sábado, 26 de março de 2016

Vai pra Cuba! Os Stones foram



Fotos: Reprodução Granma
Foto Ismael Francisco Cuba Debate

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Japão... Eita paisinho safado... O eterno egoismo de uma política internacional primitiva e o assassinato de baleias como "pesquisa"


por Niko Bolontrin 
Em 2014, por pressão internacional, o Japão cancelou a temporada de caça à baleia após decisão da Corte Internacional de Justiça. 

Agora, em total desprezo pela comunidade internacional, o país retomou, nessa semana, o assassinato em massa de baleias. 

Pretende matar 300 animais e já dizimou 200 fêmeas grávidas. E isso invadindo os refúgios da Antártica. 

A alegação é, além de bandida, hipócrita: o Japão alega que vai à caça movido por "propósitos científicos". 

Ô paisinho primitivo disfarçado de civilizado. 

Historicamente, a diplomacia japonesa é critica pelos diplomatas pelo foco egoísta e autocentrado. Não estão nem aí para a meio ambiente fora das suas fronteiras. Às vezes, nem dentro. Veja-se o caso do vazamento radioativo da usina de Fukushima que continua envenenando o Pacífico.

Seleção Brasileira: sete minutos de puro pânico

No esperado duelo Neymar contra Suárez, deu o uruguaio, que marcou um gol e ajudou a arrancar um empate. Foto Rafael Ribeiro/CBF
por Onotonio Baldruegas
O jogo parecia sob controle: 2 x 0, com o Uruguai ameaçando relativamente pouco o gol do Brasil. Mas os torcedores já aprenderam a duras penas que nada disso é garantia de maré mansa. A bola virou. Já no começo do segundo tempo, a seleção brasileira parecia fora da tomada.

Mas o pior estava por vir, e não foi apena o empate, o frustrante resultado final. Foram os sete minutos de pânico após o gol marcado por Cavani.

Relembrando versos de Chico Buarque (mesmo correndo o risco de ser apedrejado pela SS das ruas),  "e do amor gritou-se o escândalo / Do medo criou-se o trágico /
No rosto pintou-se o pálido / E não rolou uma lágrima / Nem uma lástima / Pra socorrer...

"Meus amigos", como diria Nelson Rodrigues, "eu ví o pânico de chuteiras".

Durante intermináveis minutos, a seleção perdeu a linha, bateu cabeças, foi envolvida pela Celeste e recebeu cartões amarelos ( Neymar e David Luís do próximo jogo, contra o Paraguai, em Assunção). Muitos devem ter conferido o placar, no alto da imagem da TV, para ver se por acaso marcava #seteaum. Aquelas camisas amarelas descontroladas remeteram ao pesadelo da última Copa. Tá bom, a hastag é exagerada. Não houve um prejuízo daqueles, ao contrário, o Brasil saiu no lucro com o empate. O Uruguai esteve bem perto de marcar o terceiro gol graças a um inacreditável toque de cabeça de David Luis para Suárez. O jogo chegou ao fim com o Brasil olhando mais o relógio do que a bola.

A seleção abusou tanto da troca de passes pro lado que vale lembrar uma observação João Saldanha: se a trave fosse na lateral do campo, o Brasil tinha goleado. Saldanha dizia isso nos anos 80, uma década em que o Brasil não chegou a uma final de Copa (nos 50 foi vice e campeão, nos 60 bi, nos 70 tri, nos 90 campeão e vice, nos 00, campeão). Nos anos 30, o melhor resultado foi um terceiro lugar em 1938).

A maioria dos jornalistas esportivos diz que a seleção é dependente de Neymar. Pode ser. Mas se for, é melhor Dunga inverter os eletrodos. Até aqui, ele pensa no time com Neymar e improvisa quando Neymar se ausenta. Melhor fazer o contrário: montar um time sem Neymar e encaixar o jogador quando este não estiver suspenso, machucado ou não liberado pelo Barcelona. Vai fazer mais sentido.

Por volta dos 40 min do segundo tempo, a câmera enquadrou Suárez, em close. O uruguaio, que correu o tempo todo, estava ofegante, parecia até muito cansado. Em seguida, entrou Neymar no foco da TV. Talvez seja coincidência, mas o brasileiro parecia respirar com a serenidade de um monge budista. Vai ver estava com a consciência do dever cumprido e  já resignado por não precisar ir ao Paraguai. O que não o impediu de, ao fim do jogo, tentar tirar satisfações com o adversário
Para cobrir as ausências de Neymar, Dunga convocou Gabriel, do Santos, e o zagueiro Felipe, do Corinthians.

De imprevisto em imprevisto, ele vai acabar seguindo linhas tortas que podem levar a um melhor caminho.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Algo estranho no ar... É um avião? Um Ovni? É o Lula fugindo pra Itália?

por José Esmeraldo Gonçalves 
A Veja desse fim de semana revela o "plano de fuga" de Lula.  O autor da reportagem é o repórter Robson Bonin.

Ou muito me engano ou essa matéria é uma bomba jornalística. Fuga? E envolvendo um ex-presidente?

Caraca, essa matéria é a mãe de todas as bombas.

Bonin deveria pensar: "Esse é o meu Watergate!".

Considerando que o autor deve ser um repórter honrado (sem referência ao clássico "Brutus é um homem honrado"), estamos nós, os leitores, loucos para saber o desfecho desse petardo jornalístico.

Todos, rigorosamente todos, os jornalistas investigativos sonham com uma pauta dessas. Seria o caso até de não publicá-la de uma maneira apressada e trabalhar mais um pouco, levantar as informações, checar as fontes, cruzar pistas e correr pro abraço. Isso aí é o beabá do jornalismo que não deve se confundir com ação político-partidária. Nem mesmo quando as demissões, os cortes de custos, as reformulações das redações ameaçam tantos profissionais, especialmente aqueles que não são de cama e mesa dos patrões.

A matéria do Bonin tem tudo para ser um marco no jornalismo brasileiro. Só não ganha o Pulitzer, agora, de cara, porque parece viciada em offs. É quimicamente dependente de fontes não identificadas.

Vou explicar pro Bonin. Senta aí e anota, Bonin. Off é uma instituição do jornalismo honesto. Serve para levantar pistas, indicar rumos. Mas essas pistas e rumos deverão ser checados em várias outras fontes não comprometidas com interesses diretos em eventuais denúncias. São apoios para uma reportagem que obedeça a parâmetros éticos. São os afluentes não o rio. Busque o rio, Bonin. Se não fizer isso, o jornalista será apenas um "cavalo" para transporte de vontades escusas. Corre o risco de se transformar em um serviçal de poderosos. Entendeu, Bonin?

Bons jornalistas costumam ficar atentos a essas armadilhas. Você não deve correr o risco de parecer um carregador de interesses. Os leitores honrados acreditam que um repórter honrado tem provas honradas do que apurou.

E você não vai decepcioná-los, estou certo. Você emplacou uma capa, Bonin! Deve ter marcado pontos com o patrão. Recebeu tapinha nas costas ao sair exausto do fechamento. Faça valer a oportunidade, Bonin. Você já foi o autor de uma capa histórica a dois dias da eleição presidencial de 2014. Conseguiu vincular Dilma à corrupção. A própria matéria admitia que não tinhas provas, Mas isso foi um detalhe. Paciência. Não deu certo. Se a reportagem se baseasse em fatos, Dilma não teria tomado posse, o Brasil não estaria tão tenso e você estaria curtindo o feriadão e não correndo atrás desses planos de fuga do Lula.

Não desista, Bonin. O Brasil aguarda a suíte da sua matéria. Nomes, provas, documentos, testemunhas. Essa é a bomba jornalística da temporada. Isso é coisa premiada, coisa fina, vai pros anais da ABI, Bonin!

Vá pra cima. Não deixe dúvidas, Bonin.

O leitor acredita em você, Bonin. Dessa vez você vai mostrar com se faz uma reportagem.

É o mínimo que o leitor espera, Bonin.

Você não vai decepcioná-lo, Bonin.

Se não rolar esse padrão, você estará avacalhando com a profissão.

Viu isso ? Em 1967, conservadores assustados percorriam São Francisco, de ônibus, para tentar entender o movimento hippie. Quase 50 anos depois, o tour ainda existe. Mas agora é para quem quer reviver a experiência flower power...

1967: visita guiada ao mundo hippie... na segurança de um ônibus. Foto Art Frisch/Reprodução

Hippies no habitat. O look ainda lembrava o dos beatniks. Flores e batas apareceria pouco depois. Foto Art Frisch/Reprodução

Americanos conservadores tentando entender os hippies.Foto Art Frisch/Reprodução

O tour ainda existe. Hoje, reverencia a rebeldia. Reprodução/The Magic Bus

Turistas vivem hoje a experiência flower power. Reprodução/The Magic Bus
por Ed Sá
O site Dangerous Mind faz uma viagem iconográfica a São Francisco, entre janeiro e abril de 1967. Em clima de paz e música, a cidade estava às vésperas do "Verão do Amor".

Eram lançados os primeiros álbuns do Jefferson Airplane, do Grateful Dead, do The Doors. Mas a canção que fez sucesso na primavera de 1967 era mais "comercial" e ultra light: "San Francisco", de Scott McKenzie. Os jovens despertavam a curiosidade e ao mesmo tempo assustavam os conservadores americanos.

Os Estados Unidos viviam dias de assassinatos políticos, repressão a movimentos estudantis, a resistência violenta dos racistas e a escalada da Guerra do Vietnã.

Mas o que estava acontecendo em São Francisco, que parecia fora desse caldeirão? Só indo lá para ver.

Para isso, havia tours de ônibus oferecidos a uma perplexa fatia de conservadores para ver de perto points tomados pelos jovens. Eram pessoas comuns observando hippies. O programa turístico também recebeu críticas e foi comparado, com um certo exagero, a uma visita a um zoológico humano.

O DM observa que os jovens, na época, se vestiam mais ou menos como os de hoje. Batas floridas ainda não estavam muito em voga e só ganharam definitivamente as ruas dali a alguns meses, no auge do "Verão do Amor". Uma" turista" mais velha achou que os hippies não diferiam muito dos beatniks da sua geração. Pelo menos na aparência.

Se você for, hoje, a São Francisco, ainda pode viver essa experiência vintage. Agências de turismo oferecem o mesmo roteiro, que cruza a icônica Haight-Ashbury. E um experiência concorrida.

Não são poucos os que querem conhecer aquele mundo perdido de paz e amor.

VEJA MAIS FOTOS, CLIQUE AQUI



E OUÇA A CANÇÃO-CHICLETE DE SCOTT McKENZIE, "SAN FRANCISCO", LANÇADA NA PRIMAVERA DE 1967, POUCO ANTES DO "VERÃO DO AMOR". 
O CLIPE MOSTRA CENAS DO UNIVERSO HIPPIE.  CLIQUE AQUI

Tem que respeitar. Torcedoras criticam capa do Lance... estádio também é das mulheres.

por Clara S. Britto
No tempo em que futebol era território masculino, capas como essa não virariam polêmica. Mas as mulheres agora ocupam as arquibancadas. Elas nem reclamam da onda de belas musas que promovem muitos times e jogos. Mas as torcedoras que esperavam o Corinthians na capa após a vitória sobre o São Bernardo se decepcionaram. Em vez de um lance do jogo, como diz o nome da publicação, a capa foi da musa do time do ABC paulista. As meninas protestaram na rede social.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Cruyff, a lenda laranja


por José Esmeraldo Gonçalves
Em 1973, o Ajax ganhou pela terceira vez seguida a Liga dos Campeões da UEFA. Alguns
jornalistas europeus ficaram impressionados com a mobilidade do time holandês.

No Brasil, que ainda estava no embalo do Tri e da extraordinária seleção que atropelou os adversários na Copa de 1970, a repercussão da final da Liga dos Campeões foi quase zero.

Ajax ? A TV não exibia os jogos do Ajax como hoje faz com o Barcelona de Messi, Neymar e Suarez.

Na verdade, o Ajax já vencera alguns campeonatos holandeses, sob o comando do treinador Rinus Michels, mostrando em campo uma geração de craques que despontava e jogava sem posição fixa. Mais do que isso, os jogadores faziam um rodízio em meio a trocas de passes e movimentação permanente, sem bola ou com bola pra frente. Os passes laterais acionavam um jogador melhor colocado ou eram usados como recurso para evitar a perda da bola. O jogo era verticalizado, sempre objetivando o gol. Habilidade, precisão e dribles (também em direção à grande área, de preferência) completavam a engrenagem.

Aqui nos trópicos, os meninos de Rinus Michels não tiravam o sono dos treinadores.

Nem mesmo durante as eliminatórias para a Copa de 1974, quando a seleção holandesa adotou o estilo e os craques do Ajax e classificou-se invicta (fez 24 gols e sofreu dois), Zagalo, então treinador da seleção brasileira, sequer desconfiou que em algum lugar havia uma Laranja Mecânica lubrificando o mecanismo.

O Brasil descobriu  Jansen, Neeskens, Van Hanegem, Rensenbrink, Rep e Cruyff na Copa de 1974, na Alemanha, quando já não havia muito mais o que fazer. A Holanda estreou naquela Copa contra o Uruguai. Ganhou com dois gols de Rep. Não goleou porque a Celeste tinha no gol o competente Mazurkeviski. O uruguaio Pedro Rocha, que jogou no São Paulo, contou em entrevista, certa vez, que por duas vezes na vida pensou em chamar "mamãe". Uma, quando estreou, aos 17 anos, em um jogo no Estádio Centenário, logo no clássico Penarol x Nacional. A outra, ao enfrentar a Holanda, na Alemanha. "Quando peguei a bola pela primeira vez, quatro jogadores vieram em cima de mim e me desarmaram. Não entendi nada. Na segunda vez, a cena se repetiu. E foi assim o jogo inteiro. Ali eu quis chamar minha mãe".  E olha que Pedro Rocha não era de chamar "mamãe" à toa.

VEJA UM VÍDEO DE BRASIL X HOLANDA, CLIQUE AQUI

O Brasil foi eliminado pela Holanda, com gols de Cruyff e Neeskens. Nem se juntassem, naquele dia, todas as mães dos jogadores e do treinador brasileiro, sem ofensas, a seleção tricampeã conseguiria desplugar o Carrossel Holandês (nome, registre-se, dado pelo saudoso jornalista Aparício Pires, que trabalhou no Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, O Globo e Última Hora. Aparício também criou o apelido de Roberto Dinamite, a partir de uma manchete no Jornal dos Sports. Ele teve uma passagem pela Fatos & Fotos, em 1975-1976, onde foi um mestre para os jovens repórteres da época).

O regente daquela orquestra laranja, Johan Cruyff, morreu hoje, aos 68 anos, após lutar contra um câncer no pulmão.

A seleção holandesa encantou o mundo mas, como se sabe, não foi campeã em 1974.

A Alemanha, tal como em 1954, quando derrotou outro escrete lendário, o da Hungria de Puskas, tirou o título do Carrossel de Cruyff.

Mas não lhe tirou a lenda.



Veja o vídeo Johan Cruff, The Legend, clique AQUI

Vai vazar nos próximos dias nova planilha de apelidos de políticos. "Faz um Ted", "Fundo Falso", "Deixa o Meu", entre outros,

Anotações aparentemente feitas às pressas
por Omelete
Mãe põe nome e sobrenome. A vida coloca os apelidos. Bandidos geralmente se tornam mais conhecidos pelos apelidos que, quase sempre, destacam uma característica física, de comportamento ou geográfica.

Cara de Cavalo, Mineirinho, Beira Mar, Orelhinha, Xaropinho, Praga de Mãe, Meia Rosa, Marquinhos Sem Cérebro, Anal, Beira Mar, Bandido da Luz Vermelha, Debochado, Drogadão, entre vivos e mortos, a história registra alcunhas de bandidos que ganharam alguma notoriedade.

As redes sociais também popularizam o uso do auto-apelido por quem prefere o anonimato. Estão lá, muitos perfis denominados Lôra, Demolidor, Vizinho Falador, Dadeira etc.

Não se sabe se a Odebrecht tinha um setor de criação de apelidos, mas a maioria dos codinomes da superplanilha vazada parece bem encaixada. Avião (a musa), Bruto (o grosso), Viagra (o mais velho que gosta de novinhas), Escritor (o que se acha literato), Nervosinho (o de pavio curto), Caranguejo (o que anda de lado mas sabe o rumo do pote) e Mineirinho (o próprio), entre outros.

A mídia está tratando a planilha como novidade porque quer, mas a prática já se revelou no começo do ano passado e foi aparentemente desconsiderada por envolver nomes de todos os partidos. O que surgiu agora foi apenas o PDF da caravana. O "sistema" pluripartidário já havia sido informado por delatores premiados em 2015. A grande imprensa já defende alguns do listão alegando que são doações legais para campanhas políticas. Mas ninguém explica porque doação legal precisa de alcunha.

Esses apelidos, aliás, vão se juntar a muitos outros que estão nos autos da Lava Jato: Leitoso, Bebê Johnson, Véio, Brahma, Mercedão, Batman, My Way, Primo, Bob, Sabrina e AnGelina Jolie.

Brizola era um que acreditava que os apelidos eram mais reveladores do que os nomes nas certidões de nascimento. Para ele, Paulo Brossard e sua empáfia eram o Ruy Barbosa em Compotas. Moreira Franco era o Gato Angorá. Lula, o Sapo Barbudo. Anthony Garotinho, o Queijo Palmira. Collor era o Filhote da Ditadura e Alckmin, o Picolé de Chuchu. A polarização entre Lula e FHC era, para ele, a escolha entre o Diabo e o Coisa Ruim.

Talvez alguns políticos e certos empresários do futuro próximo tenham que aperfeiçoar códigos e diálogos para escapar de gravações. A tendência deverá ser criar todo um vocabulário. Algo, por exemplo, que os traficantes já descobriram há muito tempo. Eles têm uma linguagem própria e mutante que até a polícia tem dificuldade de traduzir ao transcrever escutas. "Fita forte" é o produto do roubo; "Ficou pequeno" é ficar mal falado; "Rasga", sair correndo; "Dar área" , ir embora; "Dar uns galeto" , passear. Obviamente, suas excelências ao criar o glossário vão ter que se inspirar nos seus próprios ecossistemas. "Salão Verde" vai nomear o local de entrega de dólares; "Medida Provisória" pode ser o adiantamento de parte da propina; "Calcinha da vovó", a conta secreta bem escondida; "Tramitou?" será a palavra usada para checar se a propina foi depositada; "Quero coligar" é o pedido para entrar no esquema; "Tô de camisa amarela" significará "tô de boa" e vai servir para confirmar que o depósito bateu.  

É possível que apareçam novos apelidos em novos vazamentos nas próximas semanas. Brasília está inquieta. O que se diz na capital é que os assim chamados Rola Compressora (um pegador), Mona Lisa (um vaidoso), GI Joe (ameaça botar pra quebrar se não receber no prazo), Seu Madruga (pede para a entrega ser sempre altas horas), Área Vip (cobra até o táxi onde manda buscar a entrega), Deixa o Meu (na portaria, esse nunca aparece para receber, tem medo de ser filmado), Sem Recibo, Faz um Ted, Doleta (só quer receber em dólar), Genebra (direto na conta secreta), Fundo Falso (quer ao vivo, numa mala), Não Me Erra (não me esquece), Dá pra Melhorar? (sempre acha pouca a propina), Na Mão da Patroa (entrega é feita à amante) Tosco (aceita até cheque), Apaga o HD (o desconfiado), Pedágio (quer receber todo dia) e Dízimo Pingado (esse sempre pede semanada e agradece em nome de Jesus) estão loucos atrás de um programa de computador remoto que delete PDF.    

ONU: Brasil em risco

Escritório de Direitos Humanos da ONU afirma preocupação com contexto político brasileiro

Monumento 'A Justiça', de Alfredo Ceschiatti. Foto: Ana Volpe/JS/Flickr (novembro de 2008)
Foto: Ana Volpe/JS/Flickr (novembro de 2008)
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) emitiu nesta terça-feira (22) uma nota a respeito da atual conjuntura política do Brasil. Confira abaixo a mensagem do porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville:
“Estamos preocupados com o debate cada vez mais acalorado e politizado que tomou o Brasil nos últimos dias e semanas.
Apelamos ao Governo, bem como aos políticos de outros partidos, que cooperem plenamente com as autoridades judiciais em suas investigações sobre alegações de corrupção de alto nível e que evitem quaisquer ações que poderiam ser interpretadas como um meio de obstruir a justiça.
Ao mesmo tempo, solicitamos às autoridades judiciais que ajam de maneira escrupulosa, dentro dos limites do direito nacional e internacional, e que evitem tomar posições político-partidárias.
Estamos preocupados que um círculo vicioso, que ameaça desacreditar tanto o Executivo quanto o Judiciário, possa estar se desenvolvendo, provocando dessa forma danos sérios e duradouros ao Estado e às conquistas democráticas feitas nos últimos quase 30 anos, durante os quais o Brasil tem sido governado de acordo com uma Constituição que oferece sólidas garantias de direitos humanos.”

Vai pra gaveta ! (deu na Carta Capital)

LEIA A MATÉRIA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

CEPAL manifesta preocupação diante de ameaças à democracia brasileira

​Foto: Carlos Vera/CEPAL
(do site ONU BR)
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da ONU (Cepal) emitiu na terça-feira (22) uma mensagem dirigida à presidente Dilma Rousseff, apoiando a plena vigência do Estado Democrático de Direito e o exercício da autoridade do Poder Executivo brasileiro.

Em declaração pública, a secretária-executiva do organismo das Nações Unidas, Alicia Bárcena, manifestou sua preocupação com as ameaças à estabilidade democrática e reconheceu os avanços sociais e políticos no Brasil na última década.

Segue abaixo o texto integral da declaração da alta funcionária internacional.

Mensagem de Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL, à presidente Dilma Rousseff:

“É com profunda preocupação que assisto ao desenvolvimento dos acontecimentos políticos e judiciais que convulsionaram o Brasil nas últimas semanas. Nos causa alarme ver a estabilidade de sua pátria ameaçada.

A soberania popular, frente única de legitimidade na democracia, entregou anteriormente a Lula e posteriormente a você, presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduziu em governos comprometidos com a justiça e a igualdade. Nunca, na história do Brasil, tantas e tantos de seus compatriotas conseguiram evitar a fome, a pobreza e a desigualdade. Também foi significativa para nós a marca determinante com a qual suas gestões reforçaram a nova arquitetura da integração de nossa região, da UNASUL à CELAC.

Reconhecemos o esforço dos tribunais em perseguir e castigar a cultura de práticas corruptas que foram historicamente a parte mais opaca do vínculo entre os interesses privados e as instituições do Estado. Temos apoiado permanentemente essa tarefa, com a valentia e honradez que é selo de sua biografia, apoiando a criação de uma nova legislação mais exigente e de instituições persecutórias mais fortes.

É por isso que nos violenta que hoje, sem julgamentos nem provas, servindo-se de vazamentos e uma ofensiva midiática que já ditou condenação, se tente demolir sua imagem e seu legado, enquanto se multiplicam as tentativas de menosprezar a autoridade presidencial e interromper o mandato entregue nas urnas pelos cidadãos.

Os acontecimentos pelos quais o Brasil atravessa nesses dias ressoam com força para além de suas fronteiras e ilustram para o conjunto da América Latina os riscos e dificuldades aos quais nossa democracia ainda está exposta.”

Fonte: ONU BR

quarta-feira, 23 de março de 2016

Não pule ainda no fundo do poço: em meio ao caos político, algumas notícias positivas da área econômica pipocam hoje na web. Dificilmente repercutirão na mídia impressa, mas podem deixar o feriadão menos deprê...

por Flávio Sépia
Amplificar a percepção negativa da crise econômica e relativizar algumas estatísticas tem sido uma das táticas coordenadas para acelerar o desgaste político das autoridades da área econômica, mesmo quando estas eventualmente acertam. Aos movimentos pró-golpe interessa convencer a população de que o apocalipse está logo ali na próxima esquina. Essa estratégia só ganhará refresco com a queda de dona Dilma. Pode parecer incrível, mas nem tudo está parado nos negócios como no Congresso atual, onde a oposição e o PMDB de Eduardo Cunha sentaram seus ilustres traseiros sobre projetos e medidas econômicas considerados necessários até pelo mercado.
Na vida real, às vezes,  alguma luz consegue atravessar as trevas. Leia, abaixo, dados menos catastróficos e isso apenas entre o que foi divulgado hoje pelas instituições. Não é nada, não é nada, o tal fundo do poço diminui em parcos centímetros.

* O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,43% em março e ficou 0,99 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,42% de fevereiro. Em relação aos meses de março, constitui-se no índice mais baixo desde 2012, quando registrou 0,25%.
O IPCA-E, IPCA-15 acumulado por trimestre, situou-se em 2,79%, abaixo da taxa de 3,50% registrada nos três primeiros meses de 2015. Considerando os últimos 12 meses, o índice foi para 9,95%, descendo dos 10,84% que havia atingido nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2015, a taxa havia sido 1,24%.
* Os Investimentos Diretos no País (IDP) alcançaram US$ 5,920 bilhões em fevereiro, segundo o Banco Central. O valor ficou acima das estimativas do mercado. Nos primeiros dois meses, estrangeiros investiram US$ 11.375 bilhões no setor produtivo brasileiro. Nos últimos 12 meses, um total de US$ 77,563 bilhões de capital não especulativo entrou no Brasil.
* O percentual de famílias endividadas em março caiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a 60,3%, diz a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  O indicador é maior do que o de março de 2015, 59,6%, mas especialistas consideram positiva a tendência atual.
* A montadora alemã Mercedes-Benz inaugurou, hoje, em Iracemápolis (SP), uma nova fábrica de carros. É a terceira unidade da marca, no Brasil, mas é a única dedicada a fabricação de veículos de passeio.
* E, infelizmente, um dado dissonante também divulgado hoje. Pela primeira vez, desde 2001, subiu o índice de desigualdade na distribuição de renda no Brasil. Segundo o ex-ministro Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS) e da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), " o Brasil estava nessa reta de redução de desigualdade e agora teve uma reversão dessa tendência". Em tempo de política abutre de juros altíssimos, como defendem o mercado, as instituições financeira e os colunistas de economia da velha mídia e cede o governo, o gasto público com os mais pobres diminuiu, o desemprego aumentou, salários tendem ao achatamento e grandes empresas especializadas em obras de infraestrutura e geradores de empregos estão paralisadas por questões judiciais e políticas.

Pega um, pega geral... Lava Jato dá batida em casa de jornalista. Era engano...

(do Portal Imprensa) 
A jornalista Luciana Amaral, do jornal O Estado de S. Paulo, foi surpreendida na última terça-feira (23/3) pela Polícia Federal (PF) em sua casa, na capital paulista. Os policiais alegaram que foram até o local a mando do juiz Sérgio Moro, como parte das investigações da Operação Lava Jato.

"Como jornalista, já cobri várias operações da PF, mas nunca pensei que acabaria incluída em uma delas", relatou em texto publicado no site do jornal. Luciana conta que a PF apareceu em seu apartamento pela manhã e que estavam atrás, principalmente, de dinheiro vivo.

"Abri a porta ainda com a roupa de dormir e lá estavam três agentes da PF, dois do Paraná e um de São Paulo - nenhum japonês -  além de duas pessoas do condomínio, como testemunhas [...] Eu nem tinha tido tempo de abrir o jornal e saber da nova etapa da operação, nem dos atentados na Bélgica. Eu só conseguia pensar "Logo eu? Logo eu?", contou.

Segundo ela, os policiais quiseram saber há quanto tempo ela morava no apartamento, com o que trabalhava, para qual jornal prestava serviços, se cobria a Lava Jato, se possuía informações privilegiadas sobre a operação, se tinha parentes políticos, ministros ou ligados a empreiteiras e se dispunha de algum cofre em casa.

Depois de mais perguntas e respostas, os agentes pediram que ela abrisse os armários do quarto. Não constataram nada. Assinaram o mandado, notificando não haver nenhuma irregularidade no endereço e informaram que iriam atrás do antigo locatário. "Esse vai ser investigado", disseram.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO PORTAL IMPRENSA, CLIQUE AQUI

Bolsonaro, um dos líderes do golpe e aclamado pelos manifestantes nas ruas, pede que a Câmara seja sitiada e lança um grito de guerra: "Aquele Parlamentar que, por ventura, não votar pela saída dessa impostora e corrupta, Dilma Rousseff, vai ter problemas para sair do Congresso"

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

A foto do fato - Em Cuba, Obama vê a História do alto. Veja também uma seleção das melhores fotos dos bastidores das viagens do presidente americano. O "paparazzo oficial" é o fotógrafo Pete Souza

O Air Force One sobrevoa Havana e Barack Obama e assessores assumem toda a curiosidade. Da janela do avião ele observa a velha cidade com a convicção de que ao desembarcar estará fazendo História. Foto de  Pete Souza/White House Official. 

PETE SOUZA, CHEFE DE FOTOGRAFIA DA CASA BRANCA,  É O "PAPARAZZO" DE OBAMA. 
VEJA UMA SELEÇÃO DE FLAGRANTES DE BASTIDORES DAS VIAGENS DO PRESIDENTE AMERICANO

No Corcovado, Rio de Janeiro, 2011. (Official White House Photo by Pete Souza)

No Senegal, 2013. Barack e Michelle Obama visitam a Casa dos Escravos. Através dessa porta, chamada de 'Door of no return", os negros eram embarcados para as Américas. (Official White House Photo by Pete Souza)

Na Austrália, 2014, brincando com um coala. (Official White House Photo by Pete Souza)

Angela Merkel e Obama. Alemanha, 2015. (Official White House Photo by Pete Souza)

No Museu do Holocausto, Jerusalém, 2013. (Official White House Photo by Pete Souza)

Desembarcando na Jamaica, 2015. (Official White House Photo by Pete Souza)

Passeio solitário no Canal do Panamá, 2015. (Official White House Photo by Pete Souza)

Em Istambul, Turquia, 2009. Um "onde está Obama" em meio a seguranças e autoridades. (Official White House Photo by Pete Souza)

Com o Papa Francisco, no Vaticano, 2014. (Official White House Photo by Pete Souza)

Na cela da prisão da ilha Robben onde Mandela cumpriu pena na Cidade do Cabo, África do Sul.  (Official White House Photo by Pete Souza)

MAIS FOTOS AQUI

Professor recusa convite da Globo News e acusa canal: "Incita população ao ódio"

Reprodução Facebook
por Flávio Sépia
Também repercute nas redes sociais a resposta do professor Reginaldo Nasser, da PUC, São Paulo, ao recusar um convite para participar do programa "Edição das 16h". Episódios desse tipo se sucedem. Independentemente de posições políticas e das razões de cada um, inclusive na avaliação do papel da grande midia, o Brasil é um país à beira de um ataque de nervos.
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Visual de Ilze Scamparini ao noticiar atentado na Bélgica surpreende telespectadores.

Reprodução
por Clara S. Britto
Quem bombou ontem nas redes sociais foi a experiente correspondente da Globo Ilze Scamparini. Ao entrar no "Bom Dia Brasil" para noticiar o atentado terrorista que chocou a Bélgica, a jornalista surpreendeu os telespectadores com um acessório nada discreto: estilosos óculos de armação azul. O Huff Post Brasil comentou outras intervenções incomuns da repórter. Na rede social, internautas comentaram que os óculos chamativos não combinavam com o tipo de notícia dramática que ela passava naquele momento ao telejornal.
LEIA NO HUFF POST BRASIL, CLIQUE AQUI

terça-feira, 22 de março de 2016

Com a morte de Mariozinho de Oliveira, o Rio perde o último integrante do lendário Clube dos Cafajestes. Em 1953, Manchete cobriu a última festa da turma que incendiava a noite de Copacabana

O adeus dos Cafajestes, palavra então grafada com "g", na chamada de capa da Manchete.


Reprodução

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Muita alegria, como se a vida fosse acabar... Era a legenda da foto da Manchete

O livro "A noite do meu bem", de Ruy Castro, lançado recentemente, leva os leitores ao Rio dos anos 1940 e 1950. Principalmente à época em que, após o fim dos cassinos, começaram os anos dourados das boates.

Copacabana era o centro efervescente da explosão da vida noturna carioca. E foi em Copacabana que nasceu o Clube dos Cafajestes.

Mariozinho de Oliveira.
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O Globo de hoje noticia a morte, aos 90 anos, de um dos fundadores da turma: Mariozinho de Oliveira, o último dos cafajestes. Faziam parte do Clube que virou lenda nomes como Baby Pignatari, Carlos Niemeyer ,  Carlos Peixoto, Mário Saladini, Jorginho Guinle, Paulo Soledade, Fernando Aguinaga, Eduardo Martins de Oliveira, o Edu, Flávio Porto, Sérgio Porto, o jogador Heleno e Ibrahim Sued.

O clube foi fundado em um apartamento em cima da Confeitaria Alvear, em Copacabana, na Avenida Atlântica, esquina com a República do Peru. A confeitaria tornou-se uma sede informal dos Cafajestes. Mas o que a turma gostava mesmo era de alugar casas no bairro, vazias ou até abandonadas, para promover homéricas festas bombadas por mulheres bonitas e uísque farto.

Eram frequentadores da Vogue e do Golden Room. Quase todos eram milionários, mas não se fechavam a alguns "duros" com Ibrahim Sued. E foi Ibrahim, então fotógrafo, uma das vítimas da irreverência dos Cafajestes. Hoje, essa irreverência seria provavelmente chamada de bullying. No livro "A noite do meu bem", Ruy Castro conta que, em 1948, o playboy Mariozinho de Oliveira, então com 23 anos, notou que Ibrahim não pagava dose de uísque e adotava a tática de sentar à mesa dos ricaços e filar vários "escoceses". Uma noite, ao ver o fotógrafo chegar à Vogue, Mariozinho foi ao banheiro e completou seu copo com legítima urina on the rocks. Não deu outra.

Ruy conta no livro: "Ibrahim chegou, sentou-se sem ser convidado e, inevitavelmente, bebeu do uísque de Mariozinho. Não se sabe se estranhou o sabor. Não passou recibo e não estrilou. Apenas levantou-se e foi em frente. Detalhe, Mariozinho gostava de Ibrahim". 

Mariozinho protagonizou outro episódio narrado no livro de Ruy Castro. Este, tendo como coadjuvante o compositor Ary Barroso que, às vezes, ia às festas dos Cafajestes como "observador". "Numa delas, ao entrar num aposento onde Mariozinho trocava carícias com uma belíssima negra, aproximou-se para espiar melhor a nudez da moça e, com os óculos e o nariz a poucos centímetros das suas intimidades, encantou-se com o contraste entre a cor da pele e a da vagina e exclamou: Ela é Flamengo!", revela Ruy Castro.

A revista Manchete, de 31 de janeiro de 1953, publicou uma reportagem sobre o "Adeus dos Cafagestes". A matéria contou que os principais integrantes do Clube andavam de saco cheio com a exploração em torno do nome e com o assédio ao grupo. Resolveram encerrar os trabalhos. Curiosamente, a reportagem foi assinada por Flávio Porto, ele próprio um dos cafajestes de carteirinha. As fotos da última festa de arromba são de Yllen Kerr e Aymoré Marella.
Flávio concluiu a reportagem com um tom de lamento: "O término dos Cafajestes é uma perda enorme para a alegria desta cidade onde tantos se divertem tão pouco. 

Obviamente, os playboys continuaram a aprontar em voos solo ou copilotados. Mas, naquela noite, em grande estilo, como uma bande de rock que se desfaz no auge, enterraram a grife Cafajestes antes que a brincadeira desse sinais de decadência.

Com um detalhe: a festança foi boca-livre. Ibrahim pode beber à vontade. Uísque.

Em quatro fotos, as voltas que o mundo dá...

Visita de Obama a Cuba, ontem. Encontro até então inimaginável mesmo após o fim da Guerra Fria: Obama, em Havana, Che Guevara onipresente. É previsível que esse complicado e histórico processo de reaproximação, que depende do fim do bloqueio a Cuba, da devolução da base de Guantánamo e de outras questões, seja congelado caso o Congresso americano de maioria republicana desautorize Obama ou um Donald Trump conservador, que dá sinais de irresponsabilidade e até de sanidade, seja eleito e decida atrasar os ponteiros do relógio da história. Foto Cuba Debate

Obama e Raul Castro no Palácio da Revolução. Foto Yenny Muñoa / CubaMINREX

Essa foto é do ano passado. Em Hanoi, o Secretário de Estado americano, John Kerry e o presidente do Vietnã, Truong Tan Sang, comemoram 20 anos de  reconciliação e relações diplomáticas com o Vietnã. Um encontro que também celebrou o fim de uma era e a consolidação da aproximação de dois antigos inimigos. Assim como Obama posou com Guevara ao fundo, Kerry está diante do busto de Ho Chi Min  que, ao lado do general Nguyen Giap, foi um dos estrategistas da vítória na guerra contra os Estados Unidos. Foto: U.S. Department of State

Foto de hoje, De Havana, onde acompanha a visita de Barack Obama, o Secretário de Estado John Kerry telefona para o ministro das Relações Exteriores de Bélgica, Didier Reyders, e apresenta suas condolências às vítimas do atentado de autoria do Daesh (autodenominado Estado Islâmico), em Bruxelas que deixou ao menos 34 mortos e 170 feridos.
Uma imagem que simboliza a nova ameaça à paz: o terrorismo islâmico. Após o fim da Guerra Fria, as bombas e a violência indiscriminada dos fundamentalistas religiosos redobram as tensões geopolíticas. E o Ocidente  ainda não chegou a um acordo efetivo sobre o combate ao Daesh. Bombardeios aéreos causam danos mas não eliminam as fortalezas do terror. As potência hesitam em tomar a decisão de invadir territórios terroristas com infantaria e divisões blindadas em mega e definitivas operações . Foto: U.S. Department of State

Apresentadora Monica Iozzi publica no Face íntegra de entrevista que deu à Folha e que, segundo ela, não ficou clara na edição do jornal

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"A Folha de São Paulo publicou hoje em seu site uma entrevista feita comigo há alguns dias. Acredito que a edição feita pela repórter não deixou minha opinião clara o suficiente. Por isso, segue abaixo o conteúdo da entrevista feita por e-mail na íntegra.
1) Você é praticamente uma unanimidade entre os telespectadores da Globo e os usuários das redes sociais. Teme que demonstrar seu posicionamento político - ainda que não partidário - possa te prejudicar?
Não. Me sentiria prejudicada se não pudesse expor o que penso. Não posso deixar de me pronunciar só porque trabalho na TV. Sei que muitas vezes serei mal interpretada, principalmente num momento como este, em que o país parece estar dividido apenas entre "coxinhas" e "petralhas". Precisamos parar de nos comportar como torcidas organizadas de futebol e aprofundar a discussão política no Brasil. Participei do vídeo convidando as pessoas para as manifestações deste dia 18 com este intuito. Mas é preciso deixar claro que a ideia não é abonar as ações do PT. A ideia é cobrar que TODOS OS PARTIDOS sejam investigados e julgados de maneira clara, imparcial e justa. E que a imprensa divulgue da mesma maneira as acusações sofridas pelo PT, PSDB, PMDB, etc. O que não vem ocorrendo. Não sou petista, mas não sou cega.
2) Já recebeu alguma advertência ou conselho por parte da Globo a respeito dos comentários que tem feito na internet, sobretudo o que citava o Jornal Nacional?
Não. Minhas redes sociais expõem o que eu penso, de maneira completamente desvinculada da empresa em que trabalho. Usei o Jornal Nacional como exemplo por ser o telejornal de maior audiência do país. Minha intenção ao escrever aquele post foi de questionar como as pessoas vêm se informando. Não sejamos ingênuos. Não existe imparcialidade na imprensa. Todo veículo pertence a alguém ou a um grupo. E estas pessoas tem seus ideais, princípios e interesses. Por isso precisamos nos cercar de toda informação possível. Acompanho Veja, Carta Capital, IstoÉ, Piauí, Folha, Estadão, O Globo, JN, Jornal da Cultura, Jornal da Band, Mídia Ninja, Globo News, Revista Fórum, blogs, etc. Não podemos ser um povo que consome apenas as manchetes. Este debate raso e tendencioso é que vem alimentando a atual atmosfera de ódio, preconceito e intolerância na qual nos encontramos."
Monica Iozzi tem se posicionado na rede social sobre o atual clima político do país.

Acidente aéreo em São Paulo mostra que o céu pode ser terra de ninguém.

Casas atingingidas pelos avião "experimemtala". Foto CBPMESP/ PMESP

por Niko Bolontrin
Uma tragédia em São Paulo - o acidente que matou o ex-presidente da Vale, Roger Agnelli e mais seis pessoas a bordo - revela que além dos perigos em terra, os brasileiros devem se preocupar com o que pode despencar das nuvens. O acidente acabou revelando um série de possíveis descasos.

O avião do empresário era "experimental". Isso significa que estava autorizado a voar sem determinados equipamentos e com procedimentos menos rigorosos. O risco, diz a Anac, é por conta dos donos, pilotos e passageiros. Só que o risco não é apenas dos autorizados a assumirem o risco. Aviões podem cair sobre casas, como demonstrou o último voo de Agnelli, e atingir pessoas que não foram informadas de que deveriam "assumir riscos".

Comparando: avião "experimental" livre para voar é como se um carro "experimental" fosse autorizado a circular sem cinto de segurança, sem luzes de freio, sem air bag, sem extintor, sem seta e sem vergonha.

A Anac é uma das agências de (des) regulamentação criadas pelo neoliberalismo dos anos noventa, e intocadas pelos governos seguintes, para aliviar obrigações corporativas e deixar usuários e consumidores sem pai nem mãe diante do "deus" mercado. Pois bem, a Anac informa que aviões "experimentais" não estão sujeitos às mesmas regras de segurança, controle e impostos exigidos para as demais aeronaves. Falou.

Infelizmente, aviões "experimentais" não escapam à lei da gravidade e também caem, o que deve ser um tipo de surpresa para a Anac. A agência comunica, também, que há 5.158 "experimentais" voando sobre as nossas cabeças, o que equivale a 24% da frota brasileira. Não é pouca coisa. O avião "experimental" de Agnelli foi fabricado pela Comp Air, uma empresa americana. Mas há muitos em voo por aí que foram montados por amadores e avaliados por um engenheiro da Anac antes de conseguirem a licença para decolar.

Ficou preocupado? Tem mais: depois que recebem a autorização para voar, os "experimentais" tem manutenção feita sob a responsabilidade do proprietários e não há um controle sobre isso. Seriam proibidas de voar sobre áreas densamento povoadas. Mas - vê-se na tragédia dos Agnelli - que isso pode ser ficção.

Do ponto de vista burocrático, a autorização para a operação de aviões não homologados é justificada como importante para o desenvolvimento de tecnologias, demonstração de inovação etc.

Mas fica claro que virou um brecha para para funcionarem como aviões executivos, com vantagens em impostos e, principalmente, em custos de manutenção e desobrigação de determinados equipamentos.

O problema é que podem cair na cabeça das pessoas aqui em baixo.

E são pessoas que costumam ser não experimentais, sem nada a ver com o "risco assumido" em nome delas por quem quer que seja.

Para a Der Spiegel, processo de deposição da presidente não tem culpa revelada


(do Diário do Centro do Mundo)

Maior e mais respeitada revista alemã, a semanal Der Spiegel publicou um artigo de seu correspondente Jens Glüsing sobre o que ele chamou de “golpe frio” no Brasil.

A tradução é de Pedro Muñoz, doutor em História pela FIOCRUZ.


"A CRISE INSTITUCIONAL NO BRASIL: UM GOLPE FRIO"

"Os opositores de Lula erigiram, o que sua frágil sucessora não conseguiu desde sua posse: unificar as bases do Partido dos Trabalhadores, dos sindicatos e movimentos sociais com o Governo.

Cem mil simpatizantes de Lula protestaram ao longo da sexta-feira em todo país contra o Impeachment da presidenta, que visa retirá-la do poder. Na Avenida Paulista em São Paulo, onde o termômetro para o protesto é contado, foram ocupados 11 quarteirões. As manifestações foram pacíficas e Lula mostrou uma postura conciliadora. Ele absteve-se de atacar a Justiça e conclamou para o diálogo. As palavras de ódio foram pouco ouvidas nas manifestações de Rio e São Paulo.

O mesmo não ocorreu nos protestos massivos contra o Governo do último final de semana, que juntaram um número cada vez maior de golpistas, radicais de direita e reacionários. Embora eles não sejam a maioria dos manifestantes, têm atraído cada vez mais simpatizantes. Isso tem se mostrado preocupante para ainda jovem democracia brasileira.

Pela primeira vez, desde o fim da ditadura militar em meados dos anos 80, o maior país da América Latina se vê diante de uma iminente profunda crise institucional que pode destruir todos os progressos conquistados nos últimos 30 anos. Parte da oposição e da Justiça age, juntamente com a maior empresa de telecomunicações TV Globo, para estimular uma verdadeira caça às bruxas que tem como alvo o ex-presidente Lula.

Sérgio Moro, ambicioso juiz de Curitiba, Sul do Brasil, persegue um evidente objetivo central: colocar o ex-presidente atrás da grades. Moro dirige as investigações do escândalo de corrupção sobre a empresa semi-estatal petrolífera Petrobras, no qual centenas de empresários, lobistas e políticos estão implicados, entre eles vários membros do alto escalão do partido de Lula, o Partido dos Trabalhadores.

Como num furacão, o juiz Moro varreu a elite política e econômica. Ele revelou desvios da ordem de bilhões de Reais. Mais de cem suspeitos estão na cadeia e, a maior parte, sem estarem ainda condenados. Muitos brasileiros celebram, por isso, o juiz como um verdadeiro herói nacional.

FRACOS INDÍCIOS

Porém, nos últimos meses os sucessos de Moro lhe subiram a cabeça. O juiz faz política, que não é a sua função. A quebra de sigilo das escutas telefônicas entre Lula e a presidente Rousseff, poucas horas depois da nomeação de Lula como Ministro, perseguiu fins políticos e fez com que o juiz fosse questionado, para pelo menos dar explicações.

Até o momento, Moro não foi bem sucedido na elaboração de sua acusação contra Lula, embora dezenas de promotores e policiais federais em Curitiba já há meses realizam uma devassa nas finanças e relações pessoais do ex-presidente. Os indícios são ainda frágeis.

Lula não tem milhões em contas na Suíça, como o poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que foi acusado por corrupção e lavagem de dinheiro e chamado de criminoso por um juiz da Suprema Corte. Mas, isso não o fez deixar a presidência e não o impediu de ter o controle sobre a comissão responsável pelo Impeachment da presidente.

Nessa referida comissão, possui lugar o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, que foi condenado na França por corrupção, mas que não será entregue pelas autoridades brasileiras, pois é deputado federal.

Essas são as figuras responsáveis por dar a palavra sobre a deposição da presidente, que não teve até agora nenhuma culpa revelada, minando a legitimidade de todo o processo.

À reboque de Lula, adverte-se um golpe frio sobre a democracia brasileira. Há grandes motivos para se preocupar."
(Der Piegel, artigo reproduzido pelo DCM)