terça-feira, 22 de março de 2011

Como perder o bonde da história...

VLT em construção na área portuária do Rio. Imagem Reprodução/Globo
Corredor de Onibus na Av. Copacabana. O argumento para eliminar os bondes e privilegiar o transporte individual era de que o sistema atrapalhava os carros. Ironicamente, a realidade impõe mudanças e o transporte coletivo recupera algum espaço. Mas esse corredor aí aberto funcionaria melhor com um VLT, como nas grandes capitais europeias. O Rio, até meados do anos 60, tinha uma das maiores malhas ferroviárias urbanas do mundo, que a burrice ou má fé dos políticos da época destruiu. Imagem/Reprodução Veja Rio.
por Gonça
Não é novidade que administradores, no Brasil, cometem erros memoráveis por incompetência ou má fé. Uma burrada estratégica histórica foi o governo, nos tempos de JK, priorizar o transporte rodoviário e abandonar as ferrovias. Na sequência dessa insanidade, as grandes cidades desmontaram suas malhas de bondes. Tudo para turbinar o mercado para as montadoras de automóveis e caminhões que se instalavam no país. Os bondes viraram história e a aposta no transporte individual transformou populações das grande cidades em lotes de gado a andar em ônibus abarrotados. Enquanto isso, na Europa, a opção foi modernizar os bondes, ampliar a rede ferroviária convencional e construir as ligações de alta velocidade. Com décadas de atraso, há sinais de que a realidade impõe que se recupere o tempo perdido. O Rio vai implantar linhas de VLT na região do Porto. E, apesar de bombardeado pela mídia, o projeto do trem bala ligando Rio-São Paulo pode sair do papel. Parece, mais um vez, haver estranhos lobbies no caminho. Mas é um absurdo, e consequência da incompetência ou defesa de interesses lá atrás, que as populações das duas maiores cidade do país não tenham a aproximá-las um meio de transporte de massa. Quanto ao transporte de cargas em um país que transformou estradas de ferro em entulhos  a melhor prova da burrice do passado é o engarrafamento de milhares de caminhões que transportam soja e tentam chegar ao porto no sul do pais. O governo Lula tirou do papel a Transnordestina, malha ferroviária que interligará estados do Nordeste com terminais portuários. Está em construção. Espera-se que Dilma não ceda às pressões da mídia e dos "analistas financeiros" e paralise a obra. Boa ajuda poderia vir da chamada iniciativa privada: há cidades carentes de ligação ferroviária, há estradas a construir, há VLTs a implantar em cidades grandes e médias. Você investe? Nem eles. Preferem esperar que alguém lhes dê uma concessão baratinha, pronta e acabada. Neoliberalismo é isso aí.

2 comentários:

debarros disse...

Foram tres os erros cometidos pelo senhor JK. Erros que se tornaram verdadeiras tragédias. O primeiro acabar coma malha ferroviária que cortava o país. O segundo acabar com o transporte de cabotagem, que com os seus navios denominados de "ITAS" navegavam do extremo norte ao extremo sul do Brasil, transportando além de cargas os migrantes do país e o terceiro, talvez o mais desastroso foi a construçào de Brasília, transferindo a capital deste país para o loginqup planalto.
E o pior é que JK fpi transformado em herói nacional.

Ebert disse...

Brasília, distante, virou o paraíso dos corruptos. imagino que o presidente morando aqui, com o Senado e a Câmara, a população teria maior poder de pressão contra essa turma que vive na ilha da fantasia que JK inventou.