A mídia de mercado brasileira usa e abusa das fonte anônimas. E demonstra, inclusive, não conhecer, pelo menos do ponto de vista ético, a função que a fonte não-identificada deve exercer em um jornalismo honesto, sem direção ideológica e corporativa (no caso da mídia brasileira, o proselitismo do neoliberalismo e da direita, acima de tudo, como tem demonstrado ao longo da história no apoio a ditaduras no Brasil e no exterior e na participação em conspirações). Trata-se de um recurso que deveria ser usado como "pista" e, em seguida, comprovado com os envolvidos ou em mais de uma fonte através de um trabalho de reportagem decente. Alguns colunistas ou editores, ao dar vazão à notas "psicografadas" (e o meio digital exacerbou a tendência), devem se sentir os Bob Woodward e Carl Bernstein do pedaço, sem levar em conta que os jornalistas que desvendaram, com provas, o Caso Watergate, usaram a fonte não revelada - o famoso Deep Throat - como mapa da apuração e não como interlocutor conclusivo. E isso é óbvio: se o jornalista usa a fonte, sem confirmar o que esta lhe passa, arrisca-se, como acontece frequentemente aos colunistas brasileiros, a ser usado por interesses políticos, empresariais, corporativos, econômicos, esportivos e até sociais. Exemplos não faltam e diariamente. E não envolvem apenas políticos: artistas, jogadores, escritores, apresentadores, cantores e compositores, socialites, etc, são vítimas dessas "fontes anônimas" geralmente codificadas como "pessoas próximas", "interlocutor", "um frequentador do Planalto", um "ex-ministro", um "ex-diretor" etc. Um colunista já ousou escrever um "Lula está pensando", sem explicar como conseguiu a missão telepática de penetrar no cérebro do ex-presidente que, obviamente, desmentiu a nota. O jornalista, também obviamente, não contestou o desmentido, e nem podia.
O exemplo de jornalismo de ficção da semana é da Folha. E o próprio jornal admitiu. Leia nota do Portal Imprensa, abaixo.
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Um comentário:
À imprensa cabe divulgar os fatos e não discutíi los. São fatos declarados diante de um Juiz se são verdadeiros ou falsos cabe agora à PF e ao MP investigar e comprovar ou desmintir as acusações. A imprensa divulgou o relatório aberto pela Justiça.
Agora tenho de acreditar nas suas argumentações, que me parecem partidárias, ou acreditar nas revelações distribuidas ou vazadas pela Justiça.
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