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Foto Renato Sette Câmara/Prefeitura do Rio de Janeiro |
O futuro do Parque Olímpico que está sendo construído na Barra é incerto após a Olimpíada. Prefeitura do Rio, Governo Federal e o COB (Comitê Olímpico do Brasil) ainda não sabem como vão fazer com o legado e quem bancará os custos de manutenção. Experiências semelhantes anteriores são desastradas. As instalações construídas com recursos públicos para os Jogos Pan-Americanos de 2007 são um exemplo do que de pior, em termos de retorno para o esporte, podia acontecer. Arenas modernas passadas à empresários privados viraram palco de shows e de programas de televisão - por serem caras e terem como objetivo apenas o lucro - se tornaram praticamente inacessíveis a clubes, instituições esportivas e comunitárias, sem qualquer contrapartida social, embora tenham sido construídas com dinheiro dos contribuintes; instalações aquáticas, embora administradas pelo COB, foram subutilizadas nos últimos anos; o velódromo foi desmontado e supostamente doado; o Engenhão, onde ficam as pistas de atletismo foi "concedido" a um clube privado e, ao precisar ser reformado por inacreditáveis erros de projeto ou de construção, também ficou inacessível aos praticantes do esporte ou comunidades da região, desprezando qualquer destinação social; os estádios Célio de Barros, de atletismo, e o Parque Aquático Julio Delamare, construídos e reformados com recursos públicos, foram destruídos pela concessionária que assumiu o Maracanã e a promessa de reconstrução nunca foi cumprida e não há perspectiva disso; o Maracanã é palco de eventos, "festas de firma" e relativamente poucos jogos, já que os clubes pagam muito caro para alugá-lo e, sempre que possível, optam por outros estádios; o Maracanãzinho cobra tão caro dos clubes de vôlei que a maioria dos jogos de acontecem do Tijuca Tênis Clube. E olha que vôlei é esporte com recursos, o que dizer então de handebol, futebol de salão e até basquete. Por tudo isso, não há muito o que o esporte esperar do Parque Olímpico se a opção for privatizá-lo. E pode piorar: imagine de pressionadas autoridades resolvam privatizar as instalações e ainda subsidiar os "concessionários", o prejuízo será duplo, ainda mais se, como tem acontecido, não constar dos contratos alguma contrapartida ou função social. O fato é que mantidas as "regras" aplicadas aos "legados" do Pan 2007. dificilmente, atletas serão bem-vindos às instalação. Nesse caso, em vez de terem direito a um legado, o Rio e o esporte serão mais uma vez lesados.
3 comentários:
Aposto que o descaso será o mesmo, vamos conferir depois da olimpiada
Aposto que o descaso será o mesmo, vamos conferir depois da olimpiada
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