sábado, 2 de fevereiro de 2019

Escola sem partido - "Eu sou você amanhã"...

Reprodução Pinterest

por Flávio Sépia 

Houve um país que implantou a "escola sem partido". O governo determinou que o ensino deveria ser nacionalista e, acima de tudo, deveria valorizar os princípios morais, nacionalistas e religiosos.

Dizia-se que a "nova escola" daquela "nova era" combateria a ideologia que contaminava as cabeças dos alunos. Em nome dessa eugenia educativa, Iniciou-se uma caça aos professores nas escolas e nas universidades. Muitos foram parar na cadeia.

A "escola sem partido" do regime, a pretexto de acabar com a "ideologia", nunca foi tão ideológica.

Como consequência, professores foram desvalorizados, reduziu-se o nível de competência exigida aos regentes. Foi intensificada a doutrinação religiosa e política. Para o governo, o importante é que professores fossem moralistas, crentes quase fanáticos e nacionalistas quase enlouquecidos, que acreditassem em "terra plana", que tivessem certeza de que jornalistas eram formados pela KGB,que colocassem o país acima de tudo, Deus acima de todos.

Tudo isso aconteceu em Portugal, a partir do anos 1930, quando começou a longa ditadura de Salazar.

A charge acima foi publicada no começo da "nova era" de Salazar, pouco antes da censura rigorosa tornar impossível qualquer crítica. Como ditador implacável, Salazar se inspirou no fascismo e governou o país entre 1933 e 1968.

Salazar não tinha twitter. Mas fazia um discurso por mês que funcionava como uma espécie de recado fatal aos apoiadores e aos opositores. Ele era a lei. Em um desses discursos, determinou que democracia, liberdade, direitos humanos, auto-determinação dos povos, nada disso eram "direitos". Direito, para o ditador, era baseado na relação de forças do momento.  Manda quem pode, ora pois.

Salazar afirmava que essa coisa aí de direitos eram ideias aí que se espalharam depois da Segunda Guerra Mundial. Tudo viés ideológico, tá ok?

3 comentários:

Wedner disse...

E mais de 70 asnos depois dessa medida da ditadura de Portugal,o Brasil vai por esse caminho fundamentalista. fanático e fascista

Corrêa disse...

Governo quer que escola forme talibãs e aiatolás religiosos radicais.

J.A.Barros disse...

No meu tempo de estudante primário não existia " Escola com Partido e muito menos Escola sem Partido ", existia apenas Escola.