quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Memória da propaganda: remédio dos anos 1930 curava autoridades nervosas


por Ed Sá 

Terra plana, comunistas aterrorizando crentes em goiabeiras, possibilidade de guerra contra a Venezuela, pesadelos com boletos bancários, escola sem partido e sem vergonha, ameaça da China dominar o Brasil, denúncia de roubo de índia, filhos ensandecidos, o fantasma da mamadeira erótica, a conspiração LGTB, ambientalistas que atrapalham o progresso etc, a insistência em saber quem matou Marielle, a intimidade com milícias. Vamos combinar que os dirigentes têm razão para pirar.

Alguém avise a eles que esses problemas chatos são atuais, mas o remédio é antigo.

Nos anos 1930, o Neuro Fosfato Eskay já era prescrito para transtorno mentais. Havia um certo preconceito da propaganda ao dizer que era receitado para "mulheres geniosas" e de "lar infeliz".
Talvez fosse mera intolerância da época.

Hoje, o Eskay seria ideal para combater as crises de nervos e o fanatismo epidêmico no Planalto Central tanto em que veste azul quanto em quem veste rosa. Até os anos 1950, a palavra usada para definir esses doidões era "neurastênico". Rendeu até um famoso foxtrot, de autoria de Nazareno de Brito e Alberto Barros. 'Brruumm, sou neurastênico/ Brrruuuumm, preciso me tratar/senão eu vou pra Jacarepaguá"...

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