sexta-feira, 21 de abril de 2017

Paris, sempre...

por Jean-Paul Lagarride

Para o mundo, Champs-Elysées é um dos símbolos de Paris. Para o terror, Paris é um alvo. As investigações prosseguem e o terrorista islâmico abatido quando desceu de um veículo e começou a atirar com um fuzil foi identificado. Um agente morreu, outros dois foram feridos e um mulher foi atingida de raspão. Os policiais conseguiram evitar uma tragédia ainda maior.

Paris irá às urnas neste domingo. Os candidatos estão em virtual empate técnico, segundo pesquisas anteriores ao impacto do atentado na opinião pública. Para os analistas, o atentado assumido pelo Daesh, deve beneficiar a direita radical.

Instagram

A França se mantém em estado de emergência desde 2015.  Paris é a síntese de um modo de vida que o terror de inspiração religiosa tenta exterminar. Mas a cidade não renuncia ao seu estilo, nem mesmo nos momentos em que suspende, por horas tristes, a Moveable Feast celebrada por Hemingway.

Apesar de tudo, vejam só o charme e mistério da policial francesa.

A frase resiste: "Sempre teremos Paris."

domingo, 16 de abril de 2017

Jornalistas: a difícil negociação do dissídio coletivo em tempo de desmonte das leis trabalhistas...

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

As convenções coletivas de trabalho, a doação para o custeio 
da campanha salarial e os problemas 
financeiros do Sindicato

Os jornalistas cariocas vivem hoje uma conjuntura de grandes dificuldades, com o fechamento de redações, grande número de demissões e precarização nas relações de trabalho. Agora, com a aprovação do projeto de lei da terceirização e a discussão relativa à reforma trabalhista defendida por forças conservadoras, a situação ficou ainda mais grave.

Entre muitos outros problemas, inclusive a asfixia financeira da entidade, a atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) assumiu o mandato, em agosto do ano passado, com o desafio de resolver o impasse de dois anos sem acordos salariais.

No final de 2016, após complexa negociação, a diretoria do SJPMRJ e os patrões de Rádio e TV fecharam convenções coletivas de trabalho relativas aos anos de 2015 e 2016 – com a aprovação das mesmas em assembleias que reuniram os jornalistas do segmento profissional.

A retomada das negociações diretas com o sindicato patronal com vistas à conclusão das campanhas salariais em aberto era uma promessa de campanha da chapa que saiu vitoriosa das eleições sindicais de julho de 2016. E a continuidade das negociações, este ano, representa a normalidade deste processo.

E normalidade não significa facilidade. Muito pelo contrário. As negociações de 2017 mostraram que o patronato permanece inflexível quando o assunto é reposição de perdas, aumento real dos salários e avanços significativos em cláusulas sociais. E a resposta a este tipo de posicionamento não é nova: só a mobilização da categoria é capaz de reverter quadro tão desfavorável.

Após as rodadas de negociação, o passo seguinte é a realização de assembleias que têm a função de definir o escopo final dos acordos. Entre as cláusulas que são apreciadas neste momento está a relativa à “doação para custeio da campanha salarial”. Tal contribuição, que não se confunde com o imposto sindical (taxa compulsória prevista na CLT cobrada anualmente) nem com a mensalidade sindical, ajuda no fortalecimento do Sindicato para cumprir seu papel de legítimo representante da categoria profissional – e isto não ocorre apenas nos períodos de negociações coletivas.

Como todos sabem, esta “doação” não é compulsória; ou seja: o jornalista pode enviar correspondência ao Sindicato se opondo ao desconto. Após o fechamento dos acordos, prazo para tal é divulgado pela entidade sindical.

E é tratando exatamente deste ponto que queremos encerrar este comunicado. Além da questão política – do necessário fortalecimento da nossa entidade sindical para enfrentar os desafios que estão postos para os jornalistas, de maneira particular, e para os trabalhadores brasileiros, de forma geral –, queremos chamar a atenção dos colegas para a crítica situação financeira do Sindicato, ainda seriamente impactada pelos equívocos da gestão passada, que culminaram com um déficit, em 2016, na ordem de R$ 408 mil, e muitas dívidas que ainda não foram quitadas.  

O nosso Sindicato precisa do apoio e da parceria dos colegas concordando com a “doação” para o custeio da campanha salarial. Também necessita aumentar o número de sindicalizados, pois sem esta participação consciente dos jornalistas, a entidade perde a força para combater abusos, fazer boas negociações salariais e atender os anseios da categoria.

Pedimos, portanto, a aprovação da cláusula que prevê a “doação para o custeio da campanha salarial” e a não oposição ao referido desconto quando o Acordo estiver fechado.

Fonte: SJPMRJ

Estadão: a construção do personagem

Reprodução do título do Estadão.


Deu no DCM: "O Estadão mandou um repórter chamado Pedro Venceslau para “cobrir” a viagem de João Doria à Coreia do Sul. Venceslau foi na faixa, com todas as despesas pagas — oficialmente — pela prefeitura de Seul. O dinheiro serve para ele elogiar a coisa toda.
O resultado é esse tipo de vergonha:
Em vez de usar os serviços do hotel em Seul, na Coreia do Sul, o prefeito João Doria preferiu ele mesmo passar seus ternos e camisas no quarto. Não quis gastar dinheiro e nem perder tempo antes da maratona de compromissos na cidade, onde foi atrás de investimentos e de novas tecnologia para usar em São Paulo.


New Scientist: Pesquisadores estudam uso do ayahuasca contra depressão...


Segundo a revista New Scientist On Line, o chá alucinógeno ayahuasca, usado por séculos em rituais religiosos na Amazônia, pode ajudar pessoas com níveis de depressão resistentes aos antidepressivos. Países como Brasil e Peru recebem a cada dia mais turistas em busca de alívio. A revista cita uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,que envolveu um grupo de pessoas com depressão. Cerca de metade tomou o chá, enquanto os outros receberam placebo. Os depressivos que tomaram ayahuasca mostraram expressiva melhora. Os pesquisadores alertam que precisam de mais estudos e acompanhamento de mais pacientes para verificar se os efeitos se sustentam por períodos mais longos. O estudo foi compartilhado com a Universidade da Califórnia. A ayahuasca não é a única droga psicodélica que está sendo investigada como um tratamento potencial para a depressão. Os pesquisadores também têm visto benefícios com cetamina e psilocibina, extraídos de cogumelos mágicos, embora psilocibina ainda está para ser testado contra um placebo.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA EM NEW SCIENTIST ON LINE, CLIQUE AQUI

Mídia internacional noticia o listão da Odebrecht sem participar do "poupa Temer" que rolou por aqui...







por Flávio Sépia

O listão da Odebrecht repercutiu no mundo. Interessante comparar as coberturas da mídia brasileira dominante com os enfoques dos veículos internacionais. Aqui, é visível a operação "poupa Temer". Claramente, para os setores que patrocinaram o golpe e sustentam o governo, a prioridade são as reformas da Previdência, a trabalhista, além de outras medidas no varejo que fragilizam políticas sociais, ambientais, de saúde, de combate ao trabalho escravo, promovem a negociação amiga de dívidas de concessionárias e muitas outras entregas a vários setores constantes do manual do golpe parlamentar. Se o controle das madrugadas do Congresso está com Temer, o caminho, para esses setores, é seguir com Temer.
Longe dessa campanha, a mídia internacional destacou a principal notícia: o presidente do Brasil suspeito de corrupção de repetição. Aqui, o foco principal foi dado a ex-presidentes, ofuscando, de certa forma, até os oito ministro de Temer e 12 governadores. Na internet, as notícias dos sites internacionais mais compartilhadas nos últimos dias também miram Temer. Uma questão de hierarquização da notícia. Ou de jornalismo.

sábado, 15 de abril de 2017

A Nova Guerra Fria está em cartaz e com longa temporada garantida...


A revista New Yorker dessa semana publica extensa matéria sobre a Nova Guerra Fria. Nas últimas duas décadas, os Estados Unidos e a Rússia chegaram a acordos sobre várias questões, como controle de armas e comércio. Esse quadro mudou e o nível de tensão aumentou. A Otan critica o acúmulo de forças russas nas proximidades do Báltico; o Kremlin considera a expansão da Otan para as fronteiras da Rússia como uma provocação. Entram agora no radar a questão da Síria e da Coréia do Norte. De uma lado, Putin, um líder forte e experiente; do outro o cowboy Trump, um líder novato e imprevisível.
Os próximo anos não serão para os fracos.

Quem quer dinheiro! Jornalismo didático mostra o que é propina suja e propina limpa...




Digamos que não há novidade nos nomes da Lista Janot/Fachin. Mesmo assim, oficializada, ela assustou o pessoal dos foros privilegiado e desprivilegiado. Abalou algumas redações, também. Haja argumento. Um deles é tão complexo que pode mudar a nomenclatura mundial para a corrupção. É o que prova que existe a propina suja e a propina limpa.

As linhas e entrelinhas dos jornais de hoje defendem, por exemplo, uma questão que vai enrolar a Justiça nos próximos meses, anos ou décadas.

Em meio ao terremoto da lista que alcançou o amigo que mora ao lado, a mídia argumenta agora que Caixa 2 não é bem assim ummmm criiiime, sacou?, depende do que o político fez com a grana e parte do princípio de que as empresas operam dois caixas: o dinheiro faturado vai pra um e a grama superfaturada vai pra outro.

Entenda:

* Se a autoridade recebeu dinheiro de empreiteiras e não declarou mas usou na campanha, mesmo que não consiga provar isso, beleza, pode passar, tá limpo, se errou foi apenas um "crime cultural" já que caixa 2 é tradição no patropi e a Lista, explicam, mistura visivelmente um pessoal gente boa, do peito, com pilantras da pior espécie.

* Se recebeu a propina mas usou apenas para uma viagem a Paris, um pulo nas Bahamas, um iate em Angra, um apê, um cavalo de raça, um helicóptero e não deu retorno ao corruptor em forma de obras, aprovação de superfaturamento e outros privilégios, OK, tem um crime de enriquecimento pessoal aí, mas é menor, quem sabe merece uma pena de um serviço social, assistir aulas de boas maneiras ou doar umas cestas básicas para os diferenciados. Entram nessa categoria até aqueles que jantaram com corruptores mas o papo foi apenas o BBBrasil daquele ano, o cai-cai de Neymar, o número exato do popó da Popozuda e os nudes que mandaram para a secretária.

* Se o citado na Lista recebeu a propina e entregou a "mercadoria", ou seja, se deu ao empresário corruptor todo o retorno possível, esse aí deve sofrer condução coercitiva para o inferno.

Teríamos, então e no mínimo, três categorias de corruptos. É o que vários articulistas defendem hoje: "peraí, fulano gente boa, embora tenha embolsado um pixuleco, coitado, errou, não é igual ao sicrano f.d.p".

Certo, é uma tese política. O problema é que o STF vai ter um trabalhão para identificar minuciosamente cada cédula de Real, Dólar e Euro. Vai ser preciso provar que um determinado grupo dos abastecidos por empresários recebeu notas sujas e outra turma ganhou cédulas limpinhas. Isso vai ser importantíssimo na hora de definir as sentenças. Fulano, do bem, aceitou a propina mas, pôxa, a empresa jurou que aquele dinheiro era legal e não tinha origem em licitações de carta marcada ou de superfaturamento de obras. Sicrano maldito claramente recebeu dinheiro sujo, autêntico produto de negociações corruptas, enriqueceu e comprou outros deputados logo ali na feira da medida provisória.

Na prática, ganha força a tese de que Operação Mãos Limpas deve se dividir entre Mãos Lavadas (o pessoal que se sujou por engano mas passou uma aguinha), Mãos de Poeira (a que dá uma espanada e tudo bem) e Mãos de Porcarias (o que não tem jeito, é praticamente matéria fecal).

Não se sabe ainda se os empresários tiveram o cuidado de marcar todas as cédulas. Talvez logo, logo, apareça um vídeo, um áudio, uma "fonte não identificada" que tenha testemunhado a divisão do bolo em uma sala secreta e gravado os diálogos dos operadores.

- "Separa essa aqui, é do superfaturamento do estádio, vai pro Cheiroso".

- "Cuidado com essa, é limpa, tá reservada pra São Paulo, vai pro Bicudo".

-  "Essa é suja, vai pra Cobra".

- "Esse bolo de notas é honesto, vem de uma herança que o patrão recebeu, vai pro Bodinho.

- Peguei ontem esse pacote, é sujão, manda pro Caçamba".

- Já pegou as notas limpas que vão pro Cinderela? Não vai misturar?"

Se esse vídeo não aparecer, peritos terão que verificar faixas holográficas, relevos e fios de segurança para definir a autenticidade da propina suja ou limpa em cada cédula. Facilita se os empresários corruptores revelarem como marcaram as notas para saber a quem estavam dando dinheiro beleza ou dinheiro sujeira.

Melhor o eleitor se preocupar em fazer justiça em outra cédula: a eleitoral.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Da Agência Pública: Elisa, a ativista que o Brasil conhece como Sininho, vai a julgamento. Ela teme voltar a ser presa e bombardeada pela mídia


(da Pública - Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo)

Depois de dois anos parado, o processo que procura condenar Elisa Quadros Pinto Sanzi e outros 22 ativistas presos durante os protestos de 2013 e 2014 no Rio de Janeiro deve chegar ao fim. Em abril, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) começou a julgar um habeas corpus que pedia a anulação de provas colhidas por um policial militar infiltrado nas manifestações sem autorização judicial.
Assim que o STJ proferir sua decisão, o caso que ficou conhecido como “processo dos 23”, no qual os jovens manifestantes são acusados de “associação criminosa agravada pelo uso de arma e a participação de adolescentes”, deve finalmente ser julgado pelo juiz Flávio Itabaiana, do Tribunal de Justiça fluminense. Itabaiana é conhecido como “linha-dura” e concedeu diversos pedidos de prisão temporária dos ativistas, incluindo no final da Copa do Mundo de 2014.

Há dois anos, Elisa, 31 anos, evita falar à imprensa, traumatizada pelos ataques à sua reputação capitaneados pelo governo do estado, à época comandado por Sérgio Cabral. Ela foi uma das jovens que participaram ativamente do “Ocupa Cabral”, um acampamento diante da casa do ex-governador em meados de 2013 que o acusava de corrupção. O impacto foi surpreendente: reeleito em 2010 com 66% dos votos, a popularidade de Cabral despencou de 45% para 12% durante as jornadas de junho. Hoje, é um dos presos da Lava Jato.
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Leia no site do Público PT: "Os primeiros anos de fotografia de Annie Leibovitz como nunca se viram"


(do jornal Público PT)
Annie Leibovitz já tinha alcançado a honra de pertencer às “Lendas Vivas” da Livraria do Congresso dos EUA, um clube no qual entrou apenas mais um fotógrafo, Gordon Parks. Agora, depois de a Fundação LUMA (da multimilionária suíça Maja Hoffmann) ter comprado os arquivos da fotógrafa americana, está a preparar-se nos Encontros de Fotografia de Arles, França, aquele que será o primeiro passo público do Living Archive Program: uma grande exposição sobre os primeiros 15 anos de trabalho de Leibovitz, que incluirá, claro, os anos dourados em que deu os primeiros passos na revista Rolling Stone e o caminho que aí trilhou até se tornar numa autora incontornável na construção de iconografia pop-rock dos anos 70 e início dos 80. Serão cerca de 8000 fotografias captadas entre 1968 e 1983 e que mostram desde manifestações anti-guerra do Vietname e a renúncia de Nixon à presidência dos EUA, até à intimidade de Yoko Ono e John Lennon (ele nu, enroscado nela, vestida e de cabelo solto pelo chão), numa sessão que decorreu horas antes de um dos fundadores dos Beatles ter sido assassinado.
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A República a céu aberto...

por Flávio Sépia 
Apenas 5% dos brasileiros aprovam Michel Temer. O número foi apurado antes da divulgação da lista da Odebrecht, o que não deve ter feito muita diferença já que os nomes citados nas delações, em grande maioria, eram suspirados pelas alcovas, como diz a canção.
Inclusive o RG do presidente ilegítimo.
O governo Temer sofre de paralisia progressiva e só se mexe para desmontar aposentadoria, CLT, saúde, habitação, legislação social, ambiental etc. Crescimento econômico, geração de renda, emprego, obras de infraestrutura, tudo isso é engessado pelo governo que o golpe parlamentar levou ao poder.

Segundo a mesma pesquisa, impressionantes 93% dos brasileiros reprovam a reforma da Previdência, por exemplo. O congelamento de gastos em educação e saúde nos próximos 20 anos determinado por Temer é condenado por 83% dos entrevistados. A terceirização é repudiada por outros 80%.
Esse números não têm efeitos práticos. As reformas impostas pelo mercado foram e são a razão principal do golpe e serão aprovadas de qualquer maneira. Não importa a lista da Odebrecht. Antes das consequências da lei, o trabalho sujo, segundo sucessivos editoriais da mídia dominante, tem que ser entregue. Aliás, a aprovação das reformas é a arma que os citados nas delações têm para se sustentarem no poder.

Segundo a colunista Mônica Bérgamo, da Folha, o governo federal vai distribuir verbas para rádios do interior - muitas pertencentes a deputados - em forma de pagamento de publicidade em defesa da
reforma da Previdência. Apenas os deputados e senadores que apoiarem o governo poderão indicar quais as rádios que receberão as verbas publicitárias. Isso lembra alguma coisa?
Nesse momento, o organograma do governo se confunde com a relação da Odebrecht.
Qual o problema? É essa turma que vai continuar decidindo nas madrugadas de Brasília o futuro do Brasil. Com palmas e aplausos diários da velha mídia.
Boa Páscoa!

Vai viajar pela United? Leve passaporte, esparadrapo, analgésico, mertiolate, protetor para os dentes, ataduras... e reze para não ser sorteado pro paredão...






por Ed Sá

As redes sociais caíram matando.

Ao ler a notícia, você imagina que o fato aconteceu na companhia aérea do Boko Haram, o grupo radical da Nigéria, e Kim Jong-Un era o piloto.

Um vídeo que circula na rede desde a última quarta-feira mostra um passageiro sendo arrastado para fora de um avião da United Airlines. O homem pretendia ir de Chicago para Louisville. A companhia deixou entrar quatro passageiros a mais do que o avião comportava e sorteou os infelizes que seriam obrigados a cair fora. O procedimento é uma espécie de paredão de um reality show aéreo.

O médico David Hao, 69 anos, um dos escalados, argumentou que deveria se apresentar em um hospital em Louisville e se recusou a descer.  Ele foi retirado à força da aeronave, mas deixou dois dentes na classe econômica e teve o nariz fraturado.

Detalhe: a United expulsou os quatro passageiros porque queria embarcar funcionários da companhia.
A voadora parece ter um curiosa política de tratamento a clientes. Recentemente, vetou a viagem de mulheres usando leggings e foi acusada de se negar a ajudar uma passageira com deficiência.

O 11 de Setembro tornou mais rigorosa a fiscalização em aeroportos e voos e atribuiu mais responsabilidades às tripulações. Na prática, ao comprar a passagem o freguês também ganha um ticket de suspeito. Daí, diante de qualquer encrenca, mesmo em terra, sob o argumento de controlar supostos riscos, a cavalaria entra em ação.

O slogan oficial da United: "Fly the friendly skies". Amigáveis? Céus...

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

ESPN X Vasco? Esse jogo é zero a zero...


por Niko Bolontrin 
Um bate-bola onde ninguém tem razão. Eurico Miranda proíbe a ESPN de entrar em São Januário. Nenhum profissional da emissora pode cobrir o dia a dia do clube. Mais do que presidente do clube Eurico é um torcedor. Isso não é novidade.
Mas quer saber o motivo?
Um apresentador da ESPN, Rafael Ribeiro, resolveu achar "exagerada" a comemoração dos vascaínos após o time se classificar para a final da Taça Rio. O Vasco postou nas suas páginas das redes sociais o tradicional grito de "Casaca" puxado por Eurico. Qual é a do apresentador? Comemorar é ilegal?

Seria motivo de crítica se isso fosse feito no meio da torcida adversária como provocação e indução à violência. Mas nas redes sociais?

Eurico erra ao privar o torcedor do Vasco de saber sobre o seu clube nos canais da ESPN. E Rafael Ribeiro pisou na bola. Se foi movido por clubismo, ressentimento, pirraça, má avaliação do que é cometário jornalístico relevante ou não, o que que tem de "exagero" gritar "Casaca"?

O Vasco teria que pedir licença à ESPN? Mandar um whatsapp pro âncora perguntando como e até que ponto pode comemorar um gol, uma classificação, um título? Enviar uma menagem pelo Face? "Querida ESPN, estamos aqui pensando em comemorar um gol que o Vasco acaba de fazer. Sabemos que o jogo nem é tão importante assim, mas é hora de soltar um grito entalado na garganta. O que o Rafael Rodrigo acha? Dá pra quebrar esse galho? Ficamos no aguardo, a galera está aqui ao meu lado esperando sua resposta. Fiquem com Deus". 

Talvez o Rafael Rodrigo não faça a menor ideia, mas se fosse ao Google saberia que o "Casaca!" está perto de comemorar 100 anos. Surgiu no começo do século passado entre os remadores vascaínos, na Lagoa, e celebrava tanto vitórias em provas ou títulos como era o grito de confraternização da Turma da Fuzarca, que o futebol do clube adotou.

Uma boa solução seria o apresentador só abrir a boca quando tivesse certeza e Eurico reconsiderar a atitude, liberar a ESPN e receber a equipe em São Januário com um amistoso CASACA!, CASACA!, CASACA"! 



quarta-feira, 12 de abril de 2017

Fotografia - Manchete 65 anos - A Exposição Impossível - 2

Foto Gervásio Baptista

Foto Gervásio Baptsta.
Na foto do alto, em 1954, Tancredo, ao lado de D. Darcy e Alzira Vargas, discursa durante o enterro de Getúlio Vargas em São Borja (RS). Três décadas depois, em 1985, Gervásio - na época, licenciado da Manchete para servir ao presidente eleito -  voltou a fotografar Tancredo em circunstâncias dramáticas:  gravemente enfermo, o político mineiro posou em Brasília ao lado da equipe médica, poucos dias antes de morrer.

Foto Moacir Gomes. Manchete reuniu um quinteto literário de peso: Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes Campos. Essa foto foi feita por Moacir Gomes na famosa cobertura de Rubem Braga, em Ipanema. É uma imagem bastante conhecida e muito utilizada em livros e documentários. 
Em setembro de 1969, dois meses depois de voltar da Lua, o astronauta Neil Armstrong veio ao Rio
e fez uma visita especial à Manchete, onde almoçou e conheceu o novo prédio da Rua do Russell. Lá, recebeu jornalistas brasileiros para uma coletiva. Hebe Camargo foi uma das entrevistadoras.

A foto de Tadeu Lubambo, do começo dos anos 1990, mostra a modernidade e
o amor adolescente em uma aldeia dos Waimiri-Atroari, na Amazônia. 



A célebre "pirâmide" do Tricampeonato, com Tostão, Pelé e Jairzinho,
A foto de Orlando Abrunhosa, eleita pela Fifa como a melhor
imagem da Copa de 1970, foi capa da Fatos & Fotos e da Paris Match.

Na mesma Copa, Orlando Abrunhosa fez essa foto de Tostão após o seu gol contra o Peru
arrancando para a comemoração.

Pelé em ação, apesar de dar a impressão de que está sentado na bola, disputa aquele que foi considerado o
jogo mais difícil do Brasil na Copa de 1970, contra a Inglaterra. Orlando Abrunhosa fotografou.

No Baile do Copacabana Palace, em 1955, Manchete fotografou o melhor da festa: Jayne Mansfield no momento em que a alça do vestido não resistiu ao peso. Para o fotógrafo não identificado na matéria foi difícil explicar na redação porque fez a foto só três milésimos de segundo após a atriz recolher os seus 102 cm de busto.


Vinte e um anos depois da Mansfield, foi a vez de Rachel Welch no Baile do Copa. O vestido resistiu.
Mais um belo ângulo do Carnaval. Com a Av. Presidente Vargas interrompida para as obras do metrô, as escolas de samba desfilaram na Av. Antonio Carlos, no Centro do Rio em 1974  e 1975. Nunca mais o desfile teve uma moldura tão luxuosa quanto essa do Pão de Açúcar. Um carnaval verdadeiramente carioca desde o enquadramento escolhido pelo fotógrafo da Manchete. Infelizmente, anônimo: o crédito foi  dado à "equipe".  

Neste segundo post da série, mais algumas fotos de várias épocas do acervo desaparecido da Manchete. A maioria das imagens foi reproduzida de revistas nem sempre em condições ideais. O objetivo é apenas registrar aqui, 65 anos depois do primeiro número da Manchete chegar às bancas, parte do trabalho de várias gerações de fotojornalistas que passaram pela Bloch.


Jornalismo: quando a corrupção gera vasto conteúdo audiovisual e alimenta todas as plataformas.


Propina é, como se sabe, bíblica. Em troca de 30 moedas, Judas topou uma delação premiada para entregar Jesus. O fato, na época, não vazou e não virou capa de pergaminho. Só entre 70 a 90 anos depois de Cristo, estima-se, os escritos de Mateus ganharam a forma de evangelho e o escândalo veio à luz. Ao longo dos séculos, casos escandalosos nas vilas, cortes, castelos e papados eram apenas cochichados nos becos e salões e só depois, na poeira dos tempos, viravam material para historiadores.

Os meios de comunicação de massa e a intensidade do audiovisual potencializaram a divulgação multimídia dos escândalos. Seja qual for a editoria - política, economia, realeza, celebridades, esporte, sexo ou religião -  em 90% dos casos aparecem fotos, vídeos, gravações e mensagens de texto. Os outros 10% de audiovisual não caem na web e na mídia não porque não existam, mas geralmente por envolver figuras poderosas que, com um aceno, "selecionam" o vazamento.

Para não ir muito longe: corruptos brasileiros notórios, a partir do anos 1950, colecionaram muitas falcatruas mas deixaram pouco material ilustrativo. Mesmo os casos que se transformaram em ruidosos processos ofereceram, no máximo, alguns documentos, uma carta, um bilhete, um ou outro sinal exterior de riqueza. Suspeitas sobre antigas concessões de energia elétrica, de bondes, ferrovias, a construção de Brasília, a operação fraudulenta que destruiu a Panair do Brasil, os bastidores das grandes obras do regime militar, os escândalos financeiros da ditadura, entre os quais os casos Delfin, Lutfalla, Paulipetro, Halles etc. Na década de 1980, o chamado Escândalo da Mandioca, o Coroa-Brastel, o Caso Capemi, o BrasilInvest. Nos anos 1990, os processos que levaram à renúncia de Collor antecederam à fila de eventos dos governos seguintes: os casos Sivam, Banestado, Anões do Orçamento, Banco Nacional, Banco Econômico, Caso Marka e Fonte Cindam, Encol, Precatórios, Privataria etc.

Em comum, tais operações não deixaram vídeos nem flagrantes marcantes. Esse tempo acabou.

Na era digital, principalmente a partir de 2000, a corrupção passou a gerar multimídia quase on line. Além de visual detalhado com cenas de prisões, interior de celas, sítios, apartamentos, viagens, vídeos e áudios que flagram tramoias e armações, os escândalos atuais fazem dos seus protagonistas e coadjuvantes as "celebridades" do momento, os "famosos", no jargão dos sites especializados. Quase sempre, nos rastro das investigações surgem musas que a Playboy acaba estampando. Imagens de festas, mansões, Ferrari, jóias etc, completam o efeito ostentação que torna o noticiário ainda mais atraente. Não só o noticiário, livros e filmes completam o panorama. Antes mesmo das sentenças, a indignação popular com a corrupção parece experimentar algum alívio diante de imagens explícitas de conduções coercitivas, prisões, cabeças raspadas. O luxo substituído pelo esculacho, o olhar humilde em lugar do riso altivo, o uniforme prisional em lugar da roupa de grife.

Isso impressiona as massas escandalizadas.

A maior parte desse material que compõe o atual docudrama brasileiro vem a público através de "vazamentos" geralmente motivados por interesses partidários ou é repassada à mídia por figuras citadas nas investigações, desde delatores e indiciados que fizeram suas próprias gravações a adversários políticos dos envolvidos.

São muitos os exemplos midiáticos nos últimos anos, mas um deles tornou-se quase que a síntese de tudo o que está dito acima. Há cinco anos, no dia 27 de abril de 2012, o Blog do Garotinho, um desafeto de Sérgio Cabral, divulgou uma inesquecível sequência de fotos daqueles que ficaram conhecidos como a Turma do Guardanapo: o então governador do Rio de Janeiro e seus alegres parceiros.

Eram felizes e sabiam.


A foto acima foi publicada no Blog do Garotinho, há cinco anos, no dia 27 de abril de 2012.
Teria sido feita em 2009, supostamente no Hotel Ritz, em Paris. Da esquerda para a direita, Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde, atualmente preso no Rio; Joaquim Levy, de barba, atrás, ex-secretário da Fazenda no governo Sérgio Cabral, é atual diretor no Banco Mundial e não tem o nome citado em investigações; Sérgio Dias, ex-secretário de Urbanismo da cidade do Rio de Janeiro (a mulher dele teria recebido dinheiro do grupo de Cabral); Wilson Carlos, secretário direto de Sérgio Cabral, está preso em Curitiba; Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, é delator na Lava-Jato; Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, atualmente preso em Bangu 8; Aloysio Neves, presidente afastado no TCE-RJ, preso no Rio; George Sadala, empresário com negócios junto ao governo Sérgio Cabral; e Fernando Cavendish, agachado, ex-dono da Delta, que foi preso no ano passado e agora responde a processo em liberdade. O ex-governador Garotinho, que divulgou as fotos, chegou a ser preso no ano passado, pagou fiança e responde em liberdade a processo do Tribunal Superior Eleitoral que o acusa de compra de votos por meio de programa assistencial em Campos dos Goytacazes (RJ). Foto: Reprodução  

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Encarando o preconceito: mulher desafia manifestante da extrema-direita e foto viraliza nas redes sociais...




Foto Joe Giddens/Reprodução Twitter

O fotógrafo inglês Joe Giddens postou no Twitter a foto acima, feita em Birmingham, Inglaterra, no sábado, para a PA/Wire.
A atitude calma e desafiadora da jovem imigrante, e legalmente residente no país, ao encarar um manifestante camisa-negra de uma organização de extrema-direita (English Defence League), fez com que a imagem viralizasse nas redes sociais.
Em meio a comentários que elogiavam a atitude de Saffya Khan, como foi identificada, a página do fotógrafo registra intervenções de militantes que acusaram a mulher de ter violado um minuto de silêncio em homenagem a vítimas do terrorismo em Londres e Estocolmo.
A jovem negou, afirmou que estava defendendo outra mulher que viu-se cercada por cerca de 20 manifestantes agressivos.
O fotógrafo confirmou no Twitter que fez a foto alguns minutos depois do fim da homenagem.

No Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, o mês é da Fotografia



"Esportistas na Praça Vermelha", Moscou, 1932.
Foto de Alexander Rodchenko/Revista Camera
(do site do Museu da Imagem e do Som, de São Paulo)

Anualmente, o MIS dedica um espaço na agenda de programação para mostras exclusivamente de fotografias com obras de artistas nacionais e internacionais. Este ano serão apresentadas sete exposições:

Revista Camera – A fotografia dos séculos XIX e XX traz uma seleção de imagens da coleção que Allan Porter foi construindo durante os anos em que esteve à frente da cultuada revista de fotografia Camera (1966-1981).

Farida, um Conto Sírio* apresenta o trabalho inédito do brasileiro Mauricio Lima, que acompanhou durante seis meses o fluxo migratório de refugiados do Oriente Médio à Europa, tornando-se com este ensaio o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Pulitzer (2016).


A mObgraphia Cultura Visual integra a programação do Maio Fotografia no MIS e traz três exposições: Avessos e paradigmas, com obras dos veteranos German Lorca, Maureen Bisilliat, Nair Benedicto e Penna Prearo fotografando pela primeira vez com celular; A arte da observação urbana, do coletivo internacional Hikari Creative, formado por premiados fotógrafos internacionais, com suas produções feitas por smartphones, e a segunda edição do Festival Latino-Americano de Mobgrafias (FLAMOB), que apresenta fotografias premiadas em seis categorias ─ Arte em mobgrafia, Documental, Retrato, Street, Preto e branco e Paisagem. Mais informações em mobgraphia.wixsite.com/flamob2017

O Maio Fotografia ainda traz a mostra Passagens da inocência de Giullia Paulinelli, uma das artistas selecionadas pelo programa Nova Fotografia 2017.

Completa a programação uma curadoria especial feita com o acervo de fotografia do próprio MIS, intitulada Caçador e construtor, que tem entre seus destaques obras de Cristiano Mascaro, Arnaldo Pappalardo, Fernando Natalici e Gal Oppido.

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 
Farida, um Conto Sírio* 16 anos
Todas as outras mostras têm classificação livre

PROGRAMAÇÃO PARALELA
O Maio Fotografia no MIS 2017 traz uma série de eventos paralelos. Todas as atividades são gratuitas e é necessário retirar senha quando realizadas no Auditório MIS e Auditório LABMIS.

3 de maio, quarta
19h30 | Conversa sobre a exposição Revista Camera – A fotografia dos séculos XIX e XX com Wulf Rössler (importante psiquiatra e detentor do acervo de Allan Porter), André Sturm (curador do Maio Fotografia no MIS), Patricia Lira (supervisora do CEMIS ) e Camille Chianca.
Local: Auditório MIS.

6 de maio, sábado
12h – 20h | Lançamento da coleção Foto MIS, série de livros que mostra a riqueza e a diversidade do acervo fotográfico do Museu da Imagem e do Som, produzidos em parceria com a SESI-SP editora. Cada livro aborda os aspectos mais importantes de cada coleção, por meio de uma seleção de fotografias ‒ muitas delas inéditas ‒, além de textos que as contextualizam (alguns deles com caráter histórico, outros literários). Alex Vallauri, Memória Paulistana, Lambe-lambe e Estrada de Ferro Madeira-Mamoré são as coleções abordadas nos quatro primeiros volumes.

14h | Conversa sobre a exposição Avessos e paradigmas com German Lorca, Nair Benedicto, Penna Prearo e Maureen Bisilliat.
Local: Auditório MIS.

FOTO FEIRA CAVALETE
6 e 7 de maio, sábado e domingo
O MIS recebe o evento voltado para amantes da fotografia, reunindo fotógrafos, galerias, editoras, selos independentes, artistas visuais e produtores. O objetivo é oferecer todo e qualquer objeto fotográfico: impressões, publicações, fotolivros, fotozines, livros de artistas, caixas de fotografias, fotos soltas e também roupas e serviços como impressão fine art, conservação de arquivos etc. A Foto Feira Cavalete é organizada pela DOC Galeria | Escritório de Fotografia.

#FLAMOB TALKS
● 12 de maio, sexta
[hora a definir] :: Oficina Cecília São Thiago

[hora a definir] :: Palestra de Iatã Cannabrava

[hora a definir] :: Ver, pensar e decidir: um processo criativo
Os autores Márcio Vasconcelos e Diógenes Moura encontram o público para uma conversa sobre o processo que culminou com o livro e a exposição Visões de um poema sujo.

[hora a definir] :: Projeção Tumobgrafia 125 anos do Porto de Santos

● 13 de maio, sábado
10h :: Leituras de Portfolio

14h :: Tecnologia, comunicação, arte e cultura
Painel com Carlos Piazza, Leo Saldanha, No Mirror Mag

16h :: Superação 2020, o projeto continua
Retrospectiva do projeto Superação 2016 com a presença dos fotógrafos participantes, projeção das imagens e debate.

Cursos de fotografia
Introdução ao Fotojornalismo (20 de abril a 1º de junho); Fotografia de paisagens (2 a 11 de maio);Fotografia de moda (10 de abril a 10 de maio); Ensaios fotográficos (15 a 31 de maio) e Fotografia para câmeras compactas e smartphones (18 a 27 de abril). Em todos os cursos os alunos ganham um ingresso gratuito e participam de uma visita guiada pelo professor à exposição Maio Fotografia no MIS 2017.

Sobre o Maio Fotografia no MIS
Criado em 2012, o projeto Maio Fotografia no MIS, que tem curadoria de André Sturm, dedica cerca de dois meses por ano à fotografia, com todos os espaços do Museu tomados por exposições, seminários e oficinas. Em suas cinco edições figuraram importantes artistas, nacionais e internacionais, como André Kertész, Andy Warhol, Carlos Eber, Chico Albuquerque Claudio Edinger, Gregory Crewdson, Josef Koudelka, Martin Parr, Valdir Cruz, Vivian Maier e Willy Ronnis.

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Semana do Jornalista: maioria dos trabalhadores ficará sem aposentadoria se Reforma da Previdência for aprovada

Em debate no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, falta de diálogo com a sociedade e desprezo pela realidade do povo brasileiro foram alguns dos problemas apontados na proposta do governo


(do site do SJPMRJ)
A proposta do governo Michel Temer para a Reforma da Previdência inviabiliza, na prática, a aposentadoria da maioria dos trabalhadores urbanos e rurais do Brasil, de acordo com a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). Ontem, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), para participar de debate sobre a reforma, dentro da Semana do Jornalista, a parlamentar afirma que a ampliação do tempo de contribuição para 25 anos vai deixar "90% do campo e de 70% a 80% dos trabalhadores urbanos sem direito a aposentadoria", pois o limite médio de contribuições hoje é de 15 anos:
— Mas a coisa mais cruel dessa reforma é eles aumentarem a idade mínima de homens e mulheres como eles aumentaram para 65 anos, igualando homens e mulheres, desconhecendo a realidade das mulher brasileira — ressaltou Jandira, que integra a Comissão Especial sobre a Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.
Pelas regras atuais, a soma da idade e do tempo de contribuição do trabalhador deve ser de 85 (mulheres) e 95 (homens) para obter a aposentadoria, e o tempo mínimo de contribuição é de 15 anos. A proposta de Reforma da Previdência prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres e mais 25 anos de contribuição. A PEC 287 também inclui os trabalhadores rurais nas mesmas regras - hoje eles só precisam comprovar 15 anos de trabalho e 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens).
A jornalista Flávia Oliveira, que integrou a mesa de debates, também criticou o texto proposto pelo governo, apesar de reconhecer a necessidade de ajustes no sistema de Previdência. Isso, porém, deveria ter sido feito com maior transparência e generosidade, segundo ela:
— Não se abrem as planilhas e nem apresentam os dados. É uma questão de crença, como uma religião. Você precisa crer que há realmente um déficit na Previdência. Essa discussão não pode ser feita dessa maneira. É preciso considerar as desigualdades brasileiras e os aspectos macroeconômicos — disse Flávia, que lembrou as condições ainda mais vulneráveis que a reforma deixará a população mais pobre, os negros e as mulheres, se for aprovada e sancionada.
Advogada com extensa militância na área de direitos humanos, Margarida Pressburger questionou uma série de falhas que já existem hoje no sistema previdenciário e que não serão corrigidas pela PEC 287, que está em tramitação no Congresso Nacional. Ela também foi uma das palestrantes convidadas para o evento, que teve ainda a advogada Claudia Duranti, do SJPMRJ, como mediadora.
— Hoje existem pessoas que não tem condições de trabalhar, mas que não conseguem obter a aposentadoria. Essa reforma vai corrigir isso? E aqueles que contribuíram com 20 salários mínimos, se aposentaram com 10 salários por causa do fator previdenciário e hoje não recebem mais do que dois salários mínimos. A reforma vai consertar? Acho que vai é piorar muito mais — opinou Margarida Pressburger.
Enquanto o governo usa exemplos de países desenvolvidos para afirmar a necessidade da Reforma da Previdência, a advogada Suzani Ferraro ressalta que essa visão é distorcida, pois desconsidera fatores econômicos essenciais - como a renda e a qualidade de vida da população - e sonega informações importantes de reformas feitas em outros países, como um tempo maior de transição de regras:
— A Previdência deve sim ser reformada, mas de uma forma mais lenta e com uma discussão mais aberta com a sociedade e não por meio dessas reformas impactantes, cruéis e absurdas. Se pegarmos sistemas estrangeiros, que não podem ser comparados ao nosso por diferenças sobretudo financeiras, as regras são aprovadas com um tempo maior para serem concretizadas. Os EUA aprovaram uma reforma em 2012, mas ela só será efetivada mesmo em 2023. A Alemanha também, aprovou em 2013 e só vai efetivar em 2029. O Brasil quer isso hoje para implementar amanhã, e isso não dá certo — disse ela, que é especialista em direito previdenciário e se empenhou na mobilização por uma emenda substitutiva ao texto enviado pelo governo na PEC 287.
Se a reforma de Temer serviu para algo positivo, foi pela união do movimento sindical, de acordo com Virgínia Berriel, integrante da Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT): "Nós sabemos a importância da unidade do movimento sindical e estamos organizando, enfim, a greve geral. Mas isso não acontece da noite para o dia, pois há uma cultura midiática que dissemina o medo entre os trabalhadores. Ainda assim, temos que construir essa mobilização e estamos fazendo isso junto com todas as centrais mesmo. Vamos parar no dia 28 de abril, pois se não fizermos isso a Reforma da Previdência será aprovada do jeito que eles querem. E isso nós não podemos deixar."

Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

sábado, 8 de abril de 2017

Fotografia - Manchete 65 anos: A Exposição Impossível - 1

O dramático salvamento de um homem no Rio Maracanã, no Rio de Janeiro,
deu ao fotógrafo Antonio Andrade o Prêmio Esso de 1967. 


Também Prêmio Esso, este de 1961, a foto de Sérgio Jorge para Manchete mostrou
uma cena comovente: o desespero de um menino diante do "homem da
carrocinha" que apreendia o seu cachorro. 


O capitão Carlos Lamarca, no centro da foto, dá instrução
de tiro a bancárias. Pouco depois, Lamarca desertou do Exército e entrou na guerrilha
contra a ditadura.  A foto é de Manoel Motta, em 1969.

Já o fotógrafo Jáder Neves captou uma imagem de significado político para a época.
O ditador Costa e Silva sofrera um derrame. Em agosto de 1969, correu um boato de que
 o militar havia morrido e o regime enfrentava uma crise de disputa de poder. Em tempo de censura, a foto da Manchete, feita com uma teleobjetiva através de uma janela do Palácio das Laranjeiras, mostrou o militar muito doente, com sequelas do AVC, ao lado da mulher Iolanda. Costa e Silva morreu em dezembro daquele ano.


Em  março de 1964, no Rio, A Marcha da Família pede intervenção militar no Brasil. 

Quatro anos depois, também em março, uma multidão conduz o corpo
do estudante Edson Luís, assassinado por agentes da ditadura, no Rio.

Com os militares ainda no poder, o povo vai às ruas exigir Diretas-Já
em comício na Av. Presidente Vargas, no Rio. 


Em abril de 1964, João Goulart, derrubado pelo golpe militar,
deixa o Brasil rumo ao exílio. Manchete fotografou a cena com exclusividade. 

JK na Belém-Brasília em obras, 1959.
Foto de Armando Rozário


Riscos do fotojornalismo em 1968. De armas na mão, policiais investem contra fotógrafos diante da
embaixada americana no Rio. Os profissionais documentavam
a agressão a duas estudantes que pouco antes haviam sido feridas á bala naquele local.


Antiga sede da Bloch Editores, Rio de Janeiro.
Foto Gil Pinheiro
Manchete chegou às bancas no dia 23 de abril de 1952. Como parte de uma série de Memórias e Fotomemórias da Redação, este blog tem registrado momentos marcantes da trajetória da extinta revista, que estaria completando 65 anos.

Neste post, uma Exposição Impossível de fotos do acervo da Manchete, atualmente sumido e em condições de preservação desconhecidas.

Infelizmente, nem todas as imagens aqui reproduzidas foram originalmente publicadas na Manchete ou na Fatos& Fotos com o devido crédito. Mas aqui estão, nesta sala digital, como uma homenagem às centenas de fotógrafos que construíram uma valiosa história do  Fotojornalismo brasileiro.

Bordel bom de bola

O clube francês Pollestres aceitou como patrocinador do seu time de futebol feminino o Paradise, um night club que seria, na verdade, "o maior bordel da Europa".

Antes mesmo de as jogadoras vestirem a camisa que garantirá a sobrevivência da equipe, a polêmica já havia explodido nas redes sociais. A favor e contra.

Mas o presidente do Pollestres garantiu que ninguém está preocupado com a hipocrisia de quem não paga as contas do time. "As meninas não tiveram nenhum problema em vestir as camisas. Eles deram boas risadas", disse ele aos jornais europeus.


Em todo caso, melhor um bordel anunciante do que uma marca de carro que frauda dispositivo antipoluição - escândalo da VW que abalou a Europa, e uma revendedora da fabricante alemã era antes a patrocinadora do tima - , ou, digamos, uma griffe de carne e presunto de papelão.