por O.V.Pochê
Este escriba, em importante contribuição à memória nacional, lança uma campanha. Sei que a cueca do senador Chico foi apreendida pela PF e faz parte do conjunto de evidências do crime de corrupção. Mas a Justiça costuma incinerar provas ao fim dos processos. O Brasil espera que a cueca em questão seja preservada. É símbolo de uma época. Deve ir para um museu, tal qual o pijama de Getúlio.
As futuras gerações têm o direito de saber o que estamos vivendo. Não podemos guardar só para nós.
Uma estátua de cera do Queiroz? Indispensável. Caixas de cloroquina? Um prateleira didática só com o medicamento que, segundo o governo, curou milhões de brasileiros. Só perde para o vermífugo. Na área de audiovisual, o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020. História pura. A devastação da Amazônia e do Pantanal motivará uma sala especial do museu, em cuja entrada estará eternizado em bronze o Boi-Bombeiro que, de acordo com a ministra da Agricultura e o ministro da Economia combate o incêndio nas matas. Na ala interativa Pega na Mentira, um das maiores do museu, o visitante poderá acessar todas inverdades do elemento titular do Planalto. Outra atração dessa ala é a recriação goiabeira da ministra Damares, que os visitantes poderão escalar.
Na área de eventos policiais, um material histórico recuperado dos arquivos da polícia de Sevilha: pacotes de cocaína que foram levados para a Espanha no avião presidencial. No mesmo corredor do museu, a simulação digital do famoso atentado: é a Sala da Facada. Na Sala da Memória Contábil estarão lado a lado os caixas eletrônicos que disparavam a grana da mutreta da Raspadinha e uma cortina de cheques que voaram em direção ao clã. Ao fundo, uma loja de chocolate por motivos óbvios.
A Sala da Milícia exibirá armas e métodos da agremiação. Também terá recursos interativos: o visitante poderá simular assassinatos, sequestros e experimentará a sensação de extorquir comerciantes e moradores dos bairros. A invasão da Venezuela, com fotos do general Heleno a cavalo, brandindo a espada, entrando triunfalmente em Bogotá, estará representada na Sala de Guerra. Já a Sala da Cultura preserva o cenário nazista e discurso de um secretário em áudio que registra frases copia e cola do Goebbels. Na outra ponta, Regina Duarte em boneco animado de cera que fica repetindo frase histórica e empolgada ao ser demitida e saber que ia ganhar outra boquinha: "gente, vou fazer cinemateca!"
2 comentários:
A cueca endinheirada e manchada deveria ser o logotipo do Brasil de hoje
Por enquanto, vivemos sob a era das cuecas servindo de depósito de dinheiro roubado pelos nossos senadores e políticos corruptos e devassos. Mas, muito em breve, teremos o avanço mais arrojado da corrupção, será o uso das "calcinhas " envenenadas pela corrupção e elas, com a garantia da pureza e inviolabilidade do corpo de nossas politicas, se comportarão com toda a aparente dignidade da mulher brasileira
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