Atenéia Feijó na Amazônia em 1971. A foto é de Walter Firmo, então fotógrafo da Manchete. Reprodução Revista Manchete |
por José Esmeraldo Gonçalves
Da repórter e escritora Atenéia Feijó ficam a incansável defesa dos povos originários - a missão jornalística a que se dedicou e cumpriu com brilhantismo desde o começo dos anos 1970 - e o texto impecável.
Atenéia trabalhou na revista Manchete, nos jornais Estado de São Paulo, O Dia e no lendário JB. Na Manchete, em dezenas de reportagens, ela denunciou o genocídio dos ianomâmis muito antes do Brasil despertar para uma das suas maiores tragédias iniciada durante a ditadura militar de 1964 e que prossegue até hoje. O extermínio se acentuou com crueldade no governo racista e desumano de Jair Bolsonaro.
Atenéia Feijó partiu na madrugada de ontem, 5 de maio, aos 80 anos, após lutar contra a Creutzfeldt-Jakob, uma doença degenerativa.
Os ianomâmis crêem que são o povo que "segura o céu". Agora, acolherão na "terra de cima", como chamam, a repórter que mais os defendeu.
2 comentários:
Uma personalidade forte, um talento enorme e uma preocupação para os desprotegidos, no caso as tribos dos indígenas Ianomâmis. Talvez tenha sido a primeira repórter que chamou a atenção do povo brasileiro, o crime que estavam cometendo contra esses indigenas, que fatalmente levaria à sua extinção. A febre do ouro nos garimpos ilegais, explorados por garimpeiros, que não hesitam em expulsar os Ianomâmis de suas terras â bala, se for precisos,
Atenéia Fejió, na suas reportagens ,há anos, denunciava esses crimes cometidos contra os Ianomâmis.
Uma pessoa doce, atenciosa e concentrada, conversando ou diante da máquina de escrever,ali na sala da reportagem, ou também quando cruzávamos o corredor, sozinha ou com o Humberto TDC, a caminho de alguma outra grande reportagem. Estas são algumas das imagens que guardarei dela,Atenéia Feijó. Descanse em paz!
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