Na sua crônica, em Manchete nº2.258, em 1995, o jornalista Fernando Morais conta o "causo" do "Fantasma do Ataliba". Para os velhor jornalistas, a história não é nova, mas é bom que a rapaziada da mídia atual conheça a outra metade da missa: "Em 1945, o apurado olfato de Assis Chateaubriand farejou que a ditadura do Estado Novo estava nos estertores. Um belo dia, ele acordou e, sem consultar ninguém, deu a ordem a todos os jornais de sua rede para enxotar das redações os censores do DIP (o temido Departamento de Imprensa e Propaganda). Secretário do Estado de Minas, Carlos Castello Branco chegou ao jornal e transmitiu a ordem do chefe a Ataliba, o censor que por oito anos decidiu o que o jornal podia ou não publicar: "Ataliba, hoje você não vai ler o jornal na Redação. Se quiser ler o Estado de Minas, vai ter que comprá-lo na banca amanhã de manhã". No que ele respondeu: "Não tem importância, seu Castello. Eu vou embora, mas qualquer dia, eu volto.
O censor tinha razão, 19 anos depois, em 1964, em era de trevas, milhares de Atalibas foram convocados pelos generais-ditadores e sentaram praça por longo tempo em jornais, revistas, rádios e TVs.
Fonte: Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Editora Desiderata)
Um comentário:
Diria que acabou a censura oficial dos Atalibas mas existe hoje a manipulação e os interesses, cada jornal ou revista, TV, publica e na maioria das vezes distorce segundo seus interesses particulares. Há inúmeros exemplos de mentiras, coisas mal apuras que prejudicam pessoas e estas não têm qualquer direito de defesa. O direto de resposta mais imediato foi embora junto com o fim do diploma e a Lei de Imprensa. Agora, quem quiser reclamar vai à Justiça que decide quando, dois ou três anos depois. Mas vai ficar por isso mesmo. Qualqeur tentativa de regular esses direitos dizem que vai contra a liberdade de imprensa.
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