A mídia brasileira repercute hoje a comemoração do 7 de Setembro ao estilo 171 de Bolsonaro. A maioria explora o lado folclórico e marginal do elemento. "Imbrochável", "mulheres princesas" etc. Tem sido assim ao longo do governo do presidente da ultra direita. Os absurdos e a retórica tosca ganham mais espaço do que a construção subterrânea de instituições e métodos de inspiração fascista. Como um programa educacional que mais parece comandado pelo "talibã" religioso bolsonarista infiltrado no governo de ultra direita. "Ultra direita"? As oligarquias da mídia conservadora também não colam o rótulo de ultra direita em Bolsonaro, ao contrario dos principais jornais internacionais, talvez por se identificarem com muitas das posições do caudilho da Barra da Tijuca. Aliás, em algumas matérias traduzidas de informes de agências ou de jornais esrtrangeiros é possível observar que onde lá fora escrevem ultra droite, far-right ou radical right aqui sai, no méximo, apenas direita e até centro-direita. Um assunto que a mídia não aborda com profundidade é, por exemplo, o dos colégios públicos militarizados. Ainda bem que veículos independentes do exterior costumam investigar esses assuntos. Desde a relação do regime com o incentivo ao crime quando bloqueia a fiscalização do narcogarimpo da Amazônia, do contrabando de madeira, das queimadas ao derrame de pistolas e fuzis sem controle, veículos do exterior demonstram maior interesse em investigar os porões não visitados pela mídia local. O jornal francês L'Humanité publicou recentemente uma alentada reportagem sobre a apropriação des escolas por organizações militares.
Veja alguns trechos da matéria.
"Aproveitado para fortalecer o peso do exército na sociedade brasileira, o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro promove o modelo de escolas militares civis desde o berçário. No final do seu mandato, 500.000 menores deveram estar alojados nestas estruturas. Poucas semanas antes da eleição presidencial de 2 de outubro, professores e pais denunciam a disciplina dos alunos e uma séria ameaça à democracia "(...)
"Em um vídeo transmitido por um adolescente à TV Globo, um policial militar entra em uma sala e ameaça abertamente os estudantes que protestam: "Vocês estão presos, vocês têm o direito de ficar calados. Tudo o que você diz agora pode ser usado contra você no tribunal! Você tem o direito de chamar seu pai e sua mãe. A partir de agora, o silêncio é uma ordem! " (...)
"A escola em questão segue um modelo cívico-militar desde 2019 que permite que os policiais imponham a disciplina. Em tese, estes últimos não deveriam interferir no trabalho pedagógico, mas pouco a pouco invadem o campo educacional." (...)
"Em novembro de 2021, alunos da mesma escola estavam organizando uma exposição para o Dia da Consciência Negra. Seu trabalho, enfeitado com desenhos, evocava a violência policial contra jovens afro-brasileiros. Uma atividade que o diretor disciplinar da escola tinha muito pouco gosto, tanto que exigiu a retirada da exposição. Afirmando que a Constituição garante a pluralidade de ideias nas escolas, professores e os alunos se recusaram a cancelas a exposição." (...)
"As escolas militares civis, cujo modelo é promovido pelo presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, não se reportam diretamente ao Ministério da Defesa, mas foi criada uma subsecretaria específica dentro do Ministério da Educação gerenciada por um militar responsável por fortalecer o movimento iniciado por alguns estados e municípios graças ao apoio financeiro da Defesa." (...)
"O objetivo do governo tornado público em 2019 é a criação de 54 dessas estgruturas em cada unidades federativa. Um programa ambicioso que, em última análise, visava acomodar 500.000 alunos. Um ano depois, sob a liderança da Secretaria-Geral da Presidência da República, foram criadas 203 escolas em 23 dos 27 estados. Os complexos escolares são construídos principalmente em regiões pobres."(...)
"A disciplina militar é ensinada, a partir do acolhimento na creche, conforme circular do Ministério da Educação. É um projeto de “criminalização da infância popular”, resume o sociólogo Miguel Arroyo. É a mesma lógica que levou, no início do século XX, à militarização da Força Pública (o embrião da atual polícia militar) devido à preocupação da burguesia paulista diante das revoltas operárias." (...)
"Braços ao longo do corpo!" O dia para os alunos do centro de Ceilândia começa com um curso de disciplina militar". (...)
"Esse modelo educacional responde finalmente à militarização da administração e do governo. Desde que o ex-capitão chegou ao poder, já são mais de 6.000 militares em altos cargos em ministérios, órgãos federais e empresas públicas. (..)
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