sábado, 6 de fevereiro de 2016

Manchete no Carnaval - Escolas de Samba de São Paulo, primeira noite

Pérola Negra - Foto de Paulo Pinto/LigaSp/Fotos Públicas

Pérola Negra. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Pérola Negra. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Gaviões da Fiel. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas


Gaviões da Fiel. Foto de Marcelo Pereira/LigaSP/Fotos Públicas

Sabrina Sato na Gaviões da Fiel. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Sabrina Sato no detalhe. Gaviões da Fiel. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas
Rosas de Ouro. Foto de Paulo Pinto. LigaSP/Fotos Públicas

Rosas de Ouro. Foto de Paulo Pinto/LigaSp/Fotos Públicas

Rosas de Ouro. Foto de Raphael Neddermeyer/LigaSp/Fotos Públicas

Rosas de Ouro. Foto de Raphael Neddermeyer/LigaSp/Fotos Públicas

Águia de Ouro. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Águia de Ouro. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Águia de Ouro. Foto de Paulo Pinto/Fotos Públicas

Águia de Ouro. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Acadêmicos do Tatuapé homenageou Joãozinho Trinta. Foto de Raphael Neddermeyer/LigaSp/Fotos Públicas

Acadêmicos do Tatuapé. Foto de Raphael Neddermeyer/LigaSp/Fotos Públicas

Acadêmicos do Tatuapé. Foto de Raphael Neddermeyer/LigaSP/Fotos Públicas

Acadêmicos do Tatuapé. Fotos de Marcelo Pereira/LigaSP/Fotos Públicas

Acadêmicos do Tatuapé. Foto de Paulo Pinto/LigaSP/Fotos Públicas

Acadêmicos do Tatuapé. Foto de Paulo Pinto/Fotos Públicas
Nenê da Vila Matilde. Foto de Marcelo Pereira/LigaSp/Fotos Públicas

Nenê da Vila Matilde. Foto de Marcelo Pereira/LigaSp/Fotos Públicas
Claudia Raia foi hemenageada pela Nenê da Vila Matilde. Foto de Rafael Neddermeyer/LigaSP/Fotos Publicas

Unidos da Vila Maria/Foto de Marcelo Pereira/LigaSp/Fotos Públicas

Unidos da Vila Maria. Foto de Paulo Pinto/LigaSp/Fotos Públicas

Manchete no Carnaval - Sambódromo do Rio: primeira noite das escolas da Série A

Acadêmicos da Rocinha. Foto de Fernando Grilli/Riotur

Acadêmico da Rocinha. Foto de Gabriel Santos/Riotur

Acadêmicos da Rocinha. Foto de Raphael David/Riotur


Alegria da Zona Sul. Foto de Raphael David

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Alegria da Zona Sul. Foto de Raphael David/Riotur 

Alegria da Zona Sul. Foto de Fernando Grilli/Riotur

Alegria da Zona Sul. Foto de Raphael David/Riotur

Porto da Pedra. Foto de Fernando Grilli/Riotur

Porto da Pedra. Foto de Fernando Grilli/Riotur

Porto da Pedra. Foto de Fernando Grilli.Riotur

Porto da Pedra. Foto de Gabriel Santos/Riotur

Acadêmicos de Santa Cruz. Foto de Fernando Grilli/Riotur

Acadêmicos de Santa Cruz. Foto de Fernando Grilli/Riotur


Unidos do Viradouro. Foto de Alexandre Macieira/Riotur

Viradouro. Foto de Fernando Grilli

Viradouro. Foto de Fernando Grilli/Riotur
Renascer de Jacarepaguá. Foto de Alexandre Macieira/Riotur

Renascer de Jacarepaguá. Foto de Fernando Grilli/Riotur

Renascer de Jacarepaguá/Foto de Raphael Dias/Riotur

Império da Tijuca. Foto de Gabriel Santos/Riotur

Manchete no Carnaval - Carmelitas e Loucura Suburbana: cariocas em blocos...

Carmelitas, cenário...

...juventude...

...fantasia...

alegria...
e beleza.

e todas as idades no...

Loucura Suburbana

FOTO DE FERNANDO MAIA/RIOTOUR

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Jornalistas cariocas em campanha salarial : patrões insistem em proposta rebaixada. Nova negociação no dia 25


Intransigência à mesa. Mais uma vez, as empresas de jornais e revistas demonstraram desrespeito pela categoria dos jornalistas e na mesa redonda realizada nesta quarta-feira (3/2) na Superintendência Regional de Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro (SRTE), insistiram na proposta rebaixada de R$ 1.660 para o piso salarial. O valor é 30% inferior ao piso estadual de R$ 2.432,72 fixado em lei. Uma nova rodada de negociação na SRTE foi marcada para o próximo dia 25.

O Sindicato recusou a proposta já rejeitada em assembleia pelos jornalistas. Diante disto, os representantes patronais informaram que voltarão à mesa após o assunto ser discutido em assembleia pelos proprietários das empresas. A expectativa é que uma nova proposta seja apresentada no dia 25. Ficou evidenciada durante a reunião na SRTE a estratégia dos patrões de retardar ao máximo as negociações da Campanha Salarial 2015 apostando na manutenção do impasse, visando, com isto, desgastar o Sindicato com a categoria.

Fonte: Sindicato do Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

ACOMPANHE A CAMPANHA SALARIAL E LEIA MAIS SOBRE O ASSUNTO NO SITE DO SJPMRJ. CLIQUE AQUI

A história reescrita... e o cafezinho que mudou opiniões e mentes

por José Esmeraldo Gonçalves
Quem disse que a história não é uma disciplina dinâmica? Com o tempo, os fatos são reinterpretados, acomodam-se às circunstâncias, adaptam-se às campanhas político-partidárias.
A morte recente de um embaixador que teve alto cargo no Itamaraty no governo Geisel, em plena ditadura, levou parte da mídia a acionar a tecla delete sobre o passado. Sob a motivação da homenagem ao embaixador, o Itamaraty da ditadura chegou a ser exaltado como uma ilha de rara competência e muita democracia.
Não foi bem assim.
Documentos levantados pela Comissão da Verdade e papeis que perderam o selo de top secret no Departamento de Estado, em Washington, provam que o Itamaraty nunca foi uma "ilha de democracia' em meio ao regime ditatorial. Ao contrário, foi um braço de longo alcance do governo militar. Diplomatas foram cassados, outros relegados a postos obscuros e exilados foram vigiados e perseguidos. Na outra ponta, certas carreiras ganharam impulsos extraordinários. Mesmo quando a ditadura fez a coreografia política de deixar o poder mantendo no lugar o alegórico José Sarney, funcionários do Itamaraty, a "ilha de democracia", ainda tiveram respaldo suficiente para destruir documentos comprometedores, assim como fez a maioria dos setores administrativos da ditadura na superfície ou nos porões.
O Itamaraty colaborou com a Operação Condor que funcionou até 1980 e tem marcas de assassinatos políticos nas coronhas que circularam pelas ditaduras do Cone Sul.
Um dos artigos publicados recentemente celebra a atuação do falecido embaixador Luiz Felipe Lampreia quando, no posto de porta-voz do Itamaraty, durante o governo Geisel - o ministro das Relações Exteriores era o notório Azeredo da Silveira -, "abriu" a instituição aos jornalistas credenciados e procurou manter boas relações com a imprensa. Um coisa, digamos, gentil.
Também não foi bem assim.
Em 2008, em depoimento ao Centro de Documentação (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas, o próprio embaixador Lampreia reconhece que aquele relacionamento "amistoso" com a mídia era, na verdade, uma política do governo militar.
Reprodução Estadão
O Brasil tinha naquele momento sérias disputas com a Argentina, incluindo aí a questão de Itaipu e o projeto argentino da hidrelétrica de Corpus, com o qual os militares brasileiros não concordavam. Em meio a esse clima, Buenos Aires enviou para Brasilia um embaixador que, segundo gravações do CPDOC, começou a "trabalhar" a imprensa brasileira, convidando jornalistas para um café quase que diário. Segundo Lampreia, o argentino influenciava os jornalistas. No depoimento, ele usa a expressão "fazia a cabeça das moças", ao destacar que a maioria entre os repórteres era de mulheres. A imprensa brasileira, "influenciada" pelo cafezinho do embaixador argentino, na avaliação do governo militar revelada por Lampreia em áudio, passava a refletir as posições de Buenos Aires. Foi assim, como uma reação estudada do Itamaraty, que Lampreia assumiu o cargo de porta-voz e adotou a precisamente a estratégia argentina de cafezinho e relações-públicas com os jornalistas. Ele instituiu um briefing diário no Itamaraty. Ou seja, a "aproximação" com os jornalistas relembrada nessa semana, após a morte de Lampreia, era uma tática do governo Geisel. É fato que, além da rubiácea com as repórteres, Lampreia procurou os donos dos principais jornais. A estratégia funcionou. O depoimento do embaixador ao CPDOC inclui um trecho revelador: "Aí o Geisel ficou perplexo, e chamou o Silveira e disse: 'O que você fez com o Estado de São Paulo para o Estado de São Paulo mudar completamente de ponto de vista?', conta ele, para exemplificar como o governo operou naquele momento para mudar opiniões e mentes da grande mídia.
E, no caso específico, nem precisou apelar para a grosseira censura.

Médico veterinário é proibido de prestar atendimento gratuito a animais de pessoas carentes

por Flávio Sépia
Corporativismo é uma prática que atenta contra a liberdade das pessoas. Talvez o exemplo mais dramático e que já está ganhando toque de bandidagem é o ataque dos taxistas a motoristas e passageiros do Uber. Combater Airbnb, Neflix e outros aplicativos que derrubam privilégios também é uma outra face do corporativismo. Os corporativistas, assim como os monopolistas e formadores de carteis e trustes defendem o mercado livre mas apenas quando não os atinge.
Além do corporativismo institucional, há o explícito e violento praticado pelas milícias. E há também o que é motivado pelo interesse político. Lembro que quando foi lançado programa Mais Médicos os líderes elitistas da categoria detonaram um campanha violenta contra o programa. Hoje, tiraram a boca do trombone.  Não só o reconhecido sucesso do programa que levou profissionais a municípios remotos mas a adesão dos jovens médicos brasileiros calaram os tais líderes que mais faziam política partidária do que qualquer outra coisa.
Mas o corporativismo pode chegar a atitudes ainda mais cruéis. Os jornais noticiaram recentemente que o médico veterinário Ricardo Camargo foi obrigado a interromper atendimento gratuito a cães e gatos de pessoas carentes em sua clínica, em São Carlos, interior de São Paulo. O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP) implicou com a ação beneficente que, segundo cartolas da veterinária, contraria o código de ética da profissão e o ameaçou com sanções. Se isso é ética, é melhor mudar o código. Ele foi ameaçado de processo e de cassação do seu registro profissional. A atitude diz mais sobre o corporativismo do que qualquer crítica que poderia ser escrita neste post.
O VÍDEO QUE O MÉDICO VETERINÁRIO POSTOU NA SUA PÁGINA (E QUE EM POUCO TEMPO ATINGIU 6 MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES) PODE SER VISTO NO YOU TUBE. CLIQUE AQUI

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O jornal New York Times mostra como transformou o seu "arquivo morto" de fotos em fonte de conteúdo inédito


A propósito de um tema que preocupa fotógrafos e pesquisadores brasileiros e já abordado neste blog - o fato de alguns veículos não mais guardarem as "sobras" de imagens digitais, limitando-se a arquivar apenas o material publicado -, é oportuna uma matéria publicada ontem no Poynter.  
Segundo o site especializado em notícias sobre jornalismo, o New York Times montou um projeto exploratório do seu próprio acervo de fotos. A ideia é garimpar fotos não publicadas e recuperar histórias que o jornal desprezou ou não aproveitou na época por erro de avaliação dos editores ou até mesmo preconceito. 
A matéria cita o caso de uma foto de Martin Lurther King. Em junho de 1963, o NYT publicou um foto cortada, praticamente em close, do líder da campanha pelos direitos civis dos negros. A busca no arquivo mostrou que, no negativo sem corte, King aparece em uma mesa, durante um debate em que foi criticado por militantes negros. A partir daí, o NYT recuperou um contexto histórico inédito e subestimado pelo jornal na ocasião. 
A possibilidade de transformar em valioso conteúdo o que jornais e revistas costumavam chamar de "arquivo morto" é quase infinita. No caso do NYT, são cerca de 5 milhões de ampliações fotográficas arquivadas e 300 mil rolos de negativos.O que o jornal pretende agora é compartilhar com os leitores a rica história que as "sobras" mantiveram escondidas.


A foto acima, da cantora e atriz Lena Horne, em 1964, é um exemplo do aproveitamento criativo de uma imagem desprezada na época. Ela foi fotografada em um apartamento para uma matéria sobre seu novo show. O NYT não usou essa foto nem abordou o contexto em que foi feita. Na época, a cantora tentava alugar um apartamento e foi rejeitada por imobiliárias e síndicos que se recusavam a receber afro-americanos. Lena Horne, indignada, comprou o prédio inteiro. O sorriso, na foto, é da nova proprietária do apartamento de cobertura. Reprodução: Poynter
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO POYNTER, CLIQUE AQUI


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Memórias da redação: as cartas que esclarecem a penúltima crise da revista Manchete antes da falência da Bloch

Há duas semanas, Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, escreveu neste blog um artigo sobre "David Bowie, Justino Martins e o Rock". Muggiati citou uma das mudanças na condução da revista, em 1997, quando ele deixou a direção - tornou-se editor de Projetos Especiais - e o jornalista Tão Gomes Pinto foi importado da Pauliceia com a missão de reformar a Manchete. Pouco meses depois, como contou no mesmo artigo, Muggiati seria chamado a reassumir o cargo. "Em 31 de outubro, Dia das Bruxas, uma sexta-feira, o editor paulista pediu as contas e se mandou. Jaquito me ligou comunicando que eu estava de volta à direção da Manchete e que o fechamento da revista na segunda-feira seria por minha conta", escreveu ele no citado artigo.
Pois bem, nesses tempos em que o vice Michel Temer reabilitou a carta, um formato de mensagem que parecia aposentado pelos emails e whatsapps da vida digital, um dileto seguidor deste blog enviou reproduções da troca de cartas entre Tão Gomes Pinto e Jaquito, então presidente da editora. O leitor pede anonimato, diz que espera estar contribuindo para a "memória da redação" e revela o "documento" que explica com alguma dramaticidade o pedido de demissão referido pelo Muggiati (o famoso "Muggi das Crises" como Alberto Carvalho apelidou de tanto que era convocado para voltar à "cadeira elétrica" de diretor quando terremotos editoriais abalavam a revista).
Abaixo, as cartas que selaram aquele episódio de bastidores, o penúltimo conflito interno da revista antes da crise final, a falência, três anos depois.

O PEDIDO DE DEMISSÃO DE TÃO GOMES PINTO


A RESPOSTA DA DIREÇÃO DA BLOCH


ATUALIZAÇÃO: POR EMAIL, ROBERTO MUGGIATI ENVIA AO BLOG MAIS INFORMAÇÕES:

"Esclarecendo melhor. Sempre tive a impressão de que, enquanto vivesse, Adolpho Bloch não me tiraria da Manchete. Veja só as datas: Adolpho morreu em 19 de novembro de 1995. Em meados de 1996, Jaquito deu início ao seu projeto pessoal de salvar a revista. Assumiu a chefia da Manchete, como um espécie de diretor-tampão, o Roberto Barreira, até a chegada do Tão e seus dois escudeiros. O Roberto Barreira tinha a vantagem de falar italiano e assim ajudar o Carlo Rizzi na implantação do novo projeto gráfico. Essa, para mim, foi a grande inovação da Manchete. Por mais talento e intuição que tivesse, o nosso grande Wilson Passos não tinha as bases científicas do Rizzi, um dos melhores designers italianos. E também, àquela altura, o Wilson já tinha perdido o tesão com a Bloch. Com a reforma gráfica implantada - executada pelo Vincenzo Scarpellini, trazido da Itália para isso pelo Carlo - o triunvirato Tão-Otávio-Núnzio fechou a primeira edição na segunda-feira, 9 de outubro de 1996. No dia anterior, Adolpho completaria 88 anos. Como mencionei no artigo sobre Bowie, Justino e o rock, fechei a edição de Carnaval da Manchete de 1997 (Tão recebeu uma folga), editei os 52 fascículos de História do Brasil, encartados ao longo da Manchete na gestão do Tão e fiz a edição dos 45 anos da Manchete (e também o número extra da Fatos&Fotos sobre a morte da Princesa Diana, que saiu antes da Manchete). A edição Manchete/Marinha foi editado pelo nosso Alvimar. Os fascículos da História do Brasil foram diagramados pelo grande J.A.Barros. Já a Manchete 45 anos foi paginada com o Wilson Passos. A F&F de Lady Di, acho que foi com ambos, Passos e Barros. 
No mais, Dia das Bruxas, Tão vai passear pelo Catete e decide pedir o boné...
Um abraço do Muggi das Crises. 
P.S - A carta-resposta está muito melhor que a do Tão, acho que foi o Cony quem escreveu, não foi?"


Fotografia: Arquivo com 200 milhões de fotos que pertenciam a Bill Gates é vendido para bilionário chinês


A Sygma, fundada em 1973, foi uma das agências de fotografia mais próximas da Manchete. Durante décadas, a revista manteve um acordo preferencial com aquela que era então uma das líderes do mercado de fotojornalismo. Muitos fotógrafos da Sygma vinham ao Rio de Janeiro para cobrir o carnaval e se integravam às equipes da Manchete e Fatos & Fotos. A agência francesa reunia cerca de 200 dos maiores fotógrafos do mundo. Em 1999, Bill Gates adquiriu todo o acervo da Sygma. O objetivo de Gates, através da Corbis, nome da agência do fundador da Microsoft, era tornar-se o maior provedor de fotos da web. Atualmente, são cerca de 200 milhões de imagens, muitas disponíveis on line. Segundo a empresa, é a maior coleção de fotos do mundo. Provavelmente aquela que mais reúne fotos de celebridades de todas as épocas.
Pois os chineses, que estão comprando tudo, são os novos donos da Corbis. Bill Gates acaba de passar adiante, por valor não revelado, seu mega arquivo de fotos e vídeos. O Visual China Group é agora o detentor de imagens icônicas feitas pela Sygma ou adquiridas pela agência. Uma delas, a de Marilyn Monroe com a saia levantada nos bastidores das filmagens de "O Pecado Mora ao Lado". Fotos do massacre da Praça Tiananmen, em Pequim, também fazem parte do acervo vendido ao bilionário chinês Xiao Qiang. Essa série de fotos, aliás, está provocando polêmica, já que são imagens censuradas na China. A costureira Rosa Parks, pioneira da luta pelos direitos civis e protagonista da famosa cena em que se recusou a ceder seu lugar em um ônibus a um passageiro branco, também está lá. Fotos exclusivas de Jimi Hendrix, da queda do Xá do Irã, da explosão do dirigível Hindenburg, de Albert Einstein com a língua de fora, do Festival de Woodstock, da revolta do estudantes franceses em maio de 1968, tudo isso passa agora ao acervo chinês.

Boston Globe não é aqui...

Divulgação


por Leandro F. Linhares 
O filme "Spotlight, Segredos Revelados", de Tom McCarthy,  é sucesso de público e crítica e tem despertado, especialmente, a atenção de profissionais do jornalismo. Li na mídia alternativa na web bons comentários sobre a saga do Boston Globe. Já a mídia conservadora publicou algumas análises em benefício próprio e tentou se espelhar no que achou que viu na tela. Mas esse suposto reflexo parece bem fora de foco. Senão, vejamos.
A equipe do Boston Globe ganhou o Pulitzer pela série de reportagens sobre os casos sistêmicos de pedofilia envolvendo padres católicos. Bom explicar que eles foram premiados, em 2003, na categoria "Serviço Público" e não "Reportagem Investigativa". Por um motivo simples: o Boston Globe não descobriu os fatos, e esse ineditismo é condição do Pulitzer para premiar reportagens investigativas. Os acontecimentos abordados no filme eram de conhecimento público desde 2001, quando algumas vítimas abriram processos contra padres. O Pulitzer considerou, com justiça, que o Boston Globe contribuiu para melhorar a vida das pessoas e protegê-las ao alertar sobre o caso e deixar a comunidade católica, em especial, mais atenta ao problema.
Não foi pouco o serviço prestado pelo jornal ao despertar consciências e acordar autoridades civis e eclesiásticas. E este é o toque 'romântico' do jornalismo: ajudar a promover mudanças justas e importantes para a sociedade. E é este tipo de motivação, certamente, o impulso que ainda leva muitos profissionais a escolher esse árduo ofício.
É curioso observar que o filme, assim como a reportagem real do Boston Globe, não demoniza personagens ou faz cargas iradas contra fulanos. Como se raciocinasse que as pessoas passam e os problemas ficam, o foco dos repórteres não é a cruzada messiânica. É a denúncia dos fatores que levaram à ocorrência da pedofilia quase como uma "norma do sistema". Independentemente das pessoas envolvidas e de responsabilidades individuais, o que resulta de bom para a sociedade é que reportagens desse quilate ajudam a construir mecanismos de proteção que dificultam ou impedem a repetição dos casos. Para alcançar tal objetivo, foi fundamental à equipe poder contar a história de forma independente, apoiada por diretores que protegeram a autonomia dos repórteres.
Haveria no contexto de produção da série de matérias do Boston Globe muitas lições úteis às grandes corporações da mídia brasileira. Mas temos uma estrutura familiar, política e ideológica muito particular nas grandes empresas de comunicação. Podemos supor que um simples telefonema de um cardeal amigo paralisaria uma dessas séries de reportagens por aqui - isso se ela sequer começasse - e há fartos exemplos ao longo da história facilmente identificáveis por centenas de coleguinhas que atuam ou atuaram em redações. O cinema tem outros exemplos de filmes baseados em reportagens investigativas que seriam inimagináveis na grande mídia brasileira. Quem não lembra de "O Informante", de Michael Mann, de 1999? Relatava um fato real ocorrido cinco anos antes: um ex-executivo da indústria do fumo denuncia crimes da indústria que adiciona aos cigarros componentes químicos que potencializam o fator viciante da nicotina. Imagina as corporações jornalísticas brasileiras investindo contra um poderoso anunciante?
É ruim, hein? Não há nada parecido no currículo nacional.
Houve até quem comparasse "Spotlight" com a atual cobertura jornalística da "Lava Jato'. Há semelhanças em um aspecto: as matérias sobre a Lava Jato também não seriam consideradas investigativas pelo Pulitzer já que em geral reproduzem fatos vazados de depoimentos de delatores premiados. Ou seja, como Spotlight, têm base em processos judiciais e não em levantamento jornalístico. Watergate, um caso clássico de jornalismo investigativo, é exemplar. O próprio Washington Post noticiou a invasão do escritório do Partido Democrata como um "assalto". Coube a Bob Woodward e Carl Bernstein estabelecer, meses depois, através de uma fonte própria, a ligação entre a Casa Branca, de Nixon, e a operação de espionagem contra os democratas. Não foi a polícia, nem a justiça, não foi o promotor, nem o juiz, nem o "japonês, não foi vazamento seletivo nem ocasional. Foi o jornalismo investigativo.
Entre as muitas diferenças que turvam o espelho e a comparação entre Spotlight e Lava Jato estão o interesse político mas do que ético, a difícil e quase impossível sobrevivência de repórteres independentes na grande mídia, o engajamento partidário, a disputa pelo poder e os poderosos interesses financeiros. É bom ou quer mais?
Melhor ver a equipe do Boston Globe em ação. Sonhar não custa nada.

Tecnologia: seus arquivos no fundo do mar... a "nuvem" vai mergulhar

Reprodução
por Clara S. Britto
Muito em breve, suas fotos, documentos, textos, em resumo, toda sua memória digital deverá ir para o fundo do mar. A Microsoft Corporation testa a instalação de centro de dados submarinos. Explica-se: um dos maiores gastos na manutenção desses complexos é com o ar condicionado indispensável para a conservação operacional dos circuitos e placas. Além disso, 75% do planeta está sob água. Daí, que há mais espaço disponível e barato no mar do que na terra. O New York Times revela que está em curso o Projeto Natick para desenvolvimento e montagem de centro de dados submarinos. Isso significa que a "nuvem", hoje dispersa em vários países, vai mergulhar. A ideia foi apresentada à empresa por Sena James, um ex-submarinista da Marinha americana. Além da refrigeração natural, os novos centros de memória demonstram respostas mais rápidas e podem ser facilmente expandidos.  Outras empresas pesquisam o aperfeiçoamento de centros de dados sob o ponto de vista de consumo de energia. Há projetos para aproveitamento de energia eólica a partir de torres instaladas na superfície e até uso de energia gerada pela marés ou correntes submarinas. Por outro lado, grupos de ambientalistas pedem mais informações sobre o impacto ambiental dos futuros centros de memória submarinos. A empresa informa que não haverá resíduo de produtos e abriu a página oficla do projeto para dialogar com especialistas e ecologistas. Os primeiros campos de testes serão o litoral da Flórida e o Mar do Norte. Mas há um longo caminho a percorrer.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Memórias da redação: o censor que avisou "vou ali e volto já"...

(do livro "Aconteceu na Manchete: as histórias que ninguém contou")
Na sua crônica na Manchete n°2.258, em 1995, o jornalistas Fernando Morais conta o "causo" do "Fantasma do Ataliba". Para os velhos jornalistas, a historia não é nova, mas é bom que a rapaziada da mídia atual conheça a outra metade da missa: "Em 1945, o apurado olfato de Assis Chateaubriand farejou que a ditadura do Estado Novo estava nos estertores. Um belo dia, ele acordou e, sem consultar ninguém, deu a ordem a todos os jornais da sua rede para enxotar das redações os censores do DIP. Secretário do "Estado de Minas", em Belo Horizonte, Carlos Castelo Branco chegou ao jornal e transmitiu a ordem do chefe a Ataliba, o censor que por oito anos decidiu o que o jornal podia ou não publicar: 'Ataliba, hoje você não vai ler o jornal na redação. Se quiser ler o "Estado de Minas" vai ter que comprá-lo na banca amanhã de manhã'. No que o censor respondeu: 'Não tem importância, seu Castelo. Eu vou embora mas qualquer dia eu volto'".