terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CSA, a fuligem, parte 2

por Gonça
Sobre o comentário postado ontem - a poluição gerada pela CSA - melhorou a reação da Secretaria do Ambiente. Diz o governo que a siderúrgica, que opera com licença provisória, terá que encontrar uma solução até fevereiro. Só não entendi uma coisa: a secretária Marilene Ramos, segundo a coluna Negócios & Cia, de Flávia Oliveira, no Globo, admite recorrer ao governo alemão para que a CSA faça um auditoria pedida pelo Ministério Público e Inea (Instituto Estadual do Ambiente). Como assim? Fazer pressão na Alemanha para que a empresa se enquadre, tudo bem, mas o Brasil não tem leis que obriguem a siderúrgia a cumprir... a lei? A Secretaria também informa que que está buscando meios de as pessoas atingidas serem indenizadas pelas emissões "sem longas brigas judiciais". Pela postura da CSA até aqui, parece difícil o diálogo. Que os moradores prejudicados fiquem atentos, o Justiça pode ser de fato  oúnico caminho. Outra coisa, não está na hora de o Ministério do Meio Ambiente, Ibama, e outros orgãos federais sairem da plateia e entrarem em campo? 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Renato Aragão, um palhaço que venceu com talento e teimosia

Renato se emociona em Aparecida. Foto:Divulgação/TV Globo
por Eli Halfoun
Na reportagem “novelizada” com que a Globo também prestou justa homenagem ao maior palhaço do Brasil, que fez do estúdio de televisão um picadeiro nacional (não confundir com o Congresso), o que mais chamou atenção foi (é) a dedicação apaixonada com que Lílian, a antiga fã, trata o  ídolo e marido. Em muitos anos de profissão já vi e acompanhei de tudo e jamais conheci tanta admiração de uma pessoa pela outra. Aos 75 anos de idade, Renato Aragão tem uma fã que é muito mais do que apaixonada porque realmente idolatra o artista que se transformou também em marido. Foi acertada a decisão de fazer da vida de Renato Aragão uma grande reportagem na qual, é verdade, faltou muita coisa como, por exemplo, a passagem de Aragão com Wanderley Cardoso e Ted Boy Marino pela Rede Tupi que lhe deu o grande empurrão nacional. Faltou também relembrar a gritaria que aconteceu na Globo quando se anunciou a contratação de Aragão e seu grupo na época considerado de segunda e sem, como se dizia, “o padrão Globo de qualidade". Qualidade que as palhaçadas de Aragão sempre mostraram com ingenuidade e inocência, pontos fortes de qualquer palhaço. Renato Aragão venceu e é hoje reconhecidamente um dos ídolos da televisão - ídolo de todas as gerações. Destaque também para o ator que interpretou Aragão jovem e que o fez com tanta perfeição que em alguns momentos o público até chegou a pensar que ali estava o próprio Aragão rejuvenescido. O emocionado aplauso que ao final do programa Renato Aragão recebeu no Santuário de Aparecida dos familiares e amigos foi também o aplauso de um público que o hoje velho palhaço soube conquistar com talento e teimosia.

SBT dá a volta por cima e aposta no sucesso em 2011

por Eli Halfoun
O SBT iniciará 2011 com o desafio maior de recuperar sua credibilidade comercial e econômica sem dúvida abalada pelos problemas enfrentados em outras empresas de Silvio Santos. Ao contrário do que se tem noticiado, Silvio não diminuirá salários e mostrou isso ao renovar o contrato de Carlos Alberto de Nóbrega. Nos bastidores do SBT, onde agora também funcionam departamentos minimizados de outras empresas do Grupo Silvio Santos, todos sabem que 2011 será um ano muito difícil, mas acham que depois tudo voltará ao normal. Para Nóbrega, uma das maneiras do SBT recuperar público e prestígio comercial é Silvio parar de mexer tanto na programação porque na hora que ele fizer isso as agências de publicidade passarão a acreditar mais na emissora. Nenhum dos antigos funcionários acredita na possibilidade de venda do SBT. A verdade é que a programação continua sendo planejada e preparada, caso, por exemplo, de “A Praça é Nossa” que promete o lançamento de cinco novos quadros. Essa não é a primeira vez que Silvio Santos enfrenta problemas no SBT, mas assim como seus funcionários, o “patrão” acredita que a emissora dará a volta por cima e entrará em campo renovado para vencer. O mercado de trabalho agradece.

ABL faz homenagens no centenário de Dinah Silveira de Queiroz

por Eli Halfoun
Maior batalhadora pela entrada de mulheres na Academia Brasileira de Letras, Dinah Silveira de Queiroz merecerá atenção especial dos “imortais” em 2011, ano do centenário da escritora. Embora Dinah tenha sido a lutadora maior, a primeira empossada na Casa de Machado de Assis foi Rachel de Queiroz. Somente três anos depois da posse de Rachel é que Dinah vestiu o fardão. Só para lembrar: Dinah foi embaixatriz em Moscou e era de uma família de intelectuais (Agenor Silveira, Miroel Silveira, Enio Silveira e Helena Silveira, sua irmã e primeira critica de TV no Brasil). Dois livros de Dinah (“Floradas na Serra” e “A Muralha”) foram adaptados para o cinema e para a televisão.

CSA polui o Rio. Alguém vai defender a população?

por Gonça
Já foi o tempo em que os empregos criados por uma fábrica suja justificavam danos ao meio ambiente. Essa mentalidade foi superada, é retrógada. É  vida no planeta que está em jogo. O Rio, que estava com a atividade econômica em baixa, aceitou receber uma siderúrgica próximo à zona urbana. Uma unidade poluidora pode dar lucro para quem nela investiu, mas o prejuízo é coletivo, público. Que a Secretaria Estadual do Ambiente leve a sério sua função e trate de fazer cumprir a lei. Pela segunda vez, a CSA emporcalha Santa Cruz e Itaguaí lançando fuligem sobre bairros inteiros comprometendo a saúde de milhares de adultos e principalmente crianças. O Globo mostra o problema hoje em reportagem e foto. Mas na mesma edição, um colunista defende a empresa e chama de "circo" as críticas à desastrada operação de um alto forno da empresa. Parece coisa de quem ainda considera que defesa da ecologia é assunto de hippie sobrevivente e não da sobrevivência da humanidade. Curiosamente, o principal investidor da CSA é a alemã ThyssenKrupp. A Alemanha tem posição forte na defesa do seu meio ambiente. Duvido que a empresa fizesse lá a lambança que faz aqui. Com a agravante de distribuir nota cínica ao dizer que "não houve qualquer violação dos padrões legais". Em tempo: a foto do Globo mostra a fuligem em uma piscina. Sujeira dentro dos padrões legais? O Rio já convive com a CSN poluindo o Paraíba do Sul que abastece várias cidades. A empresa segue imune. Vamos ter mais uma porcalhona? 

Com que roupa que eu vou? Dilma já tem a resposta para o figurino da posse

por Eli Halfoun
A chegada do Ano Novo, a posse de Dilma Rousseff e o carnaval (sempre ele) serão os assuntos dominantes dos próximos dias. Os dois primeiros acabam logo e o outro puxa as conversas até 8 de março.
Aqui tem mais “munição” para a posse da primeira mulher a assumir a Presidência da República do Brasil tirando de cena os tradicionais ternos pretos ou trajes de gala e abrindo espaço para terninhos e vestidos:
1) Dilma estaria convencida a usar na posse em um tailleur branco, off white, na definição dos estilistas. Na cerimônia de diplomação, usou um conjunto azul com bordados vermelho. Dilma já fez a prova da roupa, que foi confeccionada pela costureira Luisa Standlander, a mesma que fez o conjunto da cerimônia de diplomação. Standlander atende a presidente eleita  em Porto Alegre.
3) Hylary Clinton será a representante do presidente norte-americano Barak Obama na posse. Ela está mobilizando um verdadeiro batalhão de seguranças; além do aparato policial militar terá para protegê-la 100 agentes trabalhando à paisana

Tiririca vira doutor para não ter erro

por Eli Halfoun
Acostumado a ser tratado com intimidade (até por quem não o conhece) apenas pelo nome artístico, Tiririca levou um susto quando começou a ser chamado de Dr. Tiririca na Câmara Federal, da qual é o deputado com maior número de votos no Brasil. Palhaço como sempre, até brincou com a situação comentando que bastou usar terno e gravata para ser chamado de doutor: “Viu só, já sou até doutor”. A alegria durou pouco, ou seja, até que os mais antigos informassem que é praxe da casa chamar todo mundo de doutor porque assim fica mais fácil (não é preciso decorar o nome de ninguém) e os funcionários e os parlamentares, que geralmente não sabem de nada, correm menos risco de errar. Só nisso.

Televisão fica mais fácil com novas tecnologias. Só falta melhorar o conteúdo

por Eli Halfoun
Dentro de o máximo cinco anos será muito mais fácil e, dependendo da programação, agradável, ver televisão com mais conforto e muitas novidades, pelo menos tecnológicas. Durante a recente Reuters Global Media Summit, que reúne executivos do mercado da mídia e entretenimento, as previsões relacionadas à televisão foram otimistas: o controle remoto ficará inteligente, imagens em 3D poderão ser vistas sem a necessidade de óculos especiais e será possível ligar e desligar o aparelho de TV com um simples estalar de dedos. O controle remoto foi um dos temas mais abordados nas discussões porque é considerado confuso e frustrante, o que mudará com as novas tecnologias. Para Bobby Kitick, presidente executivo da Activision Blizzard, que produz o jogo “Call of Duty”, o controle remoto comum não tem uso em vídeo games e o controle de vídeo game não pode ser usado para ver um filme. Nenhum dos dois serve para buscas: são controles burros”.

Tucano não falha...agora quer meter o bico no SUS

por Gonça
Alô, cidadão, prepare-se para defender o SUS, uma das poucas opções para quem não tem plano de saúde. A Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou projeto de lei enviado pelo governador do PSDB Alberto Goldman que obriga unidades do SUS a entregarem 25% dos leitos aos planos de saúde privados. Como já existe uma lei que permite que o SUS atenda clientes de planos e depois cobre ressarcimento, essa nova norma na prática pode limitar a cobrança a 25% dos atendimento e liberar o resto. A conta, claro, vai para o contribuinte. O lucro, claro, vai para a indústria de planos, que ainda vai usar isso como marketing para vender contratos. Óbvio, pode faltar vagas para o zé-mané mas cliente de plano tem 25% das instituições garantidas pelo governador tucano. Um excelente argumento de venda. Surpresa? Nenhuma. Esse é o velho e manjado estilo tucano de governar para os andares mais altos da pirâmide social. Tucaneiros tratam o Brasil como se fosse um clube privê onde só é aceito o o bacana que é sócio. O Ministério Público de São Paulo promete entrar com uma ação de inconstitucionalidade assim que o governador do PSDB sancionar a lei. Se é assim que o PSDB interpreta "política púiblica", não demora muito vai bolar leis para obrigar universidades públicas a cederam 25% de suas vagas a alunos de faculdades particulares, 25% da arrecadação do INSS para a previdência privada, 25% da Amazônia para a bancada ruralista, 25% do BNDES para a Febabran, 25% do Palácio dos Bandeirantes para um resort vip e por aí vai a longa lista de opções...

Deu no Globo: caos aéreo de fim de mês por excesso de jornada de trabalho...

por Gonça
Com greve ou sem greve, com tempo ruim ou sem tempo ruim, pode escrever: há caos aéreo a cada fim de mês. O motivo? Falta de tripulações. Já cai nessa armadilha duas vêzes, sempre por volta dos dias 29 ou 30. Em uma delas, minha rota Rio-BH-Natal simplesmente se transformou em Rio-BH-Brasília-Fortaleza-Natal. Como uma van, o avião foi recolhendo passageiros em aeroportos. Essa responsabilidade das companhias, que a agência reguladora está careca de conhecer, raramente é destacada na mídia. Informado pelo Sindicato dos Aeronautas, o Globo aborda o assunto. Os sindicalistas alertam que a  legislação impõe limite de 85 horas voadas por mês. Com a aproximação do dia  31, muitas tripulações alcançam o limite máximo e não podem mais voar. Já ontem, havia atrasos de vôos entre 21,5% até 55,9% dependendo da empresa. Conclusão? Podem reformar aeroportos, dotar as torres de controle de equpamentos da Nasa, ou até construir pistas cobertas para evitar o mau tempo, que o caos vai continuar se as empresas permanecerem fazendo o que querem. Comparei com van, acima? É injusto. É capaz de van pírata ter mais respeito pelo passageiro.  

Camelôs já oferecem até garantia...

por Eli Halfoun
A tática é melhorar os serviços para ganhar mais. Não é exatamente o que muitos comerciantes costumam fazer, mas é o que vários camelôs estão adotando tanto no Ro quanto em São Paulo. Agora é possível comprar na mão de um ambulante produtos (falsificados evidentemente) que são acompanhados de certificado de garantia de, na maioria das vezes, um mês: se nesse período o produto apresentar qualquer problema é só procurar o camelô para realizar a troca. Isso se ele, camelô, for encontrado na mesma calçada em que efetuou a venda. Uma das mais procuradas ofertas são os óculos da marca Ray-Ban, que estão tão bem falsificados que ganharam até o selo da marca em uma das lentes, como acontece com o original. Os óculos Ray-Ban de fundo de quintal também são acompanhados de garantia de um mês. Para o produto e não para os olhos do consumidor que geralmente sofre com esse tipo de falsificação.

Princesa de Mônaco recebe 2011 na festa do Rio

por Eli Halfoun
Não é mais só o carnaval que atrai visitantes ilustres para o Rio: o réveillon popular da praia de Copacabana, que realiza umas das maiores queima de fogos do mundo, também entrou pra o roteiro turístico de celebridades internacionais. Para a chegada de 2011, espera-se, entre muitas outras, a presença da princesa Caroline de Mônaco, que virá acompanhada dos filhos Andrea (namorado da brasileira Tatiana Santo Domingo), e Charlotte, que é ligada ao brasileiro Alex Dellal. Quer dizer: tá tudo em casa.

Concessão, concessão, você sabe muito bem...

Quase entregando o cargo, Lula inaugura a duplicação...

...de um trecho da BR-101. Tempo de de viagem Rio-Angra cai de três para duas horas. Fotos DNIT/Divulgação
por Gonça
Notícias dessa semana dão força ao argumento de que privatização é uma coisa - e em em certos casos necessária, se os contratos forem transparentes e justos - "privataria", como diz o Elio Gaspari, é outra história. Às vésperas de deixar o governo, o presidente Lula inaugurou a duplicação de um trecho de 25km da BR.101. A obra faz parte dp Arco Metropolitano, do PAC. Do Rio a Angra, por exemplo, em vez das três horas de antes, com menos segurança e mais engarrafamentos, o tempo de viagem cai para duas horas. Esse era o trecho mais precário: a via chegou a ficar fechada por nove horas em função de deslizamentos. Os obras vão prosseguir rumo à divisa com SP. Veja a foto aí. Daria água na boca dos tucanos inclui-la na bacia das almas da privatização. Prontinha assim, atrairia uma fila de alegres interessados em cobrar pedágios exorbitantes. Agora, mostre um metro de estrada nova construida por um concessionário. Não existe? Moleza é o melhor negócio, certo? Outro exemplo: no Rio, empresa opera os trens da Central. Consequência da administração do tucano Marcelo Alencar, nos anos 90, quando governador. Pelo contrato, o Estado continua arcando até com o ônus de comprar novos trens. Agora, também pelo contrato de leão, agência do setor, outra invenção tucana, acaba de autorizar um aumento de 12% no preço das passagens. A inflação do período não chega nem perto disso. O aumento atinge o bolso do povo como um tiro de AR-15. Mas dizem que contrato é contrato e o Brasil vai carregar esse peso durante décadas. Até porque muitas desssas concessões têm cláusula de renovação. Em troca de algumas melhorias, concessionários estão prorrogando o direto de operar estradas e trens por até mais 25 anos, quando o correto seria ao fim da concessão buscar em leilão novos interessados a preço e contratos justos. Outro exemplo? Em vez de construir hidelétricas e linhas de transmissão, o que não fizeram, os tucanos privatizaram parte do setor elétrico e o que país ganhou foi um apagão histórico,  lembram? Mas a pior herança - que não surpreende vindo de um governo que privilegiou o aspecto financeiro e deixou de lado "miudezas" como desenvolvimento e preocupação social -  foi transformar energia em commodities. Criar um mercado de compra e venda de energia. Transformar um elemento vital para a população em item de especulação. Hoje, um sujeito com uma sala e dois telefones no centro da cidade ganha milhões comprando e vendendo energia. E isso tem impacto no preço que você paga na sua conta de luz. Lembra o velho over night, quando  playboys com uma linha telefônica ficavam ricos da noite pro dia. Que essas e outras informações fiquem gravadas no HD do eleitor sempre que ele comparecer às urnas. Em 2012 já teremos eleições. Não vamos nos dispersar.

domingo, 26 de dezembro de 2010

♫ Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro... ♫




Apenas três dias longe da cidade maravilhosa e eu já volto cheia de saudades...

JK: mistério em uma madrugada de agosto

No livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), Carlos Heitor Cony revela um estranho fato que marcou o velório de JK. A montagem acima inclui uma página da edição especial da Fatos & Fotos que mostra o hall lotado do edifício-sede da Manchete.
por José Esmeraldo Gonçalves
Há pouco dias, o jornalista Eli Halfoun comentou neste blog o lançamento do livro "Arquivo Aberto", do jornalista José Carlos Bittencourt sobre as mortes de Jango, JK, Ulysses Guimarães e Carlos Lacerda. Em 2003, Carlos Heitor Cony e Anna Lee publicaram "O Beijo da Morte", resultado de um criterioso trabalho de investigação sobre evidências e fatos ilógicos que cercam as mortes, em curto espaço de tempo, de Jango, JK e Carlos Lacerda. Entre ficção e reportagem, o protagonista de "O Beijo da Morte", o obcecado O Repórter, tenta desvendar o enigma das mortes de três figuras políticas que incomodavam a ditadura. Não li ainda o recém-lançado "Arquivo Aberto" mas vou ler, o tema é fascinante. O livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" - lançado em 2008, esgotado em livrarias mas possivelmente disponível em alguns sites de vendas pela internet - também especula em torno do assunto sob um ângulo curioso: uma suposta troca de caixões. JK, como se sabe, foi velado na Manchete, no prédio da editora na Rua do Russel, no Rio de Janeiro. Como todos os repórteres da Manchete e da Fatos & Fotos, virei a noite naquela cobertura. Estavam previstas edições especias de ambas as revistas. Já era madrugada quando, liberados pelo IML, chegaram ao Russell os caixões de JK e de Geraldo Ribeiro, seu motorista, também vítima do acidente na Dutra. Os caixões de pinho envernizado eram absolutamente idênticos, estavam fechados e assim permaneceram até o sepultamento. Um dos repórteres da Manchete, Tarlis Batista, vinha à frente e orientou a entrada do pequeno cortejo em direção aos cavaletes dispostos lado a lado. Ali mesmo foi feita a pergunta óbvia: quem era quem? Depois de uma breve hesitação, o cortejo se bifurcou, JK à esquerda, Geraldo à direita. Quem determinou a localização tinha certeza, embora não houvesse qualquer identificação, ou apenas convencionou? Ficou a dúvida que, nos anos seguintes, viraria mistério e já pautou reportagens em várias publicações. Em um dessas matérias, o jornalista Timóteo Lopes chegou a investigar a trajetória dos restos mortais de JK e Geraldo. Coincidentemente, ambos foram posteriormente exumados. JK foi enterrado no cemitério de Brasília e, anos mais tarde, transferido para o Memorial. Geraldo foi para o São João Batista, no Rio, e depois levado para um cemitério em Belo Horizonte. Em "Aconteceu na Manchete", Cony acrescenta mais um detalhe ao episódio. O dia já amanhecia, o velório em curso recebia amigos e parentes do ex-presidente e do seu motorista, uma fila já se formava em frente ao prédio, quando - Cony testemunhou o fato - um rabecão se aproximou lentamente da entrada da sede da Manchete. O que traria? Mais um corpo? Depois de um rápida olhada em direção ao hall, o motorista manobrou o rabecão e acelerou. Ficou o "mistério do rabecão sem rumo", segundo Cony.
Como polemiza e divaga o livro "Aconteceu na Manchete", JK poderia estar em Minas, de resto sua terra natal, e Geraldo repousaria no Memorial em Brasília. Uma questão a ser encaminhada ao laboratório de DNA mais próximo.

Silvio Santos não vende SBT para não vender sua paixão


Ao longo da trajetória da revista Amiga, Silvio Santos foi capa inúmeras vezes. Esta, acima, com a chamada Tudo Sobre a TV do Sílvio, registrou, em 1975, a entrevista que fiz em São Paulo quando o apresentador e empresário conquistou a concessão do seu primeiro canal.
por Eli Halfoun
Em entrevista ao jornal O Dia, Carlos Alberto de Nóbrega, o dono do banco do humorístico “A Praça é Nossa”, disse que duvida que Silvio Santos “venda o SBT”. Não é preciso ser amigo de Silvio como Carlos Alberto é, para saber que ele só abriria mão de sua emissora (emissoras) de televisão se realmente não tivesse outra saída. Silvio é apaixonado por televisão e nunca negou que o SBT pode não ser (e não é) o seu principal negócio, mas é sem dúvida o que mais o mobiliza e ao qual entrega mais amor do que trabalho.
A paixão de Silvio Santos pelo SBT não é de agora: em entrevista que fiz com ele em sua casa de São Paulo e publicada na revista Amiga quando ganhou a concessão da então TV SS (depois mudou para S porque SS era a sigla nazista e finalmente virou SBT- Sistema Brasileiro de Televisão), Silvio deixava claro, embora na época ter uma emissora de televisão era apenas um grande desafio, que nunca abriria mão da TV porque desde o primeiro momento ela era mais do que um negócio. Era um amor verdadeiro.
Silvio tem recebido propostas de venda, de sociedade e de arrendamento, mas nenhuma delas o motiva simplesmente porque no dia em que abrir mão de sua emissora de televisão estará abrindo mão da paixão maior de sua vida e carreira.

Papai Noel perdeu esse emprego?



por Omelete
Falta de imaginação ou tradição, as revistas masculinas costumavam embrulhar modelos em cores natalinas e enfeitar as bancas de carona no prestígio e na fantasia do Bom Velhinho. Aparentemente, a onda passou. Nos áureos tempos, como em 1999, Noel se deu bem deixar as renas de lado e contracenar em pessoa com Carla Perez. Em outras edições, coitado, limitou-se a ceder o gorro a Sabrina Sato e Karina Bacchi. Esse ano, nem isso. Era o divertimento do velho Noel a quem agora só resta aturar criança em shoppings antes de voltar à solidão do Pólo Norte.  Sacanagem.

Bota tudo na capa!

por JJcomunic
Capa confusa essa da More, de dezembro. A ordem do editor deve ter sido na base do "embrulha e manda, bota tudo na capa". Mal se enxerga o logo e quase não sobrou espaço para o preço promocional da edição. Vai ver que essa estética que lembra video-game ou o neón, agora led, dos luminosos das ruas de Tóquio, é uma tendência.

Roberto Carlos: enfim um Natal realmente completo de emoções

por Eli Halfoun
“O importante é que emoções eu vivi”. A música que Roberto Carlos costuma cantar ao final de seus shows (dessa vez foi no começo) nunca fez tanto sentido quanto na apresentação de sábado, 25, na praia de Copacabana. Foi sem dúvida o recital que proporcionou ao cantor e ao público a oportunidade de viver (e mostrar) emoções inteiras. Mais do que as já muito conhecidas canções de RC, o importante foi perceber as emoções de um público extasiado, chorando e completamente entregue ao romantismo que nenhum artista (incluindo os importados) conseguiu até hoje na ainda mais famosa e bela praia do mundo. Roberto Carlos entrou no palco também visivelmente emocionado e faltou pouco, muito pouco, para deixar aparecerem lágrimas, certamente contidas a muito custo. Duvido que Roberto Carlos não tenha chorado - e chorado muito nos bastidores.
Foi o momento mais importante de sua carreira e a confirmação definitiva de que ele é o maior ídolo musical do Brasil e o único com uma apaixonada popularidade capaz de mobilizar tantos fãs. Se houvesse oportunidade de conversar com parte da platéia- era impossível circular pelo local- nas histórias de quem saiu de longe, viajou horas enfrentando sabe-se lá que sacrifícios daria material suficiente e emocionante para transformar em livro o mais completo momento da carreira de Roberto. Aliás, Roberto nem precisaria falar nada. O público falaria - e falou – com os olhos lacrimejantes com o corpo embalado por um amor que só o “milagre” das canções do Rei poderiam fazer. Certamente nem a Globo e nem Roberto Carlos tinham dúvida que o show ao vivo e grátis mobilizaria um grande público, mas sequer imaginaram uma platéia de cerca de um milhão de pessoas e um milhão que ali estavam não por conta do movimento que as grandes festas proporcionam, mas sim e exclusivamente para ouvir o ídolo maior. O público cantou, vibrou, mas ouviu com respeito e emoção cada uma das canções de RC. A Globo, por sua vez, deve ter aprendido definitivamente que não é preciso fazer malabarismos de imagem e nem cenários mirabolantes, como sempre fez com os especiais anuais de RC. Basta ter nas mãos o artista que o público admira e simplesmente deixá-lo fazer o que sabe: cantar.
Roberto Carlos foi a presença mais marcante do Natal permitindo ao público, ao vivo ou em casa, sentir a emoção maior de uma data, o Natal, que já virou comercial. Roberto Carlos mudou o rumo desse Natal permitindo ao público que agora também possa cantar em coro: “o importante é que emoções eu vivi”.

Roberto Carlos em megashow na Praia de Copacanaba. Fotos:Reproduções TV Globo

sábado, 25 de dezembro de 2010

Uma festa natalina para quase todos os brasileiros

por Eli Halfoun
O Natal acabou, mas o comércio ainda comemora o sucesso de vendas que foi a melhor (segundo dados oficias contra os quais não adianta brigar) dos últimos anos. Mais um número histórico que confirma o quanto esse país melhorou e continuará melhorando. A matemática é de escola primária: se a população pôde sair por aí consumindo o que antes nem sonhava é que o poder aquisitivo melhorou e se isso aconteceu é porque sem dúvida o país também melhorou (não é ainda o ideal, mas está muito melhor do que sempre foi) graças aos novos 15 milhões (outra marca histórica) de empregos criados nos últimos anos e graças principalmente a esperança de um povo que agora sim acredita cada vez mais em seu país. Com ou sem Lula.