Bolsonaro e "padre" Kelmon, em 2022. Reprodução Tv Globo |
Ademar de Barros e o padre Peyton, da CIA, em 1963. |
Essa é para os mais antigos, quero dizer, mais sábios. O falso padre Kelmon, o esmegma político do Bolsonaro no último debate dos candidatos a presidente, não foi a primeiro a personificar um conto de vigário na política brasileira.
Um pouco antes de 1964, as senhoras católicas brasileiras foram acometidas de súbita umidade ao rezar o rosário com o padre Peyton. O "religioso" era, na verdade, um emissário da CIA que percorreu a América do Sul ajudando a combater a ameaça comunista. Era convidado para saraus com damas do society no escurinho a luz de velas de Copacabana. Os maridos confiavam plenamente na fidelidade do rosário do padre Peyton, que arrastava multidões conservadoras no Brasil para intermináveis orações. Dizem que o general Castelo Branco em momento de êxtase se ajoelhou diante do padre, cuja área de atuação, antes de ser recrutado pela CIA, era na Hollywood de estrelas e becos frequentados por rapazes a fim de subir na vida. Padre Peyton foi escalado para vir ao Brasil como parte da preparação do golpe militar de 1964.
As eleições presidenciais brasileiras deste 2022 expeliram o "padre" Kelmon. Cada tempo tem o seu reverendo. Dizem que Kelmon é " linha auxiliar" de Bolsonaro, uma espécie de Rasputin integrado ao clã presidencial.
Padre Payton veio ao Brasil em 1963, há quase 6O anos. Será o padre Kelmon uma reencarnação do Peyton?
Coincidência?
Não.
Coincidências não existem.
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