por Eli Halfoun
Houve época em que os jornais tinham uma página (uma única bastava) para publicar acontecimentos policiais. Era, como se dizia nas redações, a “página de polícia”. Nesse tempo as emissoras de televisão e de rádio também tinham programas específicos para assuntos policiais e raramente (precisava ser um assunto espetacular) notícias policiais ganhavam espaço no Jornal Nacional, no Jornal da Band ou em outros noticiosos. Agora abrimos o jornal e quase todas as páginas são “de polícia”, tantos são os casos que acontecem diariamente, aqui e no resto do mundo. É guerra ali, tiroteios entre policiais e traficantes, assaltos, raptos e todo tipo de violência a nos mostrar que o homem precisa se repensar como ser humano. Estamos deixando de ser humanos e nos transformando em máquinas de matar ou simplesmente máquinas de sobreviver. Não demora muito os jornais serão apenas de assuntos policiais com a “página de política” e a “página de esporte”, que, aliás, anda merecendo muito mais página de política do que de esporte. Foi o jornalismo que encontrou um novo caminho (até porque esse parece ser o único) ou foi o mundo que mudou. Certamente foi o mundo. Nesse caso nós que o habitamos é que precisamos mudar outra vez o mundo. Antes que ele acabe com a gente ou nós com ele, o que é mais provável.
Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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