domingo, 14 de agosto de 2011

Roberto Muggiati, direto do Muro de Berlim.... há 50 anos


Posto de observação: Muggiati no Muro de Berlim, construido em 13 de agosto de 1961. A imagem acima é de dezembro de 1961. Foto: Arquivo Pessoal

E à frente do Portão de Brandemburgo. Foto: Arquivo Pessoal
por Roberto Muggiati
Diria que 1961 foi o inverno do meu descontentamento. Tinha terminado um curso de jornalismo em Paris, viajara o verão todo, vivera o sol da meia-noite na Finlândia e o sol do meio-dia na Itália e de repente, sem dinheiro, só me restava voltar para Curitiba. Como último recurso para ficar um pouco mais na Europa, lembrei do convite do governo alemão, feito ainda em Curitiba. Reatei os contatos e, na noite de 10 de dezembro, um domingo, eu embarcava para a Alemanha no aeroporto de Orly num avião da BEA. (...)
Leia a matéria completa na Gazeta do Povo, clique AQUI

Ney Bianchi revive no Globo de hoje...

Yashin no chão, Vavá correndo para as redes. Este é o gol que Ney Bianchi, citado por Bial, narra no Globo de hoje. A foto é de Jáder Neves reproduzida da Manchete Esportiva.
Trecho do texto de Pedro Bial, no Globo

por Gonça
Pedro Bial transcreve no Globo de hoje um texto de Ney Bianchi publicado na Manchete Esportiva. A propósito de um sugestão de pauta sobre o "renascimento" do futebol brasileiro feita por Arnaldo Bloch para "Logo, a página móvel", Bial, que não compartilha do mesmo otimismo, contesta a atual fase do futebol brasileiro. E conclui sua argumentação reproduzindo o relato, que chama de "histórico", do repórter Ney Bianchi. Leia a introdução de Pedro Bial e o texto do Ney, em destaque.
(...) "Certas coisas não acontecem duas vezes. Quero fazer um brinde à esperança luzidia do Doutor Bloch, reproduzindo um texto histórico, o relato de Ney Bianchi para a "Manchete Esportiva" sobre um jogo no dia 15 de junho de 1958":    
"Monsieur Guigue, gendarme nas horas vagas, ordena o começo do jogo. Didi centra rápido pra direita: 15 segundos de jogo. Garrincha escora a bola com o peito do pé: 20 segundos. Kuznetzov cai e fica sendo o primeiro João da Copa do Mundo: 25 segundos. Garrincha dá outro drible em Kuznetzov: 27 segundos. Mais outro: 30 segundos. Outro. Todo o estádio levanta-se. Kuznetzov está sentado, espantado: 32 segundos. Garrincha faz assim com a perna. Puxa a bola para cá, para lá e sai de novo pela direita. Os três russos estão esparramados na grama, Voinov com  o assento empinado para o céu. O estádio estoura de riso: 38 segundos. Garrincha chuta violentamente, cruzado, sem ângulo. A bola explode no poste esquerdo da baliza de Iashin e sai pela linha de fundo: 40 segundos. A platéia delira. Garrincha volta para o meio do campo, sempre desengonçado. Agora é aplaudido.
A torcida fica de pé outra vez. Garrincha avança com a bola. João Kuznetzov cai novamente. Didi pede a bola: 45 segundos. Chuta de curva com a parte de dentro do pé. A bola faz a curva ao lado de Igor Netto e cai nos pés de Pelé. Pelé dá a Vavá: 48 segundos. Vavá a Didi, e este a Garrincha, outra vez a Pelé, Pelé chuta, a bola bate no travessão e sobe: 55 segundos. O ritmo do time é alucinante. É a cadência de Garrincha. Iashin tem a camisa empapada de suor, como se já jogasse há várias horas. A avalanche continua. Segundo após segundo, Garrincha dizima os russos. A histeria domina o estádio. E a explosão vem com o gol de Vavá, exatamente aos três minutos". 
Assim Ney encerra seu texto citado por Bial, que conclui:
(...) "Didi centra para direita" - não, Ney Bianchi não errou, assoberbado pela emoção. É raro, muito raro acontecer, mas acontece: quando um homem com nome de passarinho e pernas tortas de aleijado torna-se divino, o centro está onde ele estiver. Tenho saudades do futuro, Doutor Arnaldo".
Fim do texto do Bial. Fica agora o nosso registro: a Manchete e a Manchete Esportiva fizeram uma ampla cobertura da Copa de 1958. Estão lá as reportagens de Ney Bianchi e as crônicas de Nelson Rodrigues. O fotógrafo Jáder Neves trabalhou em dupla com Ney. Sua Roleiflex captou os momentos mágicos daquela seleção brasileira. Bial revive o texto "histórico" do Ney. Mas, e as fotos? Pois é: essa e outras imagens, como a que reproduzo da revista, acima, fazem parte do arquivo fotográfico da Manchete, leiloaado no ano passado e que, pelo que se sabe, jaz atualmente em local ignorado.  Gol contra na memória do jornalismo brasileiro. Colegas que trabalharam na Manchete, como José Carlos Jesus, presidente da Comissão de Ex-Empregados da Bloch Editores,  já levantaram o problema junto ao Ministério da Cultura e outras instituições públicas e privadas. Sem êxito. Atualmente, um grupo de fotógrafos tenta, através do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, buscar informações sobre o acervo que pertenceu à Manchete.

Redações multimídia...

por Gonça
Alô, futuro. Acelera-se a integração entre as redações das versões impressa e digital de cada veículo. No Brasil, essa etapa de completa e absoluta sinergia ainda não foi alcançada, pelo menos não como mostra a nova rotina de uma publicação como a Sports Illustrated. A conhecida revista americana está em site e em aplicativos na web para tablets iPad, HP TouchPad, Galaxy Tab e Motorola Xoom, além da edição impressa semanal. Os responsáveis por todas as versões trabalham juntos em uma só redação e fazem reuniões de pautas conjuntas. A produção editorial dos jornalistas é enviada para todos os canais. Núcleos de design cuidam de adaptar os conteúdos. Cada jornalista deve escrever sua reportagem em três ou quatro formas diferentes. O objetivo é um só: alcançar o leitor esteja ele onde estiver.

Cláudio Mello e Souza: trajetória e talento

Sequestro de Elbrick: edição da Fatos&Fotos quando a revista era dirigida por Cláudio Mello e Souza.
Diário Carioca, Jornal do Brasil, O Globo, TV Globo, Extra... Foi longa a trajetória de Claudio Mello e Souza. O jornalista, que morreu na última sexta-feira, também trabalhou na Bloch Editores, mais precisamente na revista Fatos & Fotos. Botafoguense apaixonado, tinha um texto primoroso, traço que aparecia na sua coluna no Extra, que manteve entre 1998 e 2006. Cláudio dirigiu a F&F na virada dos anos 60 para os 70. A edição aqui reproduzida foi assinada por ele que, na época, dirigia uma equipe onde se destacavam nomes como José Augusto Ribeiro, Sérgio Augusto, Ney Bianchi e Margarida Autran. Nos últimos meses, ele trabalhava em dois projetos: um livro sobre Eça de queiroz e a biografia de Carlos Lacerda.

Moda terá nova coleção de roupas criadas por Amy Winehouse

por Eln Halfoun
Muitas atitudes não eram exemplares, mas mesmo assim não se pode negar que Amy Winehouse ditou moda, inclusive em roupas, que, aliás, inspiraram uma coleção lançada pale Fred Perry, em julho, marca que se prepara para o lançamento de mais uma coleção de roupas criadas pela cantora. Os modelos devem estar nas lojas ainda esse ano. O lançamento só foi autorizada pela família da cantora porque sua parte nos lucros será destinada para a Fundação Amy Winehouse que está cuidando de dependentes químicos. O pai de Amy diz: “Quando Fred veio perguntar o que queríamos fazer com a grife, achamos natural continuar Amy adorou trabalhar em ambas as criações e ia querer vê-las disponível para venda” (Eli Halfoun)

Revista ou supermercado?

por JJcomunic
Em um mundo, o virtual, em que as grandes corporações parecem indecisas e fazem experiências em todas as direções, é preciso encarar a realidade. Algumas revistas, como a Allure, percebendo que o faturamernto publicitário nas versões digitais não é lá essas coisas, cricou canais de vendas de produtos no seu próprio site.  As compras são realizadas na própria página da revista.

Do jornal para o e-book

por JJcomunic
E, em meio a tantos meios, o livro sobrevive. Na semana passada, o jornal inglês The Guardian lançou  , uma série de e-books. A coleção é chamada de Guardian Shorts é é feita a partir de matérias publicadas. O livro de estreia é 'Phone Hacking: How The Guardian broke the story', sobre o escândalo dos grampos na Inglaterra. Para baixar cada e-book, o freguês vai pagar cerca de oito reais. 

sábado, 13 de agosto de 2011

Jornal Nacional precisa ficar mais atento ao noticiário

por Eli Halfoun
As organizações Globo fizeram públicas através de toda a sua imensa mídia, as normas de conduta que a empresa quer que seus profissionais de comunicação sigam. É um bom trabalho, que precisa ser lido e relido pela turma do Jornal Nacional para que fique mais atenta. Dia sim, dia não o JN, ainda o telejornal de maior audiência do país, é obrigado a fazer um desmentido seja de nomes, de identificação e ou de informação. Alguém precisa alertar o pessoal do JN que as normas divulgadas pelas Organizações Globo devem ser seguidas com rigor. Não só por funcionários das Organizações Globo, mas por todos os jornalistas que acreditam em informações precisas. Ou seja, bem apuradas. (Eli Halfoun)

O crime organizado derrota o Judiciário

deBarros
Um dos três poderes que forma a República do Brasil,o Judiciário foi duramente atingido com o covarde assassinato, na porta de sua casa, da Juíza Patrícia Accioli pelo crime organizado, por milícias de bairros, pelo tráfico de drogas, enfim pela bandidagem que impune vive no meio da sociedade roubando, drogando jovens, matando a torto e a direito sem que haja um Órgão de Repressão, a Polícia no caso, que despreparada ainda persistindo nos velhos costumes de prender criminosos, hoje superados por uma Polícia mais moderna, mais bem equipada com sofisticados instrumentos de investigações não vai chegar a lugar nenhum.
Esse assassinato foi um ato de uma gravidade de tal ordem que se o próprio poder judiciário não reagir à altura da brutalidade dessa ofensa vai ficar emparedado na sua impotência e acossado pelo crime organizado que vai avançar e querer mais.
O crime organizado, com essa ataque à Juiza, deu uma demonstração de poder e o recado de que eles podem chegar nas mais altas autoridades judiciárias e fazer valer a sua força.
Que os Juizes e Desembargadores desçam dos seu pedestais e trabalhem com afinco para acabar com a impunidade, com a progressão da pena que só botou criminosos em liberdade deixando de cumprir o total de sua condenação jogando-os nas ruas novamente para roubar, para matar como faziam antes.
A cidade do Rio de Janeiro, assim como Niterói, tem a sua Guarda Municipal, mas não se consegue ver, pelo menos um guarda patrulhando as ruas dessas cidades.
A bandidagem perdeu o medo do policial e da Polícia e segue em frente aterrorizando cidadãos comuns roubando, matando e agora no máximo de ousadia, conscientes de seu poder e que nada lhes impedirá atacam uma mulher, uma Juiza, e a matam friamente, na porta de sua casa, com mais de 20 tiros.
Essa mulher era uma Juíza togada, de uma coragem fora do comum, ameaçada de morte várias vezes, continuava o seu trabalho prendendo fora das leis assim como militares transgressores.
Mandou prender mais de 80 soldados militares. Mulher aguerrida e corajosa não se deixava intimidar por caras feias de psicopatas ou assassinos. Se os bandidos a temiam a comunidade onde exercia a sua profissão a recebia com amor e carinho.
Que a sua morte não seja em vão. Que ela desencadeie uma reação dos poderes constituidos e acabem de uma vez com a orgia e a impunidade do crime organizado que se alastra pelo país, enquanto podem.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Veja fotos 360 graus de Hiroshima depois da Bomba A

Pra não esquecer: foi há 66 anos. Foto do Exército Americano
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Já viu? Repórter de afiliada da Globo atende celular ao vivo

Veja o vídeo. Clique AQUI

E la nave va...



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E la nave... e stato



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Combate à corrupção: na capa da Maxim, Nicole Bahls




É proibido algemar ladrão de colarinho branco

deBarros
Por que não algemar? De repente, vaidades feridas, algemar corruptos que desviaram dinheiro público, cometeram crime contra o erário, presos em flagrante, é uma ofensa? O que é isso? Que pudores são esses? São tão criminosos quanto um Fernandinho Beira-Mar e pior, porque desviam dinheiro que poderia ou deveria ser direcionados para obras em hospitais, em Educação ou em Transportes Públicos.
Porque são políticos e não podem ser algemados? São diretores de autarquias, de Ministérios e Estatais e não podem ser algemados? Não. Eles tem que ser presos e algemados como criminosos comuns porque cometeram crimes contra a sociedade, contra os homens e suas famílias. São bandidos escondidos sob a pele de Diretores e Secretários de Ministérios e desviam dinheiro de orçamentos públicos, de obras publicas. São ladrões. Enquanto nos outros países esses criminosos são presos e expostos à condenação pública, no Brasil acontece o inverso. Até o poder judiciário se manifesta condenando, senão a prisão desses ladrões, que eles sejam algemados em público. Aqui neste país, a Justiça parece ficar feliz, quando condena um miserável que roubou um cacho de bananas para matar a fome e chora de tristeza e de revolta quando um bandido de colarinho branco é preso e algemado. Bandido é bandido em qualquer lugar do mundo. Nos EUA o bandido, mesmo morto, o policial lê os seus direitos ao mesmo tempo que o algema. Aqui no Brasil, o bandido é diferenciado. Bandido que rouba dinheiro público é tratado com respeito e consideração e não pode ser algemado quando preso e levado para a cadeia.
Até quando essa inversão de valores sociais vai permanecer?

Cadê o meio de campo?

deBarros
Super apoiado pelas organizações Globo, que impede seu profissionais de esporte de fazer qualquer crítica ao novo técnico da Seleção, senhor Mano Menezes, que em mais um confronto com um time de primeira linha, consegue perder por 3x2 levando um baile do futebol da Seleção Alemã.
Depois da derrota veio o choro e a culpa foi jogada nas costas do Alexandre Pato, por conta de preciosismo nos lances que participou, e do lateral esquerdo André Santos, que nunca foi o o lateral ideal pra a Seleção e só agora o Técnico percebeu isso.A Seleção não jogou mal, mas o que se percebe é que ela não tem um esquema tático. Jogadas ensaiadas aproveitando as características de jogar de cada jogador. Alexandre Pato nunca foi centroavante. Uma Seleção que não sabe ou não consegue marcar acaba se enrolando e o adversário vem pra cima mesmo. Mano Menezes falou em erros da defesa. A Seleção perdeu o mando do meio de campo facilitando o ataque alemão, que bem organizado, trocando passes, chegava na área brasileira. Chegar ao gol seria apenas uma questão de tempo e veio com o pênalti de Lúcio sobre o melhor jogador alemão.A Seleção continua sem meias armadores. Continua sem meio de campo, que no fim é a base de um time de futebol. Não adianta quadrados mágicos, triângulos atacantes enfim o que inventarem sem ter um meio de campo de craques nada vai dar certo.
Nada se inventa no futebol. O segredo é botar jogadores certos nos lugares certos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mano Menezes, pede pra sair!!!!!

Não e por nada não mas vou te contar, hein, esse Mano Menezes não ganha nada. Mas Ricardo Teixeira diz que vai com ele até 2014. Vão "morrer" abraçados. E a mídia esportiva junto, já que nunca antes na história deste país um treinador foi tão apoiado pelas editorias de esporte.
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Berlusconi monta empresa no Brasil para descobrir craques sul-americanos

por Eli Halfoun
Futebol ainda não é literalmente um negócio da China (acabará sendo), mas é sem dúvida um dos mais rentáveis negócios do mundo, o que faz aumentar o número de empresas que se propõem a cuidar de carreiras de jovens atletas. Quem está de olho nesse mercado promissor na América do Sul é o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, o dono do Milan. Ele acaba de fechar sociedade com o brasileiro J. Hawilla, da Trafic, para montar uma agência que se especializará em gerir carreiras de jovens jogadores como, aliás, também quer fazer a 9Nine, a empresa de Ronaldo Fenômeno. Na verdade, Berlusconi parece muito mais interessado em descobrir jogadores sul-americanos para depois levá-los para o Milan a preço de banana, Ou melhor: vai dar uma banana para nossos empresários. (Eli Halfoun)

A verdade sobre o sexo anal de Sandy na Playboy. Leia

por Eli Halfoun
A mídia deitou e rolou em torno de uma suposta declaração da cantora Sandy para a revista Playboy na qual diz ter prazer (e gostar) com sexo anal. Na verdade não foi nada disso o que Sandy disse. Agora o jornal Folha de São Paulo publicou o trecho da entrevista que realmente não é tão escandaloso quanto quiseram fazer parecer e revela um Sandy antenada com a vida. Esse foi na íntegra o diálogo entre o repórter e a cantora:
P- Dizem que as mulheres não gostam de sexo anal. Você concorda com isso?
Sandy - “Não tem como não responder isso sem entrar numa questão pessoal. Mas, falando de uma forma geral, eu acho que é possível ter prazer anal, sim, porque é fisiológico. Não é todo mundo. Deve ser a minoria que gosta.
P - Uma minoria na qual você se inclui?
Sandy – Não vou dizer. Essa é uma pergunta que me faria pôr em prática minhas aulas de boxe”.
E mais não se disse. O resto é exagero de quem não apura direito. (Eli Halfoun)

Lady Gaga quer ser a primeira Amy Winehouse do cinema.

por Eli Halfoun
Lady Gaga poderá ser a atriz quer viverá Amy Winehouse no primeiro filme produzido sobre a vida da recém falecida cantora inglesa. O fato de Gaga querer ser Am no cinema não a faz abandonar seu estilo como cantora e nem sua imagem. Agora mesmo, por exemplo, para divulga seu novo single ela fez fotos vestida de homem, com chapéu e cigarro no canto da boca, bem ao estilo Carlos Gardel. Em seu Twitter Lady Gaga deu mais um importante recado para seus milhões de seguidores: “Você nunca vai encontrar o que está prometendo em amor se não amar a si mesmo”. Ta certa sim: é esse o amor fundamental que permite distribuir amor para e entre todas as pessoas. (Eli Halfoun)

O europeu exótico

deBarros

O europeu, de um modo geral, sempre se sentiu atraído por tudo o que fosse exótico. Índios, tanto norte americanos das planícies estacadas como os selvagens das matas do pantanal e do Amazonas. Negros gigantes e mulheres de enormes bundas eram levados para o continente europeu para serem expostos à curiosidade daquela sociedade àvida por monstruosidades criadas pela natureza. Tudo que fugisse à sua rotina era motivo para acender a sua curiosidade talvez mórbida, não sei. O fato é que os circos e as casas de espetáculos ficavam sempre cheios.
Talvez isso venha explicar porque, hoje, políticos desempregados venham dando palestras na Europa e outros países a preços inflacionados nesse mercado de palestrantes por acaso.
Pode-se imaginar pagar alguém, até 300 mil dólares, para se ouvir piadas sem graça e comparações idiotas, que no fundo não querem dizer nada?
Bem, como foi dito acima a curiosidade pelo exótico leva ao europeu a chegar a esse ponto.

Neblina, de novo



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Acorda, Rio



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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Aproprição indébita?

Você já deve ter ouvido a conversa mole de entidades patronais que reclamam de impostos. Eu também acho que pessoas físicas pagam mais imposto do que deveriam, proporcionalmente até mais do que os bancos e grandes conglomerados que têm seus meios para driblar a legislação e isenções para protejer seus lucros. O país precisa arrecadar para resolver problemas sociais e de investimento público. O que há é injustiça na cobrança. Grandes fortunas, por exemplo, pagam muito mais impostos em certos países europeus do que nesses trópicos onde a distribuição de renda é cruel. O governo acaba de reduzir o  IPI dos carros. Você acha que essa redução foi passada para o preço final do produto? Engana-se. A diferença é embolsada pelo fabricante. O Brasil precisa de um reforma fiscal que desonere a grande massa de assalariados - aqueles que têm o imposto descontados na fonte, não sonegam e não usam o Refis (escalonamento de dívidas fiscais em suaves prestações em prazos de 50 a cem anos). E de outra reforma que faça a revisão dos contratos extorsivos oriundos da suspeita onda de privatizações dos anos 90 que criaou taxas exorbitantes que remuneram bancos, pedágios, telefones (a tarifa mais cara do mundo), energia elétrica (uma das mais caras do mundo), planos de saúde etc etc. Esse é o custo Brasil do qual a mídia não reclama. Não é, mané?

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Especuladores faturando, fabricando crise e a economia real trabalhando...

A globalização de um lado, a especulação do outro, no meio, a velocidade com que os mercados se comunicam em tempos de internet. Ontem, o mundo, segundo os jornais, estava à beira do apocalipse econômico. Caos, bolsas em queda. Hoje, embora não houvesse fato relevante e novo, as bolsas subiram. Mistério? Nada disso. Jogada milionária. Agências de risco anunciam o caos, rebaixam países. Curiosamente, essas mesmas agências fornecem análises de cenários para bancos e instituições financeiras. Cenários nos quais podem interferir ao rebaixar economias sob critérios obscuros e fazer mercados despencarem. Quem comprou em baixa ontem e vendeu em alta hoje ganhou dinheiro. Em alguns mercados, a variação foi de seis a sete por cento. Transforme isso em milhões, bilhões de dólares. A crise existe, claro - e vem exatamente dessa excessiva desregulamentação do mercado -, mas tem, como sempre, gente surfando nela. Sorte que as economias reais  - essa estrutura palpável de gente que fabrica, gente que vende e gente que compra - está funcionando.
Os teóricos e políticos neoliberais ficaram de quatro, de bunda pra cima, nos anos 90, louvando o deus mercado. Virou zona e o povo paga a conta que chegou. Só para citar um exemplo desse carnaval e de uma herança perversa desses tempos: hoje, no Brasil, há sujeitos que alugam uma sala, instalam dois ou três telefones, e ficam ricos comprando e vendendo energia elétrica sem produzir um só quilowatt. Especulam, compram Ferraris, e o pepino sobra para quem paga conta de luz. Tudo pelo mercado. Nos últimos dias, enquanto assistia ao show da especulação, o mundo não deve ter percebido as imagens das crianças famintas que morrem na Somália. Foi pé de página na mídia. O drama sempre perde para a bilionárias palhaçada dos rapazes neoliberais de Wall Street.

Castelos de areia

deBarros
Por mais que defendam, por mais que escondam, por mais que neguem, a verdade é que o governo passado deixou como seu legado uma macabra herança maldita que vai infernizar, vai tumultuar, vai criar obstáculos para que a atual presidente governe este país com tranquilidade, com criatividade, com a modernidade e ações progressistas – no bom sentido estrito desta palavra – que conduzam o Brasil para o topo do mundo, que é o seu lugar. Mais um ministério entra no rol da desonestidade, da falcatrua, das espertezas contratuais, da corrupção onde corruptos políticos de notórios partidos faziam o que queriam e tudo FICAVA POR ISSO MESMO.
Mas, sabíamos que um dia esses castelos de corrupções iriam desmoronar, como estão desmoronando e então o povo brasileiro irá acordar para a sua realidade e enxergar a verdade. Amém!

Onde deixei o meu carro?

deBarros
Engenheiro, professor na ESDI, crítico de artes plásticas, reverenciado e muito respeitado no circulo artístico nacional, Flávio de Aquino era também jornalista e foi um dos redatores da revista Manchete. Uma figura por demais humana era também, como intelectual, um pouco desligado do cotidiano, parecia que os seus pensamentos estavam sempre envolvidos com outros temas que não aqueles do dia-a-dia.
Conta-se que, ainda gozando de boa saúde, Flávio ia trabalhar dirigindo o seu carro e quando chegava na rua do Russell, estacionava em frente ao prédio da revista onde trabalhava.
O problema é que eram muitos carros estacionados em frente ao prédio e quando Flávio terminava o seu horário na redação não se lembrava mais onde teria estacionado o seu Fusca. Flávio era então obrigado a esperar que todos os outros carros fossem embora e descobrir onde o seu carro estava estacionado.

Monica Bellucci no Brasil para refilmar sucesso de Sophia Loren


Monica Bellucci na GQ

Sophia Lorern na capa da Life

por Eli Halfoun
Além de ser um concorrido palco musical para músicos de todo o mundo, o Brasil está se transformando também em uma locação para muitos filmes. O próximo a ter cenas rodadas por aqui será a nova versão de “Uma Jornada Particular”, que em 1977 foi sucesso na versão original estrelada por Sophia Loren e Marcelo Mastroianni. A refilmagem trará ao Brasil Monica Bellucci, considerada uma das divas sensuais do cinema italiano e casada há 16 anos com o cineasta francês Vincent Cassel. Realmente não se pode negar que o Brasil é uma bela "cidade cenográfica". (Eli Halfoun)

Duran Duran, Black Eyed Peas e outros no SWU de Paulínia

por Eli Halfoun
Mais uma atração musical inglesa desembarca no Brasil em novembro: a banda Duran Duran tem apresentações confirmadas nos dias 12 e 14 no Festival SWU, que será realizado em Paulínia, no interior de São Paulo. O Duran Duran apresentará músicas de seu último álbum e alguns dos sucessos que marcaram os 30 anos de carreira da banda. Entre as 70 atrações que promete apresentar, o Festival SWU tem confirmadas as participações de, entre outros, Faith No More, Sonic Youth, Snoop Dogg, Black Eyed Peas, Peter Gabriel, Megade6h e Damian Marley. Um elenco para ninguém botar defeito. (Eli Halfoun)

Casa em que Amy Winehouse morreu agora é a casa da vida

por Eli Halfoun
A casa na qual Amy Winehouse foi encontrada morta está dando vida para outras pessoas: a propriedade será transformada pela família da cantora na sede do Centro de Reabilitação Amy Winehouse. Avaliada em U$ 4 milhões, a casa fica no bairro de Candem, no norte de Londres. Tem três andares e, desde a sua morte em 24 de julho, virou uma espécie de santuário visitado diariamente pelos fãs. A Fundação Amy Winehouse se dedicará também a outros projetos nos quais aplicará o lucro proveniente da venda do novo álbum de Tony Bennet para o qual, em participação especial, Amy fez uma de suas últimas gravações. Aos 85 anos, Bennet gravou o álbum “Tony Bennet Duest: An American Classic”, que tem também as participações de Bono, Sting, Barbra Streissand, James Taylor, Elvis Costello, Juanes, Elton John e Paul McCartney. Mesmo com, esse tipo de craques, a participação de Amy é que ficará marcada na história. O álbum estará nas lojas a partir de setembro. Um documento musical sem dúvida inesquecível. (Eli Halfoun)

domingo, 7 de agosto de 2011

Anotações de viagem-7: últimas impressões...

por Lenira Alcure
7 de agosto de 2011
Já na véspera da partida, escrevo as últimas impressões de viagem. Amanhã, no final do dia, já devo estar em casa, mas como só vou me considerar available lá pelo final de semana – fora dar aulas, preciso dormir uns três dias !- envio meu último relato. A todos que me acompanharam, em especial, aos que me incentivaram de continuar a escrever, muito obrigada. Sou de uma família epistolar: minha avó Hersilia, minha mãe e a tia Martha sempre escreveram muito. Pena que tudo isso se perdeu.
Para mim, escrever me deu duplo prazer. Não viajei sozinha, mas uns dez ou 15 amigos viajaram comigo, por onde andei. Tive olhos e ouvidos multiplicados por vocês. Algumas vezes, perdi horas de sono com isso. Valeu a pena. Além de me ajudar a lembrar mais e sobretudo a bem observar o que acontece a meu redor.
Da minha primeira viagem sozinha, em 1970, quando depois de morar seis meses em Londres, fui ao sul da Itália e à Grécia, a essa última agora, por Portugal, França, Irlanda e Inglaterra, muita coisa mudou. Hoje, há internet, cartão internacional, além da própria experiência que vai se acumulando ao longo do tempo. O entusiasmo, porém, ainda é grande: o mundo que entra em nós diante de cada descoberta, de cada novo dia sempre diferente, se transforma no imenso mar que liga Portugal e o Brasil.
No meu último dia em Albufeira, fui conhecer outras praias do município. Tomei um ônibus Hop on, hop off ( não é nada de hip hop, como falei antes). Quando visitei a Guinness, li que um dos ingredientes era o ‘hop’. Fui procurar no pequeno dicionário que me acompanha: salto, pulo. Imagino que seja o levedo que fermenta. No tal ônibus que existe em várias outras cidades, é assim: você salta numa parada e pega de novo, no mesmo lugar ou mais adiante. Em Portugal, eles não dizem parada, estação, nem muito menos, ponto. Os ônibus (autocarros), os trens (combois) têm paragens... que é um bonito nome, sobretudo quando se está passeando.
Tinham me dito que em Galé e em São Rafael, eu encontraria areias brancas, finas.Peguei o tal ônibus na paragem quase ao lado do meu hotel, ele segue por todo o município, uma das últimas é São Rafael, onde desci. Fico sabendo pelo autoguia (com fone de ouvido) que Albufeira, como Lisboa foi quase toda destruída no terremoto de 1755. Fora algumas ruínas, como a da ermida em frente ao meu hotel, tudo foi reconstruído e os estilos se mesclam entre alguns prédios modernos como o da Câmara Municipal, as igrejas mais antigas que estão por toda parte, e as casas com forte influência do norte africano, todas brancas, e pequenos minaretes que a guia diz serem chaminés: não são, não faz sentido num lugar quase sempre quente. Pelo que me lembro da minha visita ao Marrocos, esses orifícios canalizam para o interior das casas uma ventilação natural.
Passamos por grandes condomínios, a maioria deles de proprietários estrangeiros. Desço em São Rafael, o motorista avisa que estamos a 700 metros da praia. Pode ser, mas o que ele não diz é que o caminho até lá é um labirinto.São ruas todas tortas, tiro algumas fotos, pergunto daqui e dali, chego à praia. Que é muito bonita, mas areia branca e fina, nem pensar. Acho que só mesmo no Brasil, na África e nas Antilhas.
Dessa vez, resolvo pagar 10 euros para me instalar sob um chapéu, com direito a uma espreguiçadeira. Diferente do Rio, onde os barraqueiros também abastecem os fregueses com comida e principalmente bebida, aqui não. Quem quiser tomar ou comer alguma coisa, tem que trazer de casa ou dos restaurantes que servem em frente. Trago banana, uma maçã e uma garrafinha de água. E também uma toalha de praia que comprei ontem. Vou precisar, o vento traz uma aragem fria, impossível, mesmo no sol, molhar o corpo sem enxugar. A praia é pequena. Por toda volta, rochas areníticas prestes a desabar – é o que dizem os avisos. Ao contrário da primeira praia, Paneco, perto do hotel, a de São Rafael está cheia de pedras. É difícil entrar, o chão tem cascalhos demais. Assim mesmo, há muita gente na água translúcida. Ensaio umas braçadas, é o que dá. Volto para meu local protegido. Avanço na leitura sobre os Celtas. Nova ida ao mar, desta vez com as sandálias. Também não dá certo. Esqueci no Brasil umas sapatilhas de borracha que comprei em Barcelona, para ir à praia. Decido almoçar no restaurante, mas eles demoram a atender. Estou preocupada com a volta. O garçom me diz que pode depois me chamar um táxi. Agradeço, pago a água que pedi e decido procurar o caminho da volta. Não é pelo dinheiro, seriam no máximo uns dez euros. É porque quero descobrir esse trajeto. Pergunto duas ou três vezes. Ninguém sabe. Estou um tanto perdida e agora com fome, já quase arrependida. Passam uns rapazes de carro, mais perdidos do que eu. Explico a eles como chegam à praia. Decido procurar a portaria de um hotel quatro estrelas. Antes, encontro o jardineiro, é quem me dá a orientação certa. Ando mais um pouco, já vejo a casa com ares catalães que fotografei na ida, mais alguns metros, o ponto do ônibus. Respiro aliviada e realizada também: consegui!! Sento sobre uma murada que tem ainda uma parede que me serve às costas. Volto à leitura, uns 15 minutos e já aparece na curva o vermelhinho Hop on, hop off. Mais dez minutos, estou no hotel.
Durmo bem essa noite,é a última em Albufeira. Depois do café, converso ainda um pouco com Elizabeth, dona do São Vicente, e o Rodrigo, que faz as minhas fotos à beira da piscina. Também me despeço dos meus vizinhos holandeses, que me prometem visitar o Brasil. Desço até o ponto, quero dizer, a paragem do Giro Vermelho, que já vai chegando e em dez minutos estou na Rodoviária.
A viagem dura 3 horas e meia, 15 minutos de parada no terço final. São 245 quilômetros até Lisboa, 86 apenas da fronteira com a Espanha. Os primeiros 100 quilômetros são mais bonitos, morretes por toda parte, vamos descendo em direção à planura. Pela janela, avisto apenas oliveiras e sobreiros.E uns campos vazios, em tons que vão do amarelo ao ocre, e até ao marrom. Devem ser de colheitas já realizadas, mas não sei de quê, trigo, arroz, sei lá.  Nenhum casario, nenhum pastoreio, um riacho aqui e ali, uma lagoeta, gente mesmo, nada.
A estrada é excelente, três pistas em cada sentido, um canteiro de flores entre as duas mãos, além do acostamento. O ônibus segue macio, o piso é perfeito. Rodovias como essa cortam o agora Portugal europeu ( antes, era africano!). Imagino que aqui está uma boa parte da dívida imensa que afoga o país. Ironia, que os maiores beneficiários sejam os outros europeus e turistas em geral, que chegam aos milhares, em carros alugados. Mas, o turismo é a ainda a melhor opção de trabalho em Portugal, hoje. Quando entramos na costa alentejana, a paisagem muda, nada mais de morros, nem meias laranjas. Oliveiras e sobreiros ainda estão presentes, mas se avistam também pinheiros, tanto os de copas como os outros a que chamamos pinheiros de natal. No meio deles, cresce uma outra espécie, de folhas quase brancas, o que dá a impressão de neve no pinheiral. Só no terço final, aparecem alguns rebanhos de gado e as primeiras casitas, avulsas, afastadas umas das outras. Vejo também plantações de cana de açúcar, pelo menos é o que me parece.
Um pouco antes da chegada, avisto de longe a muralha do castelo de São Jorge, mas Lisboa ainda está longe. O ônibus dá uma volta, contorna pelo outro lado, passa pela bela ponte sobre o Tejo, a Vasco da Gama, são quase quatro da tarde, quando chego na Rodoviária. Dessa vez, me entrego, nem hesito, estou morta de fome e cansaço. Pego um táxi, mais alguns minutos, estou de novo no Florescente, onde sou recebida com a simpatia de sempre.
Hoje é domingo, deve ser quase uma da tarde. Vou dar uma volta, comer alguma coisa, volto para o hotel: preciso refazer as malas, pela última vez. E dormir até amanhã cedo. Programa, nem pensar. Quero voltar. Um beijo a todos.

Dieta perfeita é evitar o que e bom para o paladar

por Eli Halfoun
A busca da dieta perfeita (aquela que emagrece, melhora a saúde e aumenta a expectativa de vida) é uma das novas e mais constantes preocupações desses tempos mais do que modernos. Todo dia tem uma nova lista de alimentos saudáveis e em conseqüência surgem novas e milagrosas dietas. Uma médica (nutróloga e doutora em diabete) simplifica essa busca cruel da dieta perfeita com apenas uma orientação: “Tudo o que é bom é ruim para a saúde e tudo o que é ruim é bom”. Simples e verdadeiro assim. (Eli Halfoun)

Ministério do Trabalho é o próximo trabalho da faxina de Dilma em seu (nosso) governo

por Eli Halfoun
Na necessária faxina que a presidente Dilma Roussef promove nos ministérios (dona de casa boa gosta de casa limpa) tem muita “batata assando”, como se diz popularmente. Uma que está quase no ponto é a do Ministério do Trabalho. O experiente e bem informado jornalista Marcone Formiga diz que o ministro do Trabalho Carlos Lupi não deve estar dormindo porque sabe que seu ministério será o próximo alvo da faxina - uma faxina quer pode e deve inclusive mudar o ministro. A presidente já teria inclusive um novo nome para ocupar o cargo. Está mesmo na hora de mudar tudo e parar de varrer a sujeira e os problemas para debaixo do tapete como sempre se fez nesse país. Nunca deu certo. (Eli Halfoun)

Anotações de viagem-6: andanças em Albufeira

por Lenira Alcure
6 de agosto de 2011
Já estou no meu hotel de Lisboa, depois de três dias no Algarve. Digo, “meu” porque já estou me sentindo em casa no Residencial Florescente, uma excelente indicação de minha amiga Angela Manhães. Na portaria, todos me conhecem, nem preciso mais dizer o nome, nem mostrar o passaporte. O único inconveniente é ser uma rua peotonal, sem acesso a táxis depois das 11 de manhã. Quem chegar de carro, não tem problema, o hotel indica um estacionamento (parque, dizem os portugueses) aqui perto, de onde se pode trazer a bagagem em duas vezes. No dia em que cheguei, deixei a mala grande no aeroporto, de onde eu segui no dia seguinte para Bordeaux e vim no ônibus que me deixa em Restauradores, pertinho do hotel. Mas no dia 02, foi difícil chegar de Londres com duas malas e ter que puxa-las ainda que só uns 50 metros até aqui. Hoje, porém, nenhum problema, pois só trazia comigo a malinha de mão e uma mochila.
Ainda não contei nada de Albufeira. Chegar à cidade também não foi fácil. Bem que a Eyleen tinha me avisado que o trem parava um pouco longe da cidade. No caso, ela rachou o preço do táxi com outras pessoas que desceram por lá. Talvez eu pudesse fazer o mesmo, ou quem sabe arcar o preço sozinha, afinal não seria tão caro assim, é o que pensava.
Ainda no trem, comecei a ficar preocupada porque já fazia quase quatro horas que saíra de Lisboa e nada de aparecer a tal Albufeira. Do chefe de trem, nem notícia. Resolvi perguntar a uma família, que ocupava justamente o 108 ao lado do 104...A mãe, de uns 40 anos, viajava com uma filha de uns 6 e o filho, talvez de 15. Eles me explicaram que o funcionário ficava no vagão restaurante, do qual eu nem tinha tido notícia. Ela mandou o filho lá saber. Quando voltou, me avisou que era a próxima parada. Mais uma vez, a mãe disse que o filho me ajudasse. Fiquei encantada. Ele não só pegou a mala do bagageiro, mas desceu com ela até a plataforma, rápido subiu de volta, porque o trem já partia. Mal me deu tempo de perguntar ao chefe da estação, na verdade, uma simples plataforma, onde eu pegava um táxi:
- Do outro lado, me explicou, mostrando uma passarela de ferro, três andares para cima e outros três para baixo. A essa altura, os poucos passageiros que tinham descido em Albufeira já estavam do outro lado. Sobraram dois rapazes, nórdicos, com duas pesadas malas, fora material de acampamento. Impossível pedir ajuda. Até tentamos pegar o elevador, mas estava quebrado. Subimos e descemos. Graças a Deus eu tinha colocado o meu suporte de coluna, senão estaria igualmente quebrada. Demorei um pouco, em cada andar parava. Os rapazes sumiram. Perguntei a alguém na rua, onde pegava um táxi.
- Só tem um, que acabou de sair, me disse o homem.
Logo adiante, vi um microônibus, um tal de Giro Laranja, onde entravam algumas pessoas com malas. Deviam ser os outros passageiros desembarcados. Expliquei ao motorista onde ia, ao centro. Não ia até lá, mas me deixaria na rodoviária, onde eu pegaria um outro Giro, a passagem era a mesma, não precisaria pagar de novo:1 euro e dez centavos! Subi e, como disse, o Giro Laranja, me deixou no lugar certo para pegar o Giro Vermelho. Que não tinha encostado: aproveitei na ida ao banheiro para comprar a passagem de volta a Lisboa, de ônibus. Seria menos agradável que de trem, mas pelo menos não teria mais que enfrentar as tais escadas.
- A senhora não se preocupe, vou lhe deixar perto do seu hotel, garantiu o motorista assim que subi.
No caminho, vim vendo Albufeira, com suas casinhas quase todas brancas, muitas recentes, algumas avenidas largas e muitas ruas estreitas. De repente, o deslumbramento, o mar lá embaixo imenso, alguns barquinhos aqui e ali e o casario se despejando pelas encostas, uma espécie de Vidigal de luxo. Finalmente cheguei. O hotel Vila de São Vicente, fica num largo em frente às ruínas de uma ermida e a uma estátua do santo de mesmo nome. No Brasil, chamaríamos pousada. Essa é encantadora, muito charme, na decoração, no cuidado, na limpeza. A dona é uma alemã, há 23 anos aqui. São poucos funcionários, um deles, um rapazote que me pergunta de que cidade sou.
- Minha mãe também é carioca, me diz ele. Meu pai é que é português. Tenho família no Brasil e de vez em quando vamos lá.
Chama-se Rodrigo, serve no bar junto à piscina, toda em ladrilho pequenino azul marinho. E a vista!! É ele quem me fez a foto que mando junto.
Saio para conhecer a cidade e se possível ir à praia. Venta muito, levo o agasalho vestido, mas ponho as havaianas (que na verdade são Ipanema). É perto, desço uma ladeira, depois são dez degraus, passo sob um túnel e lá está o mar. A areia grossa, vermelha. Não me arrisco a sentar (levantar é que são elas!) Há um setor ‘surveillé’, diz a placa, com espreguiçadeiras e barracas que eles chamam chapéus. 8 euros! Desisto, vou ficar cinco minutos. Não vale a pena. Paro num restaurante, peço alguma coisa enquanto vejo a multidão lá em baixo, os sem chapéu, quer dizer, gente comum, cada um com sua barraca, sua toalha. Desço, chego perto da água, pergunto a um casal se posso deixar com eles a minha mochilinha. Molho os pés, a água está gelada, desisto. Pego as minhas coisas e volto ao hotel. São ainda 6 horas, os sinos das igrejas batem todos: nossa, há quanto tempo não ouço isso? O dia ainda está bem claro, mas vou dormir um pouco estou exausta.
Saio de novo, por volta das 9h, o céu azul cobalto. Também o mar lá embaixo, e eu cá fico pensando na doideira daqueles portugueses do passado, enfrentarem essa imensidão para descobrir o Brasil. E a África, e a Índia e por onde mais se aventuraram ‘por mares nunca dantes navegados.’
Estou com fome. E com dor de barriga, o que são sensações conflitantes. São muitas as opções. Tento um dos lugares, o homem me diz que não tem mesa. Não é verdade, vejo vários lugares vazios, mas não quer ocupar com um só cliente. Uma moça à porta de outro restaurante me chama a entrar. Pergunta para quantas pessoas? Uma só? Não sabe, tem que ver com o gerente. De longe, vejo o homem fazer careta. Começo a achar que vai ser complicado andar sozinha aqui pelo Algarve, onde os costumes pouco mudam. Tento mais um, Ao Catraio, que eu não sei o que é. O garçom também hesita. Aí eu reclamo alto: está proibido uma pessoa comer sozinha aqui em Portugal? O dono ouve e vem em meu socorro. É um português bonito, de seus 50 anos. E galante, me faz entrar. Me dá uma boa mesa, me serve um vinho português excelente. Peço um linguado com legumes cozidos. E uma sopa também de legumes, de entrada. Divino... A conta é de 15 euros, chega a ser pechincha. No final, ele ainda me oferece um licor. Nem tudo está perdido. Volto ao São Vicente. O dia seguinte será para curtir o hotel.
Acordo tarde. A barriga ainda não está boa. Troco as delicias do café da manhã por um chá com torradas. Comprei umas cápsulas regeneradoras da flora intestinal, é o que eu tomo junto. Antes da piscina, resolvo dar uma volta no Giro Vermelho, pela cidade. Desço antes de chegar a meu hotel, porque vejo um mercado de frutas, onde compro banana e maçã. Já está ficando um habito dessa viagem. A primeira dor de barriga começou em Lisboa, logo na chegada. Acho que abusei de uns queijos na primeira noite em que jantei fora. Agora, acho de novo que foi um queijo, na dia em que parei em Lisboa. Passei quase todos esse dias, escolhendo o que comer, com medo de passar mal.A receita de banana e maçã, tem a vantagem de ser barata. Com um ou dois euros, resolvo o problema da fome e ainda não engordo. Em Bordeaux, no último dia, não resisti, comi um patê maison dos deuses, mas esse não me fez mal.
De volta ao meu segundo dia em Albufeira. Passo uma boa parte do tempo na piscina. Mas a água está muito fria. Dou uma rápida entrada, desisto. Há um chuveiro ali, a água normal. É como me arrumo. Há dois casais gays, um de homens e outro, de mulheres. Elas são de Luxemburgo, falam francês; eles falam uma língua que não é alemão e que eu não entendo. Me oferecem um dos colchões que trouxeram para a piscina. Bem melhor assim, pego sol e de vez em quando molho e corpo com um pouquinho de água gelada. Com as moças,converso sobre o Brasil, que elas querem um dia conhecer. Mais tarde, chega outro casal, um homem e uma mulher, já de meia idade. Já nos vimos antes, nossos quartos ficam um ao lado do outro. Conversamos em inglês, eles são holandeses, muito simpáticos. Durmo à tarde. São 7 da noite ( que ainda é dia por aqui) e decido começar cedo a ronda dos restaurantes. Dou sorte. O primeiro onde pergunto, está quase vazio. Chama-se Cabaz da Praia, não sei também o que é cabaz, mas dessa vez nem preciso perguntar, logo abaixo em inglês Beach Basket. Acho interessante, trouxe um livrinho da Irlanda sobre os celtas: cabaz e basket, é só trocar a ordem das sílabas, fenômeno que a gramática história que estudei há 2 mil anos explica.
Volto ao Cabaz real. È cedo e só há um casalzinho jovem numa ponta. Escolho uma outra mesa, também na varanda, justo de frente ao mar. Peço a tal sopa de legumes e depois só bata cozida e arroz. A moça estranha eu não querer nenhum tipo de carne. Digo a ela, que eu posso pagar o prato todo, mas só quero os acompanhamentos.
Daí a pouco chegam oito rapazes. Três mesas são acomodadas junto à minha para caber a todos. Eu com a vista, o arroz e a batata. Pergunto de onde são.
– Da Holanda, me dizem e querem saber de onde eu venho. Quando lhes digo que sou brasileira, começam a batucar um samba Brasil, Brasil... querem muito ir lá. Fazem muitas perguntas sobre o país, o carnaval, as mulheres (são todas bonitas?), o Lula, o futebol. Respondo como posso e o que sei. Passamos uma boa parte da noite nisso. Quando me preparo para sair eles me perguntam se eu não quero ir dançar com eles!! Agradeço, mas digo não. Pena que esqueci de tirar uma foto com meus oito amigos holandeses! E a conta veio pequenina: as moças só me cobraram o que de fato comi.
Saio dali e vou mais adiante descobrir novos recantos no centro da cidade. É incrível, a dois passos do meu hotel que é super calmo e entro no maior burburinho. Pelas ruas, lojinhas de todo o tipo de buginganga made in China, in Índia e até do Brasil, como me diz a vendedora de uns bonitos colares pelos quais me interessei. Desisto de comprar, quando fico sabendo. Afinal, seriam presentes. Ela tenta consertar e me diz que quem faz é um brasileiro, de Fortaleza, que agora tem também um filial lá. Me desculpe a vendedora, mas levo outra coisa, ainda que não made in Portugal. No final da rua, passo de novo pelo Ao Catraio, do português galante, mas não entro, sigo à direita, vou dar num largo, esse sim bem amplo, cercado de restaurantes. No meio, há todo tipo de performance: mímica, música, palhaços. Em torno de cada grupo, forma-se uma rodinha de interessados. Como o espaço é muito grande, um não incomoda o outro. Escolho um puppet show: um artista com quatro bonecos que ele manipula ao som de várias músicas. Um paininho de brinquedo, um mini microfone de pé e o espetáculo se sucede. Na primeira fila, uma enorme número de crianças e os adultos também todos encantados com o que vêem e ouvem. Um dos bonecos, na verdade um ET brinca com os ‘instrumentos’, joga longe o próprio banquinho e o microfone também. Um menino corre para botar no lugar. O diabinho verde derruba tudo de novo. Agora, são três, cinco, dez crianças que correm e tudo recomeça. Lembra um pouco o show da contadora de Búzios, na festa de um aninho das gêmeas. O último personagem é o palhaço. Ele olha o cesto quase vazio, onde algumas crianças volta e meia deixaram umas moedas. Faz cara de triste, as crianças acorrem de todos os lados. Vem as primeiras timidamente, depois são aos bandos, algumas duas, três vezes. Não contente, agora é a vez do homem trazer o palhaço perto da roda. Os adultos começam a dar dinheiro, inclusive eu. O palhacinho tira uma menina pequena para dançar. Ela vai, mas volta, está com medo. Uma outra mais velhinha corre e se dispõe a dançar. Quanto se despede, o palhaço se dependura no pescoço dela. Todos batem palmas, valeu a pena!!

Final feliz para Cecília e Rafa em “Insensato Coração”

por Eli Halfoun
Não é preciso ter bola de cristal e muito menos ser especialista em novelas para saber que Cecília (Giovana Lancelotti) perderá o filho que espera de Vinicius (Thiago Martins) parta ter um final feliz ao lado de Rafa (Jonatas Faro) em “Insensato Coração”. É o que será: o acidente acontece quando Cecília descobre que foi Vinicius o autor da armação da fita, vai ao presídio (onde ele está preso pela morte de Gilvan) e diz que ele jamais verá o filho. Vinicius reage com violência, agride Cecília que cai e perde a criança. Antes ela terá um encontro com Rafa que aceita assumir o filho do outro. Por enquanto esse e o único final decidido para a novela: o final dos outros personagens está cercado de mistério: os autores estariam escrevendo vários finais na tentativa de confundir inclusive os atores e assim impedir que o verdadeiro final ganhe as páginas de jornais e revistas antes de ser exibido. Besteira: todo mundo sabe os finais de “Romeu e Julieta” e de “Paixão de Cristo” e nem por isso as muitas versões cinematográficas das famosas histórias perderam público. Mas a televisão gosta de complicar e de usar o mistério para ganhar mais divulgação porque na hora da audiência não parece acreditar em seu próprio taco. (Eli Halfoun)

Anotações de viagem-5: de Lisboa ao Algarve

por Lenira Alcure
3 de agosto de 2011
Escrevo do trem de Lisboa para a praia de Albufeira, no Algarve. Preciso muito descansar porque a correria tem sido muito grande. Viajar sozinha tem sido uma experiência muito interessante, mas vivo de sustos. O último dia de Londres foi sem problemas. Pela manhã consegui visitar O Globe: os tours são ótimos. Sempre incluem assistir a um ensaio ou apresentação de uma cena. Meu último programa foi assistir à Mousetrap. Graças a Deus, eu decidi chegar bem cedo, porque as duas referências que eu tinha gravado para me orientar não me valeram de nada. Saí por outro Exit: roda, roda, finalmente alguém me ajuda e dou de cara com o St. Martin. Encontro meu lugar, tiro uma primeira foto do teatro, o guarda vem me repreender, mostra o cartaz: proibido fotografar. Ponho a máquina na bolsa, daí a pouco um casal jovem me pede para fazer uma foto deles. Explico, I’m sorry, mas outra bronca não.
Às sete e meia em ponto, a peça começa. Perco alguma coisa dos diálogos, mas de modo geral consigo acompanhar. O problema é o cansaço. Estou para lá de exausta. A noite anterior, quase não dormi, tão agitada. Dou umas cochiladas e na última hora não consigo entender como o mais improvável assassino finalmente é descoberto. Entendo o resto, tudo se desmascara, o detetive se revela e tudo acaba bem, exceto para Ms. Boyle, assassinada lá no início e papel da Mrs. Bee. Palmas para todos. Fico um tanto frustrada, tanto desejo de ver Mousetrap e cochilar no meio...No final, um dos atores avisa que todos ali agora fazem parte da família Mousetrap ( 59 anos em cartaz!!), o que quer dizer guardar segredo sobre a peça. Vocês conhecem alguém que viu e contou depois? Parece que há uma maldição para os rebeldes. E eu se quiser saber mesmo como o assassino foi desmascarado tenho que voltar a Londres...
No dia seguinte, a partida. Uma boa notícia: o hotel me fez o desconto de uma diária, porque na véspera eu reclamara da algazarra do pessoal de limpeza ao lado do meu quarto. Tenho um pouco de escrúpulo de reclamações oficiais: afinal, há pessoas que perdem o emprego, por causa disso. Mas no caso, eu reclamei com elas primeiro, fui até lá e me declarei incomodada com tanto barulho. Pediram desculpas, mas daí a pouco recomeçou a farra. Não agüentei e liguei para a portaria. Fico pensando se o meu desconto custou o emprego de alguma delas. Me incomoda.
Paro um pouco para olhar a paisagem do trem. Parece que estamos no Alentejo. Vejo campos e campos de oliveiras e há também sobreiros que são as árvores de onde tiram a cortiça. Um braço de rio acompanha a linha do trem ( na verdade, é o contrário). Devo levar umas três horas até Albufeira. Tenho tido sorte com os portugueses dessa vez. Não só os do hotel, a quem eu já conhecia, mas pessoas comuns a quem pergunto. Cheguei a estação de Oriente de metrô. São vários níveis a subir com a minha bagagem, agora reduzida a uma mochila e a malinha de mão, com uns 8 quilos. Mesmo assim, não é fácil, tenho que subir escadas, perguntar a toda hora, não posso errar o trem. A passagem eu já comprei no primeiro dia de Lisboa. Foi fácil, na estação do Rossio a dois pés do hotel, há uma lojinha que vende esse tíquetes com antecedência. Está tudo escrito, menos a plataforma. Subo e desço duas vezes, finalmente o caixa , apesar do aviso de não se deve pedir informações ali, me dá o número correto. Na plataforma 3, o trem já chegou. Procuro o meu vagão. O assento é 116, mas um homem me diz que eu sente no 16. Guardo a mala no bagageiro, nenhum sinal de funcionário. Os números são doidos. Começam em 11, pulam alguns. Sento no 16, vou o que acontece. Ao lado, seguem quatro jovens mochileiros. São do Porto, estão indo para um Festival de Música. Começamos a conversar, o papo segue animado. Dois estudam Engenharia e os outros estão terminando o 2º Grau. Querem saber do Brasil, conversamos e rimos bastante. Nisso, chega o chefe do trem. Ele me diz que o meu lugar é no fundo do vagão. Me espanto, porque já contei e o vagão só tem 88 lugares. O 116 é um mistério.
Há outros dados intrigantes (epa, lá estou eu dando de Agatha Chistie!): o 108 fica ao lado do 104. Vocês imaginam que do outro lado devem estar o 105 e o 106...mas e o 107 onde foi parar? É esse lado Inglaterra que não deu certo! A lógica aqui é impossível.
Me mudo. Um dos jovens se oferece para levar a minha mala. Gentis, pois, pois... Não dá para julgar os portugueses pelas pessoas de rua. Quando mais educados, são gentis e gostam do Brasil.. Eu calculo que 80% dos viajantes nesse trem sejam jovens, a maioria com pesadas mochilas . Alguns carregam um embrulho redondo que eu desconfio seja uma barraca a ser armada nos acampamentos. Há alguns velhos também, uma mulher de seus 60 anos, com um instrumento musical, e outra que escreve o tempo todo à mão; eu faço o mesmo só que quase não consigo mais usar lápis e papel.
Olho a paisagem que agora se modifica um pouco. Aparecem uns vinhedos, poucos, mais adiante alguma folhagem com pendão que me parece milho. Os pinheiros agora são do tipo pinus, mas ainda vejo vez por outra os pinheiro do tipo araucária. Quanto mais avançamos, vejo sobreiros, com a casca viva já exposta, me fazem lembrar o Dos de Mayo, de Goya, com os braços levantados e o vermelho da carne ferida, indicando que a cortiça já foi retirada. Há que esperar alguns anos para nova poda, se é que assim se pode dizer, já que são os troncos e não os galhos a fornecer o rico material.
Da planura do início, começamos a descer em direção ao oceano. Aparecem os primeiros vales e montículos não mais altos que o morro do Alegre, onde passávamos férias.As casas pelo caminho são poucas, quase sempre brancas, com janelas azul escuro, mas há também condomínios que lembram os da região dos Lagos no caminho de Araruama a Cabo Frio. O trajeto do trem corta um segmento de rocha avermelhada que brilha ao sol por efeito de um mineral que me lembra as antigas resistências de ferro de passar, mas cujo nome me escapa.
Quanto mais avançamos, os morros se avistam, agora mais generosos, .lembrando as meias laranjas da Serra do Mar de que falava em classe minha antiga professora de Geografia, D. Cleone. Não consigo passar pela Rio-São Paulo, sem me lembrar dela e agora aqui também.
Esse texto vai ficando grande demais. Está com 5 mil e tanto caracteres. Acho que ninguém vai aguentar ler.Bem, gente é isso aí. Beijos e saudades.

sábado, 6 de agosto de 2011

Documentário focaliza vida de Roberto Marinho. Mas o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" tem um "causo' muito mais saboroso...

por Gonça
Na semana que vem será lançado o documentário "Roberto Marinho, o senhor do seu tempo". Vem com histórias inéditas e outras nem tanto. Como um fato dos anos 60, quando Roberto Marinho era um aliado de Carlos Lacerda. Em dado momento, os dois brigaram. O motivo teria sido um desentendimento em relação ao Parque Lage. Marinho queria costruir um espigão no local. Lacerda era contra e desapropriou o casarão e seu terreno.  Na época, dizia-se que o empreendimento que Marinho queria erguer no que é hoje o parque seria nada menos do que um cemitério vertical. Se esse episódio é citado no documentário, tenho certeza de que um outro, muito mais saboroso, não está lá. Era um história contada pelo redator da Manchete e crítico de arte Flávio de Aquino. O "causo" está no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata). Confira a seguir:
"Me vê um uísque aí, moreno!"
"Flávio de Aquino, grande figura e crítico de arte da Manchete, era, diga-se, desligado. E bota desligado nisso. Ele mesmo contava uma historinha deliciosa. O poderoso Roberto Marinho convidou embaixadores e adidos culturais para uma recepção na sua mansão do Cosme Velho. Entre outros intelectuais, estava na lista o nosso Flávio. Ao chegar à mansão, ele logo tratou de pedir um uísque duplo ao primeiro "garçom" que encontrou. "Moreno, me vê uma dose com duas pedras de gelo, faz favor", decretou, dirigindo-se ao sorridente senhor de summer impecável e pele queimada de sol. Solícito, o "garçom" se mandou e logo voltou com o pedido prontamente cumprido. Flávio agradeceu e foi circular, de copo na mãos, pelos salões da mansão. Papeando com amigos, não pôde deixar de notar que o "garçom" que o atendera era festejadíssimo pelos demais convivas. Embaixadores o abraçavam, jornalistas o paparicavam, enfim, o homem era a "alma" da festa. Antes de pedir mais um dose de uísque, Flávio olhou melhor para a cara do sujeito e... caiu-lhe a ficha. O "garçom" de branco e gravatinha borboleta era ninguém menos do que o anfitrião. O próprio Roberto Marinho.Flávio se mandou da festa sem se despedir do "Moreno"."  
(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Caetano é capa da Rolling Stone. O baiano gostou? Não. Está irado com o photoshop...

Caetano e Gal na capa da Rolling Stone. Gal não se manifestou. Já o Caê não gostou da operação photoshop na imagem. Tem razão. O diretor de arte envernizou a expressão do baiano. Parece "instantâneo", como se dizia antigamente, para o  camafeu da vovó.

Guilherme Barros, do iG, é eleito Jornalista Econômico do Ano

O colunista do iG Guilherme Barros foi eleito o Jornalista Econômico do Ano pela Ordem dos Economistas do Brasil. A premiação é uma das categorias do Economista do Ano, o mais importante prêmio da área e criado como forma de reconhecimento aos profissionais do setor. É a primeira vez que um jornalista da internet é agraciado com a homenagem. O detalhe importantíssimo é que o Guilherme é filho do nosso J.A.Barros, um dos articulistas deste blog, ex-diretor de Arte do Cruzeiro e da Manchete, organizador e autor do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". O Panis Cum Ovum parabeniza a ambos.
Leia a matéria completa. Clique em GUILHERME BARROS