandeira do Brasil...


Parece comédia, mas é vero.

Uma mulher que estava entre os desvairados que invadiram o Congresso para pedir "intervenção militar" viu um cartaz que fundia as cores das bandeiras do Brasil e do Japão, em homenagem a algo de que ela não deve ter a menor ideia - os 100 anos da imigração japonesa - e entrou em modo pânico.

Painel "Origami do centenário"/Reprodução
A pessoa achou que na calada da noite comunistas havia desenhado no Congresso o protótipo da nova bandeira do Brasil.

"É nojento!", disse a figura ao ver que tinha descoberto mais um argumento para pedir a volta da ditadura militar. "Reparem aqui: a nossa bandeira com um símbolo vermelho comunista. Esta será a nova bandeira do Brasil?", tremelicou, quase sem ar.

O painel está lá desde 2008, ano do centenário da chegada do Kasato Maru, o navio que trouxe as primeiras famílias japonesas para o Brasil.

É formado por cerca de 1 milhão de origamis recolhidos através da campanha pública "Origami do Centenário". Está exposto permanentemente no Congresso.

Mas isso aí é informação demais para essa figura bizarra candidata a diretora do Mobral da Ditadura Militar 2.

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

A palavra é... oxigênio... "Manda um 'oxigênio' lá pra casa"... "A patroa tá necessitando de um 'oxigênio'"... "O 'oxigênio acabou'"...

por Omelete
A prisão de Sergio Cabral (PMDB), hoje, já deu sua contribuição para o vernáculo. Segundo a investigação, suborno e propina eram chamados de "oxigênio". Nos inquéritos policiais que respigam em batalhões de políticos de vários partidos e empresários de incontáveis ramos, a expressão vem se juntar a outras como "pixuleco", "acarajé", "faz-me rir", "bolinho", "mesada", "assistência social", "encomenda". Pelo jeito, essa galera consome mais "oxigênio" do que uma UTI superlotada.

Carol Portaluppi e Renato Gaúcho: um abraço que pode custar caro ao Grêmio. Torcedores criticam exagero do tribunal ao punir o clube por "invasão de campo"


Renato Gaúcho e a filha, Carol Portaluppi. Foto de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Carol Portaluppi m Ipanema. foto Instagram
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Grêmio com 30 mil reais de multa e a perda do mando de campo para a decisão da Copa do Brasil 2016, contra o Atlético-MG, no dia 30/11.

Tudo porque Carol Portaluppi, filha do técnico Renato Gaúcho e da ex-apresentadora de telejornais da Rede Manchete,  Carla Cavalcanti, entrou no gramado da Arena do Grêmio, em Porto Alegre, antes do fim de um jogo contra o Cruzeiro.

Vale dizer que ela foi chamada por Renato Gaúcho e deu um abraço no pai. O árbitro relatou que Carol sentou no banco de reservas pouco antes do apito final. Apesar do alerta do assistente, o juiz não teve tempo de mandá-la sair porque logo em em seguida o jogo acabou.

O Grêmio achou rigorosa a punição e vai recorrer. De fato, embora seja uma irregularidade, a cena não interferiu na partida e a torcida até comemorava o empate de 0 x 0 que classificou o clube gaúcho.

E não tem comparação, como torcedores do Cruzeiro alegaram, com o caso da torcedora Rosenery Mello durante um jogo Brasil X 0 Chile, em 1989, no Maracanã. Ela disparou um sinalizador no gramado, perto do gol do chileno Rojas, quando o Brasil vencia por um a zero. O jogo foi interrompido, o goleiro rolava no chão, ensanguentado, embora o sinalizador não tivesse atingido diretamente e o Brasil foi ameaçado de punição, o que desclassificaria a seleção para a Copa de 70.

Uma investigação acabou provando a farsa de Rojas. Exame de corpo de delito mostrou que ele não foi atingido pelo sinalizador. O goleiro acabou confessando que tinha entrado em campo com uma lâmina escondida na luva e achou que era uma oportunidade para desclassificar o Brasil.

Com a lâmina, Rojas fez um corte no supercílio, daí o sangue. O goleiro, o técnico Orlando Avarena, o médico Daniel Rodríguez e o dirigente Sergio Stoppel foram banidos do futebol pela Fifa e a Federação chilena suspenda por quatro anos.

A "Fogueteira", como ficou conhecida, foi presa, logo solta, e dois meses depois estava na capa da Playboy.

ATUALIZAÇÃO: O STJD acaba de acatar recurso do Grêmio e ganhou efeito suspensivo da decisão. O jogo está mantido para a Arena gaúcha.

Duas fotos, uma mensagem...

Reprodução/ Foto de Mauro Pimentel/Folha
No Rio, durante protesto contra o embuste fiscal, soldado da PM desiste de reprimir e adere aos manifestantes. O militar foi preso administrativamente. A foto é do internauta Julio Trindade e viralizou nas redes sociais. 

Folha de hoje: Página comemorativa de seis meses do governo Temer... Parabéns pra ele...


O Brasil tá que tá. Tropas de choque nas ruas para reprimir protestos contra a "Pec da Morte", que assalta apenas o povo e poupa os privilegiados de sempre; a falta de diálogo; a vida rica e famosa dos delatores mais do que premiados; a corrupção que não interessa apurar; e a direita fora do armário na Câmara e no STF. Não é que a Folha sem querer fez uma primeira página de parabéns pra ele?

Saul Leblon: "Trump, Temer e o parto de uma nova esperança"

O golpe destruiu tudo ao mesmo tempo: ficou sem chão. 
E Trump o deixou sem pernas.


por: Saul Leblon (para a Carta Maior)

 O anúncio de um fim de ciclo histórico nem sempre assume a forma de um alvorecer virtuoso.

É mais comum o oposto.

Até que uma nova ordem se imponha, a desordem é senhora.

A passagem da era colonial para a primeira crise capitalista do início do século XX  foi marcada pela carnificina da Guerra de 1914-1918, cujo término completa 96 anos neste mês de novembro.

Dez milhões de pessoas morreram; 20 milhões ficaram feridas.

Assim se desenhou o mundo das novas potências.

Ao acerto de contas colonial sobreveio um ciclo de brutal rivalidade capitalista.

A paz nascida dessa transição tumultuada  impôs à Alemanha custos e reparações a tal ponto extorsivos que permitiram aos partidários de Adolf Hitler fazer campanha eleitoral apenas lendo o Tratado de Versalhes no rádio.

A instabilidade foi suficiente para alçar Hitler ao posto de chanceler em 1933, mesmo com frágil maioria parlamentar.

O resto é sabido.

A Segunda Guerra mundial matou 50 milhões de pessoas.

Desse cemitério brotaria a ordem negociada em Bretton Woods.

O chamado período de ouro do capitalismo, feito de crescimento e ampliação de direitos, estendeu-se até meados dos anos 70, quando a revanche neoliberal começou a tomar de volta tudo o que havia alicerçado o edifício da democracia social.

A eleição de Trump, oito anos após o colapso sistêmico de 2008, demarca um novo recorte sísmico

O acerto de contas com a desordem neoliberal irrompe de dentro de suas próprias fileiras, a partir de uma visão fascista da sociedade e do desenvolvimento.

Como foi a dos nacional-socialistas nos anos 30.

A diferença no Brasil é que o terremoto então abriu espaço à ascensão de Vargas e à consolidação do Estado nacional brasileiro.

Hoje, em meio a uma crise sistêmica como a de 1929, o golpe se empenha na tentativa anacrônica de engatar o país à ordem econômica que se despede.

A desmentida ilusão de que, derrubando Dilma, as 'expectativas revigoradas dos livres mercados' fariam o resto, mostra a inconsistência dessa escolha.

‘Fosse assim, a virada já teria ocorrido’, admitiu em entrevista lúgubre ao Estadão, o ex-presidente do Banco central de FHC, Armínio Fraga.

Sem o endosso da realidade, o que era difícil ficou definitivamente para trás após a eleição de Trump.

Por variadas razões.

O republicano pretende, por exemplo,  gastar US$ 1 trilhão em infraestrutura esfarelando duplamente o chão do golpe.

O gasto pressionará a taxa de juro nos EUA dificultando o corte da Selic aqui, um requisito à retomada do investimento e à redução do aperto fiscal.

O que sobra?

O país gasta hoje cerca de 8% do PIB com juros da dívida pública.

Um despautério imexível pela coalizão golpista, que evidencia assim seu deslocamento num mundo em que cerca de US$ 13 trilhões estão ancorados em títulos a juros negativos...

Segundo o economista Amir Khair, da FGV, o serviço dessa dívida indexada às maiores taxas de juros do planeta consome em 45 dias toda a tributação adicional (R$50,9 bilhões) obtida com a repatriação do dinheiro mantido no exterior.

É um garrote maiúsculo, mas o golpe e seus jornalistas privilegiam o peso do salário mínimo no rombo da previdência, que tem na aposentadoria integral dos militares 50% de sua raiz.

Não para aí.

Dos anos 30 aos anos 50, Getúlio fez do Brasil um canteiro de obras e de instituições de desenvolvimento.

Hoje o golpe se abala no desmonte das ferramentas de preservação do investimento público e privado.

O que sobra?

Com a fartura de recursos e obras no governo Trump, quem vai se interessar por concessões num Brasil institucionalmente instável, sem financiamento público, com mercado interno minguante e juros siderais?

Pior que isso.

A participação privada na infraestrutura brasileira já capturou o filé mignon em quase todos os setores.

Isso a torna muito mais seletiva e arredia a partir de agora.

Sem a participação ativa do Estado, nada se fará.

Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) mostra que no setor de transportes, por exemplo, 50% de todo o investimento registrado entre 2003 e 2015, foi feito pelo capital privado –o mesmo que a mídia dizia arredio pela desconfiança nas regras dos governos petistas.

Nos EUA esse fatia não chega a 9%; nos BRICS  (exceto África) a média é de 3%.

Nos EUA, apenas 0,3% dos 6,5 milhões de kms de rodovias do país estão sob controle privado.

No Brasil são 15,5% de uma malha total de 64 mil kms...

O caso dos aeroportos é ainda mais expressivo.

Com as quatro unidades a serem concedidas em 2017, quase 70% do fluxo de passageiros do país estará sob gestão privada.

Restará apenas o aeroporto de Curitiba com escala atraente ao interesse privado, avisa o estudo do Ipea.

A revoada de investidores prevista pelo golpismo, num cálculo muito mais ideológico  do que realista, não ocorrerá.

Desse descompasso entre a propaganda da mídia e a realidade dos tempos emerge a radiografia de uma assustadora bancarrota.

As novas referências geopolíticas trazidas pelo vento protecionista dos EUA só farão agravar a agonia da agenda golpista.

A ilusória intenção de engatar o destino do país a tratados de livre comércio, por exemplo.

Dotados de tribunais de exceção com soberania jurídica e legislativa para punir Estados e governos em defesa das corporações, eles compunham o corolário ideológico do neoliberalismo tardio brasileiro.

Com Trump trancando a maçaneta do maior mercado mundial, essa porta se fechou.

Sobra a dura realidade de indicadores descendo a ladeira sem freio.

As projeções apontam um tombo do PIB  entre 3,6% a 4% este ano.

Para 2017 previa-se  uma expansão medíocre de  1% e mesmo ela, feita pré-eleição americana, tornou-se irreal.

O desemprego continuará  a crescer para atingir 13% da PEA, com fechamento médio de 100 mil vagas mensais.

O poder de compra das famílias brasileiras, depois de crescer continuamente de 2003 a 2014 , acumulará um mergulho de 10% no biênio 2015/2016.

Com a massa de famílias assalariadas sem renda e sem crédito o horizonte aqui também é estreito.

A boutade golpista –‘sem consumo, é hora de crescer pelo investimento’—   soa como aquele estágio no deserto em que o comprometimento biológico desencadeia alucinações.

Com juros de 14,25%, sem investimento público, sem crédito do BNDES e com elevada capacidade ociosa no setor produtivo, quem vai investir no Brasil?

Um olhar mais detido enxergará obstáculos de complexidade adicional.

O colapso econômico brasileiro encerra desafios históricos inéditos.

O principal deles remete à perda de dinamismo industrial na estrutura de crescimento do país.

Não é uma questão técnica.

O esgarçamento das cadeias industriais corrói o núcleo duro de produtividade em uma sociedade.

Reduz seu ‘budget’ para investir em obras, direitos e cidadania.

O setor capaz de bombear saltos de eficiência e de receita --e de ampliar a oferta  de empregos de qualidade, por conta de seu poder irradiador--- é o manufatureiro.

Segundo o IBGE , a fatia da industrial no valor adicionado ao PIB brasileiro era de 17,4% em 2005.

Recuou para 10,9% este ano.

Fruto em grande medida da sistemática valorização do Real desde os anos 90 –e consequente vazamento de demanda interna para importações chinesas.

A reversão desse processo em nosso tempo tornou-se bem mais complexa do que imagina o próprio Trump.

Como já disse a professora Maria da Conceição à Carta Maior, o que os chineses tonaram não tem volta.

O que está em disputa agora é a 4ª revolução industrial.

Ela inclui a digitalização dos processos, a robotização de linhas, a precisão e a integração de etapas, cadeias e áreas de conhecimento aplicados à manufatura.

O Brasil tem dois trunfos com escala e densidade suficientes para ocupar um espaço nesse ciclo: a ecoagricultura e o impulso industrializante contido na cadeia do pre-sal.

O requisito capaz de interligar esse potencial a um novo ciclo de desenvolvimento é a soberania na sua condução.

Sem ela, o leme cai nas mãos das grandes corporações

Como está caindo, graças ao projeto de  liberação de terras aos estrangeiros e do desmonte do modelo soberano de partilha do pre-sal.

Retomar os espaços de soberania e planejamento democrático constitui, assim, o requisito de vida ou morte para o futuro da industrialização e do país no século XXI.

Subestimar a envergadura das respostas c0bradas pelo esgotamento neoliberal não é, infelizmente, um apanágio golpista.

Isso explica também os erros e omissões cometidos por governos petistas, que apostaram em uma regeneração das condições de mercado anteriores à crise de 2008, como se vivêssemos um evento transitório, e não um colapso terminal.

O erro de cálculo histórico levou a dois outros, interligados.

Insistir apenas na prorrogação de estímulos ao consumo, quando medidas estruturais de autoproteção do desenvolvimento –controle da conta de capitais, por exemplo, indispensável à redução dos juros, sem fuga de dólares-- deveriam ter sido tomadas, é um deles.

O outro, render-se ao ‘consenso do ajuste ortodoxo’ no momento em que os desequilíbrios explodiam e uma repactuação política do desenvolvimento figurava como a única alternativa real ao descontrole.

Na verdade, ainda figura. Esse é o ponto.

Há quem considere ilusório o resgate dessa bandeira nas mãos de uma frente ampla

Mais ilusório é supor que a roda da democracia social poderá girar de novo no país sem esse repto.

É certo que o corredor histórico se estreitou.

Alargá-lo, porém, não é uma questão de fé.

Quem pode desobstruí-lo  é a  aglutinação pactuada dos inúmeros interesses, setores sociais e produtivos atingidos pelo arrocho neoliberal.

Na história das lutas sociais o indispensável só é impossível até ganhar nervos e musculatura das forças que dependem dele para respirar e progredir.

O golpe destruiu tudo ao mesmo tempo: as bases da economia, as da política e as do diálogo democrático.

Dissolveu o chão firme da nação e não dispõe de liderança, nem de projeto, tampouco de legitimidade para reconstruí-lo.

Num tempo que estrebucha e ameaça levar de roldão as nações há duas alternativas.

Tirar a economia do altar sagrado da ortodoxia e expô-la a uma repactuação democrática do desenvolvimento – a opção de uma frente ampla progressista.

Ou aguardar a chegada de um correlato fascistóide à moda ‘Trump’

O jogo é pesado.

A roleta gira nervosamente.

Entre a escuridão e o parto de uma nova esperança define-se o destino do Brasil.

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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Tragédia em Goiânia: pai mata filho ativista. Não queria que ele participasse de movimentos sociais...


A história conta que Pedro Aleixo, então "vice" do ditador Costa e Silva, embora submisso ao regime e tendo assinado o AI-5, declarou seu temor de que a violência institucionalizada pelo decreto fosse, no dia a dia, multiplicada por apoiadores do regime militar.

"O problema é o guarda da esquina", teria dito Aleixo, em alusão aos efeitos do Ato na "burocracia" da ditadura.

Foi tristemente profético.

O papelucho sujo de sangue que aquelas figuras patéticas baixaram em 13 de dezembro de 1968 virou carta branca para assassinatos, sequestros, torturas e perseguições a quem quer que fosse contrário aos poderosos de então.

Os jornais noticiam uma tragédia ocorrida ontem em Goiânia. O estudante Guilherme Silva Neto, de 20 anos, foi morto pelo pai, o engenheiro Alexandre José da Silva Neto, que não queria que o rapaz participasse de movimentos sociais.

O estudante foi morto ao sair para participar de uma ocupação. O pai o perseguiu pelas ruas, baleou o filho várias vezes e, em seguida, se suicidou.

Por trás da intolerância que se espalha está o discurso oficial de ódio que certos políticos, algumas autoridades, muitos jornalistas e articulistas clara e "orgulhosamente" identificados com a direita brasileira colocam em prática, já há alguns anos, com espantosa virulência, na mídia, nos palácios, nas igrejas e nas ruas.

Eles acordaram os guardas da esquina.

Escândalo virtual: game faz recall para corrigir falha explícita no design... Uma personagem do jogo mostra mais do que devia...

por Niko Bolontrin 
Deu no Mashable: o game Watch Dog 2 foi "recolhido" pela Ubisoft para conserto urgente após um usuário "matar" acidentalmente uma prostituta virtual e verificar que ela estava desprovida de calcinha. A descoberta viralizou na rede.

O jogo é para adultos mas o fabricante, que lancará um patch para correção, aponta erro involuntário no produto.

A matéria não informa como o design explícito passou pelo controle de qualidade.

Por enquanto, a falha é atribuída apenas a um tropeço no desenvolvimento do game.

Não há indícios de que foi sabotagem ou produto da fantasia de um nerd entediado.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Estrelas em guerra: Han Solo (Harrison Ford) pegou a Princesa Leah (Carrie Fischer). É o que a atriz vai contar em um livro


por Clara S. Britto

Carrie Fisher contra-ataca. As revistas americanas também estão obcecadas por Donald Trump mas abrem espaço para um pequeno escândalo que vai interessar aos nerds que cultuam "Guerra nas Estrelas".

Carrie Fisher acaba de revelar que teve um caso secreto Harrison Ford.

O problema é que ela diz que ele a seduziu depois que ficou bêbado no set do primeiro "Star Wars".

Na época, Ford tinha 34 anos e Fisher apenas 19. Ele se ofereceu para levá-la em casa, Carrie admite que tinha bebido vinho além da conta.

A atriz diz que Ford falou que ela - que não tinha muita experiência no assunto -, era uma "bad kisser". Era sua primeira vez.

Harrison Ford era casado na época e o caso durou apenas três meses.


Filme "Jackie" estreia em dezembro nos Estados Unidos... Natalie Portman, no papel-título, é candidata ao Oscar


por Ed Sá

"Jackie" estreia no dia 2 de dezembro nos Estados Unidos. Ainda não há data para chegar ao Brasil.

No papel principal, Natalie Portman, candidata ao Oscar de Melhor Atriz, vive a primeira-dama nos dias antes, durante e pouco depois da morte do presidente John Kennedy.

Dirigido pelo chileno Pablo Larraín (de "Neruda") e com roteiro premiado em Veneza, o filme mostra, pela primeira vez, a história e o trauma sob o ponto de vista de Jackie Kennedy.
VEJA O TRAILER, CLIQUE AQUI

Entre amigos: Temer é entrevistado para o Roda Viva e agradece aos jornalistas pela propaganda


O entrevistado foi oficial, mas o jornalismo era amistoso: todo mundo feliz ao fim da entrevista
de Temer para o Roda Viva. Foto de Beto Barata/PR

O  clima era de risos e simpatias. A entrevista de Temer foi ao ar ontem. Os próprios jornalistas comemoraram que ele "se saiu bem".

Temer captou o espírito da coisa e agradeceu a oportunidade de fazer propaganda

Os entrevistadores transpiravam contentamento.

Ao final do encontro a TV Cultura fez um vídeo de "bastidores" para promover o programa Roda Viva.

Temer recebeu os amigos no Palácio da Alvorada. Entre amenidades, contou que ameaça escrever um romance sobre lembranças da infância.

Um detalhe interessante é que jornalistas se declararam surpresos por terem encontrado em Temer "um homem comum", "gente como a gente". Provavelmente esperavam encontrar um semideus? Curioso também, quase um ato falho, o trecho da fala do apresentador quando diz: "quem organizou essa bagunça aqui...". Depois se corrige, "bagunça, não".

Reprodução

O minifilminho está repercutindo nas redes sociais. Talvez mais do que programa em si.

Os números de ontem ainda não sairam mas o Roda Viva raramente ultrapassa 1 ponto em audiência. 

Antes de assistir o que aconteceu nos bastidores, tire os estagiários da sala, o vídeo selfie é tolinho, divertido, parece um bate-papo durante um chá-de-panela, mas não é exatamente uma aula de jornalismo.

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Já foi convidado para o Réveillon do doleiro AlbertoYousseff? Vai ter festa no apê?...

Reprodução

por O.V.  Pochê

O doleiro Alberto Youseff não pode reclamar da vida.

Ele descobriu que a caguetagem pode ser uma rentável atividade profissional. Em 2003, foi delator no escândalo Banestado e prometeu ao juiz Moro que não ia vacilar de novo. A Justiça acreditou. Deu no que deu. Mas nem por isso Yousseff perdeu a credibilidade. Entrou pro time da Lava Jato e novamente teve seu acordo de delação. Dessa vez, mamão com abóbora. O Globo de hoje mostra a prisão domiciliar do doleiro, em endereço elegante. Ele foi condenado a 122 anos de prisão, mas com a delação premiadíssima teve a pena reduzida em 99 anos.
Reprodução

Cumpre três anos (faltam só quatro meses) e tem participação de 2% em todo o dinheiro desviado que ajudar a recuperar. Não se sabe quanto ele já embolsou.

Youssef passará o Réveillon no cafofo visto aí na reprodução.

Com certeza, terá o que comemorar: 2016 foi um ano bom para ele. Por exemplo, ao lado de tantos ilustres, ele foi um dos demolidores da era Rousseff. Ajudou a fazer história.

A lista de convidados ainda não foi preparada, mas não será surpresa para este que não tem nada a delatar e ainda mora em Gericinó, que inclua líderes e próceres da luta contra a corrupção.

Se rolar a festa, todo mundo junto pode cantar o tema da noite: "Hoje é festa lá no meu apê / Pode aparecer/Vai rolar bundalelê /  Hoje é festa lá no meu apê / Tem birita / Até amanhecer...

Odebrecht e Friboi patrocinam curso de jornalismo da Folha...


(Reprodução)

por O.V.Pochê

Segundo o Portal Imprensa, o jornal selecionará até 15 trainees por turma. Os participantes podem ser estudantes ou formados em qualquer área, não necessariamente em Jornalismo.

Uma surpresinha do evento: o curso é patrocinado pela Friboi, Odebrecht e Philip Morris. As duas primeiras marcas são bem conhecidas em Curitiba, onde fica a editoria da Lava Jato.

E a rede social, que costuma ver a notícia por baixo da poeira da notícia, ironiza que o curso deveria ser feito por todo mundo do jornalão: da diretoria aos estagiários.  

É no Graça da Vila (no Catete): Encontro anual dos colegas da Bloch

Mensagens de Nilton Rechtman e José Carlos Jesus, que estão à frente da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (Ceebe), avisam sobre o encontro de fim de ano dos colegas da extinta empresa.  

"Galera,

Boa tarde!

Estamos nos aproximando do final do ano. É o momento exato para rever os amigos, matar as saudades do nosso tempo de Bloch. Colocar o papo em dia. E darmos muitas risadas.

Escolhemos a data de 26/11 - sábado, para o nosso encontro.

O local já é conhecido pela maioria que esteve reunida no nosso último encontro.

Será no Restaurante GRAÇA DA VILA - CATETE

Rua do Catete, 133 - esquina com a Rua Silveira Martins - Metrô Catete.

O Horário - 12.30 hs. - até 19.00hs.

Obs.: o local já esta reservado

Uma ampla variedade de pratos: Saladas, Churrasco, Pratos Quentes, Japonês, Feijoada e muito mais.
A bebida é sortida.....caipiras, chopp, cerveja. Cada um bebe o que quiser, quanto puder e paga o que consumir.
O espaço comporta entre 50 e 60 pessoas, e será no 4°. piso do restaurante.

Peço que repassem para outros amigos(as) do seu relacionamento.

O encontro é de ex-funcionários da Bloch... Assinaturas, CPD, Contabilidade, Financeiro, Editorial, Administração, Transportes, Segurança, Diretoria e todos mais.

Portanto, convide a todos aqueles do seu relacionamento......será muito bom rever os amigos.

Nos vemos lá."

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Se depender das Trump Women, Casa Branca vai virar Trump House

por Niko Bolontrin 

Não apenas Donald Trump chega à Casa Branca.

A marca Trump assume o poder em Washington.





O presidente eleito dá nome a vodca, chocolate, móveis, carnes, hoteis e cassinos. Alguns desses produtos, como a vodca e as carnes, sobreviveram no mercado por apenas dois ou três meses. Mas não importa, tem quem compre e o milionário está constantemente licenciando sua grife para os mais diversos produtos.

Com ele, também vão chegar à Casa Branca as Trump Women: Melania, Ivanka e Tiffany. Não há dúvida de que, depois da discreta família Obama, esse trio fará a festa das revistas de celebridades e das redes sociais. São bonitas e gostam de aparecer. A mais periguete é a caçula, Tiffany. Ivanka já teve fase mais badalativa antes de dar um trato à imagem ressaltando seu lado empresária sem, no entanto, esquecer o visual, tanto que investiu em um implante de seios digno da cúpula do Capitólio.
Melania teve seus momentos, hoje passa a imagem de mãe, embora suas fotos menos republicanas não parem de circular, e tornará mais sensual o Salão Oval que já foi território oral da estagiária Monica Lewinski.
Ivanka Trump na capa da Bazaar e...

...em matéria para a Maxim.


Tiffany Trump


Melania Trump, hoje e...

...em 2000, em foto para a GQ britânica. 



domingo, 13 de novembro de 2016

Um dedo de mensagem de Robert De Niro para Donald Trump...



por Jean-Paul Lagardere

Logo após a confirmação da vitória de Donald Trump, Robert De Niro, que participou ativamente da campanha de Hillary Clinton, postou no Instragam a imagem acima, que vale por mil dedos.

De Niro vai além do gesto e define Trumpo como "um porco, um idiota, um desastre".

Disse, ainda, que gostaria de ser eleito para dar um soco na cara dele. "Mas não posso, evidentemente, ele é o presidente agora e tenho que respeitar o seu papel. Vamos ver o que ele vai fazer. Como vemos em muitas cidades americanas, milhares de pessoas estão protestando contr Trump", completou.

Robert De Niro lembrou em entrevista que tem cidadania italiana e pode considerar mudar-se para Roma. Boa escolha.
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