segunda-feira, 27 de maio de 2019

Fotomemória da redação: Luís Carlos Sarmento e Gil Pinheiro mais rápidos do que uma bala

No Rio São Francisco...

...e nas fazendas mineiras, as aventuras de Luis Carlos Sarmento e Gil Pinheiro.  

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em mais de 2.500 edições, Manchete formou muitas duplas de repórter e fotógrafo. Joel Silveira e Juvenil de Souza, Ney Bianchi e Sérgio de Souza, Athenéia Feijó e Carlos Humberto TDC, entre tantas outras. Mas em 1987 um par de experientes profissionais foi especialmente produtivo: Luís Carlos Sarmento e Gil Pinheiro. Eles fizeram parceria em pelo menos três momentos marcantes: uma expedição ao longo do Rio São Francisco; uma matéria sobre Fazendas Mineiras, que revelou propriedades seculares e alguns tesouros arquitetônicos até então desconhecidos; e uma reportagem sobre garimpos em Alta Floresta.

Nesta, a ideia era revelar o faroeste da corrida ao ouro na região, um mundo sem lei e sem ordem em plenos anos 1980. A dupla, que já era, digamos, sênior, foi parar até em um fogo cruzado de rifles e, felizmente, teve pernas para correr. 

Dizem que algum tipo de recorde de velocidade eles marcaram ao cruzar uma ponte em meio a balas nada perdidas. 

Por esse motivo, Sarmento e Gil deixaram de fazer a tradicional foto da dupla no cenário da reportagem, que normalmente a revista publicava no sumário da edição. 

A matéria rendeu várias páginas na Manchete, mas acabou em encrenca. As chamadas autoridades políticas, judiciais, militares e eclesiásticas da cidade não gostaram da "imagem de violência" que a reportagem passou. Diziam que a região era pacífica e ameaçaram processar a revista. 

Deu em nada. 

Prevaleceu a versão contada pelos próprios garimpeiros. 

Nas fotos, aliás, eram vistos mais rifles e revólveres do que nos melhores saloons de Tombstone e Abilene. 

4 comentários:

Luiz Paulo Silva disse...

O jornalista Sarmento era uma grande figura, tinha muitas histórias. Por ocasião do lançamento da FATOS, eu trabalhava na Bloch Educação e fiz uma matéria sobre o lançamento da revista para a revista Comunicação. Foi uma entrevista sensacional com ele, que me deu uma aula de jornalismo.

Esmeraldo disse...

Com a saída dos militares do governo em 1985, Sarmento teve participação ativa na revista Fatos. Vários casos de assassinatos e torturas na ditadora puderam ser investigados e o faro e coragem do saudoso Sarmento resultaram em boas matérias da Fatos.

GoBrazil disse...

Está enganado. Brasileiros foram as ruas para pedir a reforma da previdência e a reforma do código penal para melhor combate a corrupção. E que Congresso e STF não atrapalhem.

Vieira disse...

Conheci o Sarmento. Era um repórter do jeito antigo, um romântico do jornalismo. Corajoso fez muitas reportagens que denunciavam crimes e mostravam irregularidades. Era também um boêmio, tinha muitos amigos, era o boa praça a moda antiga, viveu e morreu pobre, dual alma era de jornalista, não pensava no lado material.