terça-feira, 6 de setembro de 2022

Fotomemória: a Escadaria do Convento antes de ser do Salerón

 

A Escadaria do Convento, em 1958. Foto de Gil Pinheiro/Manchete.


Hoje, o local chama-se Escadaria Salerón e se transformou em atração turística.
Foto de Tania Rego/Agência Brasil 

Gil Pìnheiro, fotógrafo da Manchete, fez a foto do alto dessa página em 1958. Na época, o local era conhecida como Escadaria do Convento de Santa Teresa, construído em 1750. Assim como a expansão no bairro tem a ver com a instalação do convento, a escadaria foi construída para acesso à congregação e às missas abertas à população. Com o tempo, transformou-se na Rua Manoel.  Alguns sites atribuem ao artista plástico Jorge Salerón a construção da escadaria. Errado. Salerón fez um trabalho admirável de restauração dos degraus, que decorou com azulejos pintados. O local virou atração turística e ganhou um novo nome: Escadaria Salerón.   

2 comentários:

J.A.Barros disse...

Na primeira foto da escadaria, de Gil Pinheiro, a mulher com a trouxa de roupas na cabeça, era uma tradição que veio do brasil colonial. Eram lavadeiras, que iam buscar nas casas de suas clientes, as roupa sujas para lavar nos riachos, ainda existentes, que depois de lavadas naquelas águas límpidas, eram postas para secar nas gramas verdes que cercavam esse riachos. Essas roupas, depois de lavadas e secas, eram muito bem passadas. Essas lavadeiras voltavam às casas de onde pegaram às roupas sujas e arrumadinhas delicadamente, trazendo com elas o delicioso cheiro de mato, as entregavam as donas de casa, recebendo em troca alguns reais, que as sustentariam pelo resto da semana. Até a década de 40 esses costumes, ainda se repetiriam. Com as máquinas modernas de lavagem de roupas e, muito também, com a extinção dos riachos, as tradicionais lavadeiras, que corriam a cidade, carregando nas suas cabeças, aquelas trouxas enormes de roupas sujas, nunca mais foram vistas. As nossas camisas vinham alvas como a neve e com os colarinhos e punhos engomados. Hoje, as modernas máquinas, só lavam a poeira. As manchas continuam.

J.A.Barros disse...

Conheci a Escadaria Saléron, ainda sendo montada, nos meus 19 anos, caçando as vadias da Lapa, que moravam ao redor. Via aqueles poucos ladrilhos sendo colados nos degraus da escada e achava engraçado. Nunca imaginei, que aquela escada se tornaria tão famosa e ao mesmo tempo uma obra de arte.