Cena do filme "T-34", nova superprodução russa sobre a Segunda guerra Mundial. Foto Mars Media/Divulgação |
A Segunda Guerra Mundial é chamada na Rússia de Grande Guerra Patriótica. A União Soviética perdeu então 27 milhões de cidadãos, quase 15% da sua população. Para demonstrar a grandeza desse número, a Alemanha perdeu menos de 9% da sua população, Estados Unidos 0,32%, Reino Unido 0,94%, França 1,44% e Japão menos de 6%.
A devastação material e humana que o país sofreu permanece uma ferida aberta 80 anos após o início da Segunda Guerra (no caso da Rússia, 78 anos desde a invasão das tropas alemãs em 1941). Hitler se desesperou quando os soviéticos empurrarem de volta para casa o que restou de suas tropas porque viu ali o prenúncio da derrota final.
O tanque soviético T-34, o pesadelo de Hitler, entra em Berlim em abril de 1945 e decreta a derrota final da Alemanha. |
A superprodução da Mars Media, que estreou há poucas semanas, já foi vista, desde por mais de 10 milhões de pessoas.
O lançamento coincide com o aumento das tensões com o Ocidente e com a Rússia alertando sobre a nova corrida armamentista empreendida por Donald Trump. Pesquisas recentes de um instituto local, o Levada, indicam que mais de 50% dos russos acreditam que o país enfrenta nova ameaça militar.
Geopolítica à parte, o "T-34" é apenas um filme que conta a história de um grupo de soldados soviéticos que escapam de um campo de concentração nazista utilizando um tanque T-34 que os alemães haviam apreendido.
O tema Segunda Guerra é ainda sensível aos russos. Para alguns críticos, o filme "T-34" peca por "romantizar" um episódio baseado em fato real. O diretor Alexei Sidorov explicou porque não optou por uma narrativa sombria. "Sim, é guerra. Sim, é a morte. Toda família perdeu alguém. Mas vencemos essa guerra e isso é importante", disse ele.
Ainda não há previsão para a exibição do "T-34" no Brasil.
ATUALIZAÇÃO EM 9/2/2019 -
Há poucos dias, a Federação Russa repatriou 30 tanques T-34, que foram desmobilizados pelo Exército da República do Laos. Os blindados estão em boas condições condições e são da série T-34/85, o mesmo modelo que participou da Batalha de Kursk. A Rússia pretende usar os tanques em paradas militares, museus e monumentos, além de disponibilizar os blindados para filmes históricos. O T-34 ainda foi usado durante a Guerra Fria por forças da Europa Oriental, onde ainda existem raros modelos. Museus da Coréia do Norte têm o blindado, que foi usado durante a guerra, em 1950. No Vietnã, o Museu da História Militar, em Hanói, exibe o veículo que também integrou divisões do Vietnã do Norte. No atual conflito do Iémen, há tanques T-34 ainda em combate.