terça-feira, 12 de junho de 2018

Junho de 2013, 5 anos depois da hora do pato: Não pergunte por quem as panelas bateram...

Foto André Tambucci/Fotos Públicas
Em junho de 2013, uma caricatura de protestos foi às ruas brasileiras. As manifestações eram a face visível de uma conspiração política e começaram com uma farsa. Os 20 centavos, lembram?, eram bobagem. Tanto que depois daquilo os preços das passagens dispararam e não mais se viu um só estandarte nas avenidas.

Muitas faixas pediam intervenção militar, alegorias enforcavam políticos de esquerda, a mídia conservadora dava cobertura 24h por dia, patos tomavam as cidades. Protesto mais apoiado pela imprensa só a Marcha com Deus Pela Democracia, de 1964. Faixas contra a corrupção tinham forte apelo popular, claro, quem seria contra um combate ao roubo? 

Mas aquela "vontade das ruas" mostrou-se seletiva. Se não o fosse, os manifestantes estariam até hoje mobilizados. A seletividade está expressa no grupo político que ascendeu ao Planalto e cumpriu direitinho a pauta de reivindicações institucionais e empresariais que a mídia de direita e a Avenida Paulista pediu. A conta está aí visível na intolerância, no racismo, no neoliberalismo selvagem, na destruição de setores da economia nacional, na corrupção político-empresarial, que segue firme, no desprezo aos direitos sociais, na perseguição à cultura, na ampliação do desastre ecológico em benefício de grupos de pressão postados no Congresso, na habilidade a la Messi com que certos personagens driblam a Justiça, na violência urbana e rural que o corte de verbas determinado pelo rentismo potencializou, na perseguição a professores e na formulação da escola fascista, no aumento da pobreza extrema, na piada que o Brasil virou no mundo, na ascensão do fanatismo religioso fundamentalista que já se codifica em leis com inevitável interferência nas liberdades individuais e no caos econômico desenhando para beneficiar o mercado,

Seria o caso de parodiar Hemingway. Não pergunte por quem as panelas bateram.

Elas bateram por eles. Jamais por você. 

2 comentários:

J.A.Barros disse...

Diante das manifestações, nas ruas e avenidas em 2013, do povo exigindo reformas, até o então presidente do Senado, Renan Calheiros, deu um murro na mesa e declarou que o que o ronco do povo exigia seria atendido imediatamente. Esse imediatamente, foi logo esquecido no dia seguinte e nunca mais se falou nas manifestações de 2013

Wilson disse...

As panelas bateram pelos babacas e filhos da puta