segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Piquet na ESPN sobre comparação com Senna; "Eu estou vivo. O que é melhor que isso?"


Tricampeão mundial de Fórmula 1 em 1981, 1983, 1987, Nelson Piquet é um dos maiores pilotos da história da categoria. Foi tão rápido e agressivo nas pistas quanto foi fera na briga de foice dos bastidores e certeiro em entrevistas e declarações. Para o competitivo Piquet, a imagem que interessava era a dele no pódio. Relações-públicas, marketing de bom moço, diplomacia, fair play, nada disso era com ele.

Piquet e Ayrton Senna polarizam até hoje os torcedores e até parte da mídia especializada. Ambos são tri, tinham estilos diferentes ao volante e comportamentos opostos. Senna era uma espécie de genro que as mães sonhavam. Piquet era o bad boy, mas curiosamente um bad boy superligado à família. Hoje, é o patriarca que se orgulha de reunir à mesa sete filhos, cada um deles ainda com quarto próprio na sua casa.

No último fim de semana, a mídia marcou os 30 anos da conquista do tri por Nelson Piquet. Mas a melhor entrevista foi a da ESPN (o que não surpreende, na polarização entre Piquet e Senna, a Globo sempre teve um lado), com Piquet sem autocensura acelerando mais do que nunca, ouvido por Gustavo Faldon e Vladimir Bianchini com ESPN UK.

Confira alguns trechos.

* Sobre os adversários mais difíceis: "No começo tinha Alan Jones e Carlos Reutemman na Williams, tinha a briga com a Brabham. Depois veio (Gilles) Villeneuve na Ferrari, (René) Arnoux e Prost na Renault."

* Sobre conflitos com engenheiros das equipes: "Tem uma história engraçada da minha primeira corrida no Rio de Janeiro pela Williams. Depois do primeiro treino, eu falei para meu engenheiro o que precisava fazer, mostrei o que estava errado. E no treino seguinte estava igual. Eu perguntei 'Qual o seu problema?'. Ele disse 'Eu não acho que você estava certo'. Eu disse 'Estou cagando para o que você acha, eu quero desse jeito'. E disse ao Patrick (Head) que não precisava de engenheiro, que eu e meus mecânicos faríamos as mudanças. Eu era assim. Eu sabia o que tinha que fazer. "

* Sobre imagem, gerenciamento da carreira e comparação com Senna; "Eu nunca tive um assessor, um advogado para fazer contrato, eu mesmo fazia. Eu estou cagando para o que falam de mim ou não, não leio revistas. Eu gosto de dirigir e é isso. E me divertia. Eu não me preocupo com o que pensam. Me perguntam se acho eu ou Ayrton Senna melhor e eu falo 'Eu estou vivo'. O que é melhor que isso? Eu não me importo. Eu tive essa vida e hoje tenho uma vida muito melhor. Ganho mais dinheiro agora do que há 20, 30 anos atrás na F-1. Eu tenho sucesso, tenho uma vida boa e relacionamentos. Tenho sete filhos, todos juntos, todos têm um quarto na minha casa. Todos juntos no Natal. O que é melhor do que isso?"

* Sobre Felipe Massa, Rubens Barrichello e Brasil sem piloto na F1: "A Fórmula 1 se tornou popular no Brasil por causa do Emerson (Fittipaldi). Emerson veio aqui e ganhou a Fórmula 3, chegou na F-1, ganhou o título e depois disso milhares de brasileiros vieram atrás, eu, o Senna. Barrichello estava num caminho bom e teve o acidente em Ímola e depois disso virou um segundo piloto. Massa vinha num bom caminho e depois disso teve o acidente, bateu a cabeça e eu fui o primeiro a dizer que ele estaria acabado. Ele continuou, mas perdeu aqueles 0,2s, 0,3s que precisava para ser competitivo. Eu sei porque aconteceu comigo também. Sem um brasileiro na F-1 certamente, com as crises e os governos não colocando dinheiro. Porque a F-1 não é baseada numa promotora para ter o dinheiro e pagar...a F-1 é paga pelos governos, cidades, que querem ter seu nome porque a F-1 é uma grande publicidade. E se o governo não está preparado, não acho que teremos Fórmula 1 no Brasil."

VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA NA ESPN, CLIQUE AQUI

Casa de Rui Barbosa - ONU promove debate sobre migração com exibição gratuita do filme “Era o Hotel Cambridge”


(do site do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil - UNIC Rio)

"A  Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Fundação Casa de Rui Barbosa promovem na próxima terça-feira (12), no Rio de Janeiro, um cine-debate com a exibição do longa brasileiro filme “Era o Hotel Cambridge”. A sessão integra o Festival Global de Cinema sobre Migração, iniciativa da OIM que ocorre em diversos países com o objetivo de debater o tema. A entrada é franca.

Lançado em março deste ano, “Era O Hotel Cambridge”, da diretora Eliane Caffé, narra a trajetória de refugiados recém-chegados ao Brasil que se unem aos sem-teto e dividem a ocupação de um edifício no centro de São Paulo. Na tensão diária pela ameaça do despejo, revelam-se dramas, situações cômicas e diferentes visões de mundo.

Pelo menos 25 produções profissionais e 8 de diretores emergentes integram a mostra. No ano passado, o Festival ocorreu em 89 países, com exibição de 13 filmes e documentários e 200 curtas. Para marcar o Dia Internacional dos Migrantes (18 de dezembro), o evento ocorre entre os dias 5 e 18 de dezembro.

Confirme participação no evento pelo Facebook: www.facebook.com/events/559060081099770.

Fonte: UNIC Rio

"Melô do assédio" - Na pior letra do ano, mulher é "filé-mignão"





por Pedro Juan Bettencourt
Tudo bem que letra de música sertaneja não está aí para abafar ninguém. Mas Luan Santana exagerou na rima de 'paixão' com 'Adão' e filé 'mignão'. As redes sociais caíram matando no que chamam de "pior letra do ano".  O versinho está na música “Check-In”, que o poeta lançou nesse fim de semana. O site SRZD recolheu da web alguns exemplo da indignação da galera.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Embalos de sábado à tarde: confraternização de fim de ano dos Amigos da Bloch

Ontem, sábado, o Graça da Vila, no Catete, recebeu os Amigos da Bloch para o tradicional encontro de confraternização 
de fim de ano. 

Hora de despachar 2017 e que venha um 2018 bem melhor. 

Entre os colegas presentes, Jileno, Fuks, Ana Lúcia Bizinover, Dalce, Amaury, Lairton, Jussara, Maria Alice, Décio, Tânia, Marco Antonio, Fernanda, Antonio, Gilmar, Paulo Roberto, Daniel, Ari, Liane, Ana Laura, Flávia, Reinaldo, Alex, Nilton Rechtman, Nilton Ricardo, Gavino, Regina, Tiana, Vargas, Bia, Márcia, Kátia, Elço, Luís Carlos, Angela, Athayde, Paulo, Adriana, Fátima, Gerson e Geraldo Felipe.

















Luiz Carlos Maciel: o demolidor de dogmas...


Reprodução Instagram
por José Esmeraldo Gonçalves

Há dois anos, circulou nas redes sociais um post realista e nada surpreendente. O jornalista, escritor e dramaturgo Luiz Carlos Maciel, que morreu ontem aos 79 anos, avisava ao distinto público estava precisando trabalhar. No seu apelo, a constatação de que o envelhecimento, no Brasil, é quase criminalizado para quem não tem os privilégios nem os podres poderes da elite que se superaposenta..

"Um tanto constrangido, é verdade, mas sem outro jeito, aproveito esse meio de comunicação, típico da era contemporânea e de suas maravilhas, para levar ao conhecimento público o fato desagradável de que estou sem trabalho e, por conseguinte, sem dinheiro. É triste, mas é verdade. Estou desempregado há quase um ano. Preciso urgentemente de um trabalho que me dê uma grana capaz de aliviar este verdadeiro sufoco. Sei ler e escrever, sei dar aulas, já fiz direções de teatro e de cinema, já escrevi para o teatro, o cinema e a televisão. Publiquei vários livros, inclusive sobre técnicas de roteiro, faço supervisão nessas áreas de minha experiência, dou consultoria, tenho – permitam-me que o confesse – muitas competências. Na mídia impressa, já escrevi artigos, crônicas, reportagens… O que vier, eu traço. Até represento, só não danço nem canto. Será que não há um jeito honesto de ganhar a vida com o suor de meu rosto? Luiz Carlos Maciel.

Enquanto lia e pensava sobre aquele duro S.O.S, via em um canto datado da estante velhos jornais, livros e revistas nos quais Maciel estava presente direta ou indiretamente.

O título mais comum na mídia, hoje, ao noticiar sua morte, refere-se ao "guru da contracultura". Nos anos 1960 e 1970, principalmente, Maciel foi o autor e mensageiro que levou a esquerda a quebrar dogmas. Em livros, ensaios e perfis, mostrou que no idealismo e no comportamento de muitos jovens também havia uma herança caduca de preconceitos a dispensar. Maciel ofereceu alternativas para um tempo em que o túnel estava quase fechado e sem luz.

Por tudo isso, aquele franco apelo de Luiz Carlos Maciel não combinava com o seu legado e a importância do seu ativismo cultural. Ali na estante estava amarelada e rota uma pequena memorabilia da sua atividade jornalística, do Flor do Mal ao Pasquim e a edição brasileira do Rolling Stone, que dirigiu,  além de autores que ajudou a introduzir nas universidades, nos botecos de Ipanema e em seus assemelhados Brasil afora.  No Pasquim, sua coluna Underground era um farol, como se dizia então, um GPS da contracultura como é dito hoje. Mas Maciel também atuou na mainstream da mídia, como Última Hora, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, colaborou com revistas da Bloch e trabalhou na Fatos & Fotos.

Soube da morte do Maciel ontem à noite por uma mensagem de Roberto Muggiati, que peço licença para transcrever:


"Viu aí?  Foi-se o nosso Maciel. Omitiram que ele trabalhou na Bloch nos anos 70 - não lembro bem onde, mas não foi na Manchete. Como depoimento pessoal posso dizer que em Curitiba, em 1959, com 22 anos, eu invejava Maciel, um ano mais jovem, que havia acabado de publicar um livro que corri para comprar, Samuel Beckett e a solidão humana, nos Cadernos do Rio Grande, editados pela Secretaria de Cultura gaúcha. Éramos, então, uma mistura de comunistas e existencialistas exaltados e apaixonados pela vida - em 1960, Maciel foi estudar teatro nos Estados Unidos, com uma bolsa da Fundação Rockefeller; e eu fui estudar jornalismo em Paris, com uma bolsa do governo francês. A ditadura militar atropelou nossos sonhos em 1964, mas na sua fase light (que iria até o final de 1968), ainda nos permitiu uma atuação ideológica: Maciel teve um papel preponderante nas montagem de O Rei da Vela (1967), de Oswald de Andrade, pelo Teatro Oficina de São Paulo. E eu lançaria um livro ostensivamente engajado, Mao e a China, cinco dias antes da decretação do AI-5, na sexta-feira 13 de dezembro de 1968.
Abolidos todos os direitos civis no país, a resistência política seria exercida de forma violenta nos Anos de Chumbo pela guerrilha urbana, com os consequentes assassinatos e torturas nos porões da ditadura. Aqueles desprovidos de temperamento suicida, optaram por um modo mais sutil de combate. Encontramos então na contracultura que embalava o mundo no final dos anos 60 uma maneira de fazer política pelas beiradas e brechas do Sistema. Meu segundo livro, em 1973, Rock: o grito e o mito, teve como subtítulo A música pop como forma de comunicação e contracultura. Luiz Carlos Maciel foi ainda mais fundo, assinando a coluna Underground no Pasquim e dirigindo a versão brasileira da revista Rolling Stone.
Nos anos 70 circulou também pelas redações da Bloch, onde formou um trio imbatível com Narceu de Almeida e Luiz Carlos Cabral. Um dia, os três – mais a atriz Maria Claudia, sua mulher, que o acompanharia até o fim - debandaram para as areias de Búzios e Cabo Frio: segundo Jaquito, foram “jogar pingue-pongue contra o vento...”. Era o Grande Desbunde, a outra face da moeda dos Anos de Chumbo. Maciel resistiu sempre, tornando-se o “Papa da Contracultura” no Brasil".

Por uma dessas armadilhas da vida, Luiz Carlos Maciel parte quando mais fará falta. Basta olhar em volta: o túnel fecha de novo e volta a se apagar em tempo de retrocessos, preconceitos e obscurantismo.


sábado, 9 de dezembro de 2017

Sylvio Silveira versus Severino Dias - A GUERRA DOS CHEFS ou DUELO NO OSCAR CORRAL



Por Roberto Muggiati

A festa se perde na distância do tempo e a memória turva mal consegue atravessar os vapores etílicos daquela noitada… Pudera: um grupo seleto de jornalistas e executivos da Bloch – homens e mulheres – esperava o jantar havia horas – três, quatro, não exagero – servido por garçons solícitos do que desejasse: champanhe, vinho, uísque, caipirinha e o que mais se pudesse esperar de uma adega bem sortida.
Era no apartamento de Oscar Bloch Sigelmann, no nono andar do edifício Machado de Assis, na Avenida Atlântica, onde Adolpho e Lucy Bloch tinham sua morada no segundo andar. Adolpho não estava presente, Oscar reinava supremo com esta oportunidade rara de mostrar que era um “jolly good fellow”... A atração da noite seria um pato, menos prosaicamente um canard à l’orange preparado pelo diretor da sucursal da Manchete em Paris Sylvio Silveira, que viajara especialmente para a ocasião.
Sylvio Silveira. 
A Bloch sempre atraiu personagens de todos os matizes que, embora representando uma engrenagem a mais na máquina, tinham sua história pessoal muito rica. O gaúcho Sylvio Silveira fugiu um dia da mulher com a roupa do corpo e foi parar em Paris no início dos anos 1950. Ninguém saberia explicar – muito menos ele, que nem músico era – como de repente se viu liderando a melhor orquestra de dança da França. Infelizmente, Sylvio não soube administrar o seu sucesso e perdeu o lugar para Eddie Barclay, que virou um magnata da música e dos discos na França e, milionário, passou a trocar de carro e de loura todo ano. Barclay e o gaúcho eram trogloditas em matéria de música, mas Sylvio dizia que ao band-leader bastava "benzer" o público com uma maraca, a rapaziada da orquestra fazia o resto. De volta à rua da amargura, Sylvio acabou sendo descoberto por Adolpho Bloch e virou seu factotum em Paris. Em pouco tempo, Monsieur Silveirá se tornava a eminence grise da sucursal da Manchete em Paris, plantada num prédio da Avenue Montaigne, uma das ruas mais chiques da cidade: na cobertura morava Marlene Dietrich, que costumava tomar banho de sol nua; outro morador ilustre era o cineasta Roman Polanski.
PARIS, janeiro de 1977 – Entre a anfitriã Sophie Bleustein-Blanchet e Roberto Muggiati, Sylvio Silveira é servido em almoço na cobertura do Studio Publicis, uma das maiores agências de publicidade da França, defronte ao Arco do Triunfo (No andar térreo, a pleno vapor, funcionava desde 1957 a Drugstore Publicis, primeira do gênero em Paris, fundada pelo presidente do Grupo, Marcel Bleustein-Blanchet.) Foi neste encontro com Bleustein-Blanchet que Adolpho Bloch decidiu criar no Rio uma versão brasileira da Fondation de la Vocacion – a Fundação da Vocação – entidade destinada a promover a educação através da concessão de Bolsas.

Sylvio não era jornalista, mas, como homem de confiança de Adolpho, cuidava de tudo. (Os Bloch, perversamente, diziam sempre: “Ninguém sabe fazer uma mala como ele”, aludindo, é claro às mil muambas que Sylvio era obrigado a colocar entre roupas e sapatos, bugigangas que incluíam de perfumes e bijuterias a queijos, patés e vinhos.) No auge da ditadura militar, os Bloch ofereceram um jantar ao todo-poderoso Ministro da Economia Delfim Neto, em visita a Paris, e Sylvio botou os jornalistas da sucursal (quase todos comunas e exilados) na cozinha a descascar batatas e cebolas para o regabofe do Delfim.
Depois de décadas de Paris, Sylvio tornou-se exímio nas artes da gastronomia. Mas esta sua performance no Rio acabaria em verdadeiro desastre.  Sylvio iria preparar no apartamento do Oscar na Avenida Atlântica um canard à l'orange que era sua especialidade. Inadvertidamente, por não ter escolha ou até por sacanagem, Oscar deixou a infraestrutura a cargo de Severino Ananias Dias, o maître de Adolpho, que via no Sylvio uma ameaça à sua hegemonia.
Severino, Adolpho e Marechal. 

Como bom nordestino, Severino tinha ambições políticas. Nas festas da Manchete, por pura gozação, Cony sempre pedia que ele discursasse “em nome da redação da Manchete.” Severino sentia-se lisonjeado e soltava o verbo. Foi assim que, num aniversário do chefe, ele criou até um neologismo, ao se referir a “esta figura inevolúvel de Adolfo Blóqui...” Severino se candidatou a deputado, mas não emplacou. Tempos depois, casou com uma jovem do clã Avellino, detentor do poder em Vassouras, RJ. Elegeu-se prefeito de Vassouras, importante município fluminense que completou 160 anos em setembro e tem como lema Mihi maxime debetur Brasiliae incrementum (A mim, mormente, é devido o progresso do Brasil). Terminado o mandato, nos anos 1990, enquanto procurava novos rumos políticos, ainda em Vassouras, Severino morreu metralhado ao volante de seu carro, com a mulher ao lado, que nada sofreu. Acabou dando seu nome à Escola Municipal Prefeito Severino Ananias Dias. Seu filho, Severino Ananias Dias Filho, 33 anos, é o atual prefeito de Vassouras, até 2020.
Dezenas de editores e altos funcionários da Bloch — tinham de acordar cedo no dia seguinte — mas ficaram horas tomando coquetéis aguardando que os patos fornecidos pelo Severino descongelassem. Na espera, começaram até a rolar piadas, típicas de jornalista. Havia na França um conhecido jornal satírico chamado Le Canard Enchaîné (O pato acorrentado); canard, na verdade, é gíria para “jornal”. O pato do Sylvio foi batizado de Le Canard Déchaîné, o pato desvairado.
Severino fez os palmípedes chegarem às mãos de Sylvio duros como blocos de gelo. Desesperado, Sylvio tentou até apressar o descongelamento dos bichinhos com o secador de cabelos da anfitriã, Inês. Finalmente, pouco antes das badaladas da meia-noite, os canards vieram à mesa, com uma bela e apetitosa aparência. Mas os patos não haviam resistido ao supercongelamento: sua carne ficou fibrosa e insossa. Com um sorriso nos lábios, o elegante Monsieur Silveirá tentou dar o máximo do seu talento culinário, mas o boicote ostensivo do Severino foi fatal e o pobre Sylvio acabou pagando o pato.
Cabe aqui outro bordão da Manchete: o francês fake “chose de loque” (coisa de louco), que nós transformamos em “chose de Bloch”. 

Viu isso? Lugar de William Waack foi ocupado...

Reprodução Instagram
por Ed Sá 
Como naquele mesa ainda está faltando ele, o ex-funcionário Diego Rocha, que vazou o vídeo com o flagra de ofensas racistas de William Waack, voltou à  Rede Globo e fez uma foto tranquilamente sentado na bancada do jornalista. Foi uma das imagens (ao lado) que mais repercutiram na semana que passou.

Ainda não se sabe quem volta ao trabalho antes se Guerrero, do Flamengo, que recebeu gancho da Fifa, ou Waack, afastado pela Globo. Um pegou um ano de suspensão. O outro sofreu impeachment sem prazo. Corredores da emissora especulam que ele volta em janeiro. Ao mesmo tempo, o SBT teria demonstrado interesse em colocar Waack no seu telejornal ao lado de Rachel Sheherazade.

Quanto à irônica foto de Diego Rocha em plena redação, é motivo de investigação interna na Globo que tenta descobrir como ele conseguiu entrar. Segundo o UO, ele teria ido antes do RH. Como se sabe e a internet curtiu, Diego publicou a foto nas redes sociais com a mensagem "O Que Acham?” e a hashtag #didiconoplimplim.

Guina Ramos lança livro com mais de 300 fotos



Mensagem de Aguinaldo Ramos, fotógrafo que trabalhou na Manchete

"Neste domingo, 10/12, a partir das 16h, participarei do FIM - Fim de Semana do Livro no Porto - Praça Mauá, no Espaço dos Escritores Independentes, ​com o lançamento (mais um!) do livro "Bonecos e Pretinhas" (ou, mais precisamente, Neste domingo, 10/12, a partir das 16h, participarei do FIM - Fim de Semana do Livro no Porto - Praça Mauá, no Espaço dos Escritores Independentes, ​com o lançamento (mais um!) do livro "Bonecos e Pretinhas" (ou, mais precisamente, "[O dos] Bonecos e [a das] Pretinhas".)

"Bonecos e Pretinhas" é uma novela ilustrada, com 81 páginas de texto e mais de 300 fotos, que conta a história do reencontro (e do possível encontro...) de um casal de (quase) históricos jornalistas, em meio a uma indecifrável oscilação entre Niterói e Rio de Janeiro e dentro do panorama geral do país.

Estando, porém, no FIM, e dada a gravidade do momento nacional, faz-se necessário relembrar o que já foi publicado: "2112 ...é o fim!", o livro que traça "uma espécie de painel do i(ni)maginável futuro do Brasil", através de crônicos contos que "descrevem" os próximos 100 anos, baseados estruturalmente em importantes obras literárias e exemplares acontecimentos históricos. Em suma, "o Brasil caindo nos contos de um futuro mal passado"...

Estes e todos os meus demais livros, todos publicados por Guina &dita, estarão, no atacado e no varejo, juntos com todos nós, no FIM!
Nos vemos lá!

Guina Araújo Ramos

Memórias da redação: Hollywood já foi aqui...

Conversa com o leitor assinada por Justino Martins. Clique na imagem para ampliar


sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Tancredo e as capas: aconteceu na Manchete



Por Roberto Muggiati

Esta história vai longe no tempo e tem muito parêntese, mas vale ser conhecida. 



Foto de Gervásio Baptista

Em 1954, com apenas dois anos de vida, a revista Manchete enfrentava seu batismo de fogo na guerra das bancas – e se saía muito bem, graças à qualidade gráfica e à importância que dava ao fotojornalismo. A capa da edição extra sobre a morte de Getúlio Vargas trazia uma foto em preto-e-branco de Gervásio Baptista e tinha como foco central o deputado Tancredo Neves tomado por uma crise convulsiva de choro, cobrindo o rosto com as mãos. Tancredo quase não conseguira se eleger em 1950 para seu primeiro mandato federal. Graças àquela foto, Tancredo singraria vitorioso nas urnas vida afora.. Por isso, seria eternamente grato a Gervásio. Quando foi eleito para Presidente da República em 1985, Tancredo imediatamente convidou Gervásio para ser o fotógrafo oficial da Presidência.

Nas horas que antecederam a cerimônia de posse do primeiro Presidente pós-ditadura militar, no período batizado de Nova República, os acontecimentos se precipitaram. Na segunda-feira, 13 de março, na Casa da Manchete em Brasília, Adolpho Bloch recebeu Tancredo e dona Risoleta para um grande jantar. Para a ocasião, o chef da Bloch, Severino Ananias Dias, deslocou-se até a Capital Federal com uma equipe de cozinheiros e garçons e a fabulosa coleção de panelas de cobre da cozinha do Russell. Na manhã seguinte, durante uma missa de Ação de Graças, fotógrafos e câmeras de TV flagraram o Presidente apalpando insistentemente o estômago. (Nenhuma relação de causa e efeito entre o banquete da Manchete e o mal-estar de Tancredo, embora inimigos da Bloch – e não eram poucos – tenham espalhado que a cuisine do Severino foi fatal para Tancredo.).

Às 22:15 de 14 de março, véspera da posse, o Presidente era internado às pressas no Hospital de Base do Distrito Federal para receber soro. Com o diagnóstico de apêndice supurado, os médicos disseram à família que Tancredo precisava ser operado com urgência. A família preferia que ele fosse removido para São Paulo, tinha até um jatinho à disposição. Mas os médicos de Brasília não cederam. O próprio Tancredo se meteu na discussão: “Deixem-me tomar posse e depois façam comigo o que quiserem.”

Na antessala do centro cirúrgico, uma plateia seleta de parlamentares-médicos e ministros de Estado nomeados aguardava. O pesquisador médico Luís Mir, autor do livro O Paciente - O Caso Tancredo Neves (2010) (*) , descreve: "A certa altura, houve a possibilidade de invasão da sala de cirurgia até por médicos do próprio Hospital de Base de Brasília. Era impossível impedir a entrada das pessoas. Entre médicos e não médicos, chegaram a circular, no Centro Cirúrgico e dentro da sala de cirurgia, cerca de 60 pessoas. Quando se iniciou a operação, havia dentro da sala 25 pessoas. Um show, ruinoso para os médicos e para o paciente". Ao abrirem o peritônio do (im)paciente, os cirurgiões não encontraram nenhum “apêndice supurado”, o órgão estava perfeito. Inventaram então um novo diagnóstico, de “diverticulite”, doença de que a maioria dos brasileiros nunca tinha ouvido falar. Soube-se depois que Tancredo tinha um leiomioma benigno, mas infectado. Os facultativos ocultaram a existência de um tumor, receando o impacto que a palavra “câncer” poderia provocar.

No dia seguinte, o vice José Sarney assumiu a Presidência. Sarney manteve Gervásio como fotógrafo oficial. O “Calvário” de Tancredo (a imprensa brasileira adora um clichê) durou 38 dias, mas quem carregou a cruz foram os jornalistas, principalmente aqueles dos jornais diários, numa época em que a mídia impressa ainda não fora totalmente esvaziada pela TV e pela internet. Os fechamentos dos matutinos varavam a madrugada, colocando os editores e redatores à beira de vários ataques de nervos, minando sua saúde física e emocional. Pior ainda: a primeira fase do tratamento de Tancredo foi muito mal conduzida. O Hospital de Base do Distrito Federal estava com a Unidade de Tratamento Intensivo demolida, em obras – o estado de saúde do Presidente se agravou e ele teve de ser transferido em 26 de março para o Hospital das Clínicas de São Paulo. No período em que ficou internado, Tancredo sofreu sete cirurgias, que não surtiram efeito. Em 21 de abril, o porta-voz oficial da presidência , Antônio Britto, anunciava oficialmente a morte de Tancredo Neves por infecção generalizada, aos 75 anos.

Foto de Gervásio Baptista

Foto de Gervásio Baptista

Foi justamente na transferência de Tancredo de Brasília para São Paulo que vivemos um momento crucial na cobertura da Manchete. No dia 25 de março, segunda-feira, recebemos para o fechamento da edição as primeiras fotos de Tancredo Neves desde que fora internado – seriam também as últimas fotos do Presidente em vida. Tancredo e dona Risoleta, cercados pela grande (só em tamanho) equipe médica do Hospital de Base, posaram para Gervásio Baptista, que nos mandou as fotos com exclusividade. Essa atitude foi criticada; como fotógrafo da Presidência, ele deveria disponibilizar as imagens para todos os veículos. Mas a fidelidade do bom baiano para com a Bloch reinava acima de tudo. Como editor da revista, escolhi uma foto mais fechada de Tancredo com Dona Risoleta para a capa, com a chamada TANCREDO/A VOLTA POR CIMA. Estávamos eufóricos por fazer chegar aos brasileiros, quarta-feira em todas as bancas, uma mensagem de esperança: o Presidente de bom aspecto, elegante em seu robe de seda, um foulard bem transado em volta do pescoço, e a Primeira Dama, com uma roupinha esperta, de aparência rejuvenescida, ambos sorridentes.

Uma foto diz mais do que mil palavras. Ledo e ivo engano, como diria o Cony. Às seis da manhã de terça-feira toca o telefone em minha mesinha de cabeceira. Era o chefe de reportagem, Cesarion Praxedes: “Muggiati, deu merda. O Tancredo passou mal e está sendo levado para São Paulo.” Cabeça fria, raciocinei na hora: “Cesarion, nós temos o principal que é a capa exclusiva. Liga agora mesmo pra Lucas [a gráfica da Bloch] e manda trocar a chamada de capa e o título da abertura para TANCREDO/O DRAMA DO PRESIDENTE e vamos à redação para atualizar o texto. Dito e feito.
Já a revista de informação da Bloch, a Fatos, daria na capa a chegada de Tancredo ao Hospital das Clínicas em São Paulo, aquela em que o cotovelo do padioleiro passou como sendo a cabeça do Presidente (vejam post de quarta-feira, 6 de dezembro). Aqui o grande parêntese da história. Embora sua glória maior fosse uma revista semanal ilustrada, a Manchete, a Bloch sempre ambicionou ter uma revista semanal de informação, nos moldes da Time americana. Não por acaso, a Bloch deteve os direitos para o Brasil dos textos da Time de 1973 até quase a derrocada da empresa, em 2000. Mas fazer uma revista de opinião na Bloch era uma tarefa problemática, levando em conta os comprometimentos políticos da empresa. Houve até uma primeira tentativa, nos anos 70. Como a semanal, também ilustrada, Fatos&Fotos, era o primo pobre da Manchete, Jaquito – prevalecendo-se da exclusividade dos textos da Time – incumbiu Carlos Heitor Cony, editor da F&F, da transformação pioneira. Cony, macaco velho, sabia muito bem a roubada em que ia se meter. Mas Jaquito, não tendo coisa melhor para fazer na época, resolveu insistir. Voluntariou-se até a trabalhar como chefe de reportagem do Cony e instalou-se, um estranho no ninho, na redação de F&F, vociferando um dos bordões clássicos da Bloch: “Não quero que lhe falte nada!...” Cony não teve outra opção senão entrar no jogo. Um belo dia, ordenou ao seu “chefe de reportagem”:

Jaquito, precisamos fazer urgente uma entrevista com o Paulo César Caju!
– Mas quem é Paulo César Caju? –  replicou Jaquito. E Cony, incontinenti:
– Se você, como chefe de reportagem, ignora quem é Paulo César Caju, então se considere demitido!
Jaquito, abatido, o rabo entre as pernas, foi saindo pelo corredor, quando teve um repente e voltou:
– Peraí, Cony! Você não pode demitir um dos donos da empresa. Quem está demitido é você!

Um episódio que, de todas as redações do mundo, só poderia acontecer na Bloch, à beira-mar plantada. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos – e tudo terminou, não em pizza, mas na macunaímica feijoada das sextas no restaurante do terceiro andar à beira da piscina. A revista tipo Time da Bloch foi sepultada definitivamente quando Cony, tendo acompanhado Adolpho Bloch ao aeroporto do Galeão – o velho ia fazer uma cirurgia do coração nos Estados Unidos – disse ter lido nos olhos do Adolpho que ele não queria aquele tipo de revista...

Corte rápido. Passaram-se dez anos e, surpreendentemente, agora é o Cony quem proclama a necessidade absoluta de se criar na Bloch uma revista semanal de texto. Pragmático, acima de tudo, o nosso Cony. Em janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves para a Presidência da República, dando fim a 21 anos de ditadura militar, com cinco presidentes fardados. As relações de Tancredo com a Bloch sempre foram as melhores possíveis e Cony viu nisso a oportunidade de capitalizar circulação e prestígio para uma revista sintonizada com o peregrino da Nova República. Adolpho não vacilou: Tancredo seria para Fatos o que JK tinha sido para a Manchete. Um clima febril tomou conta da nova redação. Ney Bianchi, escolhido como chefe da sucursal da Fatos em Brasília, logo estabeleceu suas condições: uma casa na Península dos Ministros, com um mordomo juramentado; uma polpuda verba de representação para receber políticos e autoridades; dez ternos cortados pelo melhor alfaiate de Brasília; limusine com chofer e por aí vai.

O lance maior da Fatos só não contava com as rasteiras do destino e a vulnerabilidade da carne: a revista foi às bancas na sexta-feira, 17 de março, com a foto da posse do vice José Sarney na capa; mas, sem a estrela de Tancredo, não tinha gás para ir muito longe. Vale lembrar que na época existia uma profusão de semanais de informação no Brasil, mais até do que nos Estados Unidos ou na Europa. Havia a Veja, que depois de um começo incerto em 1968, graças à estratégia de assinaturas acabou se tornando uma potência (toda grande empresa usava Veja como uma ferramenta para seus executivos); havia a IstoÉ de Mino Carta, o editor-fundador da Veja; a Visão, do empresário Henry Maksoud, que tinha seu peso; e a Afinal, que durou de 1984 a 89. Na inflação desvairada do governo Sarney, Fatos foi se arrastando – hostilizada até dentro da própria Bloch como um estranho no ninho e uma fonte de prejuízo – até fechar em julho de 1986, um ano e quatro meses depois do seu lançamento.

Quanto ao Brasil e à sua Presidência, é outra história, tão tortuosa como a da Bloch: Washington Luiz deposto, Getúlio suicidado, Jânio renunciado, Jango deposto, Tancredo morto sem assumir, Collor impedido, Dilma impedida e Temer isso que todos estão vendo aí...

Só resta fechar com o humor mineiro do velho Tancredo Never: certa vez, numa roda de amigos no Senado, ele definiu seu epitáfio, que não chegou a ser gravado na lápide do cemitério ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, em São João del-Rei:

“Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves!”

(*) O diretor Sérgio Rezende lançará no dia 14 de junho de 2018, o filme O Paciente, que focaliza os últimos dias de Tancredo. O ator Othon Bastos representará o político mineiro. 

Você pode defender o meio ambiente com pequenas atitudes. Conheça o Guia da Pessoa Preguiçosa para salvar o mundo





O Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC Rio) lança neste dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos) a campanha digital ‘Guia do Preguiçoso para Salvar o Mundo’. São 42 dicas ilustradas de pequenas atitudes que contribuem para  o desenvolvimento sustentável. A UNIC Rio lembra que os direitos humanos não são unicamente políticos ou civis, mas também econômicos, sociais, culturais e a cada dia mais ambientais.

O Guia do Preguiçoso dá dicas simples para a participação de cada um. Alguns exemplos: pagar as contas online e cancelar extratos bancários em papel evita a destruição de florestas. Apagar as luzes – inclusive da sala, se a iluminação da TV ou do computador forem suficientes – economiza energia. Comprar produtos que usem pouca embalagem. Reaproveitar a água da chuva para limpar calçadas e regar plantas. Comprar em lojas de segunda mão: produtos novos não são necessariamente melhores.A campanha entra no ar das redes da ONU Brasil a partir de 10 de dezembro.

Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil 

Jornalismo - Não passou da hora de sair da "bolha"?

Que os políticos, em Brasília, vivem em um universo encantado de benefícios, mordomias e modos de vida à parte, nós sabemos. Quando nos deparamos com aqueles sujeitos engravatados, a grande maioria deles, dando declarações apressadas à saída do Congresso temos a sensação clara de que são marcianos ou não estão no pleno uso das suas faculdades mentais. Mas quando dão entrevistas longas em programas de TV que tentam entendê-los a coisa fica muito pior. Quando têm tempo para elaborar ideias e análises sem links com a vida real aqui em baixo, aí temos certeza de que vivem um mundo bizarro e paralelo. 

Quem trabalha, toma um cafezinho com os colegas, anda de metrô, conversa com o vizinho, vai ao clube, à academia, paga contas e vai ao supermercado não sabe do que aqueles caras estão falando. Da rotina de um trabalhador honesto não é, de um jovem que busca uma vaga no mercado de trabalho também não, de um idoso que espera atendimento em um hospital público, passa longe.

Ok, somos invisíveis para os políticos. Mas será que somos vistos e ouvidos pela grande mídia?

Se o padrão do jornalismo é reproduzir fontes oficiais explícitas ou disfarçadas de "um interlocutor do ministro...", se a "verdade" está apenas com o economista do "mercado", com a Fiesp, com o círculo de autoridades suspeitas que cerca um presidente igualmente suspeito e com o "consultor" da agroindústria ou com o enviado do Banco Mundial, há que duvidar.

Geralmente, a mídia dominante, por absoluta afinidade, reproduz o mundo irreal que os políticos habitam. Será que não cabe aos jornalistas tentar quebrar o padrão, alternar ângulos e pontos de vista, buscar o contraditório, duvidar, apurar que o buraco é mais em baixo?

A notícia filtrada pelos jogos vorazes dos mesmos e eternos personagens, não apenas os políticos, mas os "analistas" e "especialistas" com opiniões previamente aprovadas, uma espécie de "análise" de carta marcada que nunca surpreende, deixa de ser notícia, transforma-se em peça de divulgação de interesses ou de campanha paragovernamental, como se viu no caso da reforma trabalhista e, agora, no encaminhamento da reforma da Previdência. E se vê na cobertura da Lava Jato onde o "jornalismo" se alimenta apenas de comunicados oficiais ou de vazamentos. O que é cômodo, mas não é jornalismo. Para a grande mídia, a "fonte" é utilizada quase sempre para reforçar ou "autenticar" a versão politicamente oficial. Se os repórteres do Washington Post se limitassem a veicular a palavra oficial e os vazamentos controlados da Casa Branca, Watergate seria até hoje um endereço e não um escândalo que levou à renúncia de um presidente. 

O repórter gaúcho Carlos Wagner, com sete prêmios Esso regionais nas costas, 31 anos de carreira no Zero Hora, ex-Coojornal, o veículo da famosa Cooperativa de Jornalistas de Porto Alegre que foi uma voz corajosa contra a ditadura nos anos 1970, levanta a questão do jornalista que gira em torno de si em um artigo publicado no seu blog. Leia abaixo:

  

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Fotógrafo Iaponã, que vive em Fernando de Noronha, expõe no Rio a intimidade da Ilha...

Paloma Bernardi. Foto Iaponã/Divulgação

Em cartaz na Cidades das Artes, na Barra da Tijuca, a exposição "Neuronhe-se", com o trabalho do fotógrafo Rildo Iaponã, pernambucano residente em Fernando de Noronha.
Iaponã fotografou atores e atrizes que há anos adotam a ilha como destino de folgas e férias.

Fabiula Nascimento. Foto Iaponã/Divulgação

Entre os fotografados, Paloma Bernardi, Carol Castro, Fabiula Nascimento e Paulinho Vilhena, que participa, junto com Iaponã,  do projeto social "Casa Neuronha" que apoia jovens locais, faz campanha educativas sobre preservação da natureza e promoveu, recentemente, doação de óculos de grau para habitantes de Noronha.Iaponã revela uma face da Ilha tão natural quanto o seu belo ecossistema.