"Nunca nesse país...", para repetir uma expressão atualmente muito usada no Brasil, um técnico da Seleção Brasileira, foi tão atacado, humilhado, esculhambado, ironizado até nas roupas que vestia – obedecendo ao figurino criado pela sua filha – ridicularizado como o Dunga está sendo. Acabei de ver mais uma roda de comentaristas de futebol com Renato Mauricio Prado e Arnaldo Bloch, sendo que o Arnaldo era o mais comedido nos seus comentários sobre o Dunga. Renato – da sua boca desciam espumas de raiva incontidas – do seu olhar chispas de fogo eram projetadas nos seus ataques ao treinador, que o único mal que fez na vida foi em 94 ser o líder em campo da Seleção Brasileira que ganhou a Copa desse ano, com o jogador Romário que o Parreira e o Zagalo não queriam convocar.
O outro mal que fez foi aceitar o convite feito pela CBF para dirigir a Seleção Brasileira tão desmoralizada na Copa de 2006 sob a orientação do técnico, mais uma vez, Parreira e o senhor Zagalo, se não me engano. Ora, é esse mesmo técnico que os comentaristas de futebol gostariam de ver no comando da Seleção.
É essa a imprensa brasileira que acha que manda na Seleção e joga nela os que ela quer que jogue. A imprensa especializada não enguliu a escolha de Dunga para ser o técnico e achava que ele não iria durar muito tempo. Apostaram nessa possibilidade e perderam. Dunga ganhou duas Copas (América e das Confederações), derrotou a Argentina – esse eterno rival – duas vezes, e se classificou com antecedência para a Copa de 2010. O que mais os Calazans e Renatos querem? A taça mas sem o Dunga no seu comando? Acho que isso vai ser impossível. Só aguentar essa carga intensiva disparada pelos jornalista esportistas, o Dunga já merece uma taça. E ele vem aguentando – na minha opinião – com vantagem, saindo-se muito bem em cada porrada que leva.