sexta-feira, 24 de julho de 2015

Redentor antenado... com wi-fi de graça

Foto Shana Reis
O Cristo Redentor vai ganhar wi-fi. O ponto turístico mais visitado do Rio - recebe mais de três milhões de visitantes por ano - oferecerá internet sem fio gratuita. Quem apoia o sistema que vai conectar os turistas é a Hyundai Motor Brasil. Significa que os turistas vão poder postar imediatamente, direto do Corcovado, fotos de um dos mais belos visuais do mundo. Veja nas imagens dos profissionais cariocas Shana Reis e Fernando Maia.

Foto de Shana Reis
Foto de Fernando Maia

Foto de Fernando Maia


Nova Friburgo: visite a Fevest 2015 (de 02 a 04 de agosto)


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Há 50 anos, a Grécia foi injustiçada por uma "lady". E nesse caso Angela Merkel não teve culpa

Há 50 anos, a Grécia era pobre mas limpinha, como se diz. A dama do chucrute Angela Merkel ainda não havia quebrado o orgulho do país. Mesmo assim, a terra de Sócrates, não o jogador, levou uma goleada imposta por capitalistas. O vilão daquela época não foi o FMI. Coube a Hollywood derrotar Atenas. Lançado em fins de 1964, "Zorba, o Grego" estava indicado para sete Oscars, em 1965, nas categorias principais. Mas a academia deve ter considerado pobre aquele filme em cenário idem e com personagens nada glamourosos segundo a ótica da capital do cinema, ainda mais em um ano em que a indústria havia investido milhões de dólares em uma luxuosa superprodução. Zorba foi massacrado por "My Fair Lady", que ficou com os Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor (George Cukor), Melhor Ator (Rex Harrison), Melhor Fotografia Colorida, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte Colorida, Melhor Edição de Som e Melhor Trilha Sonora.
Se Anthony Quinn não foi vencedor, apesar de uma atuação antológica, Irene Pappas também não foi lembrada. A Melhor Atriz foi Julie Andrews, pelo filme "Mary Poppins", que derrotou Audrey Hepburn indicada por "My Fair Lady". Para não sair de mãos vazias, "Zorba" foi premiado por Melhor Atriz Coadjuvante (Lila Kedrova), Melhor Fotografia em Preto e Melhor Direção de Arte Preto e Branco. A canção-tema de "Zorba", assinada pelo compositor grego Mikis Theodorakis e igualmente ignorada pelo Oscar, virou sucesso nas paradas mundiais. Talvez você seja capaz de cantarolar a música que pontuou a dança típica syrtaki na famosa sequência de Anthony Quinn e Alan Bates, mas dificilmente lembrará a canção vencedora em 1965, que foi "Mary Poppins".
Há 50 anos, como hoje, o orgulho grego foi quebrado por ladies ocidentais. Apesar disso, "Zorba", um grego nada sofisticado, uma espécie de irresistível "malandro" helênico, entrou para a história do cinema. Reveja a cena da syrtaki, clique AQUI.


É a crise? Revistas tentam "falar" com um tipo de leitora que antes não ganhava dos editores nem beijinho no ombro...


por Clara S. Britto
As revistas brasileiras ainda resistem à diversidade, digamos, estética. São raríssimas as capas que escapam ao que os produtores consideram padrão europeu ou novaiorquino de beleza. Quase sempre simbolizado pela a magreza asséptica de modelos brancas, curvas perfeitas photoshopadas ou não, dentes de porcelanato, cabelos impecáveis. Lá fora, depois de colocar modelos plus size em capas - no início como "novidade e "ousadia" - alguns títulos tradicionais começam a mostrar mulheres "fora do padrão" não como "exotismo" mas com a intenção de alcançar um vasto grupo de leitoras que não se sentia representado pelas publicações. Na capa da edição de agosto da revista de boa forma Women's Running está Erica Jean Schenk, que dá dicas de corridas para iniciantes. Simples: uma pessoa normal falando para pessoas normais.
Com a crise de identidade e o impasse digital no horizonte, as revistas descem do pedestal e tentam "conversar" com leitoras e consumidoras a quem antes, nos tempos de vacas gordas, sem trocadilho, desprezavam. É... não está fácil pra ninguém.

terça-feira, 21 de julho de 2015

A estrela do David


Por ROBERTO MUGGIATI

Outro da Bloch que se foi, David Klajmic. Certa vez o David me deu um presente. Sou eternamente grato. Foi um relógio de pulso Mondaine. Aproximou-se da grande mesa do editor, por trás da qual eu me protegia – dez metros por dez metros, em ângulo reto – e me entregou o estojo dizendo: “Com os agradecimentos do Egon.” Egon era o pai do Michel Frank, envolvido até a medula na morte de Cláudia Lessin Rodrigues. O dono dos relógios Mondaine agradecia porque tínhamos em mão um dossiê completo do caso e não o publicamos. Os agradecimentos – e um milhão de relógios – deveriam ser endereçados ao Oscar Bloch Sigelmann, que proibiu a redação da Manchete de publicar a matéria.
Na quarta-feira, 7 de setembro de 1977, as bancas estariam fechadas. Tínhamos de antecipar o lançamento da revista para terça. O fechamento da edição foi marcado para um ensolarado domingo, 4 de setembro. Desci cedo da Serra no meu fusca com meu sobrinho Sérgio, que tinha acabado seu casamento com a australiana Jane. Encerrava-se toda uma temporada de fins de semana no Sítio do Sossego, em Nogueira. Meu casamento também começava a terminar. Um fechamento de Manchete num domingo era um verdadeiro terror. Cheguei ao prédio do Russell às dez da manhã e arregacei as mangas. Os patrões já estavam lá, excitadíssimos – o Adolpho, o Oscar e o Jaquito, que Adolpho denominava “a Troika”, em alusão ao trio que reinava na União Soviética. De camisa esporte nestes dias festivos, adrenalina a mil, eles adoravam brincar de jornalista e interferir ostensivamente no nosso trabalho. A grande história do momento era a morte de Claudia Lessin Rodrigues, cujo corpo fora encontrado nas rochas da Avenida Niemeyer numa segunda-feira no final de julho. Uma dupla da revista – o repórter Tarlis Baptista e o fotógrafo Adir Mera – voltava de um trabalho na Barra e parou ao ver a movimentação policial. O Mera fotografou toda a operação de resgate do corpo – a lembrança daquelas fotos em preto e branco da nudez juvenil de Cláudia Lessin me persegue até hoje. Tarlis prosseguiu, com seu instinto de cão farejador, atrás de todas as pistas possíveis.  Tamanha persistência foi premiada. Às dez horas da noite daquele domingo ele voltou exultante de um encontro que tivera numa churrascaria do Meier com o detetive Jamil Warwar. Trazia em mãos o dossiê completo do caso, ouro puro.
Oscar Bloch Sigelmann pegou o telefone da minha mesa e ligou para Egon Frank, pai de Michel. “Olá, Egon, temos aqui a versão completa do dossiê policial, mas não vamos publicar, de jeito nenhum. Você pode contar conosco.” Os anúncios da Mondaine eram importantes na receita da Bloch. Jornalismo é isso aí. A Manchete nada publicou e outra cópia do Dossiê Warwar foi entregue de bandeja ao repórter da Veja Valério Meinel, que ganhou o Prêmio Esso de Reportagem daquele ano com a matéria de capa.
Oscar me odiava cordialmente. “Muggiati, quando o Adolpho morrer, o primeiro que eu vou demitir é você.” Bipolar, às vezes me beijava e dizia: “Você é o maior editor da Manchete de todos os tempos!” Ironia da sorte, embora mais jovem do que seu tio Adolpho, morreu antes e só demitiu a si mesmo. David Klajmic tinha autoridade moral sobre o Oscar. Quando o Célio Lyra sofreu uma estafa, David intercedeu para que ele tivesse o melhor tratamento no Samaritano. As contas do hospital VIP assustaram os Bloch. David aproveitou o susto para convencer os patrões a fazerem uma permuta com a Golden Cross e garantiu assim, por alguns anos, um plano de saúde para os funcionários. A última vez que vi David foi no enterro do Célio Lyra, no São João Batista, no canto mais distante do cemitério, quase perto do Rio Sul. Tudo com o Célio era complicado, até a morte: o caixão não cabia na vaga junto à parede e teria de ser serrado. Saí antes do fim. Encontrei o David sentado num banco no portão de entrada do cemitério. Não acompanhara o enterro até aquelas lonjuras. Parecia cansado, tomado por aquele cansaço mortal que abateu muitos de nós depois que o Império Bloch se desmantelou.
Neste próximo 1º de agosto a falência da Bloch Editores completa quinze anos. Quinze anos de solidão, sofrimento, doença, morte e agruras.
Meu caro David Klajmic, muito obrigado pelo reloginho Mondaine, que, como todo relógio popular, se esfacelou em poucos meses. Obrigado, mais do que tudo, pela lição de jornalismo – e de vida.

  

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Revelação: os mapas secretos da Guerra Fria... A tecnologia não era avançada mas mesmo assim os soviéticos mapearam cidades americanas com impressionante riqueza de detalhes



O mapa soviético, o da esquerda, mostra uma região de Chicago, em 1982, e é muito mais detalhado do que o mapa americano, da mesma região, feito em 1984. Reprodução

Instalações navais em San Diego foram mapeadas pelos soviéticos com muito mais informações do que o mapa equivalente dos próprios americanos. Reprodução

Nova York, parte de Manhattan, ruas, prédios, pontes, tráfego no rio Hudson, porto etc. Reprodução
Com a queda da União Soviética, em 1989, militares que desmontavam instalações estratégicas, algumas situadas na Europa Oriental, evitaram que caixas de mapas fossem para o lixo e acabaram encontrando interessados para o que cartógrafos consideram hoje um inestimável tesouro da Guerra Fria. São centenas de mapas feitos por cartógrafos soviéticos com base em informações de espiões. Em um época em que a tecnologia não era avançada, os mapas soviéticos surpreendem pela riqueza de detalhes e pormenores que não estão nos mapa dos próprios países cartografados. Largura exata de estradas, resistência de pontes e informações sobre o material de que são construídas, edifícios, pier e prédios de instalações navais. Informações que não seriam possíveis obter sem a ajuda de espiões que pesquisaram em terra cada região. Os mapas são tão precisos que até hoje são usados pelo Departamento de Estado Americano.
Pentágono e arredores, em Washington DC. Reprodução

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domingo, 19 de julho de 2015

Recorde: Revista Sports Illustrated faz 25 capas de uma mesma edição para celebrar a conquista da Copa do Mundo pela seleção feminina americana. Veja algumas capas...





The Sun revela: filme de 1933 mostra a família real britânica fazendo a saudação nazista.

A família real britânica subiu nas nobres tamancas. É que o The Sun publicou uma matéria e divulgou um filme no seu website que mostra a Rainha Elizabeth 2ª, ainda criança, fazendo a saudação nazista. As imagens foram captadas em 1933. O Palácio de Buckingham criticou a decisão do jornal de revelar um filme privado. Mas não é novidade a inclinação nazista de parte da realeza no período que antecedeu a 2ª Guerra. Era grande na Inglaterra o medo do comunismo e muitos viam no nacional-socialismo e no fortalecimento a Alemanha um reforço na estratégia de impedir o avanço vermelho na Europa Ocidental. Churchill inclusive. Historiadores afirmam que com um pouco mais de habilidade e se controlasse o ressentimento em função da 1° Guerra, Hitler teria ganho muito aliados no país e talvez até um apoio que retardaria ou impediria a entrada do país no conflito. Tanto que o Alto Comando nazista considerou precipitado o bombardeio de Londres, considerado um erro de Hitler. No filme, a pequena Elizabeth obviamente não tem ideia do que está fazendo. Mas o tio, que viria a ser coroado Edward 3°, sabia muito bem. Parecia um bucólico e inocente fim de semana em Balmoral, Escócia, até que a família faz alegremente a saudação nazista. Edward, notório simpatizante de Hitler, chegou a se reunir com o fuhrer em 1937, depois que abdicou do trono para se casar com a americana Walis Simpson.
The Sun respondeu às críticas do Palácio de Buckingham e justificou jornalisticamente a publicação do material. "Essas imagens ficaram escondidas por 82 anos. Publicá-las é fornecer uma visão histórica fascinantes sobre uma década sombria e tumultuada, de preconceitos e ideias distorcidas".

VEJA O VÍDEO DIVULGADO PELO THE SUN E QUE MOSTRA A FAMÍLIA REAL PRATICANDO O "HEIL HITLER". CLIQUE AQUI



Jules Bianchi: ninguém foi punido pela tragédia de erros que causou a morte do piloto francês no GP do Japão


O morte de Jules Bianchi, aos 25 anos, permanece impune. Erros grosseiros no GP de Japão, em outubro do ano passado, causaram a tragédia. Ao deixar parado na área de escape um pesado guindaste, sem que o carro de segurança entrasse na pista - apenas a bandeira amarela foi acionada - a organização da corrida decretou o acidente fatal. Além disso, Suzuki, autódromo antigo, tem área de escape reduzidas. A prova havia sido interrompida por causa da chuva e, na nova largada, a luz natural começava a cair. Havia, naquele dia, previsão de fortes chuvas. Os organizadores até cogitaram em antecipar o horário da prova ou transferi-la para o dia seguinte. Mas e os compromissos com a TV? E os prejuízos e transtornos que tal adiamento provocaria? A sucessão de erros resultou no acidente. A F1 investiu muito em segurança nos últimos anos, tanto que o último acidente fatal de corrida na categoria foi o de Ayrton Senna. Apesar do avanço das tecnologias de proteção, o automobilismo não está imune à estupidez paga com a vida do piloto francês. A prova da incompetência deu-se no Japão. Naquele dia, a ganância e a arrogância venceram o bom senso. A FIA produziu um simples relatório e parou aí. Agora, imagine se tanta incompetência fosse demonstrada em Interlagos... A turma do complexo vira-lata estaria comemorando como "coisa de Brasil", esse país onde nada funciona...


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Ghiggia: o jogador que transformou Carlos Heitor Cony em ateu...

por José Esmeraldo Gonçalves

"Apenas três pessoas, com um único gesto, calaram o Maracanã com 200 mil pessoas; Frank Sinatra, o Papa João Paulo 2° e eu. Acredito que poucas pessoas o farão neste século". 

A frase de Ghiggia é tão certeira quanto seu chute contra as traves de Barbosa, aos 34 minutos do segundo tempo, no dia 16 de julho de 1950. Sessenta e cinco anos, ontem.
Por uma dessas inexplicáveis coincidências, Alfredo Ghiggia morreu no data em que deixou sua marca no Maracanã, quando o Brasil perdeu do Uruguai por 2x1. Aos 88 anos, último jogador vivo entre os participantes do jogo que deu a Copa ao seu país, o autor do gol da vitória uruguaia sofreu um ataque cardíaco, em casa, enquanto assistia a uma reprise do jogo Internacional x Tigres pela Libertadores das Américas.
O escritor e jornalista João Máximo, que foi chefe-de-redação da Fatos & Fotos, já disse que aquele gol de Ghiggia pode ter sido recebido em silêncio por todos no estádio mas estava destinado a ecoar para sempre. "Nunca na história do futebol mundial, um único lance acarretou tantas discussões, tantas análises, tantas evocações, talvez porque nenhum, como este, tenha transcendido sua simples condição de fato esportivo para alçar-se às dimensões do drama e mitologia, para converter-se em um momento histórico na vida de uma nação". Já Carlos Heitor Cony, escritor e jornalista, também ex-combatente da velha Manchete, foi bíblico ao relembrar o gol do uruguaio: "Deixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã". E Cony dá as razões para sua "consagração" em ateu : "Duzentas mil pessoas viram quando Ghiggia fez o gol. Foi um lance claríssimo, sem qualquer confusão que pudesse suscitar dúvidas. Pois bem, depois do jogo não encontrei uma só pessoa que descrevesse aquele lance da mesma maneira. Então, como acreditar na versão de meia dúzia de apóstolos, os poucos que viram Cristo ressuscitar, meio na penumbra, num local ermo e obscuro?"
Paulo Perdigão, um entre tantos jornalistas e escritores que transitaram pelas redações da Manchete nas ruas Frei Caneca e Russell, escreveu o livro "Anatomia de uma derrota" (L&PM), sobre o fatídico 16 de julho de 1950. Mas não se trata de um livro qualquer. Perdigão, um dos 200 mil torcedores que testemunharam a tragédia, era obstinado pelo tema. Em 1975, ele publicou na revista EleEla um conto no qual volta ao passado, coloca-se atrás do gol de Barbosa e tenta alertá-lo para o que sabia que ia acontecer: a investida fatal de Ghiggia. Um segundo antes de o uruguaio desfechar seu chute, Perdigão, o viajante do tempo, grita Parem tudo!. "Nos olhos de Barbosa" - escreveu em "Anatomia de uma derrota" - "vislumbrei por uma fração de segundos uma resposta acolhedora. Pelo menos ele entendeu o apelo. Exatamente. O grito atingiu-o como um raio". (...) "Meu grito distraíra a atenção de Barbosa, num ínfimo instante. O suficiente para que Ghiggia tomasse partido do pequeno ângulo entre o goleiro e a trave esquerda e desferisse o tiro fatal". 
Perdigão encerra o conto com uma dramática confissão: 
"Pois na dolorosa viagem ao fundo da minha neurose, descobri porque no dia 16 de julho de 1950 comecei a morrer em vida. E aqui tenho essa verdade a carregar para o resto dos meus dias. O Uruguai não derrotou o Brasil!. Eu, somente eu, fui o responsável pelo gol de Ghiggia". 
Pesquisador determinado, Perdigão trabalhava em uma monografia sobre o PRK-30, o famoso programa da Rádio Nacional, quando ao revirar os arquivos da emissora encontrou quatro discos de 78 rotações contendo a narração completa de Brasil 1x2 Uruguai. Percebeu que relato era tão esclarecedor, em meio às infinitas e variadas versões do jogo e do gol, como cita Cony, que decidiu transcrevê-lo no livro, na íntegra, A narração do jogo mostra que o gol de Ghiggia não foi assim tão imprevisível.
No primeiro tempo, o Uruguai perdeu gols feitos, colocou bola na trave. Ghiggia, por várias vezes, desceu ameaçador pela direita. O tom de voz do locutor. assustado, e a reação da torcida, temorosa, mostravam que a Celeste não estava no Maracanã a passeio.
O gol de Friaça, a 1min e 21s do segundo tempo (acima, reprodução do livro "Anatomia de uma derrota"), trouxe otimismo ao estádio e reacendeu o clima de "já ganhou" que antecedeu a final da Copa..
Mas o gol de Schiaffino, aos 20min e 13s, aliás com a participação de Ghiggia, devolveu a tensão ao jogo. Pela primeira vez naquela tarde, o Maracanã "ouviu o silêncio", mas caberia a Ghiggia, 14 minutos depois, calar definitivamente o estádio.
Elegante, o "carrasco" uruguaio sempre mostrou respeito pelo goleiro Barbosa, a quem defendeu em inúmeras entrevistas ao longo da vida. Ghiggia explicava que durante a partida recebera muitas bolas pela direita e levantara cruzamentos sobre a área. Ele tinha certeza de que o goleiro brasileiro esperava que ele repetisse a jogada e por isso se deslocou ligeiramente para cortar uma possível bola centrada. Ao perceber tarde demais que o chute viria no canto esquerdo, Barbosa pula, toca a bola, mas não consegue desviá-la.
E foi assim que o gol à direita das cabines de rádio entrou para a história para não sair mais. Virou o "gol de Ghiggia", o Ghiggia que transformou Carlos Heitor Cony em ateu.
Alguma lição ou dever de casa, o dia traumático deixou. Ao sair do Maracanã naquele 16 de julho, nenhum torcedor imaginaria que nas duas décadas seguintes o Brasil ganharia três Copas. Talvez por isso o tempo tenha concedido uma aura épica à derrota de 50. que seduziu ou assombrou gerações que nem eram nascidas na época. Virou lenda, como as grandes derrotas.
 Nada a ver com um certo e patético 7x1, do Mineirão, que o Maracanã foi poupado de receber. Aquele foi apenas o dia em que a farsa se eternizou como farsa.
Velório de Ghiggia no Salão dos Passos Perdidos, Palácio Legislativo, em Montevidéu: honras para um herói do Uruguai. Foto: Presidência do Uruguai

Gol vai equipar aviões com wi-fi aberto durante o vôo. Mas os "web dependentes" vão ter que segurar a ansiedade: o sistema só entrará em operação no primeiro semestre de 2016


por Clara S. Britto
Ao lançar sua nova identidade visual - o novo logo foi desenvolvido pela AlmapBBDO - a Gol avisa que o redesenho da marca é "uma das menores mudanças". De fato, a outra notícia é que a companhia está desenvolvendo sistema que permitirá a conectividade e entretenimento a bordo. A Gol será a primeira aérea da América Latina a oferecer acesso wi-fi à internet, via satélite, durante os voos. A nova plataforma permitirá também acesso de celulares, tablets e notebooks aos canais de televisão ao vivo, programação de filme streaming, games e pay-per-view.
Mas os viciados em internet, os "web dependentes" terão que segurar a ansiedade: o primeiro jato equipado com wi-fi vai voar só no primeiro semestre de 2016. E a frota de 100 aviões da Gol só estará 100% conectada em até três anos, talvez um pouco menos, segundo a empresa.


UNESCO denuncia assassinatos de jornalistas em Honduras

por Flávio Sépia
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura denuncia, através da diretora Irina Bokova, o assassinato de mais três jornalistas em Honduras. A prática se tornou uma marca no país desde que um "golpe institucional", nos moldes de "aparência legal' (em cumprimento a um mandato emitido pelo Poder Judiciário) como esse que está em gestação no Brasil, derrubou o governo eleito de Manuel Zelaya, em 2009. Parte expressiva da mídia brasileira, pra variar, exaltou a derrubada do presidente eleito - mesma postura adotada no golpe que derrubou Fernando Lugo, do Paraguai, vítima de manobra jurídica, o novo modelo conspiratório -  e defendeu que a queda se deu dentro da lei, embora a Assembléia Geral da ONU tenha emitido uma resolução definindo o afastamento de Zelaya como um golpe. O governo brasileiro foi criticado em editoriais por não reconhecer o governo ilegítimo de Honduras. Em seis anos, cerca de 50 jornalistas foram mortos. Segundo o Relatório Mundial 2015 do Human Rights Watch “os jornalistas e os ativistas campesinos são particularmente vulneráveis à violência, mas o governo no geral não julga os responsáveis nem oferece proteção a quem se encontra em risco".

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Deputados do PSOL fazem manifestação contra Eduardo Cunha.

Foto José Cruz. Ag Brasil

por Flávio Sépia
Com o desgaste de Dilma Rousseff, vários partidos, a mídia, e outros setores  mega conservadores e derrotados nas últimas eleições viram em Eduardo Cunha um salvador da pátria, o "messias" da direita, o cara que derrota Dilma. Chegou até a ser saudado e reverenciado por revistas, colunistas e jornais que costumavam detoná-lo. Os tucanos fecharam tanto com o deputado-trator que até ajudaram a aprovar projetos que vão contra a suposta filosofia dos partido. Talvez seja a teoria do quanto pior melhor para os que pregam o golpe. O fato é que "pariram o Mateus" e não vai ser fácil embalá-lo. Vale lembrar que o homem, pelo cargo de presidente da Câmara dos Deputados, está bem postado para assumir o Planalto em caso de um golpe que defenestre Dilma (entre outras ameaças, dizem os conspiradores que se Dilma cair por "irregularidades" na campanha - como prega uma das ofensivas golpistas - vai levar junto o vice Michel Temer.

Abertura de vaga de assessor de comunicação no escritório da ONU no Rio de Janeiro

O escritório da ONU, no Rio de Janeiro, está com a vaga de assessor de comunicação aberta.
Além de possuir um diploma em comunicação social ou alguma área correlata e falar fluentemente inglês, os candidatos devem ter preferencialmente experiência internacional e nas Nações Unidas, em assessoria de imprensa, organização de eventos e construção de parceiras. Os interessados em participar do processo de seleção, que acontece até o dia 14 de agosto, encontrarão todos os detalhes da vaga e os formulários que devem ser preenchidos no link http://goo.gl/MXohH6

Fonte: Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio)
www.unicrio.org.br

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Deu no Portal Imprensa: jornalista demitido se despede com um sugestivo "Chupa, Folha". E o jornalão entuba...

Reproduzido do Portal Imprensa
No seu último trabalho, já sabendo que o passaralho o atingira, o repórter Pedro Ivo Tomé mandou um recado ao jornal. "Chupa, Folha", foi o seu resumido desabafo. Com criatividade, ele aproveitou o obituário de uma assistente social e cravou no começo de cada parágrafo, ao estilo acróstico, as letras que formam sua sugestão de mandar a Folha praticar sexo oral institucional. O fato não é inédito. No antigo Diário de Notícias ficou famosa a página onde o responsável pela composição a chumbo nas antigas linotipos inseriu sua revolta contra o baixo salário. Em outro jornal carioca, logo após a computadorização da redação, uma repórter demitida conseguiu, antes de pegar sua bolsa e ir pra casa, mandar uma mensagem interna aos donos e chefes passando toda sua indignação com o que considerou uma tremenda injustiça, denunciando procedimentos pouco éticos e, no fim, mandando os referidos para a puta que os pariu. A partir desse protesto cibernético, o jornal passou a, antes de demitir, cassar a senha dos jornalistas no sistema. Com isso, quem chegava à redação e, por algum motivo técnico, demorava a se conectar à rede, já imaginava que o passaralho tinha acertado sua cabeça. Mas quando a demissão era um fato, o demitido não tinha mais a chance de mandar seu "manifesto-desabafo" on line. 

"Tolices": a "análise" de Milton Neves sobre Pan 2015...

por Flávio Sépia
Certos cronistas esportivos brasileiros podem acabar perdendo o emprego por não ter o que comentar. No caso do futebol, muitos detonam todos os campeonatos, com exceção, talvez, da Libertadores e do Brasileirão. O resto, por eles, não deveria existir. Copa do Brasil só atrapalha, dizem (há quem defenda só a fase final), campeonatos regionais eles abominam, Sul-Americana idem. Recentemente, um deles escreveu que a Copa América "vale nada". Outro dia, um outro minimizou a importância das copas sub-20, sub-17 etc. Para eles, só servem para atrapalhar os clubes que têm seus jovens talentos convocados. A medalha de ouro do futebol em Olimpíada, aquela que o Brasil jamais ganhou, também não tem importância, garantem. A rapaziada anda com problemas, pessimista, de mau humor ou deprê, remédio errado, sei lá. Não estou falando do nível dos jogos de futebol, que anda baixo mesmo, mas da percepção de que são desprezíveis os torneios que mantêm clubes e seleções em atividade. A Europa deve estar errada ao dar importância ao sub-20, por exemplo, a ponto de promover um Eurocopa da categoria, cujas eliminatórias estão sendo jogadas agora. Por ter o descrédito como tese, tais cronistas se surpreendem às vezes com o apoio da torcida, que gosta de ver bola rolando, a torneios como a Copa Nordeste que lotou estádios no ano passado ou mesmo em jogos mais concorridos dos campeonatos que abominam.
O mais recente discurso a desvalorizar um evento esportivo é do jornalista Milton Neves. Ele afirmou que as medalhas de ouro dos Jogos Pan-Americanos são "ouro de tolo". Há uma certa arrogância, no mínimo, em julgamento tão apressado e débil. Para ele, presume-se, o "tolo" Pan deveria acabar e restaria apenas a Olimpíada. Não sei a opinião do sujeito sobre campeonatos sul-americanos de natação, judô, atletismo, mas deve ser ainda mais negativa.
Sem falar no desrespeito aos atletas que treinam durante meses para participar do evento apenas, segundo tal raciocínio, por inacreditável "tolice". Milton Neves não sabe mas o Pan é importantíssimo para os atletas olímpicos brasileiros. Pode perguntar a qualquer treinador. Valem a vivência e a experiência reais em uma competição internacional, especialmente para os atletas que vão participar pela primeira vez de uma Olimpíada.
Abaixo, em destaque, algumas frases lapidares de Milton Neves e os comentários deste escriba.

"Em Jogos Pan-Americanos, medalha de ouro é ouro de tolo"
- Tola é frase. Competição com regras olímpicas, o Pan historicamente faz parte da preparação dos atletas para Olimpíadas. Basta perguntar a qualquer treinador.

"Cada medalha de ouro no Pan representa 10º, 11º ou 12º lugar em Jogos Olímpicos"
- Não sempre é verdade. A natação registrou ontem pelo menos um tempo que seria o 6° nos Jogos de Londres. Há outros exemplos em edições dos Pan. Sem falar, no ouro do Arthur Zanetti e nas vitórias do judô.

"O apoio no Brasil é dado apenas para três modalidades: futebol masculino, futebol masculino e futebol masculino!"
- Não é uma verdade absoluta. Banco do Brasil, Correio, Caixa, Petrobras e Eletrobras patrocinam há anos esportes olímpicos. Vôlei, ginástica, atletismo, natação estão aí para confirmar. Falta, nisso o cronistas tem razão, mais apoio privado, especialmente aos atletas que estão se formando. Normalmente, as marcas privadas querem se associar apenas aos atletas consagrados.

"Mas, insisto, vencer Jogos Pan-Americanos é como um clube de futebol conquistar um campeonato regional".
- O comentário acima já é menos ofensivo aos atletas. O nome diz que o Pan é regional, de um continente. Grandes potências olímpicas, como China, Rússia, Inglaterra, Austrália, por óbvio, não estão em Toronto. Os Estados Unidos não comparecem como o peso dos seus atletas. Mas levam ao Pan muitos jovens talentos que estão na disputa por índices para as próximas Olimpíadas. Bom ressaltar, contudo, que nem sempre americanos aparecem com força total mesmo nos mundiais das categorias. Seus atletas se dedicam muito aos meetings patrocinados e aos campeonatos universitários e profissionais internos.

"Enquanto a Olimpíada seria uma Liga dos Campeões"
- Este é um raciocínio digamos simplório de alguns cronistas em relação a certo torneios que consideram "menores". Então o futebol deveria ter apenas a Liga dos Campeões? Qualquer coisa menos do que isso é "ouro de tolo?"
Resumindo: o Comitê Olímpico do Brasil deveria mandar imprimir a "análise" de Milton Neves e mandar colar nos vestiários das competições. Tenho certeza de que os atletas, os "tolos", transformariam indignação em motivação para responder nas quadras, piscinas, campos, tatames e pistas ao comentário infeliz e equivalente, mais ou menos, a um torcedor achar que comentaristas que não estão na Globo, a campeã de audiência, são "regionais" e devem merecer apenas o "ouro de tolo" da mídia esportiva. Quando qualquer um sabe que há excelentes cronistas fora da Vênus Platinada...




terça-feira, 14 de julho de 2015

Cada carro, uma história... e a Casa da Dinda na máquina do tempo...

No jornal Correio Braziliense, a Ferrari apreendida na Casa da Dinda. 

O mesmo jornal fotografou em 2005, abandonado, o famoso Fiat Elba que tornou-se o pivô definitivo da queda de Collor. 
Parte da história política do Brasil anda sobre rodas. O Correio Braziliense publica hoje a foto de um dos carros de luxo apreendido na Casa da Dinda. É uma Ferrari pertencente a Collor de Mello. A Polícia Federal apreendeu esse e outros bens do ex-presidente em operação ligada a investigações que correm no STF, instância que concentra inquéritos da Lava-Jato em que são citados nomes de  políticos com mandato. A Casa da Dinda volta, assim, ao noticiário, mais de duas décadas depois da queda de Collor. Na época, o carro-vedete era bem menos sofisticado. Era um trivial Fiat Elba que tornou insustentável a posição do ex-presidente ao ficar provado que o veículo havia sido comprado com cheques de uma conta de um dos correntistas-fantasma do nada trivial PC Farias. O mesmo Correio Braziliense fotografou o Fiat Elba, em 2005, abandonado na garagem de uma casa, em Brasília. O carro, segundo o jornal, ainda tinha documentação em nome de Collor e estava "sob cuidados" de uma ex-funcionária da Casa da Dinda. O tempo passou, o tempo voou e a frota do ex-presidente subiu de nível. Além da Ferrari, foram apreendidos um Porsche e uma Lamborghini.

Troque o pesadelo político pela Arte e dê uma chance à sua inteligência. Essas duas exposições vão fazer você esquecer por algumas horas as figuras surreais e medíocres de Dilma, Aécio, Cunha, Serra, Renan, Bolsonaro, Aloísio Nunes, Malafaia e outros menos pintados



EM SÃO PAULO, "ARTE DA FRANÇA: DE DELACROIX A CÉZANNE"

Exposição em São Paulo: de Edouard Manet, "Banhistas no Sena". Foto Acervo Masp.

De Toulouse-Lautrec, "A bailarina". Foto Acervo Masp

"O grande pinheiro", de Cézanne. Foto Acervo Masp

De Van Gogh, "O filho do carteiro". Foto Acervo MASP

A chamada "Escola de Paris", que reuniu artistas franceses e estrangeiros entre os séculos 18 e 20, está no MASP (Museu de Arte de São Paulo). A exposição "Arte da França, de Delacroix a Cézanne", a ser aberta no dia 17 de julho, ficará em cartaz até 25 de outubro e tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp, Eugênia Gorini Esmeraldo, coordenadora de Intercâmbio, e Fernando Oliva, curador assistente. A mostra engloba quase 200 anos da produção artística de 24 pintores do período, desde neoclássicos como Jean-Auguste-Dominique Ingres a românticos, como Eugène Delacroix, o Impressionismo de Claude Monet e Edgar Degas, o Pós-Impressionismo, de Paul Cézanne, Vincent Van Gogh e Gauguin e o Cubismo, de Pablo Picasso. Há ainda obras de Edouard Manet, Modigliani, Renoir, Toulouse-Lautrec e Cézanne.


NO RIO, "PICASSO E A MODERNIDADE ESPANHOLA"
"O pintor e a modelo', de Picasso, no CCBB, Rio. Foto Divulgação
"Mulher Sentada apoiada sobre os cotovelos", de Picasso. Foto Divulgação
A mostra ‘Picasso e a Modernidade Espanhola’, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, que reúne 90 peças do pintor, é um demonstração de como sua obra vai além do Cubismo, com importantes incursões no Clássico e no Surrealismo. Segundo o curador Eugenio Carmona, as obras pertencem à coleção do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, e estão organizadas em módulos temáticos: os desenhos, a obsessão pela figura feminina, a habilidade na criação de figuras geométricas, a associação à figura do Minotauro, e os esboços e pinturas que serviram de preparação para ‘Guernica’ — a obra mais popular do artista, que denunciou o bombardeio nazista à cidade espanhola em 1937, matando 100 civis. A pintura original, por razões de segurança, não pode mais sair da Espanha. A mostra no CCBB exibe também obras de artistas contemporâneos de Picasso, expoentes da "Modernidade Espanhola", como Salvador Dalí, Miró, Oscar Domínguez e Juan Gris. A exposição fica em cartaz até o dia 7 de setembro.

Vem aí "Moneypenny", a "personal shopper" do Facebook

Segundo o Digiday, o Facebook está desenvolvendo um serviço de personal shopper que se chamará
Moneypenny, em homenagem a secretária de James Bond. Será um aplicativo relativamente semelhante à Siri, da Apple, com diferenças importantes como a que permitirá aos usuários obter a assistência de pessoas reais para localizar e encomendar serviços ou produtos. O aplicativo está sendo testado internamente e o Facebook se recusou a dar mas informações ao pessoal do Digiday. Moneypenny terá características on-demand e vai operar no Messenger.


O site Future Exploration publica um calendário mundial que prevê o ano de extinção dos jornais impressos em cada país... Mas não se preocupe, ainda dá tempo embrulhar o peixe...

Reprodução futureexplorqation.net

Há controvérsias. Embora a mídia impressa, em todo o mundo, permaneça atônita diante do avanço do meio digital, especialistas se dividem. Há que ache que jornais impressos resistiriam como mídia complementar. Outros imaginam que se tornarão objetos cults, assim como o discos em vinil, Mas o fato é que o futuro já chegou para os veículos impressos e as notícias, sem trocadilho, não são boas. Publicidade e vendas avulsas estão em queda. Claro que de acordo com as características de cada país, a data da cremação varia. O mapa acima diz que os jornais brasileiros não passam de 2027. E até 2040 ainda haverá um jornal de papel em algum país remoto. Um  bom teste para o mapa é a classificação dos Estados Unidos, cuja data limite é 2017. Parece um prazo curto? Talvez. Mas a terra do Obama é a que mais registra fechamento de jornais e revistas em todo o mundo. Na Argentina, os jornais impressos vão sobreviver até 2039. Na Europa, Itália e Holanda serão os primeiros países a dispensar o papel, em 2027. Na sequência Portugal e Áustria, em 2028, e França e Croácia, em 2029, param as máquinas. As cores do mapa, a partir do vermelho no território dos Estados Unidos indicam o fim dos impressos. Em países com maior incidência de azul, a população terá mais tempo para embrulhar seu peixe com o papel do jornal. A África, onde a comunicação digital é atrasada, será o último continente a colocar um ponto final no impresso. Lá, as rotativas serão desligadas em 2040, 599 anos depois de Gutenberg combinar elementos já existentes em 1439 - tipos móveis criados pelos chineses, prensa de madeira e tinta à base de óleo - e massificar a tecnologia de impressão que em breve irá para os museus.