terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

80 anos depois do começo da Segunda Guerra, Rússia lança o filme "T-34". O tanque que foi o pesadelo dos nazistas é o protagonista...

Cena do filme "T-34", nova superprodução russa sobre a Segunda guerra Mundial. Foto Mars Media/Divulgação

A Segunda Guerra Mundial é chamada na Rússia de Grande Guerra Patriótica. A União Soviética perdeu então 27 milhões de cidadãos, quase 15% da sua população. Para demonstrar a grandeza desse número, a Alemanha perdeu menos de 9% da sua população, Estados Unidos 0,32%, Reino Unido 0,94%, França 1,44% e Japão menos de 6%.

A devastação material e humana que o país sofreu permanece uma ferida aberta 80 anos após o início da Segunda Guerra (no caso da Rússia, 78 anos desde a invasão das tropas alemãs em 1941).  Hitler se desesperou quando os soviéticos empurrarem de volta para casa o que restou de suas tropas porque viu ali o prenúncio da derrota final.

O tanque soviético T-34, o pesadelo de Hitler, entra em Berlim
em abril de 1945 e decreta a derrota final da Alemanha. 
O mensageiro dessa etapa decisiva na aniquilação dos nazistas foi uma extraordinária máquina de guerra: o tanque T-34. Depois de virar lenda ao vencer as poderosas Divisões Panzer alemãs, o T-34 vira filme e atrai multidões aos cinemas da Rússia.

A superprodução da Mars Media, que estreou há poucas semanas, já foi vista, desde por mais de 10 milhões de pessoas.

O lançamento coincide com o aumento das tensões com o Ocidente e com a Rússia alertando sobre a nova corrida armamentista empreendida por Donald Trump. Pesquisas recentes de um instituto local, o Levada, indicam que mais de 50% dos russos acreditam que o país enfrenta nova ameaça militar.

Geopolítica à parte, o "T-34" é apenas um filme que conta a história de um grupo de soldados soviéticos que escapam de um campo de concentração nazista utilizando um tanque T-34 que os alemães haviam apreendido.

O tema Segunda Guerra é ainda sensível aos russos. Para alguns críticos, o filme "T-34" peca por "romantizar" um episódio baseado em fato real. O diretor Alexei Sidorov explicou porque não optou por uma narrativa sombria. "Sim, é guerra. Sim, é a morte. Toda família perdeu alguém. Mas vencemos essa guerra e isso é importante", disse ele.

Ainda não há previsão para a exibição do "T-34" no Brasil.

ATUALIZAÇÃO EM 9/2/2019 -

Janeiro de 2019 - T-34 voltam para a Rússia. Desmobilizados pelo Exército do Laos,
tanques ainda em boas condições são embarcados de volta para Moscou..
Serão usados em paradas militares, museus, monumentos e filmes..

Há poucos dias, a Federação Russa repatriou 30 tanques T-34, que foram desmobilizados pelo Exército da República do Laos. Os blindados estão em boas condições condições e são da série T-34/85, o mesmo modelo que participou da Batalha de Kursk. A Rússia pretende usar os tanques em paradas militares, museus e monumentos, além de disponibilizar os blindados para filmes históricos. O T-34 ainda foi usado durante a Guerra Fria por forças da Europa Oriental, onde ainda existem raros modelos. Museus da Coréia do Norte têm o blindado, que foi usado durante a guerra, em 1950. No Vietnã, o Museu da História Militar, em Hanói, exibe o veículo que também integrou divisões do Vietnã do Norte. No atual conflito do Iémen, há tanques T-34 ainda em combate. 

13 comentários:

J.A.Barros disse...

Existe um pouco de exagero nessa história do "tanque T – 34. Realmente esse tanque apresenta qualidades que o torna letal. A forma com que foi montada a sua blindagem um pouco inclinada e sua torre sem ângulos retos apresentando uma forma arredondada e sua velocidade se impunha aos tanques da sus época. Essa blindagem inclinada e torre arredondada fazia com que os projetis ao atingi-lo se desviassem do alvo. Ricocheteavam, melhor dizendo. Mas, diante de um Panzer IV– Tiger, o T–34 perdia em força de combate. O Tiger era um Panzer de 60 toneladas protegido por forte blindagem e um canhão de 88, um canhão na verdade anti–aéreo, mas que se tornou um dos melhores canhões da guerra, que foi usado até em aviões Stukas. Esses Tanques recém lançados na guerra não puderam participar na famosa batalha de Kursk, na Ucrânia, por não ter ainda produção suficiente para alimentar as batalhas que se sucediam.
Nos dias atuais a Russia projetou um novo tanque o T–14 que é a maior novidade em matéria de tanques. Com uma tripulação de 3 homens e todo computadorizado se tornou uma poderosa máquina de guerra superando todos os seus rivais de outros países.

J.A.Barros disse...

Na maior batalha de tanques que ocorreu em Kursk, nas planícies ucranianas, poucas unidades do Panzer IV vulgo Tiger, puderam participar dessa memorável batalha que se tornou lendária. Com a derrota dos tanques nazistas pelos também T–34 e mais a vitória dos exércitos russos libertando a cidade de Stalingrado do cerco do exército alemão, ficou decretada a derrota da Wermatch e marcou o início do avanço soviético sobre os exércitos alemães.

Hoffmann disse...

Me permita alguma observações porque sou um estudioso de assunto que sempre me fascinou. O T-34 era um tanque médio, ágil, resistente e de fabricação barata, de acordo que o que a devastada URSS podia bancar na época. O tanque que você fala, o Tiger nazista, era de outra categoria. Em uma troca de canhonaços direta, frente a frente, entre um Tiger em um T-34, certamente o Tiger seria imbatível. Ocorre que em umas batalha de divisões de tanques há outros requisitos. o Tiger era muito pesado por causa da eficiente blindagem e mesmo que estivesse em ação em Kursk provavelmente teria atolado no lamaçal onde a relativa leveza favorecia ainda mais o T-34. O Tiger era poderoso, foi um grande avanço tecnológico e uma fantástica arma de guera, mas tinha limitações, por exemplo, consumia muito combustível, o que comprometia seu potencial de uso. Com eles, os alemães ganharam batalhas, como a da Normandia e Debrecen, mas perderam várias contendas e, enfim, foram destroçados pelos T-34 que avançaram para Berlim.

Prof. Honor disse...

É uma ironia que tenham morrido mais americanos nos filmes, na mídia e na propaganda sobre a Segunda Guerra Mundial do que na guerra em si.
E mais irônico ainda que os Estados Unidos tenham lucrado bilhões com a guerra. O país saiu do conflito como potencia mundial. E descobriu ali a arte de lucrar com a guerra em nome de business não importandoe as vidas dos jovens soldados. Seguiram-se depois as guerras da Coréia, com a Coreia do Sul sendo até hoje entreposto americano na Ásia, Vietnã, onde foram derrotados mas a indústria bélica faturou, as intervenções e implantação de ditaduras na América do Sul, o avanço na Europa Oriental, a guerra pelo petróleo do Iraque e agora da Síria, talvez do Irá e da Venezuela.

Aloysio disse...

Quando a Alemanha invadiu a Rússia, a Inglaterra e os Estados Unidos ficaram inicialmente de braços cruzados. Só quando viram que a ameaça se voltaria para eles, ajudaram com equipamentos. A verdade é que interessava a Churchill e Roosevelt que existisse o front na Rússia. Mas assim como fizeram com Napoleão, os russos quando agredidos em seu território, lutam até o fim. Três armas desenvolvidas pelos soviéticos foram decisivas para despachar os nazistas para a cova: o T-34, o lançador de foguetes Katiuscha, inaugurando a era de artilharia de foguetes e o caça Ilyushin II-2, chamado de "tanque voador".

Rick disse...

Outra grande arma soviética e a Kalashnikov. Mas só ficou pronta quando a guerra acabou.

J.A.Barros disse...

Os nazista eram fascinados com armas agigantadas. Esse Tiger era um tanque com 60 toneladas que se o fazia ser superior em ataques frontais ao mesmo tempo se tornava quase inoperante em terrenos pantanosos porque perdia sua mobilidade e com seu peso afundava na lama. No fim da guerra, o último lançamento de submarinos alemães, consistia em o dobro dos U–2 em tamanho. Mas, a sua eficiência não pode ser testada porque a guerra já estava no fim. Nessas agigantadas armas de guerra, como preferiam os nazistas, construíram o encouraçado "Bismark" um dos maiores navios de guerra então construídos. Não sei ao certo mas me parece que excediam em muito mais de 100 toneladas. Isso sem lembrarmos dos canhões da primeira Guerra Mundial, que eram montados em vagões de trens. Alem do seu gigantismo apresentava também mobilidade fora do comum.

J.A.Barros disse...

O encorajado Bismark deslocava 41.700 toneladas no seu padrão e carregado pesava 50.300 toneladas. Era um banho de toneladas

J.A.Barros disse...

O certo é ENCOURAÇADO BISMARK

J.A.Barros disse...

No fim da guerra os nazista já tinham o avião a jato voando em fase experimental. Mesmo assim eles atacavam as esquadrilhas de fortalezas voadoras num só mergulho de ataque e voltavam para as suas bases porque o ME 262 não tinha autonomia de voo. O problema de combustível os alemães ainda não tinham resolvido. Imaginem se Hitler tivesse resolvido o problema de combustível nos aviões a jato. Ele já tinha até os bombardeiros a jato. O novo submarino alemão pronto mas sem produção para alimentar uma guerra. As Bombas voadoras, sendo usadas em combates e possivelmente os cientistas alemães já estavam perseguindo a finalização da bomba atômica. Na Dinamarca já tinha produção de água pesada. Esse final de guerra poderia ser diferente para infelicidade do mundo.

J.A.Barros disse...

Essa última foto de um tanque dentro de Berlim, no meio do texto, não é um T–34. Esse Panzer mais parece ser Panzer IV ou um Tiger, como foi apelidado. Os T–34 não tinham freios de boca de canhão e sua torre era mais arredondada. Essa torre desse tanque que aparece em menor tamanho e a sua torre apresenta ângulos retos.

Hoffmann disse...

Pode ser um tanque russo IS21

Administrador disse...

Correção feita. O blog agradece.