Reprodução Twitter |
por Ed Sá
Nelson Rodrigues morreu em 1980. Na época, o mundo ainda estava longe de trocar relacionamentos por conexões digitais. De 1950 a 1961, ele escreveu na Última Hora a coluna "A vida como ela é", crônicas sobre dramas cotidianos, de preferência adultérios, crimes passionais, cobiça da mulher do próximo, crises de ciúmes em velórios e virgens seduzidas e abandonadas.
Nelson lia as notícias na página policial e a partir daí fazia um retrofit literário de pecados e paixões.
A coluna fez sucesso e, nos anos 1970, ganhou um revival durante pouco mais de um ano na revista Fatos & Fotos.
O post acima foi publicado ontem no twitter. Observem que é um conto contemporâneo real em poucos caracteres.
A dinâmica da rede social produz milhares semelhantes a esse, por hora, talvez. Fico imaginado como Nelson Rodrigues lidaria com os pequenos dramas em proporções diluvianas que hoje trafegam no Facebook, WhatsApp, Instagram, Twitter e outro outdoors da condição humana.
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