terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Mídia: Quem vai podar o laranjal? Só a Folha deixa a fofoca de lado e remete hoje à origem da crise Bebiano


O nome da crise é corrupção. Pimpolhos, telefonemas, gravações, foro íntimo, ciúmes freudianos, traição, roupa suja, espionagem, X-9 no Planalto, humilhação e tudo o mais que saiu do balaio da comadre fofoqueira renderia um samba-canção. Só que o buraco é mais em cima.

O imbroglio envolvendo Gustavo Bebiano foi deflagrado pela Folha de São Paulo ao denunciar um esquema de desvio de verbas eleitorais por candidaturas laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, presidido, na época, pelo agora ex-ministro. Os indícios são de apropriação de dinheiro público, o que deveria ser investigado e não minimizado. Aparentemente, o novo laranjal entrou no bonde do caso Queiroz, também em ponto morto.

A fofoca armada por Carlos Bolsonaro, que acusou Bebiano de mentir ao dizer que havia falado com o presidente por telefone, desviou o foco e favoreceu o governo. Os principais veículos da grande mídia, com exceção da Folha, embarcaram na jogada. A partir daí, tudo se transformou em um bate-boca de baixíssima categoria. Picuinha no clã que tutela o patriarca tem sido a rotina.  Mas foi este enfoque que prevaleceu entre os comentaristas políticos por mais de uma semana. Carlos jogou a isca e a mídia deixou-se pescar.

Confirmada a demissão de Bebiano, que sai elogiado por Bolsonaro, a Folha, hoje, foi novamente a única a colocar no principal título de capa a referência ao laranjal do PSL.

Um comentário:

Prof. Honor disse...

Com a demissão de Bebiano, o governo atual só tem um ministro civil com gabinete do palácio de planalto. Já pode ser chamado de governo civil-militar